My Dear Devil escrita por ana_christie


Capítulo 5
Capítulo 5




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Arrumei minha saia e caminhei pelo silencioso corredor...

A enfermeira havia colocado um enorme band-aid na minha testa, e meu lábio latejava, e, para ajudar, eu mancava...

Olhei logo à frente... meu coração estava a mil...

O que eu faria quando encontrasse o Chiba ? Ele ia me levar até sua casa?

Hotaru havia me chamado...

Mas, por Deus... por que ela tinha que ser irmã daquele idiota?

Ao chegar lá na frente, vi Chiba encostado à parede ao lado das portas da frente da escola, suas mãos estavam nos bolsos. Em seu rosto, havia óculos escuros.

Ele é tão bonito...

UAH! Pare com isso, USAGI!

Ele logo se virou para mim com um sorriso.

- Pela demora, a coisa foi feia... – ele disse olhando por todo o meu rosto com aquele sorriso.

- Cala a boca... – os olhos dele se abriram surpresos. Rapidamente coloquei uma mão sobre minha boca, não acreditando no que eu tinha falado.

Uia! O que eu estava fazendo? Eu mandei Mamoru Chiba calar a boca!

 Ele apenas abriu um sorriso de lado.

- Venha... vamos pegar meu carro... – Ah? O quê?? Abaixei minha cabeça e o segui como um cachorro. O que eu mais podia fazer? Ele ia me levar até Taru-chan!

Hotaru... eu espero que ela esteja bem...

Parei em frente àquele carro (o mesmo daquela última vez, onde ele estava com todas aquelas garotas)... era muito bonito...  Até que o idiota tinha um bom gosto...

Ele se aproximou da porta de passageiros e a abriu.

- Primeiro você... – tinha um sorriso um tanto quanto misterioso em seu rosto enquanto mantinha a porta aberta. E, por algum motivo, me fez sentir estranha. Por que ele sorria tanto? Chiba estava sendo gentil demais com uma desconhecida. Cerrei meus olhos. - O que houve? – ele sorriu novamente.

- Você vai me levar para onde?

- Para minha casa... acho que onde Hotaru deve estar, não? – e novamente sorriu. Não sei por que, mas minha mente dizia que isso não era certo. Talvez fosse mais seguro pegar um ônibus, mas eu não conhecia o caminho para a casa dos Chibas. E bem... Hotaru havia me chamado... não podia abandoná-la.

- O-okay... – murmurei, entrando, ele fechou a porta e começou dar a volta no carro. Olhei tudo rapidamente...

Ele realmente era playboy, e eu nem acredito que estou num carro de um playboy como o Chiba! A pessoa que mais odeio! Todas as janelas tinham aquele isofilme, de tal forma que a pessoa de fora não podia ver quem estava dirigindo... e isso me deu calafrios.

E se ele tentasse fazer alguma coisa comigo aqui dentro? Quem me socorreria??

Eu poderia estar entrando numa grande enrascada...

OH kami-sama… OH KAMI-SAMA!!!

Ele apareceu do outro lado e fechou a porta. Levantou seus óculos escuros e se virou para mim.

Ele estava tão perto... eu estava tão perto desse idiota pela primeira vez! Bem... é... não pela primeira vez...

Ontem mesmo eu estive em cima dele...

Mas agora... isso é tãããããooo estranho... e o jeito como ele está olhando para minhas pernas...

O QUÊ? POR QUE ESSE MISERÁVEL ESTÁ OLHANDO PARA AS MINHAS PERNAS?

Puxei minha saia um pouco mais para cobrir meus joelhos.

- Espero que você me leve onde realmente Taru-chan está... – murmurei, e seus olhos se voltaram surpresos para mim. Ele sorriu de lado e balançou a cabeça, enquanto colocava a chave para ligar o carro.

- É claro... Tsukino... – meu coração pulou com suas palavras, e respirei com dificuldade. Ele colocou novamente seus óculos escuros.

Ligou o carro, e então, partimos.

#############

Estávamos em silêncio desde que saíramos do estacionamento do colégio... e isso já fazia um bom tempo...

Eu me sentia tão estranha em estar dividindo o mesmo ar que ele...

Parecia que estava me sufocando...

O perfume dele estava me sufocando, não que era horrível o aroma. O problema é que era bom demais! E isso me matava! Ele parecia tão concentrado enquanto dirigia... e eu gostava de vê-lo daquela forma...

Droga... droga...

Fitei discretamente seus lábios...

Chiba já deveria ter beijado várias e várias garotas... e fico imaginando o que será que ele sentia cada vez que beijava alguém...

