Depois do encontro minha mãe me fez mil e duas perguntas. E ainda fez questão de que o Ryan fosse à minha casa pedir pra nós namorarmos oficialmente, na frente dela. Tipo, oi mãe? E a pior parte é que ele adorou a ideia e realmente a colocou em prática. Não preciso comentar que quase morri de vergonha, certo? Certo. Esses dois ainda vão me matar, estou sentindo isso.

Acho que ainda não comentei que hoje é véspera de natal... Pois então, HOJE É VESPÉRA DE NATAL! Eu amo Natal, não só pelos presentes, mas sei lá, é uma data tão importante. A parte ruim é que grande parte das pessoas sempre esquecem o real significado do Natal, o porquê de reunirmos as famílias, de darmos e recebermos presentes.

Enfim, nós vamos comemorar o Natal ‘do jeito brasileiro’. Aqui a maioria das famílias vão para a igreja na noite de véspera de natal, e só abrem os presentes no outro dia. 

Nós vamos fazer bastante comida (amo comida natalina, por favor, boa demais!), vamos fazer uns joguinhos e quando der meia noite vamos trocar os presentes. Vai ser bem legal, eu acho. E vai ter mais gente do que eu havia dito antes. Agora, a família da Isabella também vai vir, já que os avós dela não puderam ir pra casa dela, e os pais dela também não podem ir ver os avós dela. A família do Ryan também vai vir. Minha mãe semana passada acabou conhecendo a mãe do Ryan, e agora elas estão virando amigas, sendo assim, elas resolveram juntar todo mundo pro natal.

- Sabe que você vai arrumar isso tudo depois, né? - minha mãe falou logo atrás de mim, fazendo com que eu olhasse a mesma. Ela estava comentando sobre o estado do meu closet. Haviam roupas estavam jogadas por todo canto, sapatos estavam espalhados, haviam algumas caixas de joias pelo chão. Estava uma bagunça!

- Pois é. – falei me sentando no chão. – Não sei qual roupa usar hoje, tem aquelas que eu comprei semana passada, mas sei lá.

- Escolhe qualquer uma, tenho certeza que vai ficar bom. - ela respondeu calma.

- Quem dera fosse assim. – respondi mexendo em uma das caixas de joia, que estava jogada no chão.

- Tá. Agora vou voltar ao trabalho, por que daqui a pouco o pessoal está chegando aí. – ela saiu do meu quarto. Trabalho? Que trabalho? O pessoal que ela contratou está fazendo toda a comida, a decoração nós já arrumamos há um tempo, não tem mais nada pra fazer!

Quando repeti na minha mente a última parte que ela disse “daqui a pouco o pessoal está chegando aí.” Comecei a surtar. Havíamos marcado pra eles chegaram às sete e meia, e já eram quase seis. Eu ainda tinha que fazer um monte de coisas!

Me levantei e comecei a olhar as roupas novamente, olhei para um vestido que eu havia comprado na semana passa e pensei “É esse.” Espero que esteja bom o suficiente, sempre sou muito desconfiada em relação ao que eu visto, acho que isso já é notável.

Depois de separar a roupa, o sapato, etc; os coloquei sobre a minha cama, e voltei ao closet para arrumar o mesmo. Coloquei tudo no lugar, e me surpreendi, nem parecia que a pouco tempo estava uma bagunça. Olhei no relógio de sempre, e o mesmo marcava 06:15PM. Saí correndo pro banheiro pra tomar banho.

Fiquei certo tempo no banho, seria difícil eu não conseguir ficar pronta em 1 hora e 15 minutos! Saí do banho, e voltei ao meu quarto. Primeiro eu iria arrumar meu cabelo, depois minha maquiagem e depois eu iria me vestir. Sequei meus cabelos, e depois fiz alguns cachos nas pontas. Depois fiz minha maquiagem, o mais natural possível. E logo vesti minha roupa.

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- Julie, já está pronta? – minha mãe gritou do andar de baixo.

