Capítulo 4:  Beco Diagonal.

No capítulo anterior...

[...] “Sapphire, você é adotada.”

[...] “O que aconteceu com meu irmão?”

[...] “é a sua vez de ir para Hogwarts.”

Agora...

         Sapphire L. Cullen Potter

Minha mãe me entregou a carta, e eu sabia que no momento que a abrisse, minha vida estaria completamente mudada.

—Obrigada – disse-lhe pegando o envelope, ele era grosso e pesado, feito de pergaminho amarelado e endereçado com tinta verde-esmeralda. Não havia selo. Quando virei o envelope, vi um lacre de cera púrpura com um brasão; um leão, uma águia, um texugo e uma cobra circulando uma grande letra ‘H’.

Ergui a carta para poder ler o endereço em tinta verde:

Srta. S.L.Potter

Segundo andar, Quarto com porta Vermelha.

Rua Whistler Blackcomb, 12.

Wiltshire.

Forks.

Eu puxei a carta, e li em voz alta:

ESCOLA DE MAGIA E BRUXARIA DE HOGWARTS

Diretor: Alvo Dumbledore

(Ordem de Merlin, Primeira Classe, Grande Feiticeiro, Bruxo Chefe, Cacique Supremo, Confederação Internacional de Bruxos)

Prezada Srta Potter,

Temos o prazer de informar que a V.Sa.tem uma vaga na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Estamos anexando uma lista dos livros e equipamentos necessários.

O ano letivo começa em 1º de Setembro. Aguardaremos sua coruja até 31 de julho, no mais tardar.

Atensiosamente,

Minerva McGonagall

Diretora Substituta.

—O que eles querem dizer com “aguardaremos sua coruja”?

—Quer dizer que eles aguardam sua resposta, dizendo se vai ou não à Hogwarts, a decisão é sua. – Disse Jasper.

—Eu decidi que vou. Precisamos enviar a carta.– disse-lhes.

—Não, não precisamos, como eu previ que você iria, já respondi a carta de Dumbledore. – Alice.

—E isso quer dizer que iremos ao Beco Diagonal! – continuou Alice quase cantando as duas últimas palavras. – Compras! EBA!

—Então vamos que nossa viagem é longa, iremos até Londres. Arrume suas malas Sapph, partiremos ainda hoje.

Assenti e subi para fazer minhas malas, como não sabia quanto tempo iria ficar, optei por colocar na mala todas as minhas coisas.

—Eddy, Emm e Jazz, subam aqui agora! – gritei para eles depois de tudo pronto.

Eles subiram na velocidade da luz, preocupados, mas quando viram as malas, gemeram e exclamaram ao mesmo tempo:

—Ah não Sapph! Por favor.

—Parem de reclamar e desçam logo com as malas. – falei – Quem cala consente.

Eles suspiraram, e resignados, assentiram.

Depois disso fomos direto para o aeroporto e pegamos um voo direto para Londres, quando chegamos fomos para o The Langham Hotel. Tudo o que pude fazer foi simplesmente cair na cama e dormir.

Acordei cedo na manhã de sábado, e embora soubesse que já era de dia, continuei com os olhos bem fechados. “Foi só um sonho” disse a mim mesma com firmeza. “Sonhei que os Cullens não são minha família biológica, que sou uma bruxa e que vou pra uma escola de magia, quando eu abrir os olhos, estarei em casa, no meu quarto, em minha cama.”

Quando abri os olhos, percebi que meu desejo não fora realizado, tudo era verdade. Tudo o que podia fazer era me conformar, e fazer a higiene matinal. Depois fui me arrumar e optei por algo simples e confortável, já que iria ter um dia e tanto hoje.

Saí do quarto e bati na porta onde estavam meus pais.

—Que horas podemos descer? Já estou pronta e morrendo de fome!

—Chame os outros, seu pai está terminando de se arrumar e aí desceremos para tomar café. – respondeu Esme.

Assenti e chamei o resto da família e descemos para tomar café.

—Termine logo Sapph, temos muito o que fazer hoje, vamos comprar todo o seu material escolar.

Eu estava pensando no meu material e imaginando se era igual aos filmes, e me ocorreu que eu não tinha dinheiro para comprar isso.

—Hum... Pai?

—Sim, querida? – respondeu Carlisle.

—Não tenho dinheiro nenhum, e com certeza eles não usam libras como moeda. – falei.

—Não se preocupe com isso querida, você acha que seus pais não lhe deixaram nada? E além disso, você tem a nós, ou esqueceu que somos vampiros e não envelhecemos, acumulamos muitas coisas durante esse tempo, uma delas foi o dinheiro. – ele replicou.

—E onde eles guardam esse dinheiro?

—Esse é o ponto, nossa primeira parada vai ser em Gringotes. O banco dos bruxos. – papai falou, quase admirado.

—Bruxos têm bancos? – perguntei perplexa.

—Só este. Gringotes. É administrado por duendes.

—Duendes? – Agora ele ficou louco, primeiro vampiros, depois bruxos, e agora duendes, o que mais existe? Fadas? Papai Noel?

Edward ouvindo meus pensamentos, deu uma risadinha. Eu revirei os olhos, não leia meus pensamentos, Eddy. Ele apenas me lançou um olhar divertido, e a muito custo consegui erguer um paredão entre a minha mente e a dele.

—É, é por isso que só um louco tentaria roubar um banco, é o que eu lhe digo. Nunca se meta com duendes, Sapph. Gringotes é o lugar mais seguro do mundo para qualquer coisa que você queira guardar bem, com exceção de Hogwarts, talvez.

—Por que só um louco tentaria roubar Gringotes?

