Chapter Five: Forgetting the past

Quando cheguei no dormitório, minhas amigas ainda estavam dormindo. Eu tomei um banho rápido, coloquei uma roupa e desci para o Salão Comunal. Eu sabia que iria esperar por muito tempo, até que elas descessem, então me sentei em uma poltrona bem confortável e fiquei observando as pessoas que passavam pelo Salão em direção ao café da manhã. Pensar no café da manhã fez meu estômago roncar. Ótimo, aí estão os genes de Ronald Weasley entrando em ação.

O tempo passou bem rápido depois que eu comecei a ler um livro que estava dentro da minha bolsa... Minhas amigas apareceram bem rápido e se sentaram perto de mim. Domi tirou o livro de minhas mãos e disse:

–Ross, a gente precisa conversar.

–Eu sei- eu disse seriamente.

Nós quatro ficamos caladas por um momento até que Molly o quebrou:

–Nós queremos pedir desculpa por termos tentado forçar você a esquecer tudo, Rosie.

Eu sorri, elas só queriam o meu bem...

–Vocês não precisam pedir desculpas. Eu sei que vocês só queriam o meu bem e que eu devia ter ouvido. Foi difícil tomar essa decisão, mas eu vou fazer o teste para líder de torcida, vou voltar a fazer o que eu gosto e principalmente, eu vou esquecer o passado e seguir em frente...

Elas sorriram, pularam em cima de mim e me abraçaram. Eu estava muito feliz, por mais que soubesse que tudo isso daria bastante trabalho. Eu teria que esquecer tudo o que eu havia passado e seguir em frente. Seria bom fazer isso, viver sem preocupações ou medos e aproveitar tudo sendo eu mesma.

Durante os quatro anos que eu estive em Hogwarts, eu estudei como uma louca, era até mais esforçada do que minha mãe era, mas isso não me fazia feliz como fazia para ela. Eu sempre fora animada, mesmo quando pequena. Eu adorava ir á festas, sempre era a última a sair da pista de dança e sempre queria me divertir mais. Eu era desse jeito, e adorava ser assim. Até que aquela mulher horrível fez aquilo comigo e eu me fechei, deixei de ser eu mesma e parei de aproveitar a vida. Eu deveria ser grata eternamente ás pessoas da minha família por terem tentado abrir meus olhos e me fazer ver que eu não estava sendo eu mesma. Que sorte eu tive de ter caído na real enquanto tinha tempo, enquanto ainda podia aproveitar a vida...

–Rose- Ashley me tirou de meus pensamentos- por que você não coloca seu nome na lista do teste pra gente ir tomar café, hein?

Eu me levantei do sofá e fui até a lista. Minhas tremeram um pouco quando fui pegar a caneta para assinar, mas eu consegui escrever meu nome inteiro sem voltar atrás, e isso já era uma conquista bem grande vinda de uma covarde como eu. Nós quatro pegamos nossas bolsas e fomos para o salão Princinpal. Graças a Deus, comida!!!

Agora eu só tenho que esclarescer as coisas com todo mundo, e acho que deveria começar pelas coisas mais simples, pois essa decisão com certeza vai me levar até a pessoa que eu mais odeio...

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A primeira pessoa que escolhi pra esclarescer as coisas foi minha mãe. Ela precisava saber que eu havia tomado a minha decisão. Eu aproveitei que não tinha aula no primeiro horário e fui até o corujal para escrever uma carta para ela.

“Querida mãe,

Aqui estou eu mais uma vez te escrevendo. Acho que isso já tá começando a ficar cansativo, né? Afinal, todas as vezes que eu tenho um problema e preciso desabafar eu lhe mando uma carta quilométrica falando sobre as minhas bobagens, coisas que devem ser muito simples perto das coisas que você passou quando era mais nova.

Eu queria parar de te encher, mas você é a melhor conselheira do mundo, e eu não escolheria nenhum outra pessoa se não minha mãe para falar sobre as coisas que eu sinto, coisas que só você entende.

Eu decidi que vou esquecer o passado. Esquecer tudo o que eu passei nesse anos em que não fui eu mesma, esquecer tudo o que aquela mulher fez comigo e principalmente, esclarecer tudo com todos.

Tem uma coisa que eu preciso te falar, uma coisa que não tenho dito muitas vezes durante esses últimos anos, eu te amo mãe. Você é a melhor mãe do mundo, e merece toda a felicidade do mundo só por ter me aguentado todos esses anos. Eu te amo.

