Fim.

As lágrimas das pessoas presentes em meu enterro rolavam por suas bochechas e encontravam o chão rapidamente. Soluços e mais soluços. Flores. Rosas, as minhas preferidas, de quando era viva. Mas minha vida mudou depois de um pequeno tombo, no qual machuquei e acabei descobrindo aquilo. Quem dera que eu não tivesse descoberto e apenas levado minha vida normalmente e assim morresse sem saber de nada. Mas não foi bem assim.

Certa vez, saí de casa para dar uma volta. Eu queria apenas comprar alguns doces, já que iria ficar sozinha em casa. Ao tropeçar e cair, senti meu rosto começar a ficar quente. Olhei para o chão e me deparei com sangue. Ao passar a mão em minha testa, senti uma dor tremenda. E desmaiei.

Não me lembro de nada após isso, apenas acordei em uma cama de hospital, com a cabeça enfaixada. Olhei a procura de um rosto conhecido, mas não havia ninguém. Haviam minhas rosas e presentes na cabeceira da cama. Livros também. De repente, um barulho na porta me assustou. Alguém entrara. Um homem simpático, de aproximadamente 30 anos aparecera. Seu jaleco era tão branco quanto a neve, tinha uma prancheta em sua mão. Seus olhos emanavam uma doçura extremamente confortante. Perguntou-me se eu estava bem e eu apenas balancei a cabeça confirmando. Pediu-me que chamasse meus pais, precisava conversar com eles. Dei-lhe o número de telefone. Dez minutos depois, lá estavam meus pais, no hospital, conversando com meu médico.

Eu queria saber o porquê não me deixaram entrar. Primeiramente, eu quem estava machucada e depois, queria sair de lá logo. Era apenas um cortezinho perto da sombrancelha e estavam fazendo tanto drama! Pra quê chamar meus pais? Porque simplesmente não fizeram os pontos e me liberaram logo daquele lugar que tinha uma comida horrível? Eu queria simplesmente ir pra casa e não ter ninguém me enchendo, queria comer os meus docinhos e deitar na minha cama, com o meu travesseiro, como sempre fazia. Algum tempo depois, meus pais apareceram em meu quarto de hospital e me abraçaram muito forte. Eles nunca faziam isso. Estavam sempre preocupados com o trabalho, o trabalho e mais trabalho. Nunca tinham tempo pra mim, agora, estavam lá, me abraçando. "Ainda bem que não aconteceu nada com você." "Está doendo muito, querida?". Não, meus pais não era assim. Algo estava acontecendo e ninguém queria me contar.

Teria que descobrir sozinha, cedo ou tarde.