Terra Das Sombras escrita por AkireBell, -thais-estrela-


Capítulo 9
Pipoca, filmes, revistas e..Fantasmas! Parte Final


Notas iniciais do capítulo

Yoo'
Finalmente chegamos a ultima parte desse mega capítuloo..
espero que gostem e que leiam as notas finais.
Capítulo postado e feito por: AkireBell (com uns pitacos da -thais-estrela-)



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- Chegamos com a pipoca! – gritava Temari aos quatro ventos enquanto Sasuke fechava os olhos e soltava um meio sorriso, já sabendo que a nossa conversa só seria concluída mais tarde.

Olhei para ele pedindo desculpas com o olhar e fechei os olhos por um momento para só depois virar na direção de onde vinha a voz, encontrando uma Temari com a boca cheia de pipoca e uma Hinata atolada de tigelas. Não teve como eu não soltar um sorrisinho nervoso. A verdade é que a última coisa que eu queria agora era ter que aturar essas “peças”, afinal, o assunto que eu tenho com o Sasuke é muito mais interessante que essas garotas malucas. Hinata se sentou no outro sofá antes de falar.

- Vem aqui Sakura-san! Tem duas tigelas de pipoca cheias! Quer uma? – perguntava com a sua voz doce. Ela era a única do nosso estranho grupo de amigas que não era tão maluca, na verdade ela era a mais calma de todas nós, por isso eu ainda tinha esperanças de que meu dia não fosse tão exaustivo quanto eu pensava que seria. Mas nada é como imaginamos e eis que todas as minhas esperanças de que esse milagre acontecesse foi por água abaixo quando ouço a dona da voz mais estridente de todas que estavam naquela sala chegar gritando feito uma louca.

- Alguém aí tem o número da polícia? – Ino estava ofegante, mas mesmo assim a sua voz saiu altíssima, até mais que o normal – Um desgraçado de um moleque mais barbeiro do que eu arranhou a tintura da minha moto! – terminou olhando para nós com uma cara de demônio que devia assustar até exorcista.

- E pra isso precisa chamar a polícia? – falou Temari com um sorrisinho sarcástico – Sente a aqui e relaxe mulher! Você é tão jovem e bonita. Ficar se estressando só vai fazer dar rugas nesse seu rosto que você tanto presa – terminou abanando as mãos com os olhos fechados. Ela sabia, mais até do que todas nós, o ponto fraco da Yamanaka e soube explorá-lo perfeitamente bem.

- É sim Ino-chan, é só uma criança. Vai ver ele não fez por mal – disse Hinata com um tom bem delicado como já era de costume. Ela era o oposto irremediável da Yamanaka.

- É, acidentes acontecem. Deixa de ser paranoica porquinha! – queria por um fim em toda aquela conversa fiada e deixar espairecer todos os problemas que me cercavam – Vamos logo assistir esse filme. Já estou ficando irritada – terminei cruzando os braços e fechando os olhos para comprovar a minha irritação.

Temari, que era encarregada de trazer os filmes, correu para a cozinha e voltou com um ar divertido e uma sacola volumosa em mãos. Havia um grande número de DVD’s, mas a variedade de temas era bem limitada sendo quase toda sobre ninjas e samurais. Às vezes fico me perguntando sobre o porquê dela ter nascido com um útero.

- Então... você preferem “O mestre das armas” ou “Karatê-kid”? – falou a Sabaku estendendo os braços com as capas dos filmes citados. Tinha uns vinte filmes, porém era óbvio que ela já havia escolhido os dois como únicas opções.

- Você tem aí “Kung-fu Panda”? – Hinata se manifestou. Como alguém pode ser tão inocente? Olhamos para ela um tanto descrentes, pois ela estava falando sério.

- Acho que não, Hina-chan – Ino logo respondeu e se virou para Temari – Tema, você  não trouxe alguma coisa mais feminina, não? – ela é sempre tão direta... – Não quero ver cabeças cheias de sangue voando. Desse jeito vou acabar vomitando toda a pipoca! – gritou pelos quatro ventos que nem uma cacatua no cio (?). Ela NÃO consegue ser discreta.