—Feitiços... encantamentos. Dizem que há dragões guardando os cofres de segurança. E depois é preciso conhecer o caminho. Gringotes fica embaixo de Londres, centenas de quilômetros abaixo, entenda. Mais fundo que o metrô. Você morreria de fome tentando sair de lá, mesmo que conseguisse pôr as mãos em alguma coisa.

—Você já terminou? – assenti. – Então vamos. É aqui perto. – falou papai.

Quando saímos, fazia um dia nublado e escuro, logo hoje, só porque eu iria comprar meus materiais.

—Você guardou sua carta querida? – perguntou Esme.

Eu tirei o envelope de pergaminho da bolsa que estava carregando.

—Ótimo. Aí tem uma lista de tudo o que você vai precisar.

Desdobrei um segundo pedaço de papel em que não reparei na noite anterior e li:

ESCOLA DE MAGIA E BRUXARIA DE HOGWARTS

Uniforme

Os estudantes do sexto ano precisam de:

As roupas do aluno devem ter etiquetas com seu nome

Livros

Os alunos devem comprar um exemplar de cada um dos seguintes:

Livro padrão de feitiços (6º série) de Miranda Goshawk

História da magia de Batilda Bagshot

Teoria da magia de Adalberto Waffling

Guia de transfiguração para iniciantes de Emerico Switch

Estudos avançados no preparo de poções de Libatius Borage

Mil ervas e fungos mágicos de Filida Spore

Animais fantásticos e seu habitat de Newton Scamander

As forças das trevas: Um guia de autoproteção de Quintino Trimble

Outros Equipamentos

1 varinha mágica

1 caldeirão (estanho, tamanho padrão 2)

1 conjunto de frascos

1 telescópio

1 balança de latão

Os alunos podem ainda trazer uma coruja OU um gato OU um sapo.

LEMBRAMOS AS PAIS QUE OS ALUNOS PODEM USAR VASSOURAS PESSOAIS.

—Podemos comprar tudo isso em Londres? – perguntei a mim mesma em voz alta.

—Se você souber aonde ir – respondeu Alice.

Eu nunca estive em Londres antes. Minha família, parecia saber aonde ia. Passamos por livrarias e lojas de música, lanchonetes e cinemas, mas nenhuma loja parecia vender varinhas mágicas. Aquela era apenas uma rua comum cheia de gente comum. Seria realmente possível que houvesse montes de ouro dos bruxos enterrados quilômetros abaixo dali? Haveria realmente lojas que vendessem livros de feitiços e vassouras?

—É aqui – disse Esme parando – O Caldeirão Furado. É um lugar famoso.

Era um barzinho sujo. Se Esme não tivesse apontado, eu nem teria reparado que existia. As pessoas passavam apressadas, nem olhavam para aquele lado. Os olhos delas corriam da grande livraria a um lado à loja de discos no outro  como se nem conseguissem ver O Caldeirão Furado. Na verdade, eu tive a sensação muito estranha de que somente minha família e eu éramos capazes de vê-lo. Antes que pudesse comentar isso, Emmett me empurrou para dentro.

Para um lugar famoso, o Caldeirão era muito escuro e miserável. Tinha um homem, Tom, pelo que dizia no crachá, o estalajadeiro, enrugado e sem dentes. Ergueu a cabeça, esperançoso quando o grupo entrou, mas, antes que pudesse falar, Jasper anunciou:

—Só estamos de passagem, Tom, você poderia abrir para nós? Negócios de Hogwarts, você sabe como é.

Tom assentiu com tristeza e nos guiou, passamos pelo bar e saímos num pequeno pátio murado, onde não havia nada exceto uma lata de lixo e um pouco de mato.

—Três para cima... dois para o lado... – murmurou Tom. – Certo, cheguem para trás.

Tom bateu na parede três vezes com a ponta da varinha. E o tijolo que tocou estremeceu, torceu-se. No meio apareceu um buraquinho, que foi se alargando cada vez mais. Um segundo depois se viram diante de um arco bastante grande até para um urso, um arco que abria para uma rua de pedras irregulares, serpeava e desaparecia de vista.

—O Beco Diagonal. – disse Rose.

Nós atravessamos e paramos olhando para todos os lados. O Beco Diagonal, um lugar que eu imaginava feliz, alegre, cheio de pessoas perambulando, como um shopping, não era nada do que pensei. Os arranjos coloridos e brilhantes nas vitrines exibindo livros de feitiços, ingredientes e calderões para poções que imaginei estavam ocultos por grandes cartazes de Ministério da Magia.

—Onde estão as pessoas? Eu pensei que fosse um lugar alegre, e não mórbido como esse.

—Ou estão escondidas, ou foram sequestradas, ou mortas. – respondeu Edward.

—Porque? Por quem?

—Agora não é hora, temos que nos apressar. Depois lhe contaremos. – disse Carlisle.

Enquanto andávamos, víamos vitrines cobertas com anúncios do Ministério, fotos animadas de pessoas foragidas com aparencia doentia, mas a que me chamou a atenção foi uma mulher, aparentemente 34 anos, Belatriz Lestrange. Uma sorveteria estava fechada com tábuas. Haviam várias barracas de aspecto miserável ao longo da rua. A mais próxima, instalada à porta da livraria Floreios de Borrões sob um toldo de listras manchado, exibia um letreiro de papelão:

                       Amuletos: Contra Lobisomens, Dementadores e Inferi.

—Vamos por aqui, temos que pegar seu dinheiro.

Havia lojas que vendiam vestes, lojas que vendiam telescópios e estranhos instrumentos de prata que eu nunca vi antes, janelas com pilhas de barris contendo baços de morcegos, olhos de enguias, pilhas mal equilibradas de livros de feitiços, penas de ave para escrever e rolos de pergaminhos, vidros de poções, globos, etc...

—Gringotes – anunciou Emmett.

Continua...