Não faz muito tempo que tive o azar de encontrá-lo a cada dia com uma garota diferente... em alguns lugares secretos... beijando numa intensidade tão imensa...

É... eu tive esse azar de sempre encontrá-lo nessas situações...

E, olhando para os lábios dele agora...

Deus...

Eu tenho uma pequena vontade de...

- Então... gosta do que você vê? – ouvi a voz dele sussurrar, e voltou-se para mim com um sorriso secreto.

Que raiva desse cara! Ele me viu olhando para ele!

- E-eu estava pensando em perguntar se posso abrir a janela... – falei com meu cenho franzido, escondendo meu nervosismo.

- É claro... você nem precisava perguntar... – e se voltou para frente. O carro parou por culpa do sinal vermelho. Voltei para o lado e senti minhas bochechas ficarem vermelhas.

UUUUUUUUUUUhhhhhhhhhhhh... que ódio desse miserável!

Apertei o botão e a janela começou a descer. mas parou... eu apertei o botão novamente e ela voltou a subir... franzi minhas sobrancelhas... apertei novamente o botão e. quando começou a descer. ela parou e voltou a subir... isso só pode ser brincadeira...

- A janela não quer abrir... – murmurei por entre os dentes voltando a olhá-lo. Vi-o segurar o riso e virar para mim.

Qual é o problema dele?

- Você tem que aperta uma vez só... – esticou o braço em cima do meu colo e tocou o botão. Senti minha respiração parar, e eu encostei totalmente no banco olhando para o braço na frente da minha barriga, evitando que a sua pele encostasse em mim. Ele apertou o botão fazendo a janela começar realmente a descer e deixou seu braço ali... seus olhos me fitavam por cima de seus óculos escuros, e havia um sorriso em seus lábios.

- Vo-você pode tirar seu braço do meu colo agora! – SEU MALDITO PERVERTIDO!

Ele fez o que falei e voltou a dirigir.

Deus... Deus... Deus!

- Então, Usagi...

- Tsukino... – falei rapidamente olhando para fora.

- Há quanto tempo já faz balé?

- 8 anos... – murmurei sem olhá-lo, o sinal abriu e novamente o carro começou a andar.

- Então eis o motivo de você dançar tão bem... – o olhei de lado. – Hotaru, quando volta das aulas de balé, me fala com euforia sobre você... – pisquei calmamente enquanto o fitava. - Ela realmente gosta de você... – e ele sorriu tão kawaii. Não aja dessa maneira, droga! Seja aquela pessoa arrogante que adora tirar sarro dos outros. - Ela me fala tanto sobre você... – disse sério dessa vez, e se voltou para mim  - ...que me fez desejar te conhecer...

Fiquei calada, olhando para ele.

Problemas... problemas... Por que eu não estou conseguindo respirar? A janela está aberta, não está? Por que ele não olha para frente? NÃO PERCEBE QUE ELE PODE BATER O CARRO?

UAHHH!!

Vi-o abrir a porta do carro ainda com um malicioso sorriso.

- Você pode respirar agora... – e saiu do carro.

O quê? O QUÊ? Olhei para frente e, dessa vez, percebi... acho que já havíamos chegado na sua...

Uau...

Noossa...

Grande, grande mansão...

Saí bem devagar do carro...

Deslizei meus olhos pelo enorme lugar e, novamente, minha respiração parou em meus pulmões.

Ele era muito rico mesmo!!

- Venha... – Chiba apareceu na minha frente. Ma-mas... o maldito nem ao menos me deixa observar o lindo lugar!

Corri atrás dele para segui-lo.

Não entramos pela frente, ele me guiou para outro lado da mansão, pude ver alguns homens vestidos de preto por toda parte. Voltei para ele e entramos numa outra porta que parecia ser uma cozinha...

E que cozinha...

Aquilo era enorme, mama adoraria ter uma cozinha como aquelas.

- Por aqui... - continuei o seguindo. Passamos por vários corredores e salas... até parar numa sala confortável. Ele tirou o casaco e jogou no sofá, e, em seguida, colocou os óculos em uma mesinha de mármore perfeitamente detalhada. Olhei para cima, vendo o belo lustre dourado, deslizei meus olhos mais à frente e vi uma outra porta, voltei para o chão, e o tapete era branco e parecia ser tão confortável. - Sente-se... – ele apontou para o sofá preto.

- Hum? – pisquei o olhando. Ele se voltou para mim e começou a abrir os primeiros botões de sua camisa. Senti minhas bochechas ficarem vermelhas... Novamente vi seus músculos e franzi minhas sobrancelhas.