- Tem uma comediazinha romântica bem sem graça – o desprezo pelo vídeo era notável em sua fala – Tenho certeza de que não vão gostar de assistir essa porcaria. É recheada de clichês chatos e baratos – concluiu já descartando o romance, mas ao olhar para a nossa expressão desesperada ela levantou-se do sofá e foi pegar o filme dentro da sacola.

Mesmo com toda a relutância da garota, assistimos àquele filme mesmo, por ser o único que sem lutas. E uma coisa eu tenho que dizer: ela tinha TOTAL razão quanto aos clichês. Era tão previsível que dava vontade de vomitar, mas mesmo assim assistimos.

 No meio da trama senti minha garganta seca pelos quitutes salgados e me dirigi à cozinha para molhar um pouco o bico e para não assistir mais aquele filme maldito.

A geladeira estava abarrotada de pacotes coloridos com balas e mashmallows trazidos pelas garotas. Como ninguém é de ferro, roubei alguns deles só para matar a vontade. Peguei uma garrafa grande com água e me servi em um pequeno copo de vidro. Ao guardar a garrafa, ouvi um ruído.

- Ino, também quer água? – perguntei pegando os doces que tinha “roubado” e colocando dentro do copo para logo depois fechar a geladeira e virar-me na direção do som. Sempre fui muito boa em adivinhações, cheguei até a ganhar corridas de cavalos com meus palpites, mas dessa vez eu havia errado.

Um par de olhos claros me fitava, assim como quem olha só por curiosidade, mas dessa vez não eram os tão conhecidos olhos azuis de minha melhor amiga que me fitavam, era o mesmo rapaz que vi antes, naquele mesmo dia. Ruivo, de traços firmes, com trajes um tanto antiquados, marcado pelo brilho forte característico dos mortos. Foram essas as informações que consegui até que este desaparecesse novamente. Recuperei-me rapidamente e me direcionei para a sala com o copo cheio de doces em mãos, mas uma voz, grave e macia, me fez cuspir os mashmallows que ostentava em minha boca.

- Suas amigas precisam de auxílio de profissionais – Sasuke comentava atrás de mim, fazendo com que eu tivesse o quarto momento de surpresa do dia. Ele tinha um dom especial para dar sustos! – Por isso você é assim, não é? – ao me virar, comprovei meu palpite: ele estava escorado na geladeira e me analisava com um quase imperceptível sorriso lateral. Aquela visão me fez ficar com mais raiva dele.

- E se fosse? O que isso tem haver com você? – gritei baixinho (?) com ele. E posso dizer com total orgulho que o susto que ele pegou foi muito lindo. Se ele não estivesse morto, uma foto renderia muitas gargalhadas. Mas ele foi rápido, logo se recuperou do susto, endureceu a expressão e falou de forma rude.

- Tem TUDO haver! Esqueceu que eu estou convivendo com você agora? Imagina se essa sua maluquice é contagiosa e eu fico doidinho da silva também? – olhei incrédula para ele. Ele estava tirando uma com a minha cara?

- O que, Sasuke? Bebeu? Fumou plástico? Desde quando loucura é contagiosa? – questionei-o com um sorriso incontido que teimava em se formar em meu rosto.

- A há! Ta vendo? Admitiu que é louca! Sabia que você era louca, sempre soube! – falou com um sorriso tão grande que mal cabia na cara. Devo resaltar que ele tem dentes muito bonitos (ou tinha né? Já que está morto).

- Era um plano seu né? Só pra fazer eu dizer o que você queria, certo? – ele assentiu – Tudo bem, sou louca mesmo, mas pelo menos sou uma louca feliz! – terminei pegando uma jujuba e colocando na boca enquanto ostentava um sorrisinho.

- É, que bom pra você – era notável o desinteresse do indivíduo – Agora me diga uma coisa... Que horas essas garotas vão embora? Elas não calam a boca um segundo sequer e eu quero conversar com você depois – falou ficando com uma expressão neutra.

- E por que não agora? – direcionei-me à uma cadeira no canto da cozinha para sentar-me nela, porém a voz grave de Sasuke me impediu de concluir meu gesto.

- Porque não podemos, pelo menos não com pressa ou com o risco de sermos interrompidos – ele apontou o polegar para a sala – Mais tarde, quando elas forem embora, eu volto – terminou com um leve sorriso que por si já colocava um fim a conversação e se virou para o outro lado, para poder se desmaterializar, porém, antes de ele desaparecer, eu me lembrei de algo e o chamei novamente. Ele se virou para mim e arqueou uma das sobrancelhas negras.