- Quase! – respondi colocando uma pulseira. Olhei pro relógio e eram sete e cinco. Fiz uma careta, até que eu havia demorado um bocado.

Me olhei no espelho, e aprovei o que vi. A roupa havia ficado boa, o cabelo estava lindo e maquiagem estava ótima, nem parecia que eu a havia feito. Sorri para o meu reflexo e peguei meu celular em cima da cama. A casa estava quieta, ou seja, acho que ninguém havia chegado.

Fui até o quarto da minha mãe e ela não estava lá, previ que ela estava no andar de baixo, e a encontrei ajeitando a árvore, melhor, colocando alguns presentes na árvore.

- O meu está aí, né? – perguntei rindo, e ela olhou pra mim.

- Não, não está. Esse ano não deu pra comprar nada. – ela fez uma cara de decepcionada. E eu ri pelo nariz. Ela acha que me engana. Todo ano ela faz isso, e acaba me dando um presente melhor que o outro.

-Ah sim, que pena então. – fiz uma cara triste entrando no jogo dela. E logo nós rimos.

- Claro que está, né. Aff, eu nunca consigo te enganar!

- Quem sabe no próximo ano? - falei a abraçando.

- Você está linda, ela sorriu.

- Você também! – dei um sorrisão, e ela riu. Ela estava realmente linda.

A campainha tocou e nós duas fomos até a porta, minha mãe abriu a mesma. E logo pude ver o Ryan, seus pais e o Joe. Fiquei surpresa pelo Joe ter vindo, pensei que ele iria ficar com a Emily e sua família. Mas que bom que ele veio!

- Entrem! - minha mãe falou dando espaço pra eles entrarem. Todos estavam vestidos muito bem, como sempre. O Ryan estava simples e lindo, mais do que de costume. Ele usava calças jeans largas e uma blusa clara. Minha mãe cumprimentava a todos, e fui falar com o Ryan.

- Você está linda, Ju. – ele disse me abraçando.

- Obrigada, você também. – falei e ele juntou nossos lábios. 

- O casalsinho vai ficar nisso a noite toda, mesmo? – me separei dele, e olhei para Joe que havia feito a piadinha sem graça.

- Chato! – dei língua e ri.

- Boa noite também, Julie. – ele disse rindo.

- Ei, pode deixar eu curtir minha namorada, por favor? – Ryan disse me puxando pra junto dele, e eu dei um tapa em seu ombro. Nós três rimos, e o Joe foi ficar junto do pessoal.

Logo o Carlos, o Enrique, a Isabella e a família dela chegaram, nós ficamos todos na sala conversando.

Havia uma mesa próxima à sala, cheia de comida, desde doce à salgados, estava tudo realmente bom. A noite estava sendo maravilhosa, acho que nunca ri tanto em um dia só. Nós passamos o resto da noite jogando jogos de tabuleiro, cartas, Xbox, cantando músicas e até uma competição de dança nós fizemos. Coisas muito comuns em uma noite de natal, sabe? Estou sendo irônica, claro!

Eu estava sentada no braço do sofá, próxima a minha mãe, e a mesma conversava com a mãe do Ryan e a mãe da Isabella. Já posso ver que esse agora vai ser O grupinho, e ainda tem a Pattie pra se juntar a elas. Já que a Pattie e minha mãe parecem até irmãs. Que saudades dela, viu. Seria bom se ela estivesse aqui, mas tenho que certeza que ela está adorando e aproveitando muito o natal com a família dela, ela sentia tanta falta deles.

Olhei ao redor da sala, notando o que cada um fazia. Os homens estavam conversando entre si, e quando eu digo homens, excluo o Joe, o Carlos e o Ryan, já que o Joe estava mexendo no celular, provavelmente conversando com sua namorada, o Carlos estava com a Isabella, e o Ryan estava sozinho encostado na janela. Voltei o olhar pra minha mãe, e me concentrei em seu relógio de pulso que marcavam 11:54PM. Faltavam alguns minutos para o natal.

