Lies. escrita por bbelieve


Capítulo 28
Capítulo 25 - We don't know what can happen...


Notas iniciais do capítulo

desculpem a demora, espero que gostem do capítulo, beijos!



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 Quer dizer que esse era o importante acontecimento da noite?

            Saí da casa de Pattie correndo com se não houvesse um amanhã, não sei de onde surgira tanto folego, só sei que passava ruas, avenidas e eu continuava correndo. Atravessava as ruas sem ao menos olhar para ver se vinham carros.Até que decidi parar na beira da rua, em frente à uma lanchonete.

 A rua não tinha movimento algum, poucas pessoas passavam por ali. A luz era fraca e hora ou outra o sino da porta da lanchonete soava, fazendo parecer um filme de terror.

           Aliás, parecia mesmo que eu estava em um filme de terror. Seria que já estaríamos num final? E então tudo que senti durante este mês voltou, todas as bobagens que tive vontade de fazer começaram a flutuar novamente pela minha cabeça.

            Sofrer por amor. Morrer por amor. Tenho certeza que quando as pessoas ouvem isso logo pensam “Ah, que bobeira! Tá precisando é crescer e parar com essas palhaçadas.” Ou “As pessoas tem que aprender que na vida nem tudo é conto de fadas.” Se tivermos que aprender ou não, eu acho que estou aprendendo, e da pior forma possível.

            Às vezes acontecem coisas na nossa vida e a gente pensa que tudo vai ser melhor, que todas as mudanças serão boas, que tudo vai dar certo. Mas claramente, não é assim! Desde que saí do Brasil, tudo tem dado errado, tudo mesmo. Apostas, brigas, sofrimento e tudo mais. E tudo é culpa desse cantorzinho que acha que é o centro do universo, quer dizer, eu não culpo só ele, mas a mim também. Como que eu pude gostar dele? Como eu posso gostar dele? Ele é a pessoa mais falsa que já vi na minha vida. Em pensar que algum dia pensei que ele fosse diferente dos outros, pensei que ele realmente se importasse com os fãs, pensei que ele não era igual todos os outros artistas que só se preocupam com dinheiro, fama e prêmios. Mas claro que não! Ele é exatamente igual a todos eles, se não for pior. Tudo que ele mostra na TV, nos holofotes é mentira. Tudo é mentira. Ele é uma mentira.

            Depois de provavelmente horas, eu continuava sentada na rua, e as lágrimas caiam duas vezes mais, eu podia ouvir meu soluço ecoar dentre aquela rua ou avenida, tanto faz, silenciosa. Sua voz escoava junto aquela frase milhares e milhares de vezes pela minha mente.

- Te odeio. Te odeio. Te odeio. Te odeio. – comecei a digamos que, gritar. Não tão alto.

- Uhh, parece que alguém enlouqueceu de vez. – ouvi um voz falar e logo rir, atrás de mim. Me virei, ainda chorando, e vi Albert. Quem infernos é Albert? Simplesmente o garoto mais chato e ridículo de todo o mundo, depois de Justin, claro. Ele é um garoto nojento da minha escola, ele é um drogado que não sabe fazer nada além de importunar as pessoas que estão ao seu redor. Ele age como se fosse o maioral, sendo que não passa de um drogadinho babaca.

- Vai a merda e me deixa em paz, Albert. – falei voltando meu olhar para a rua deserta.

- Claro que eu posso te fazer companhia, sem problemas algum, Juju. – ele disse, dando uma gargalhada e se sentando ao meu lado.

- Me deixa em paz. Não quero sua companhia. – me levantei e comecei a caminhar. Que garoto estúpido.

            Caminhei no sentindo contrário de casa. Eu não iria voltar pra casa agora, e quando voltasse iria arrumar minhas coisas e ir morar com meu pai. “E não há ninguém nesse mundo que vá me impedir”, pensei. Caminhava sem pressa, e mesmo que tivesse, eu não conseguiria correr, estava morrendo de dor nas pernas!

            Se eu olhasse no relógio, teria certeza que carro nenhum passava em um intervalo de cerca de 30 ou 40 minutos. Pois, eu estava caminhando há mais de uma hora. E apenas uns dois carros haviam passado. Me oferecer carona? Não, claro que ninguém ofereceu! Quem ofereceria, aliás?