- O que foi? – olhei para ele e logo obriguei-me a por as palavras para fora.

- É só que... – não sabia como começar – Hoje mais cedo eu vi um outro fantasma aqui, só que ele não veio falar comigo, apenas ficava atrás da Hinata, me olhando de forma fixa – olhei para ele a fim de ver sua expressão e vi que ele parecia interessado no que eu estava falando – Você acha que ela é assombrada? – terminei desviando o olhar daqueles olhos negros penetrantes.

- Bem, explicaria muito sobre o jeito dela – fiz cara feia pra ele e ele tratou logo de continuar – Mas não creio que seja esse o caso. O meu palpite é mais ousado e posso até arriscar dizer que é inusitado, mas não impossível – parou para me deixar curiosa.

- E qual é ele? – perguntei com a curiosidade já me remoendo.

- Acho que ela pode ser uma mediadora, como você – falou com a voz séria demais, mas seu rosto não mostrava a mesma seriedade.

- Perai! A Hinata? Mediadora? Impossível! Ela trabalha no necrotério junto comigo, sabia? Lá tem MUITOS fantasmas e se ela fosse mesmo mediadora, teria pelo menos se livrado de algum em vez de deixar todo o peso e o trabalho pra mim! – terminei convencida. A Hinata pode ser um pouco na dela, mas mediadora eu sei que ela não é.

- Já que você tá dizendo... Quem sou eu pra duvidar? – se deu por vencido – mas isso não vai me fazer desistir de procurar o tal fantasma, vai que ele sabe alguma coisa sobre a Hina, não? – assenti, mas a minha mente estava em outro plano... Ele havia mesmo chamado as Hinata de “Hina”? Que foi isso? Acho que meus ouvidos me pregaram uma peça, mas mesmo assim fingi não ter ouvido nada, apenas me recompus e ouvi o que ele terminava de falar – Como ele é?

- Ele quem?

- O fantasma, Sakura! – ele falou com impaciência.

- Ah ta. Deixa-me ver... Ele é alto, ruivo, tem olhos verdes e roupas muito antigas, além de, claro, ser muito bonito – descrevi o cara como eu me lembrava e pude notar que ele ouvia tudo com demasiada atenção, como se aquilo fosse de suma importância, mas ao ouvir a palavra “bonito”, a carranca se formou.

- Ruivo, alto, roupas velhas e olhos verdes. Não vou esquecer. Mais alguma coisa? – perguntou de forma ríspida.

- Acho que só – terminei imaginando mais uma vez o garoto e comprovando que nada mais precisava ser acrescentado.

- Então ta. Mais tarde eu volto – e dessa vez ele nem fez o favor de se despedir. Apenas se foi e me deixou lá, atônita.

O que havia sido aquilo, afinal? Ele foi embora tão rápido que chegou a me assustar. Será que ele ficou bravo comigo por algo que eu disse? Acho que sim, mas a questão é: com o que?

...

Argh! Sabe o que ele é? Ele é estranho, isso sim!

Decidi, depois de muito divagar, voltar para a sala e esquecer um pouco esse incidente. Esse dia era para eu me divertir, não era? Então não iria ser um fantasma bitolado que iria acabar com meu momento de diversão com minhas amigas, não mesmo!

Por isso, quando cheguei na sala, desliguei a TV e chamei a atenção das meninas que me encaravam confusas e assustadas.

- Vamos fazer algo mais interessante? – comecei com a voz um pouco alta – Esse dia é pra ser divertido e, francamente, assistir filme não é bem a minha ideia de diversão – terminei decidida. Ino, que estava arrasada com o filme mais que qualquer uma de nós, foi a primeira a levantar e afirmar a minha sugestão.

- Eu dou total apoio! Esse filme tá me dando dor de cabelo – falou massageando as madeixas. Olhei pra ela assustada. Desde quando cabelo dói? Mas decidi não falar nada... a Yamanaka consegue ser mais pirada que eu.

- Eu também! Falei que essa comédia era uma merda! – manifestou-se Temari com um sorriso convencido. Revirei os olhos e olhei para Hinata que parecia ser a única que estava gostando do filme.

