Doppelganger escrita por Mereço Um Castelo, Luiza Holdford 2


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Qualquer errinho, principamente de diagramação, a culpa é minha (Luiza, para acrescentar) e do fato de estar postando do tablet, me perdoem.



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Hoje eu iria fazer uma visita há um bom e velho amigo, Alistair. Ele foi o primeiro vampiro no qual eu pude manter contato e busquei tentar compreender minha nova condição.

Emmett havia se juntado a nós fazia apenas alguns meses. Rosalie vivia em perfeita sintonia com ele, mas ainda tinha suas costumeiras desavenças com Edward... Uma das coisas no qual eu supunha que nunca conseguiríamos mudar.

Não era seguro manter Emmett sozinho, porém, eu não podia explicar aonde estava Edward.

- Filho, - eu o perguntei ao descer as escadas onde estão todos?

Ele tirou os pés do sofá correndo, como uma verdadeira criança crescida e respondeu com os olhos arregalados de quem é pego no flagra:

- Rosalie e Esme estão comprando uns panos e essas coisas estranhas que as mulheres tanto amam... e depois ele pensou um pouco e respondeu cabisbaixo. - O Edward disse que não gostaria de compartilhar pensamentos comigo no momento... Só porque eu não consigo viver sem meu anjo, oras!

Eu ri do comentário. Edward era uma pessoa solitária, certamente não queria ter que apreciar a irmã por outros olhos. Sem alternativa, decidi levá-lo.

- Emmett, você vem comigo então.

- Ah, pai, desculpe! Eu não queria mesmo por os pés no sofá, mas é que foram como ímãs...

- Sofá? Ah, não, não foi por causa disso.

- Juro que vou me comportar! ele se tacou no chão a minha frente e começou a pedir clemência. Não me abandone na floresta!!!

- Emmett eu disse sério.

- Sim! ele fez olhos pidões ao me olhar, ainda de joelhos.

- Levante-se. Eu não vou te abandonar na floresta. Você apenas fará uma visita comigo.

- Visita? Tipo... Ver pacientes e pessoas com sangue, doentes?

- Não, vamos ver um vampiro amigo meu.

- Um vampiro? Seu amigo? ele pareceu se entusiasmar. Legal! Ele se levantou do chão. Posso limpar o sofá depois, então?

- Na verdade é melhor limparmos já...

***

Alguns panos molhados e muito sabão depois...

Deixamos um bilhete para Esme, apenas para avisar que Emmett estava comigo. Não seria nenhum pouco interessante chegar em casa e ver Rosalie torturando Edward de graça, por achar que o irmão havia se livrado do marido dela...

Enfim... Rumamos para Londres, mais especificamente uma propriedade rural em seus arredores. Após a transformação de Emmett havíamos passado por várias cidades e, de uns anos para cá, voltamos ao velho continente para algumas temporadas. Isso me permitia fazer uma viagem a Alistair sem preocupações maiores para Esme ou Rosalie.

Emmett era como uma criança feliz a maior parte do percurso. Quando eu olhava para sua inquietude e sede de descoberta eu me lembrava de mim mesmo, em meus tempos quando havia conhecido Alistair, por volta do século 17.

Não demorou para que chegássemos a um grande castelo. Emmett assoviou:

- Uau! Pai, pobrinho o seu amigo, hein?

Não foi preciso bater para que a porta fosse aberta.

- Caramba! Emmett exclamou Nada pobrinho mesmo! A porta abre sozinha! Como será que faz?

Ele correu para dentro da casa, examinando a parte de dentro da porta

- Que estranho, não tem nada aqui... Deve ser mágica!

- Comporte-se, Emmett! Não é sua casa!

Ele deu de ombros, desistindo de encontrar o mecanismo mágico da porta e olhando ao redor.

- Nossa, que lugar escuro. O seu amigo não gosta de luz não?

- Pra quê luz se vampiros tem uma visão apurada? uma voz falou da escuridão Quem é o seu novo amiguinho, Carlisle?

- Ah, Alistair, que bom te ver! cumprimentei a figura que saia da escuridão - Bem, Alistair esse é Emmett, meu filho. E Emmett, Alistair é meu grande amigo, o primeiro que encontrei de nossa espécie.

