Black Butterfly escrita por Very Happy


Capítulo 4
Cap. 4: Acompte


Notas iniciais do capítulo

Ta ai mais uma.especialmente para Anjo Azul e Amina14



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Acordei de manhã bem cedo com os raios de sol que atravessavam
minha janela batendo em meu rosto. Percebi que havia dormido demais, pois o barulho das pessoas trabalhando lá fora já havia começado. Coloquei a mão em meu rosto para espantar a preguiça e me sentei na cama. Tirei a mão do rosto, mas continuei com os olhos fechados, simplesmente para me conformar que tinha de levantar. Abri meus olhos e levei o maior susto de minha vida.

Não estava em meu quarto e nem ao menos estava na minha casa. Onde estava era claro, EXTREMAMENTE claro. Tudo ali era branco: a cama, as paredes, o espelho,... tudo.

E então, eu me lembrei: perguntas, frio, um furacão, uma queda e
só. Mas ai me lembrei do detalhe mais importante: estava no banho. Rapidamente levei minhas mãos aos meus ombros mas percebi que não estava despida. Levantei-me e corri até o espelho. Estava linda (sendo bem modesta). Usava um vestido branco, todo branco, que ia da ponta de meus pés até o busto. Grudado neste, tinha uma linda renda que subia até meu pescoço e depois descia até a ponta do meu dedo do meio, onde ela fazia um lindo lacinho nas costas do dedo. Meus cabelos estavam soltos e levemente ondulados. Meus olhos continuavam azuis, mas brilhavam muito intensamente. Virei-me para a cama, onde se encontrava, ao lado
dela, uma pequena sapatilha com um minúsculo salto.

Olhava-me no espelho e não conseguia parar de me admirar. E então, mais uma vez, me lembrei: onde estava? Voltei-me para encarar novamente o quarto. O que estava fazendo ali? Porque fui sugada pelo ralo? Será que bati a cabeça?

E então, um ser entrou pela porta. Era pequeno, tinha uma pele
verde amarelada e um cabelo de um rosa bebê. Mas seus olhos foram o que me mais me chamaram a atenção: eram azuis iguais aos meus e, ao invés de pupilas redondas, suas pupilas me lembravam uma folha, uma pequena e simples folha.

– O que... – comecei, mas a “coisa” se aproximou de mim e começou a me puxar pelo vestido. - Não. – falei, mas ela continuava o ato.

Logo que vi que ela não iria me largar, deixei-me levar. Esta me puxou para fora do quarto e me levou por um corredor um tanto extenso. A cada passo, via-se uma porta diferente pelas paredes em meus lados. Viramos em um corredor no final deste e mais portas. Enquanto observava os quadros que haviam nas paredes, a “coisa” parou bruscamente me fazendo quase derruba-la quando consegui parar.

Tínhamos parado no fim daquele corredor , em frente a uma porta
grande e com uma pequena placa que dizia “CENTRAL”. A “coisa” bateu na porta bruscamente e quando parou esta se abriu, revelando uma sala de paredes brancas decoradas com desenhos que me pareciam ser gaviões. Entrei na sala e olhei para fora. Ela ainda estava. Sorrio e fechou a mesma. Virei-me e percebi que havia uma grande cadeira ao final da sala. A frente desta havia uma escrivaninha, onde se encontravam vários papeis organizados em um pilha no centro desta.

De repente, a cadeira girou e me revelou uma mulher, uma mulher
linda. Tinha cabelos curtos e repicados de uma cor vermelha bem forte. Seus olhos eram verdes esmeraldas e sua pele era mais clara do que minha. Trajava um uniforme vermelho e branco, que a valorizava muito. Enfim, estava linda.

–Você deve ser Sophia May, de 16 anos, certo? – ela perguntou sua
voz suave com uma pluma.

–Sim. –respondi.

–Ótimo. Já pegou seu material?

–Que material? -questionei.

Ela me encarou e fez uma expressão como de quem se lembra de algo.

–Ah, me esqueci. Você é da Terra.

Olhei confusa para ela. “Será que existe vida em Marte?”, pensei.

A ruiva se levantou e foi ao meu encontro. Parou de repente, puxou
minha mão e disse:

–Bem vida a Acompte.

Encarei-a com os olhos semicerrados. Acompte? Ela pareceu ler meus pensamentos, pois seu sorriso desapareceu e em seu lugar veio uma expressão preocupada.

–Venha comigo. – ela disse me puxando para fora da sala.

Saímos e seguimos para um jardim próximo. Era enorme e tinha
várias árvores. Mais a frente, apresentava-se uma espécie de quadra, só que bem maior do que uma de futebol. Era revertida por arquibancadas e tinha várias bandeiras com símbolos diferentes. Ouviam-se gritos e urros vindos de lá. Olhei para a ruiva que parou em frente a quadra.

–Bem, aqui é o coração de Acompte. É onde você e outros alunos
treinaram para o nosso torneio contra outras escolas..- ela disse.

–Mas, o que eu sou?- perguntei.

Ela rio animadamente, um sorriso saudável e gostoso.

–Você? Uma humana, mas diferente. – ela disse, ainda sorrindo.

– Diferente como?

– Você é uma xüsusi.

Mais uma vez, a encarei. Realmente estava achando que havia caído no banho. Onde já se viu? Acompte? Xüsusi? Devia realmente estar louca.

–Você está bem? – ela me perguntou.

–É só que... Isso é possível? – questionei, pondo as mãos na cabeça.

–Você humanos, acham que o mundo se resume ao que a ciência diz. Mas, Sophia, existe muito mais. O mundo é bem maior do que você pensa. Existem lugares no Universo nunca imaginados por vocês. E Acompte é apenas uma deles. – ela fez uma pausa, pegou minha mãos e disse. – O Universo é maravilhoso, e tudo que tem nele também é.

Fiquei me perguntando se aquilo era real. Mas as palavras dela me fizeram perceber que até o imaginável existe.

–Mas agora você tem que ir. Tem aulas para cumprir e deveres a fazer. Vá para seu quarto, busque sua bolsa e corra para a sala que estiver indicada em seus horários. Vá!

Ela soltou minhas mãos, e sem questionar, corri até o local de onde acordará. Mas antes de chegar ao corredor, ela gritou:

–EI! TENHA UM BOM DIA E NÃO COMA A SOPA DE REPOLHO DO ALMOÇO!!

Não virei nem nada, continuei a correr. Corria como se fosse chegar ao infinito. Virei no final do corredor e corri até a porta de onde sai, onde parei e belisquei meu braço. Doeu e mais nada. Aquilo era real. Acompte era real.






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Notas finais do capítulo

e então, o que acharam?