- Gente, faltam minutos para meia noite, fiquem atento, ein? – falei e todos riram. Fui até o Ryan, e o mesmo parecia não ter sentido minha presença, parecia estar com os pensamentos em outro planeta.

Encarei a rua pela janela, totalmente escura, a única coisa que a iluminava eram os piscas piscas colocados nas casas para enfeitá-las. A neve deixava a frente das casas e parte da rua toda branca e escorregadia.

- O que foi? – perguntei ao Ryan o tirando de seus pensamentos, sejam lá quais eram eles.

- Nada, nada. – ele disse e virou-se para mim sorrindo.

Ficamos conversando quando o Enrique chamou atenção de todos, avisando que era meia noite. Daí já viu, foi todo mundo se abraçando, desejando feliz natal e afim.  

Ficamos abrindo os presentes um tempão, comentando sobre os mesmos, e logo todos já estávamos mortos de cansados. Se eles pudessem, tenho certeza que cada um deitaria em um canto e ficaria por lá mesmo. Mas como eles não podiam, todos nós nos despedimos, quer dizer, eles ainda estavam se despedindo e eu estava em um canto com o Ry.

- Boa noite, mô. – o Ryan disse me abraçando, e riu. Palhaço, eu sabia que não deveria ter o ensinado a falar ‘mô’ – ele falava mesmo ‘mô’, tipo em português. Não existe apelido entre namorados que eu mais odeie do que esse. É tão... cafona.

- Idiota! – falei. – Boa..- ele me interrompeu, me beijando. Suas mãos estavam nas minhas costas e as minhas ao redor do seu pescoço. Ele sorriu entre o beijo, me fazendo sorrir também. Que amáveis nós, não? – Noite. – continuei assim que nos separamos. E nós rimos.

- Feliz Natal, Ju.

- Feliz Natal, Ry. – nos despedimos e ele foi embora.

Todos finalmente foram embora. Que triste, estava tudo tão quieto agora. Por favor, voltem! Podem dormir aqui, eu deixo, podem até dormir no meu quarto, eu também deixo. Okay, chega de drama. O celular da minha mãe tocou em cima do sofá e ela correu para atender o mesmo.

- Ah, Oi Pattie! Como estão? – minha mãe disse sorridente se sentando no sofá, me sentei ao seu lado. Eu podia ouvir a voz da tia Pattie no outro lado dizendo que estava bem e que morria de saudades. Que fofa!

- Que bom! Nós estamos bem também, e também estamos com saudade. – minha mãe disse de volta.

- É, aqui a mesma coisa. Ei, Julie quer falar com você. – pedi minha mãe que me deixasse falar com a tia Pattie.

- Oi tia!!! Que saudades!- falei animada enquanto minha mãe se levantava e ia até a cozinha.

- Estou com saudade também, querida. Como você está, ein? – sorri ao ouvir ela me chamar de ‘querida’. Ela sempre me chamava assim. Fofa demais!

- Estou bem, muito bem! E você? – respondi.

- Bem também.– ela respondeu. E eu pude ouvir uma outra voz falar com ela, era o Justin. - Ei, o Justin quer falar com você. Feliz natal, viu querida? Manda feliz natal pra Cláudia também, que vocês tenham um ótimo dia. Amo vocês!

- Ah, tá bom, tia. Feliz natal pra vocês também.

- Obrigada.

- Nada.

- Hey, Julie! – ele disse. Quanto tempo fazia que eu não ouvia a voz dele? Bastante tempo, eu acho. Talvez desde aquele dia no shopping.

- Uhm... oi Justin. – respondi desanimada.

- É que, uuh, desculpa por ter te tratado mal naquele dia no shopping, tá? Não foi minha intensão, eu só não estava bem.

- Ah que isso, tá tudo bem, já passou. – falei como se não desse anima. Como se aquilo não tivesse me afetado de forma alguma.

- Que bom então. É uhhm, feliz natal. – ele disse, por fim.

- Feliz Natal pra você também, tchau. – respondi, e desliguei o celular.