Sinto muito se alguma vez eu te magoei.

Mande um beijo para o papai.

Beijos e abraços,

Rose Weasley”

Eu fiquei vendo minha coruja sumir no horizonte por alguns momentos e depois disso para o lago negro, onde a Roxy e o Lorcan estavam conversando animadamente.

–Oi pombinhos!- eu disse me sentando ao lado da minha prima.

–Oi Rosie- os disseram juntos. Deus, até nisso eles combinam.

–O que vocês estão fazendo aqui, hein?- eu disse imitando meu tio Percy quando ele nos pegava comendo a sobremesa antes da hora quando nós éramos crianças.

Roxy riu e encostou sua cabeça em meu ombro.

–A gente tá conversando sobre a vida- ela disse sonhadora- Ross, falando sério, você acha que nós dois devemos assumir o nosso namoro pra todo mundo?

–Sinceramente? Sim. Vocês dois não precisam ter medo do tio Jorge. Se ele não ficou bravo com a gente quando nós explodimos aqueles produtos novos da loja, ele não vai ficar bravo com vocês por estarem namorando. Eu estou torcendo.

Minha prima sorriu e me abraçou. Nós ficamos conversando por tempo, mas depois disso o meu horário vago acabou e eu tive que ir para a sala. Eu olhei no meu relógio antes de entrar para a sala. Ainda faltavam 2 horas para o almoço. Aquele dia seria bem longo...

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Quando a hora do jantar havia finalmente começado, eu estava totalmente louca. Eu havia conversado com todas, repito, todas as pessoas da minha família que estavam em Hogwarts, com meus amigos e ainda tinha mandado cartas para algumas pessoas. Por exemplo, eu havia contado para o Fred que, quando nós éramos crianças, eu tinha deixado o cachorro dele ir pra rua e por isso ele agora só tinha três pernas normais e um protótipo de perna. Ele não ficou bravo, só disse que era pra eu levar um presente para o Rex na próxima vez que eu fosse lá. Ok.

Agora eu já tinha falado com todo mundo, menos uma pessoa.

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Eu aproveitei que nós tínhamos ronda, e resolvi conversar com o Malfoy de uma vez. Nós nos separamos como sempre e fizemos a ronda. Assim que ela acabou, eu entrei no Salão Comunal e me sentei em uma das poltronas.

–Malfoy, será que a gente pode conversar?

–Eu prefiro não, Weasley. Não estou a fim de ficar ouvindo essa sua voz irritante quando eu poderia estar dormindo.- ele disse tentando me irritar.

–Eu estou falando sério, Malfoy- eu disse séria.

Ele pareceu ficar confuso, mas se sentou em uma poltrona ao lado da minha e disse:

–Pode falar.

Eu respirei fundo. Seria difícil fazer isso.

–Você se lembra da primeira viagem que nós fizemos para Hogwarts?- eu perguntei, e ele assentiu- Naquele dia, eu entrei no Expresso com o conselho do meu na minha cabeça. Ele havia me mandado ficar longe de você, e te superar em tudo. Eu achei aquilo muito idiota, e quando entrei na cabine em que você, o Al e nossos amigos estavam sentados, eu disse para mim mesma que tentaria ser sua amiga, por mais que aquilo desapontasse meu pai. Nós começamos a conversar e de repente, não sei porque, nós estávamos discutindo. Aquela foi a primeira de muitas brigas. Você me chamou de filhote de sangue-ruim e eu te chamei de comensal da morte júnior... A partir de então nós nunca mais nos demos bem...

–Onde você quer chegar com isso, Weasley?- ele me perguntou.

– Pouco antes de eu entrar para Hogwarts, uma coisa muito ruim aconteceu comigo, e depois disso eu me fechei para o mundo. É por isso que eu estou conversando com você. Eu cansei de não ser eu mesma. Eu resolvi esclarecer algumas coisas com algumas pessoas e...

–Eu sou uma dessas pessoas?- ele perguntou.

–Sim. Você é. Naquele dia, eu estava disposta a ser sua amiga. Depois disso eu só te odiei, e agora eu estou cansada! Cansada de fazer tudo o que os outros querem, cansada de ser quem os outros querem e cansada de tentar agradar a todos. Eu estou cansada de te odiar. Eu não estou te pedindo pra você deixar de me odiar, ou ser meu amigo. Eu só estou pedindo para que nós sejamos pelo menos amigáveis um com o outro. Não por mim, mas pelos nossos amigos que tem que aguentar nossas brigas e discussões. O que você acha, Malfoy. Amigáveis?- eu disse estendendo minha mão.

