Lágrimas por Amor escrita por Aki Nara
Kenzo terminou a consulta de um paciente e enquanto aguardava o próximo, telefonou para o celular de Umi, queria saber se estava bem, ela não parecia saudável e isto o preocupava.
– Alô! Umi? – houve um longo suspiro antes de ouvi-la.
_ Oi.
_ Tudo bem? Onde você está?
_ Surgiram alguns problemas e eu vou ter que ficar fora por alguns dias. Tudo bem, amor?
_ Claro! – ele suspirou mais aliviado ao ouvir o tom carinhoso. – Quantos dias?
_ Ainda não sei, mas ligo quando souber.
_ Reclamarei com Daichi se passar mais de dois dias.
_ Sou paga para isso – riu sem graça. – Não ouse falar com ele.
_ Está bem. Sentirei sua falta, amor – deixou-se expressar o que sentia.
_ E eu de você – a voz expressava tristeza e acrescentou surpresa – Amor? Que lindo! Você nunca me chama assim...
_ Não faça eu me arrepender – ele estava completamente acanhado e sem jeito. – Volte logo.
_ Aham! Beijos.
_ Beijos.
Ele acabava de desligar o celular quando a enfermeira entrou para anunciar um novo paciente.
_ Doutor Kaneshiro, o próximo paciente já está esperando. Mando-o entrar? Aqui está sua papeleta.
_ Claro! – assim que ele leu o nome se levantou para recebê-lo.
Não era mais um garoto. E isso o deixou aflitivo. Agora falariam de igual para igual.
_ Asuka! – disse apreensivo –Faz muito tempo. Como vai?
_ Estou bem – apertou a mão estendida.
_ Devo acreditar que isso é uma visita médica? – sentou-se novamente na poltrona atrás da mesa de escritório
_ O que você acha? – Foi irônico.
_ Bem. Marcou uma consulta – encarou-o de frente.
_ Queria surpreendê-lo!
_ E conseguiu! Mas poderia ter me telefonado e marcar um encontro.
_ Fiquei com medo de não ser recebido? – não poderia ter sido mais direto.
_ Por conta de quê? – Kenzo tentava enxergar a conversa.
_ Umi.
_ Nós estamos juntos – respondeu após uma breve pausa.
_ Eu sei.
_ Não vejo onde quer chegar, Asuka.
_ Quero chegar a um lugar comum.
_ Deixe de enigmas e vá direto ao ponto.
_ Desejo a felicidade dela tanto quanto você.
_ Ah! Você sabe de algo que eu não sei?
_ Sim.
_ E vai me contar? – preocupado ergueu a sobrancelha.
_ Apesar de ter prometido a ela que não. Preciso lhe contar.
_ Tem tido contato com ela?
_ Tenho. Continuamos amigos.
_ Ela não me contou.
_ Creio que não diria. Principalmente por causa do motivo que me trouxe aqui.
_ Você poderia esclarecer?
_ Há seis meses eu a encontrei no hospital onde trabalho aos prantos.
Kenzo apenas franziu a testa.
_ Ela não queria revelar o motivo de seu sofrimento e eu praticamente a obriguei que contasse.
_ Asuka, tira os pormenores e chegue ao fato. – Kenzo estava impaciente ao extremo.
_ Umi foi ao cardiologista e me mostrou os resultados.
_ E?
_ Não eram favoráveis, mas o médico prescreveu um tratamento inicial a base de medicamentos.
_ Quem é o médico?
_ Akira Nishimura.
_ Ele é o melhor – disse mais aliviado. – Mas ainda não entendo porque está aqui.
_ Não houve melhoras e ele pediu um novo exame. Ela deveria voltar hoje, mas não foi receber os exames.
_ Por favor... Não faça suspense. Eu não quero saber como conseguiu o diagnóstico dos resultados. É isso que quer me dizer não é?
_ Umi vai precisar de um transplante.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!