- E lá vem outro. – falei comigo ao ver o farol de algum carro iluminar a rua atrás de mim.

            Me surpreendi ao ver ele parar, mas não tomei nenhuma atitude, apenas continuei andando.

- Ei, garota! – ouvi uma voz rouca, apenas olhei para trás para encara-lo. Por mais que eu não devesse nem olhar, nem falar, nem nada, a curiosidade falou mais alto.

            Depois de encara-lo, voltei a andar, sem nada dizer. E pelo canto dos olhos o vi entrar no carro e dirigir ao meu lado. Eu estava ficando com medo! Por que infernos aquele homem estava me... seguindo? Se ele quisesse ajudar, falaria, não ficaria andando com o carro ao meu lado. Virei o meu rosto para olha-lo, e percebi que ele intercalava o olhar entre a estrada e em mim. Também percebi que ele mantinha um sorriso no canto dos lábios, me apavorando ainda mais.

            Pensei em correr, mas iria ser pior.

- O que foi, hein? Por que você está me seguindo? – gritei.

- Uau! – ele disse debochado e parou o carro. – Só quero ajudar.

- Aham, sei. – falei e continuei andando.

- É sério! Entre no carro, eu te levo pra casa, ou sei lá pra onde você quer ir. Não precisa ter medo, ok?

- Não estou com medo. – falei. Tá, eu estava MORRENDO de medo, mas ok.

O carro insistiu em me acompanhar. Ele me encarava, como se não tivesse nada melhor pra fazer. Eu com certeza não sabia o que deveria fazer.

- Olha, eu sei que você não tem motivos pra confiar em mim – ele começou a gritar. – Mas eu não vou te machucar. Só quero te ajudar.

Sua voz me acalmou de alguma forma, ele acabou me convencendo. Olhei pra ele. A luz no local não ajudava muito, mas eu conseguia sentir ele meio tenso.

Eu me rendi entrando no carro. Não sei o que seria pior se eu ficasse andando pela estrada sem destino com aquele homem me seguindo, ou entrasse no carro sem a certeza se sairia bem dele. Não que eu me importasse, eu realmente não estava me importando com nada que poderia acontecer. Estava com um pouco de medo ainda, eu confesso, mas não me importava.

            Me sentei ao seu lado e ele me encarou, ainda com aquele sorriso debochado no canto dos lábios. Ele aparentava já ter seus 26 anos, ou algo parecido. Mas não tinha um rosto velho, ao contrário, seu rosto era jovial – tanto que eu não me surpreenderia se errasse nas contas, e descobrisse que ele tinha seus 19 anos. E de um jeito totalmente estranho, ele me lembrava o Justin. Não sei por que, mas lembrava. Ainda mais com aquele estúpido sorriso e aquela voz rouca que soava hora ou outra, me fazendo perguntas. Tá, chega.

- Julie? – a voz rouca soou novamente, me tirando dos meus pensamentos.

- Oi. – respondi.

- Eu te perguntei pra onde vai, onde quer que eu te leve.

- Ah sim. – parei pra pensar. Apenas um lugar ele poderia me levar, pra casa. Mesmo que eu não quisesse ir para lá, não havia outro lugar. – Pode ser pra casa. Só que é no outro sentindo, desculpe.

- Sem problemas. Que desculpa o que, menina! Nada disso.

- É sério. – me virei de lado, o encarando, enquanto ele encarava a rua a sua frente, depois de uma pequena manobra para pegar o outro sentindo. – Você está me ajudando e ainda deixei você pegar um bom caminho no sentindo errado.

- Sem problemas! – ele disse sorrindo. – Então, por que você estava andando por aí?

            Fitei minhas pernas, e ele percebeu que eu não queria falar, mas ele também não protestou nada, dizendo que eu poderia ficar quieta. Ele apenas deixou que o silêncio continuasse. Depois de alguns minutos, pude ver o centro da cidade, e logo ele tomou a rua que eu indiquei.

- Que horas são? – perguntei. O medo que eu sentia já havia desaparecido, ele não iria fazer nada comigo, estava tão na cara! O sorriso debochado já havia sumido, e eu percebi que ela estava fazendo aquilo somente para me apavorar. Era como se ele fosse um daqueles garotos da faculdade ou do ensino médio da minha escola, que adoram pregar peças nos outros.

- Quatro. – ele respondeu calmo.