- E você Hinata? Topa fazer outra coisa? – perguntei esperançosa e fazendo carinha de gatinho do Shrek. Ela, vendo que não tinha opção, assentiu. Ino deu uns pulinhos desnecessários e todas nós nos dirigimos à cozinha. Porém, quando cheguei lá, meu coração falhou uma batida. O mesmo garoto de ainda a pouco estava lá, parado, olhando diretamente para mim como se só agora percebesse que eu podia lhe ver. Seus olhos me analisaram com desinteresse e seu rosto mantinha sempre a mesma expressão vazia.

Olhei para as garotas que conversavam em frente ao armário e decidi tirá-las dali.

- Meninas, você podem ir lá pra sala? Eu preciso ir ao banheiro e você não precisam me esperar. – falei de forma suplicante. Elas me olharam um pouco confusas, obviamente estranhando o fato de eu tê-las chamado para a cozinha e logo após as mandado voltar para a sala. Mas nenhuma delas questionou, apenas Ino que disse que precisava dar uma olhada na sua moto.

Quando finalmente a cozinha esvaziou-se, decidi ir direto ao assunto com o defunto. Virei-me para ele e falei:

- Quem é você e o que você quer? – fui logo direta, enrolar muito só ia fazer demorar mais e tempo era o que eu menos tinha nesse momento. Ele apenas suspirou e, como se custasse muito esforço, respondeu:

- Quem eu sou não lhe diz respeito e o que eu quero está lá na sala – terminou apontando para o longo corredor que levava ao local onde Hinata e Temari estavam. Arregalei os olhos e o olhei de forma acusadora.

- Você sabia que isso é errado? – minha voz subiu uns 20 tons, mas em nada se comparava a expressão de surpresa que tomou conta do rosto do “sem nome”. Parecia que eu tinha tirado as roupas bem ali na sua frente.

- Isso o que? – perguntou ainda em confusão.

- Isso o que você está fazendo! – gritei ainda mais com o indivíduo. E a confusão dele parecia aumentar ainda mais a cada vez que abria a boca para falar. – Assombrar as pessoas! Se você quer ser notado, me perdoe, mas a sua chance já acabou quando você morreu! – conclui diminuindo um pouco o tom de voz, mas ainda deixando o tom de desagrado presente nela. Ele levantou uma de suas sobrancelhas ruivas antes de falar.

- Eu não estou assombrando ninguém – esclareceu em um tom calmo até demais.

- Não? – perguntei meio atônita e um pouco envergonhada. Quero dizer... Eu gritei com o cara por motivos não existentes. – O que você quer então? – foi inevitável não fazer a pergunta. Eu queria saber a razão dele seguir Hinata para todos os cantos.

- Digamos que essa pessoa me deve favores – ele falou com um quase imperceptível sorriso, mas ao ver meu espanto, suspirou de forma pesarosa e tratou de ser mais claro – Eu preciso de serviços, que você, por também ser mediadora, deve prestar, e essa pessoa está me ajudando. Ela é a minha mediadora – concluiu de forma simples. Mas pra mim isso passava longe da calmaria. Como assim “mediadora”?

- Espera um pouco! – dei uma longa suspirada antes de prosseguir – Você está dizendo que a minha amiga, Hinata, é uma mediadora? Como eu? – terminei esperando o “sim”, mas a minha surpresa maior foi ver ele arregalar os olhos e negar com a cabeça.

- Hinata? Não, não! – negou novamente, só que dessa vez com as mãos – estou falando da Ino, aquela loira com problemas nos neurônios – terminou com um suspiro e um leve sorriso. Aquilo era demais pra mim.

Eu não podia acreditar no que meus ouvidos estavam ouvindo... A Ino? Minha melhor amiga, era uma mediadora? Como eu?

Como eu não havia percebido isso antes? Como?

Minha mente estava como um turbilhão e meu corpo estava começando a sentir as consequências de tantas surpresas em um único dia.

Minha cabeça começou a rodar, um enjoo terrível me apossou e a última coisa que eu lembro era de olhos verdes me fitando.


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Notas finais do capítulo

Desculpa a demora e o tamanho do capítulo.
Mas as provas chegaram e tomaram quase todo o meu tempo.
Só tive tempo agora :)
..
Elogios, críticas e sugestões são bem vindas...
Espero reviews *---*
Kisses e fiquem com kami.