Quando eu cheguei em casa ,  fui direto pra cozinha. Mas eu estava tão triste, que  até a cozinha trouxe algumas memórias a tona ...
Flash back

Era aniversário do Spencer. Nós tínhamos combinado de fazer uma festa surpresa pra ele, e eu fiquei encarregada de levar o bolo, mas ... Surpresa!  Eu esqueci totalmente.Eu devia ter ligado pra padaria um dia antes e encomendado o bolo, mas a festa era hoje à noite e não daria mais tempo.Eu decidi que eu mesma iria fazer bolo , então eu procurei uma receita bem fácil na internet e tive a sorte de já ter todos os ingredientes em casa. Tudo parecia certo, mas na prática... Bem, a massa do bolo não estava ficando leve e uniforme como a receita disse que ficaria. Eu tropecei com o saco de farinha na mão e voou farinha pra todo lado, sujando completamente a cozinha (e a minha roupa). Estava sendo um desastre, e eu fiquei com medo de não conseguir terminar à tempo. Eu precisava de ajuda ...
-Alô,baby ?
-Hey, princesa.
- Você tá ocupado ? Preciso da sua ajuda.
- O que foi ?
- Sabe a festa do Spencer ? Lembra que eu tinha que levar o bolo ?
- Deixa eu adivinhar ... você equeceu ?
- Sim. E agora eu estou tentando fazer o bolo eu mesma, mas não ta dando muito certo ... A Carly vai ficar uma fera comigo !
- Não se preocupa, baby. Eu estou indo aí. Vou te ajudar.
- Sabia que eu amo você?
-Sim, eu sabia. Até daqui a pouco.
20 minutos depois o Freddie chegou, e quando eu abri a porta pra ele ,e ele me viu toda suja de farinha, e o estado que a cozinha estava...
- Um furacão passou por aqui ? - ele perguntou,rindo.
- Não me zoa ! Eu estou tentando fazer o meu melhor ! Olha, - eu peguei a vasilha com a massa do bolo, que tinha ficado , finalmente, exatamente como a receita dizia, e mostrei pra ele. - Eu consegui ! A massa ficou no ponto certo ! - eu disse , toda orgulhosa. Eu peguei a colher e provei a massa. - Isso aqui tá uma delícia ! Quer provar ? - eu enxi a colher outra vez, e entupi minha boca com aquela massa dos anjos.
- Não ! Não come isso, Sam ! Você não pode comer a massa crua. Você vai passar mal !
- Não to nem aí. Isso aqui tá muito bom ! - eu disse,enxendo a colher outra vez.
- Me dá isso, Sam! - ele tentou tomar a vasilha de mim, mas eu fugi dele e escondi atrás da mesa.
- Você vai fazer gracinha ? Ok então, pode comer. Se você passar mal, eu não vou cuidar de você.
- Você vai cuidar de mim, sim.- eu disse pra ele.
-Ah , é ? E porque eu faria isso ?
- Porque você me ama , bobão.
- Eu não tenho mais tanta certeza disso. - ele disse, e de repente ele estava muito sério. - As vezes você age como uma criança, Sam, e eu estou ficando realmente cansado disso !
Aquilo foi como um tapa na cara. De repente eu senti um medo enorme de perdê-lo.
- Baby ... porque você está falando isso ?  Eu só estava brincando com você. Só te provocando. - eu pus a vasilha em cima da mesa e tentei abraçá-lo,mas ele se esquivou de mim. - Desculpa. Era só brincadeira. Não faço mais.
Ele foi pra trás da mesa, onde eu estava poucos minutos atrás, e pegou a vasilha com a massa. Um sorriso enorme brotou em seu rosto.
- Te peguei, patinho.
Eu fiquei furiosa.
- Você tava me enganando ? FREDDIE ! VOU TE MATAR !
- Eu só queria que você parasse de comer isso !
- Como você faz uma coisa dessa comigo ? Meu coração quase saiu pela boca !
De repente, eu comecei a chorar. De raiva por ele ter me enganado, pelo medo que eu senti por pensar em perdê-lo, de alívio por ser só uma brincadeira.