- QUATRO? Meu Deus! – só daí que fui encarar o céu, e percebi que mesmo escuro, não era aquele escuro de algumas horas atrás. Ele riu pelo nariz, devido a minha reação. – Então, senhor risonho e gentil que me deu uma carona, ainda não me disse seu nome, sabia? – perguntei dando um risinho, descontraindo um pouco. Eu ainda estava mal pelo acontecido, eu ainda queria sumir pra sempre, mas estava um tiquinho melhor.

- Jason, prazer. – ele disse soando encantador. Eu jurava que no lugar dele havia parecido o Justin, e ele estava se apresentando com outro nome. Eu jurava! Sua voz havia soado mais rouca do que as outras vezes. – É teu normal parar e ficar encarando as pessoas? – ele deu uma gargalhada que me fez ter vontade de agarra-lo e beija-lo. ‘O QUE INFERNOS ESTÁ REALMENTE ACONTECENDO?’, penseigriteicomigo.

- Não, não...quer dizer, eu só estava pensando. – me enrolei, e voltei a olhar para frente, encarando a rua que era iluminada pelo farol do carro. – Vira na próxima direita. – Ele assentiu.

            Estava encarando as minhas unhas, então um farol forte ao meu lado, me assustou. Logo em seguida ouvi uma buzina soar alto, e então barulho de pneus freando contra o chão, e o silêncio. Só então senti uma pancada forte na traseira esquerda do carro, nos assustando e me fazendo gritar. E assim, tudo foi mais rápido ainda, olhei para o lado pedindo a Jason uma explicação, mas ele estava desacordado. Me apavorando a cada milésimo de segundo que passava. Como se não pudesse ficar pior, o carro que estávamos foi lançado contra uma barreira, e meu corpo foi para frente. Bati fortemente contra o para-brisas , e senti meu corpo rodar várias e várias vezes, não era meu corpo que estava sendo rodado, era o carro. Eu não tinha forças para gritar, eu não tinha como pedir socorro, ou ajuda. Uma força desconhecida tentava de todas as formas fechar meus olhos, mas eu não queria deixar. Queria encontrar meu celular pra ligar e pedir ajuda, mas não era possível, eu estava presa de uma forma que nenhuma parte do meu corpo mexia.

            Eu estava prestes a fechar meus olhos, cedendo á força desconhecida, quando ouvi barulhos do que pareciam sirenes, e elas se aproximavam mais e mais. Fechei meus olhos, tentando descansar um pouco, para assim recuperar minhas forças e pedir ajuda. Sentia lágrimas molharem minha bochecha, e caírem sobre alguma parte do meu corpo, parte essa que eu não fazia ideia qual ser. Ainda acordada, ouvi vozes próximas a onde estávamos, várias vozes, aliás. Puxei todo o ar dos meus pulmões, peguei toda a vontade que eu tinha de sair dali, e tentei gritar, pedindo ajuda. Mas a única coisa que saiu foi um fala baixa, quase num sussurro, dizendo “Socorro.” Agradeci mentalmente por estarem quietos quando meu breve sussurro saiu, e se eu pudesse, teria pulado de alegria ao sentir alguém colocar o rosto perto de onde eu estava e falar:

- Tem alguém aí? Vamos, a gente te ouviu, apenas fale de novo para podermos ter certeza de onde você está.

            Juntei todo o resto de forças que me mantinha acordada e soltei um breve ‘aqui’. E logo a voz soou novamente, e alguém tocou, de alguma forma, a minha mão.

- Sabemos onde você está, apenas fique calma, vamos te tirar daí.

- Jason...- sussurrei tentando dizer pra tirarem ele dali também. Fechei os olhos me entregando a completa escuridão, desejando que nos tirassem logo dali.

*leiam as notas finais [[IMPORTANTE]]


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Notas finais do capítulo

Sei que vão querer me matar pelo capítulo, e ainda mais pelo seguinte. Se antes eu estava demorando, agora ainda mais!
Só vou postar com, pelo menos, 10 reviews. Sério! E se quiserem, uma recomendação seria ótima! :)
10 reviews sim, sei que dá, por que eu tenho QUARENTA leitoras, qual é?! Não é difícil, não.
É isso.
Ah, hoje vou começar a atualizar o KCAR. Se quiserem, podem dar uma olhadinha: keepcalm-and-read.tumblr.com