Ele sorriu, e por um momento eu pensei que ele fosse me zoar e rir da minha cara, mas não foi isso o que aconteceu.

–Amigáveis- ele disse apertando minha mão.

O silêncio que se seguiu foi constrangedor. Eu fiquei fitando a parede, até que ele quebrasse o silêncio:

–Você disse que uma coisa ruim aconteceu com você antes de entrar em Hogwarts. O que foi?

Eu olhei nos olhos dele. Bem no fundo daqueles olhos cinzas. Eu nunca tinha tido coragem para dizer aquilo em voz alta, nem mesmo para as pessoas mais próximas de mim. Mas quando eu olhei para ele, eu me senti segura. Senti que poderia contar qualquer coisa á ele.

–Quando eu era pequena, eu fazia aula de dança em um estúdio de dança trouxa. Eu adorava dançar, e todo mundo dizia que eu tinha um talento incrível. Então a nossa professora teve que se afastar da dança por causa de uma doença, e o estúdio contratou uma professora substituta. Eu gostava muito dela, ela era muito gentil comigo e parecia ser uma pessoa muito boa. Então, um dia, minha mãe não pode me buscar depois da aula, e eu tive que ficar esperando meu pai. Aquela mulher, a professora, disse que eu podia ficar na sala dela enquanto meu pai não chegasse. Eu era muito ingênua naquela época e aceitei. A verdade é que aquela mulher era uma Comensal da Morte que queria se vingar de todos pela morte de seu mestre. Ela me levou pra um lugar isolado e me torturou por dias, até que meus pais me encontraram. Ela ainda fez comigo a mesma coisa que fizeram com a minha mãe.- eu disse levantando a manga do meu casaco e murmurando um feitiço que deixava minha cicatriz á mostra- Ela escreveu ‘Sangue-ruim’ no meu braço com um feitiço. É por isso que eu sempre cobria meu braço. Só á pouco tempo atrás que minha mãe me ensinou o feitiço que ela mesma usa na cicatriz dela.

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Ele pegou meu braço e passo o dedo indicador pela cicatriz. O toque dele me causou arrepios, mas eu deixei que ele analisasse a cicatriz.

–Isso deve ter sido horrível, eu sinto muito.- ele disse olhando para mim.

–Tudo bem- eu abaixei a manga da blusa- Eu superei isso. Você sabe que se você contar isso pra alguém você está perdido, certo, Malfoy?

–Certo, Weasley.

Eu me levantei do sofá e disse:

–Acho melhor eu ir dormir. Boa noite, Malfoy.

–Boa noite, Weasley.

Eu já estava subindo a escada para o dormitório quando ele disse:

–Só pra você saber, Weasley. Naquele dia, eu também estava disposto a ser seu amigo.

Eu sorri e fui para o quarto. Naquela noite, eu não tive pesadelos, nem sonhos e muitos menos arrependimentos. Eu estava leve, havia tirado um peso enorme das minhas costas. Eu estava feliz como não tinha estado há muito tempo...

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–E então agora você e o Scorp são amigos?- Dominique me perguntou durante o café da manhã no outro dia.

–Não. Nós somos apenas amigáveis um com o outro. Não passamos de meros conhecidos- eu disse pegando uma torrada.

Na noite anterior, Dominique e as meninas já estavam dormindo quando eu cheguei, então eu resolvi esperar até o outro dia para falar com elas. Eu acordei atrasada, e só pude falar com elas durante a ida para o café.

–Você sabe que não é possível ser apenas conhecido de uma pessoa que você sempre odiou, não sabe?- Ashley disse.

Eu revirei meus olhos, por que elas tem sempre que complicar as coisas?

–Não, Ash, eu não sei. E isso não tem nada a ver. Eu nunca conheci ele direito.

–Sério?- foi a vez da Molly começar- Então me responde, Rose, do que ele tem alergia?

–Gatos, amendoim e margaridas- eu respondi automaticamente.

–Isso!-ela vibrou- E como você sabe disso mesmo? Ah, é claro. No terceiro ano você colocou um gato na cama dele, trocou a geleia de morango que ele sempre passava por uma de amendoim e encheu o armário dele no vestiário de margaridas. E por que você fez isso, Rose? Porque você odiava ele. Não é possível você não conhecer ele ou o contrário. Rose, no ano passado ele descobriu onde você guardava o seu diário e que tinha uma paixãozinha pelo Dick McLaggen.