- Uau! Que legal! Emmett foi até Alistair e lhe estendeu a mão, mas não foi correspondido e ficou meio chateado. Prazer então, senhor...

- Ele me lembra muito alguém Carlisle...

- É? Emmett tomou a dianteira para perguntar Quem senhor All Star?
- É Alistair...

- Ah, desculpe. Mas All Star é mais legal...

Alistair maneou a cabeça.

- A propósito, me lembra você, Carlisle. Era igualmente animado e irritante.

Deveria-me sentir ofendido? Apesar de que ele pode ter razão. Minha existência, depois de todo o sofrimento da transformação e da dieta, foi realmente animada. Eu era mesmo um Emmett, sedento de saber e feliz com a nova condição.

- Hum, é, talvez tenha razão... Lembra de quando nos conhecemos? perguntei

- Sim, vampiros também têm uma ótima memória...

- Ahhhhh! Emmett começou a pular feito um doido, animado História? Conta! Conta! Cooooontaaaa!

- Sim, definitivamente um Carlisle jovem... Alistair comentou, dando uns passinhos discretos para longe de Emmett

- Ah, por favor, senhor All Star. Emmett tentou se controlar, parando de pular e agindo o mais educadamente possível Aposto de papai não se importaria de me contar, certo? ele se virou para mim

- Por mim, tudo bem olhei para Alistair Se incomoda?

- Tudo bem... ele suspirou resignado Pode ser bom relembrar os velhos tempos...

Ele seguiu para uma grande sala iluminada somente por uma lareira, conosco atrás. Sentou-se em uma grande poltrona vermelha, já desbotada pelo tempo, e indicou outras duas iguais para nós.

Nos sentamos, embora não precisássemos. Olhei mais uma vez para Alistair que me fez um movimento com a mão para que eu começasse. Os olhos de Emmett eram de pura expectativa, como uma criança que sabe que ganhará um brinquedo.

- Bem, já fazia algum tempo em que me encontrava nesse novo estado físico, quase que incompreensível para mim.

- Quase? Não seja modesto, meu amigo... Alistair me cortou com um sorriso mínimo. Você não sabia quase nada.

- Sim, de fato. Bem, antes de encontrar Alistair eu estava em fuga. Não entendia os pormenores de como havia me transformado e nem como eu conseguiria viver com aquilo. Eu tinha uma única idéia na cabeça, e era a de que o melhor a fazer era fugir. Eu não pensava exatamente para onde seguiria, mas tinha em mente que me manter distante de meu pai era o certo.

- O pai de Carlisle caçava vampiros... Alistair quebrou o clima.

- Sério?! Que legal...digo, estranho...

Não havia como não rir de Emmett, ele tentava soar casual. Mas era visível que sua alegria ao ouvir uma história real estava transbordado. Enfim, continuei o começo de minha narrativa:

- Eu quase que podia sentir todo o ódio que emanaria de meu pai se soubesse que eu, além de falhar, havia me tornado uma das criaturas na qual ele combatia com tonto afinco. Certo dia, em minha fuga, eu esbarrei com Alistair.

Alistair olhava para o fogo da lareira, mas logo tomou a palavra.

- Eu estava escondido em um beco de Londres, caçando. Carlisle deveria ser minha vítima da noite, mas não deu certo... Logo que surgi em sua frente ele não demonstrou medo. Seus olhos me chamaram a atenção, não eram como o dos humanos embora sua aparência fosse bem sofrida.

- Bem, você deve imaginar o porquê, não é?

- Sim! Mas, desculpe a intromissão e tal... Mas o senhor Alistair tem olhos vermelhos.

- É que eu não me entusiasmei com a dieta proposta por ele. Animais não são bem do meu gosto refinado.

- Continuando, esbarramos no beco, e admito que ser atacado por um vampiro foi bem estranho. Emmett riu com a ideia Quer dizer, eu era um, eles não deveriam tentar se alimentar de mim.

- Mas lá dos telhados eu não tive como saber mesmo, afinal, não são comuns vampiros por aqui. Alistair deu de ombros, como se fosse lógico E você era um vampiro bem estranho, devo acrescentar. Olhos dourados, andando normalmente entre humanos, não sabia da sua condição, e ainda aquela aparência sofrida.

