Uma Louca No Rangers escrita por milacristhine


Capítulo 13
Ruivos


Notas iniciais do capítulo

Desculpa mesmo por demorar galera.
não briguem comigo buáá



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/214606/chapter/13

Abri os olhos com uma sensação de dejávu. . Abri os olhos olhando para as paredes de tijolos, a cama que não é nem um pouco parecida com a minha.

Pois é, sabe quando a pessoa está feliz e triste ao mesmo tempo? Então, eu não sabia até agora.

Sabe quando você dorme tarde e acorda cedo demais, aí parece que o sono se acumula no seu peito e você tenta voltar a dormir e não consegue e aí você levanta, e tonteia, e cai na cama e aí consegue voltar a dormir, só que fica com frio e aí você descobre que a vida é uma droga?

Pois é, aconteceu comigo também.







—Camila acorda.— Sabe o que é acordar com mãos lhe chacoalhando delicadamente, só que você NÃO quer acordar? É uma droga.

—Mas eu não quero ir pra aula. A professora persegue-me, sério!—

— É? O que ela faz?—

—Eu não sei, mas se quiser faltar à aula ponha a culpa na professora.

—É bom saber disso.

Abri os olhos. Era com a mãe da Ashley que eu estava falando.

Droga.

Ashley estava no canto do quarto, longe da mãe. É, essa desculpa não ia colar.

—Já estou levantando.—

—É, o sol já esta alto.

Olhei pela janela e observei o sol.

—Ainda esta baixo.

—Não para vocês. Pra escola. Já.

Arregalei os olhos. É regra todas as mãe serem assustadoras? Qual é o livro que elas leem que dura milênios? Fala sério, quem manda os “papos” pra elas?

Murmurei um “ok” baixinho e fui me arrumar.






—Por que demorou pra acordar?—

—Porque eu acordei, não consegui dormir, voltei a dormir, fiquei com frio porque não tinha me embrulhado, e aí voltei a dormir pra valer.—

—Sabe, você podia ter me falado como faltar aula sem falar pra minha mãe antes.

—Pelo menos eu falei depois e não antes.

—Como assim?

— Se você tivesse faltado à aula com essa desculpa antes, eu ia terminar contando e você estaria ferrada.

Ela ficou calada por um tempo.

—Acho que com “ferrada” você quis dizer “encrencada”, não é?

—Meus parabéns, você já aprendeu a minha língua.

—Isso vai fazer-me ficar que nem você?

—Para sua grande sorte não. Já pode comemorar.

Ela levantou um braço e fez a dança da vitória que eu tinha feito quando a convenci de me deixar fazer uma trança embutida nela. Doida.

—Esqueça o que eu falei você está igualzinha a mim.

Eu a impedi de bater a cabeça na parede, porque estávamos na rua. Sim, ela fez a dança da vitória na rua. Foi medonho, mas eu já fiz pior.







Quando chegamos à escola, fui até o local e procurei o caderninho do John, por que foram essas as instruções que eu dei a ele.

— Ele está levando isso a sério, não é?— Ashley comentou quando falei que John tinha conseguido aprovação e que ia por em ação o plano para arrecadar dinheiro para poder comprar tudo.

Já falei com o barão, e ele disse que providenciaria tudo. Mas obrigada por já ter pensado numa outra alternativa.

Deixei no mesmo lugar e começamos a falar sobre os cinco irmãos da Ashley.

—Você tem dois irmãos morenos e dois loiros, é isso?

—É isso mesmo.

Virei-me para ela e ficamos frente a frente. Pus a mão no seu ombro e disse que não me importaria de ser sua cunhada.

Ela me analisou.

—É sério?

—Me importaria se fosse agora, mas daqui a uma década, talvez...

Eu realmente esqueci-me que nessa época as pessoas se casavam cedo.

Como chegamos cedo, ela ficou me falando das qualidades dos seus irmãos.

Três deles estavam no primeiro e segundo ano da escola de guerra, e o quarto iria para ela no ano seguinte.

E sim, os que estavam no primeiro ano eram gêmeos, e o pai influenciara todos eles

—E o bebê?

O sorriso dela esmaeceu um pouco.

