O Death. escrita por BohMalfoy


Capítulo 7
Capitulo seis – Marked.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/215175/chapter/7

     Luke arrependia-se de ter ignorado a loira profundamente. Agora estava em algum lugar escuro, morrendo de frio, e sem nenhuma noção de tempo. Sangrava pelo nariz, abdômen e pulsos. Estava sendo torturado, e mantido preso em algum lugar pela criatura. E, por mais que admitisse que aquilo era loucura, ele sabia que a Morte era real. Não duvidaria uma segunda vez.       

Aquela garota loira, Annabeth, tinha mandado-o fugir. E ele não acreditara nela, sendo ela uma paciente, julgara que a garota estava em alguma crise. Até o próprio Dr. Jackson espantara-se e alegara que ela deveria estar com medo, por causa de todos os assassinatos e pesadelos que tinha tendo.        

  Se pudesse voltar no tempo, teria fugido para bem longe. E, Deus, como ele temia quando aquela coisa escura e sombria aproximava-se! Mas ele sabia, sabia que aquilo não era humano. Sabia que aquilo não se contentava apenas com um pouco de sangue. Aquilo era a própria Morte, e não se satisfaria com menos do que a alma dele. Com a vida dele esvaindo-se lentamente de seu corpo, e partindo, abandonando-lhe, levando junto com si todo o calor e esperança. Não, ela não se contentaria com menos que isso.         

Mas ele estava marcado, e sabia que não adiantaria fugir. Ela o perseguiria pela eternidade e além. Fora tolo uma vez, não seria uma segunda. As consequências seriam piores se tentasse fugir. Muito piores. Não queria ver sua família ou amigos na mesma que ele. Por isso, trincou os dentes e aguentou um pouco mais. Só um pouco mais.

   Ele já podia ver aquela escuridão aproximando-se. Talvez pela última vez. Quando ela aproximou-se, a nuvem sombria dissipou-se, revelando uma garota. Uma garota surpreendentemente bela. O cabelo preso em uma trança perfeita. A pele branca e fria parecia ser feita de porcelana. Os olhos... Não existiam pupilas, era apenas um negro eterno. Assustador. O sorriso sádico, sanguinário. De um segundo para outro, a máscara caiu.           

  Seus dentes viraram presas, pontudas, bastante afiadas. A pele começou a ser puxada para trás, até o formato de o crânio ficar visível, apenas o osso, sem nenhuma carne. Os olhos sangravam. Em vez de braços, tinha asas feitas de pele. Asas que pareciam sangrar eternamente. Luke fechou os olhos.         

  - O tempo é chegado. – A voz conhecida lhe avisou. Doce. O hálito que cheirava a sangue o embriagou. O tempo é chegado. Encarou a morte, a reconhecendo, no ultimo momento.            

                                                                  ...            

   

  - Percy! – Annabeth gritava ao bater na porta do consultório dele. Thalia estava atrás, tremia. – Percy!           

   O Dr. Jackson abriu a porta. Uma jovem estava sentada. Annabeth a reconheceu como a paciente do quarto 935, Ally Shoew. Percy tinha uma expressão confusa no rosto. Trocava olhares de Annabeth para Thalia, não sabendo qual estava em pior estado.          

   - O que aconteceu? – Falou ao sair da sala e fechar a porta atrás de si. – Por que ela está tremendo?            

   - Ela o pegou. Thalia e eu o avisamos. E agora ela o pegou! – Annabeth estava desesperada.

   - Ainda com essa história? Annabeth! Luke está bem, está em casa, curtindo a folga. – Thalia, a forte e impulsiva Thalia, desabou. Caiu no chão, e começou a chorar. Dr. Jackson ficou perplexo.           

   - Não. – A loira o pegou pelo braço, guiando-o até o quarto de Thalia. Cartas estavam junto da mesa, de sua família, hoje era o dia de receber as correspondências do mês. Annabeth apontou. Foi aí que ele viu o pequeno pacote.     

     Escorria sangue da pequena caixa de papelão. Um tremor percorreu o seu corpo. Ele encarou Annabeth. Ela desviou o olhar, o medo em seu rosto. Percy deu passos lentos. Olhou o interior da caixa e deparou-se com apenas sangue. Sangue por todo lado. E um pedaço de cabelo de Luke Castellan boiando no rio de sangue. Percy desviou o olhar.     