- E então? O que aconteceu? Emmett mal escondia a sua felicidade e excitação para ouvir mais

- Depois que Alistair notou que eu era um vampiro também, ele parece confuso. Como eu não entendi o que estava acontecendo ali também, eu decidi questioná-lo se havia algum problema. Afinal, eu vi que ele iria me atacar, o que não era um comportamento normal.

- Em resposta eu tentei virar as costas e deixá-lo sozinho, mas Carlisle não me deu oportunidade. Logo ele estava me seguindo

- Sim, eu o segui por alguns quarteirões em uma corrida bem divertida. Até que disse um sonoro "venci" ao passá-lo.

- Eu disse, - Alistair completou - "criança feliz em forma de vampiro".

Eu sorri e decidi prosseguir.

- Na verdade, o encontro foi mais ou menos assim. Ele parou bravo após alguns passos e perguntou qual é o seu problema, hein? Pare de me seguir!, com esse tom reclamão que só Alistair sabe dar. E eu respondi na defesa, calma, eu só quero saber o porquê de você ter me atacado!. Ele bufou e respondeu ainda mais irritado, você é um vampiro estranho, pensei que fosse um humano, seria a minha vítima.

Pela primeira vez na conversa toda, o Alistair soltou uma risada baixa e discreta, quase imperceptível.

- Lembro da sua cara no momento. Foi impagável o quanto ficou assustado com isso, e olhe que era para estar acostumado, sendo um vampiro e tendo um pai caçador.

- Em minha defesa, eu não imaginava como seria estar do outro lado. Eu sabia caçar vocês, e não ser caçado por vocês. Continuando, lembro que pedi para me contar mais sobre vampiros...

- E eu não queria um chato no meu pé, sem experiência e me perguntando tudo.

- Ele quis não me contar nada, mas claro que eu o ameçei. Se ele não me contasse, eu não iria embora! ri com a lembrança, e Emmett riu junto

- Cruel, tenho que ressaltar.

- Concluindo, ele foi quase que obrigado a contar tudo para mim. Inclusive, me explicou todas as regras dos Volturi. Foi de grande ajuda, e acabou que eu não era tão irritante, não concorda, Alistair?

- Na verdade, não. Mas eu aprendi a lidar ele tentou se fazer de indiferente, mas eu sabia que era apenas uma brincadeira.

- Que história legal! Emmett exclamou. Pai, senhor Alistair, obrigado por me contarem!

- A propósito, como assim pai? Pra mim você não passa de uma criança, Carlisle.

- É uma longa história... Mas, basicamente, Edward e Rosalie ganharam mais um irmão.

- Vocação para abrir uma escola, não? Tenho até medo se todos forem pequenos Carlisles a solta.

Nós começamos a rir e Emmett apenas nos olhava curioso.

- Bem, de qualquer forma, acho que já está na hora de irmos, Alistar.

Nos levantamos e seguimos para a porta.

- Devo agradecer pela visita? ele ergueu uma sobrancelha.

- Seria o educado, certo? retruquei.

- Ok, então, obrigado pela visita. Mas, demore mais tempo para voltar na próxima vez e me avise com antecedência ele pareceu lembrar-se de algo. Ah, e não traga mais esse seu doppelgänger na próxima, ou, quem sabe, eu não possa ter que sair justamente nesse dia. Afinal, da próxima vez não teremos historia para entretê-lo... eu apenas sorri em retorno.

- Doppel-o-quê? Emmett estava completamente confuso.

- Ignore o Alistair, foi um elogio! o puxei para a saída. Até, Alistair. E sim, eu aviso com muita antecedência da próxima vez. Mas será breve.

- Tchau senhor All Star... Digo, Alistair! Emmett se virou para trás, acenando animadamente, e Alistair balançou negativamente a cabeça, fechando a porta.

Seguimos para casa, Emmett estava muito feliz com a visita. Na verdade, ele agiu muito melhor que o Edward quando fomos visitar Alistar da última vez. Posso dizer que fiquei orgulhoso de Emmett quanto a isso.

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Notas finais do capítulo

Sabe o que seria legal depois de terminar o capítulo? Completar aquela caixinha branca ali embaixo, tão solitária e vazia, com o que achou da one e nos mandar. O que acham?