Ele sentavase a minha frente. Sentia todos os meus problemas se esvaírem apenas de ver seus cabelos rebeldes, olhos infantis, brincalhões e reconfortantes, seus lábios expressando um sorriso maroto enquanto murmurava uma desculpa qualquer por seu atraso.

Enquanto fingia estar irritada avaliava suas roupas. A gravata vermelha malcolocada sobre uma camisa branca um pouco amarrotada chamava atenção acima de uma calça jeans escura folgada e um all star preto surrado. Uma de suas mãos escondiase por trás dele enquanto a outra passava lentamente por seus cabelos, acima de seu rosto preocupado.

Sorri e o beijei de surpresa fazendoo arregalar os olhos, e, em seguida, relaxálos, ao que me envolveu com seu braço livre e correspondeu ao beijo. Abri meus olhos lentamente, ele em seguida, e nos observamos por um período de tempo. Não sei se foram dez minutos ou duas horas, só sei que me peguei analisando seu rosto sereno mais uma vez. Ele estendeu a mão esquerda, antes escondida, exibindo um lindo buquê de rosas brancas e vermelhas. Para a mais bela rosa do meu jardim dizia o pequenino bilhete. Depois de me entregar o buquê, repetiu a desculpa pelo atraso e eu sorri.

Eu sabia que estivera com ela. A esposa. Apesar de amálo de todo o coração, eu sabia que era apenas uma distração. Sabia que quando ele voltasse para casa, abraçariaa e beijariaa do mesmo jeito que me abraça e me beija se não melhor diria Eu te amo do mesmo jeito que diz pra mim.

Bem, lá no fundo eu sabia que ela amava apenas ela. Comigo era só algo carnal.

E aquilo me destruía.

E eu sabia que nunca iria mudar.