                                                                  ...

  

   Mais uma vez a policia invadia o local. Mas Annabeth ignorava aquilo tudo. Estava sentada no consultório do Dr. Jackson. O encarava. Mas hoje, ele não tinha palavras. Seu amigo estava em algum lugar, em perigo, ou morto. Então ele levantou a cabeça repentinamente e fitou aquele par de olhos cinzentos.            

   - Desculpe. – Falou. – Ele era um grande amigo.      

- Isso é culpa dele. Eu o avisei. Thalia o avisou. Ele não nos escutou. – Annabeth falou fria. – Porque somos loucas.          

- Isso não é culpa de ninguém, apenas do louco que anda matando e agora raptando todos. – A voz dele era fraca. Annabeth abaixou os olhos.     

- Aqui não é mais seguro. Por favor, Percy... Saia daqui. – Uma lágrima singela rolou pelo rosto de Annabeth. – Eu te imploro.           

- Eu não posso abandonar tudo e todos por medo de cruzar com um assassino no corredor, Annabeth. Não sou covarde a esse ponto. Ficarei, preciso do emprego também. – Ele falou educado.         

- Então você é tão tolo quanto Luke Castellan. – Ela levantou-se bruscamente.

  - Você falara que Luke fora marcado naquele dia. Pela Morte. Por qual motivo? – Ele a olhava nos olhos.            

  - Por que Thalia descobriu a existência da Morte. Ela me contou.

  - Foi para punir Thalia? – Annabeth assentiu. Percy ainda a encarava nos olhos. – Mas ela te contou. Você também sabia da existência da suposta Morte. Por que ela não te puniu também?            

   Annabeth não o respondeu.     

                                                                  ...            

    

- Annabeth! Querida! Pare de correr! Venha aqui! – A mãe gritava para a criança que corria de lá para cá com uma boneca nos braços.  
   

  A criança logo veio de encontro com a mãe. A mãe por sua vez estava acompanhada por um homem que lhe dava medo. Annabeth estremeceu quando a mãe a mandara cumprimentar o homem. Mesmo com medo, ela o cumprimentou. Não seria uma menina ruim. Não daria motivos para a mãe tirar dela sua amada boneca. Não daria motivos para a mãe não se orgulhar dela.         
  

   - Então... O que acha? Ela não largou a boneca por um segundo desde que eu a lhe dei. – Annabeth ouvia atentamente a conversa, sem entender nada. Apertou a boneca contra o peito. – Quanto tempo mais será preciso? – Annabeth via agora que o pai chegara. Ele cumprimentou o homem e parecia ansioso para ouvir a resposta.       
   

  - Aprontem os objetos. E o pagamento. Não será mais preciso esperar. Posso ver a conexão. O ritual será realizado amanhã de manhã mesmo. – Ele sorriu. Annabeth teve vontade de chorar. Não sabia o motivo, mas aquele homem lhe trazia coisas ruins ao coração.        

                                                                  ...            

    

Thalia aguardava Annabeth em seu quarto. A sua amiga estava no consultório, e Thalia não queria ficar sozinha em seu quarto. Era triste demais. Encarava o teto rachado. Por vezes olhava pela janela. Encarava os enfermeiros no jardim e seu coração apertava. Ela sabia que ele não estava morto. Mas estava sofrendo. Se ele tivesse a escutado...            

Levantou-se. Dirigiu-se até o banheiro e lavou o rosto. Ela não deveria se culpar, não mesmo. Ela o avisara. Ele não escutara. Agora arranjaria um jeito de achá-lo e salvá-lo. Procurou superficialmente por uma toalha de rosto e não encontrou. Abriu o pequeno armário, remexendo para ver se a encontrava.            

  Encontrou algo muito diferente e curioso do que uma toalha de rosto. Com os olhos azuis elétricos curiosos e com uma expressão perplexa no rosto, Thalia Grace pegou a boneca de porcelana sem cabeça. Arrepiou-se.

  - Thalia. – A voz fria e doce a chamou. Virou-se e deu de cara com Annabeth Chase, com os olhos completamente negros.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Agora a coisa vai começar a ficar melhor >:)