Black Butterfly escrita por Very Happy
Notas iniciais do capítulo
Ta ai mais um viu.
Especialmente para a Amina14.
Cheguei ao meu quarto bem mais rápido do que imaginava.
Assim que abri a porta levei um susto: havia duas figuras sentadas em minha cama, mas logo percebi que eram meus pais.
- Pai! Mãe! Onde estavam? – perguntei, indo ao encontro deles e abraçando-os.
- Calma, querida! – tranquilizou-me minha mãe – Demoramos pois
fomos levar seu tio ao médico. Acho que ele anda comendo demais.
- Bem, mas ele está bem? – perguntei, sentando-me na poltrona ao lado de minha cama.
- Está, está. Só que vai ter de começar uma dieta. – falou meu
pai, com um leve sorriso no canto da boca.
Ficamos em silêncio durante um tempo. Parecia que ninguém
tinha nada para conversar. Mas logo minha mãe quebrou o silêncio:
- Bem, querida, não queríamos lhe incomodar com isso hoje
mas acho que quanto mais cedo melhor né?
-Claro quanto mais cedo melhor né? – repeti.
- Bom, então, Sophia, você sabe que daqui há alguns dias você
terá de assumir todos os bens da família, certo? – começou meu pai.
-Sei, claro. Tanto é que é por isso que estou estudando
como agir e tudo mais.
- Exatamente, mas – ele fez uma pausa, olhou para minha mãe e depois voltou-se para mim – Sabe o que significa tudo não é querida?
Comecei a me preocupar.
- Bom,... seria as empresas e a casa, certo? – perguntei
- É, e um pouco mais. – falou minha mãe.
- Quanto mais? – questionei.
- Digamos que tudo o que fazemos. – completou meu pai.
- O QUE? – falei (mais alto do que pretendia), me erguendo da cadeira. – Como assim “tudo”? Quer dizer que vou ter que sair por ai para ir para reuniões, demitir pessoas legais,...
- Acalme-se querida! – interrompeu-me minha mãe. – Ainda iremos
lhe ajudar mas sabe que não somos mais tão jovens como você, certo? Logo acham que estamos meio que ... Ultrapassados.
-Como assim?
- Bem acham que não temos mais ideias como antes, que não
somos mais tão bons.
- Mas, isso não faz sentido. Vocês são ótimos no que fazem.
- Obrigado! – agradeceu meu pai, sorridente. – Mas os “superiores
a nós” não acham mais.
- Mas e eu? Como fico?
- Iremos ajuda-la. Prometemos...
Neste momento, Ruan abriu a porta e disse que tinha pessoas
esperando meus pais lá embaixo.
Eles me olharam, cautelosos, e eu logo acenei com a cabeça.
Quando estes saíram, corri para o banheiro e tranquei a
porta. Me encostei na parede e olhei meu reflexo no espelho. Milhares de
perguntas explodiam em minha cabeça. Me despi e liguei o chuveiro no mais frio que tinha. Entrei debaixo d’ água e ali fiquei.
Perguntas ainda invadiam minha mente. “Como me relacionar
com superiores? Como...”. A água batia em minha cabeça e logo fechei meus olhos fortemente para tentar fazer com que aquelas perguntas vazassem por algum lugar em minha mente, mas de nada adiantou. “Será que eu posso falar normalmente? Qual...”.Começara a tremer por causa da temperatura da água mas não me importava. “Como? Como? Como?”. E então aconteceu.
Como um furacão, fui engolida pela água. Senti meus joelhos
serem preenchidos por ela e não pude abrir os olhos. Prendi a respiração
enquanto a água cobria meu rosto. Prendi o máximo que pude e quando não aguentava mais, cai.
Senti a grama arranhar minha pele de leve. Ouvi vozes ao
longe e, por brechas bem pequenas de meus olhos, vi pequenos vultos ao longe. E então, a escuridão me tomou.
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e então,o que acharam?
postem comentarios.