- Sam... não chora. - Ele veio até mim, me abraçando, fazendo carinho no meu cabelo. - Foi uma brincadeira idiota. Desculpa.
- Você realmente ..não tem certeza .. se me ama ou não? - eu perguntei entre soluços.
- Essa é a unica certeza que eu tenho na vida . Eu te amo , baby. Muito.
- Muito mesmo?
- Muito , muito, muito. - ele disse , limpando as minhas lágrimas. - Nunca, nunca, duvide do que eu sinto por você. Ok ?
- Ok. - eu disse , sorrindo e chorando ao mesmo tempo,e ele beijou a ponta do meu nariz.



Acabei não comendo nada. Fui direto pro banheiro tomar banho. Depois que eu terminei, fui pro meu quarto me vestir, mas tive uma surpresa.Minha mãe não estava em casa, mas ela havia deixado uma coisa pra mim em cima da minha cama.
Era um vestido. Claramente um vestido de festa. Era lindo, azul claro, modelo curto, com um grande decote nas costas. Havia um bilhete tambem, e eu reconheci a letra da minha mãe. "Bom baile". Eu devo ter esquecido de dizer pra ela que eu não ia, e ela me comprou esse vestido.
Eu acabei decidindo vestir ele, só por uns minutos. Quando eu me vi no espelho, fiquei surpresa - o vestido era mesmo lindo. Talvez um pouco justo e curto demais, mas mesmo assim .. era maravilhoso. Eu fiquei durante um bom tempo apenas olhando pro espelho, admirando o vestido, quando a campainha tocou. Fui abrir a porta.
- Oi.
- Freddie ? - O que ele está fazendo aqui ? ainda com a roupa do baile ? - Eu estava em choque.
- Posso entrar ?
- Ahh.. claro. Eu dei passagem pra ele entrar, e só ai ele reparou no meu vestido.
- Voce vai ... sair ? Com alguem ?
- Não. Só estava experimentando.
- Você está linda.- Ele disse , me olhando da cabeça aos pés.
- Esse vestido é curto demais. - eu disse.
- Ficou perfeito em você. - ele respondeu, encarando todo o meu corpo outra vez.
Senti minhas bochechas ficando vermelhas de vergonha.
- Então ... O que aconteceu ? Você não foi ao baile ?
- Não. Pouco depois que você saiu, o Brian apareceu, pedindo desculpas pra Carly, dizendo que amava ela... e você já sabe o final da hisória. Ela o perdoou. Eles foram juntos pro baile.
- Então a Carly finalmente conseguiu o que queria...
- Foi.
Nós ficamos em silencio. Eu não sabia o que dizer, porque ele ficava me encarando o tempo todo, e eu estava muito constrangida com isso.
- Sinto muito por você nao ter ido ao baile - eu disse, tentando quebrar o gelo.
-Tudo bem. Eu não estava muito afim de ir mesmo. Pelo menos, não com a Carly...
Otimo. Ele tinha ido ali pra me pedir conselhos sobre outras garotas ?
- Eu queria muito ter ido com você. - ele disse.
Por essa eu não esperava. Então a Carly tinha razão? Ele queria mesmo ir comigo ?
- Porque você não me convidou ? - eu não pude deixar de perguntar.
- Eu estava com medo de voce não aceitar. Sei que você recebeu muitos convites, e eu fiquei esperando pra ver se voce ia aceitar algum deles, e quando eu finalmente criei coragem, a Carly veio com essa historia ...
Droga, Benson, porque voce tinha que ser tão lerdo ? As coisas poderiam ser diferente.Mas agora é tarde demais.
- Eu teria aceitado. - eu disse.
Nós nos encaramos por um looooooongo tempo.
- Ainda dá tempo. - ele disse, sorrindo.
- Não dá , Freddie. Há essa hora o baile já está quase acabando...
- Nós não temos que ir lá. Vamos fazer o nosso baile. Aqui.
- Como assim ? Você é louco ?
 - Confie em mim. Você ... aceita ? Fazer o nosso baile ? Só eu e você ? - ele segurou minha mão.
Como eu posso dizer não pra você?
- Ok. Confio em você.