—O bebê é ruivo.

Só eu boiei?

—E daí?

—Daí que o papai é loiro e mamãe é morena. Não tem como o bebê ser ruivo, a não ser que...

Ela soluçou.

—Tenho tanta vergonha da mamãe por isso.

Depois me contou que quando o cabelo do bebê nasceu ruivo, o pai acusou a mulher de adultério na frente dos filhos.

—Ela nega, é claro, e então papai disse que se ela desse a criança para um fazendeiro, tudo voltaria a ser como antes.

Ela ficou calada por um tempo e com o olhar parado.

—Mas ela se recusou. E desde então ela passou a servir como criada. Papai até paga ela.

Depois de alguma relutância, ela me contou aos sussurros:

—Tem dias que o papai passa a noite fora, e só volta de manhã. Mamãe chora a noite inteira por causa disso. Ultimamente ela tem chorado todas as noites. Só ontem que não, porque ele achou que seria uma afronta fazer isso com uma visita em casa.

Demorei um pouco pra entender.

Sem o mínimo de conhecimento em genética, as pessoas não sabiam que a pessoa ruiva é híbrida, portanto o cabelo vermelho é uma mistura de loiro e moreno, e que o verde dos olhos também é uma mistura de azul e castanho, e que duas pessoas não-ruivas podiam ter filhos ruivos se fossem heterozigotos, e se o gene recessivo fosse o do rutilismo.

Mas sabiam que se tivesse uma pessoa ruiva na família, poderia ter descendentes ruivos.

—Ashley, você tem um livro mostrando sua árvore genealógica?

.................................................................\O/..................................................................................


Depois da aula voltamos para a casa da Ashley e perguntamos à mãe dela onde estava o livro com a árvore genealógica. Bom, eu perguntei, porque a filha se recusava a falar com ela, assim como se recusava a chegar perto dela. Da Sr.ª Morgan só aceitavam seus serviços.

Ela pegou o livro para nós e saiu rápido do quarto da filha, como se fosse uma criada, e sem falar nada. Só pra constar, Ashley é a única filha.

— O que estamos procurando?

— Bem, todos dizem que a Sr.ª Morgan traiu o seu pai, mas ela nega isso, não é?

—Bem, como qualquer uma.

Ashley estava de costas para a porta, então não podia ver que sua mãe estava parada, ouvindo tudo, e que enxugou as lágrimas depois de ouvir isso.

—Bem, você acredita?

Ela hesitou por muito tempo, e quando começou a se virar a Sr.ª Morgan saiu de lá. Depois Ashley se levantou e fechou a porta.

—Não.

—Então vamos achar algum parente ruivo.


Procuramos o livro todo e não achamos nada. Depois eu resolvi que não havíamos procurado tão bem assim, e procuramos tudo de novo. Adivinha? Pulamos uma página! E nesta página estava o parente ruivo da Sr.ª Morgan.

Ficamos tão felizes que fizemos a dança da vitória.

Agora só faltava achar o parente ruivo do pai dela, pra não deixar dúvidas.

De novo, era eu quem perguntava onde estava o livro, mas Ashley deu um sorriso para a mãe.

No quarto da Ashley passamos mais duas horas folheando tudo. Com ele achamos vários parentes ruivos.

Uhu! Dança da vitória de novo!

Já estava escurecendo quando a Sr.ª Morgan disse que tinha um homem me esperando.

Era Will. Me despedi da Ashley, que estava combinando tudo com o irmão dela.

—Alyss ficou preocupada. Você não disse aonde ia.

—Foi melhor para ela e para mim esse dia longe.

—O barão marcou o dia. Daqui a uma semana. Também vai ser um jantar. Só vamos contar para Alyss depois.

—Esta bem.

—Entre e vá direto para o seu quarto. Não fale muito com ela.

—Esta bem.

—Boa noite.

—Boa noite Will.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

vamos fingir que toda família burguesa tinha uma árvore genealógica num livro.
beijinhos Brigadeiros!
feliz Natal e próspero ano novo pra vocês!
vou ficar mais um mês sem postar.
e eu to sentindo falta da Karen e da LittlDreamer nos comentários! :(



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Uma Louca No Rangers" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.