Eu larguei meu cupcake e olhei para elas.

–Chega! Eu não vou tentar discutir ou fazer vocês calarem a boca. Eu vou simplesmente sair daqui.

Elas riram de mim e tudo o que eu pude fazer foi realmente sair de lá.

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O dia dos testes para líderes de torcida chegou super rápido. Eu, Domi, Ash e Molly ficamos ensaiando o tempo inteiro, e os últimos dias antes do teste passaram voando.

Os testes seriam no campo de quadribol, e só as pessoas da casa das garotas que fariam o teste poderiam entrar.

Eu acordei bem cedo, lá pras 7:00, horas, mesmo que os testes da Grifinória fossem só ás 10:30, eu estava ansiosa demais para dormir ou para ficar presa no quarto.

Então eu coloquei um short de malha, uma t-shirt e um tênis e saí do castelo. Coloquei os fones de ouvido do meu iPod e saí correndo pela Floresta Proibida mesmo. O céu estava claro, e a floresta não parecia mais tão assustadora com os raios de sol passando pela copa das árvores.

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Eu estava correndo como uma louca, e nem vi quando trombei com o Malfoy. Nós dois acabamos caindo. Corrigindo: eu caí e levei ele junto. Pode-se dizer que foi um momento bem constrangedor considerando o fato de que ele caiu em cima de mim. Nós ficamos parados lá, ele olhando pra mim e eu olhando pra ele, até que eu caí na real e disse:

–Malfoy, será que você poderia fazer o favor de sair de cima de mim?

Ele riu e se levantou, depois estendeu a mão para mim e me ajudou a levantar.

–Desculpa- ele disse sem graça- Você se machucou?

–Não- eu respondi- E você?

–Ah, não! Eu caí no macio.

Nós dois começamos a rir, e de repente eu percebi que ele estava sem camisa. Ele era... MUITO GOSTOSO!!!

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–Weasley. Por que você insiste em ficar usando essas roupas curtas, hein?- ele perguntou com um sorriso malicioso.

Eu corei. Minha blusa podia ser soltinha, mas meu short era muito apertado, E curto. E apertado de novo.

–Eu não sabia que encontraria alguém na Floresta Proibida á 7 horas da manhã, Malfoy! Desculpa!

Ele sorriu. Mas que sorriso cafajeste!

–Não precisa se desculpar. Não mesmo!

Eu revirei meus olhos e sentei um pouco o chão pra descansar.

–Mas então- ele disse se sentando ao meu lado- Por que você está correndo como uma louca na Floresta Proibida ás 7 da manhã mesmo?

–Porque eu estou muito ansiosa com o teste e não conseguia dormir.

–Que teste? Desde quando nós temos teste no sábado?

–Malfoy! O teste pra líderes de torcida.

Ele colocou a mão no queixo e fingiu pensar.

–Continuo sem saber que teste é esse.

–Meu Deus, Malfoy. Um monte de garotas com pouca roupa vai ficar torcendo pelo time que você participa e você não sabe disso?

–Você acha mesmo que eu sou um galinha, Weasley?

–Acho.

–Bom- ele disse se levantando- Pra sua informação, eu só tenho pensado em uma garota ultimamente.

Eu senti uma pontada de não-sei-o-quê quando ele disse isso, mas sorri e falei:

–É mesmo? E quem é essa garota?

–Ah! Eu não vou te contar Weasley.

–O que? Por que não?

–Porque não! Se eu te contar, essa garota vai acabar descobrindo e eu não quero isso.

–Eu não sou fofoqueira, Malfoy.

–Eu não disse isso- ele respondeu- Mas, voltando ao assunto principal, você vai participar desse teste para líderes de torcida?

–Vou.

Ele sorriu.

–Bom, então eu preciso ver se você é mesmo uma boa dançarina.

–Ótimo!- eu disse olhando para o meu relógio: 8:00- É melhor eu ir, Malfoy. Mas não pense que eu não vou tentar descobrir quem é essa garota, viu?

–Você pode até tentar, Weasley, mas você só vai descobrir isso quando eu quiser.

Eu revirei meus olhos e comecei a andar. Passei pela casa do Hagrid, e depois subi até o castelo. Quando cheguei no quarto, fui direto para o banheiro tomar um banho. O resto da manhã passou bem devagar, e quando chegou a hora do teste, eu quase voltei atrás.

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