- O-o quê... – minha voz falhou quando ele passou a mão pelos seus cabelos, retirando da frente de seus olhos. Então sua mão começou a deslizar do seu pescoço até o... seu peito...

Eu acho que está um pouco quente aqui...

Ele soltou o ar de seus pulmões sem tirar seus olhos de mim.

- Fique à vontade... – sua voz saiu num sussurro, fazendo meu coração bater feito louco.

E ele desapareceu numa porta.

Minhas pernas tremeram e eu tombei no sofá.

Deus...

Eu acho que não foi uma boa ideia vir com ele...

###########

Ele deve ter ido ver Hotaru... pensei.. Estava demorando... E fiquei observando a sala ao meu redor.

Havia cada coisa cara ali... e cada coisa linda!

Em cima de uma estante havia vários porta-retratos com fotos, e eu lentamente levantei do sofá e me aproximei para observá-los.

Havia tantas de Hotaru, umas dela bem pequena, com um enorme sorriso. O que me fez sorrir também... E havia outras dela já um pouco mais crescida, mas ela não mais sorria... franzi minhas sobrancelhas... deveria ser por causa dos pais...

Em suas fotos quando era menininha ainda... ela parecia tão feliz...

Meus olhos pararam em outra fotografia de um garoto... havia um sorriso no rosto dele, e seus olhos azuis pareciam ter vida, apesar de ser apenas uma foto...

Realmente Chiba não havia mudado muito... Segurei meu sorriso... Ele realmente tinha sido uma gracinha...

Só tinha apenas mais uma com ele e Hotaru... ele deveria ter o quê... uns 10 anos naquele tempo, e estava segurando a mão de Hotaru, que sorria para a câmera e segurava em seu outro braço um pequeno urso.

- 1999... China... Pequim... Nossos pais queriam mostrar o mundo inteiro para nós... Esse foi o início da viagem... – pisquei várias vezes e voltei para o rapaz ao meu lado. Deus... como ele se aproximara daquela forma? E havia quanto tempo ele já estava ali? Meus olhos caminharam por seu corpo inteiro.

Ele já havia mudado de roupa. Usava uma calça jeans preta, junto a uma camisa social também da mesma cor, com os dois primeiros botões de cima totalmente abertos. Fitei por um tempo o seu colar... até parar em seus olhos...

Chiba era muito alto também...

Ele me fitou em silêncio... como se quisesse conhecer meus pensamentos...

- Hotaru está dormindo agora... creio que não é uma boa hora para acordá-la... – sua voz estava rouca, e seus olhos me analisavam.

Deus... eu podia jurar que sentia a respiração dele em meu rosto...

E, pela primeira vez, eu me liguei.

Eu tinha certa atração por Chiba...

- En-então... eu...

- Você pode esperar comigo... – disse rapidamente, mas pude sentir a insinuação em sua voz. Minhas pernas novamente tremeram.

- A-acho que...

- Não se preocupe, ela vai acordar logo... então... apenas... fique... – ele colocou seu braço em cima da estante e se aproximou. Minha respiração não ajudou muito... e eu caminhei em direção ao sofá.

- E-eu vou esperar aqui... – murmurei sentando.

Ooookayyy... eu sabia que isso já estava estranho demais... Deveria ter ouvido meus pensamentos enquanto ainda estava no colégio.

Mas por que eu quis vir da mesma forma?

Droga, droga, droga...

Hotaru, Hotaru... eu tenho que pensar nela!

- Por acaso abaixou a febre de Taru-chan? – olhei para minhas mãos.

- Sim... parece que ela está melhor agora... está apenas descansando... – o miserável se sentou ao meu lado, colocou seu braço em cima do sofá e se virou para mim.

Eu não gosto disso... eu não gosto disso NEM UM POUCO!

Ele riu um pouco, o que me fez olhá-lo.

- O quê? – minha voz saiu amarga.

- Gosto do jeito que chama Hotaru... – sorriu olhando todo meu rosto. É impressão ou ele está mais perto - ...acho uma gracinha... – senti os dedos dele pegando um pouco de meus cabelos e os levando até seus lábios.

Beijando...

E, por reflexo, eu pulei para trás, me afastando dele. Eu achei que meu coração fosse explodir a qualquer minuto agora!

- Uma gracinha mesmo...

- O-O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO? – falei alto, sentindo raiva pelo meu corpo, minhas bochechas queimavam.

- A única coisa que temos que fazer é esperar, então... – ele tocou seus dedos nos seus lábios - ...vamos matar o tempo... – seus olhos caminharam por todo o meu corpo.

E minha mente ficou em branco...

continua


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