Ele beijou as costas da minha mão, antes de ir em direção ao som. Ele o ligou, e pôs uma musica muuuuito lenta. Comecei a sentir um frio na barriga. Depois ele foi em direção á luz, diminuindo-a ate a sala ficar quase escura. Depois ele voltou pra mim, segurando minha mão outra vez.
- Quer dançar ? - ele disse baixinho.
Eu apenas sorri, e coloquei  minha mão em seu ombro equanto ele envolvia minha cintura.
Nossos corpos mal se tocando, nós ficamos assim, balançando devagar de um lado pro outro, sem relmente dançar. A música acabou e outra começou, ainda mais lenta e mais romântica, e aos poucos nossos corpos foram se aproximando como se um imã nos puxasse, e quando eu dei por mim, nós estavamos totalmente colados um ao outro. Minhas duas mãos estavam em volta do pescoço dele enquanto as mãos deles seguravam com firmeza minha cintura. Nós nem nos demos o trabalho de fingir que estávamos dançando.Nossos pés nem se mexiam. Nós apenas ficamos ali, parados, abraçados, só nós dois. Nós estávamos sozinhos, na minha sala, eu estava descalço, mas e daí ? Era o melhor baile de todos.
Depois de algum tempo, a música parou. Eu queria muito ficar ali pra sempre, mas eu sabia que uma hora eu teria que voltar pra realidade.
- Lembra aquele dia, na escola ? Quando você me beijou ? - ele me perguntou
- Como eu poderia esquecer ? Eu tive que ter muita coragem pra poder fazer aquilo.
- Você sempre foi uma menina muito corajosa.
- Era outro tipo de coragem.
- E aquele dia, no elevador ? Você lembra?
- Mas é claro que eu lembro, Freddie. Foi quando nós terminamos.
E ainda é muito doloroso pensar naquele dia.
- Eu penso naquele dia todo o momento. Será que nós tomamos a decisão certa ?
Ele pôs as mãos no meu rosto, fazendo carinho na minha bochecha.
- Eu não sei. - foi tudo o que eu consegui dizer. Eu estava totalmente tonta, hipnotizada pelo seu toque no meu rosto.
- As vezes eu acho que nós tomamos a decisão errada. Porque se terminar fosse realmente o correto, então... porque eu não estou feliz, Sam? Por que eu sinto como se algo dentro de mim estivesse faltando ? Porque eu quero te beijar toda vez que eu te vejo?
Oh, meu Deus. Agora as mãs dele estavam no meu pescoço, no meu ombro, me massageando, me tocando. Eu não sabia o que dizer, porque ele estava me descrevendo. Eu me sentia daquela forma.
- Eu.. eu sinto exatamente a mesma coisa. Eu sinto a sua falta, sinto falta de nós dois,  juntos.
- Eu tambem, Sam. Não há um dia ... - ele pôs meu cabelo pra trás, dando um beijo no meu pescoço, e depois outro no meu ombro - .... que eu não sinta sua falta. Não há um dia que eu não pense em você antes de dormir.
 O toque dele, as palavras dele ... era tudo tão perfeito. Tão familiar. Só com ele, eu me sentia realmente bem. Porque eu era dele. Sempre fui. E ele era meu, também. Nós pertencíamos um ao outro.
- Diz pra mim, Sam. Aquelas três palavras . Eu preciso ouvir.
- Aquelas três palavras ? Eu te amo. Eu te quero. Volta pra mim. Preciso de você. Você e eu. Eu sou sua. Você é meu. Juntos, pra sempre. Qual dessas três palavras você quer,baby?
Ele sorriu e beijou minha testa.
- Eu quero todas essas palavras. E eu amo quando você me chama assim. Eu amo você, Sam. Eu amo você toda. Amo o seu sorriso.Amo o seu corpo. Amo o seu jeito. Amo o seu cheiro. Tudo, absolutamente tudo em você me faz bem. Me faz feliz. Nós não podemos mais...
- ... ficar longe um do outro ? - eu completei
- Exatamente. Nunca mais.
- Nunca mais. - eu repeti,e nós sorrimos um pro outro.
-Agora...- eu disse. - Aquelas duas palavras.
- Que duas palavras ? - ele perguntou, confuso.
- Me beija.