Demetria POV

Ano de 1917

Ser de uma família pobre era muito estressante,ouvir minha mãe reclamando de que nunca iríamos nos casar se não nos arrumássemos,estava cansada disso.

Não queria ter que trabalhar, para as famílias ricas como April, ela vive para arrumar a casa e fazer a comida para eles, não quero isso para mim.

Já havia arrumado a mesa e minha mãe ainda me olhava, resolvi não perguntar o que ela estava pensando. Não queria acabar como minha irmã mais velha April, ela foi mandada para uma família muito rica e trabalhava limpando a casa.

Eu não queria isso para mim, sonhava em me casar e ter muitos filhos, mas não queria ser forçada a casar com alguém que não amo.

– Elizabeth Masen está procurando uma nova empregada, Demetria você irá trabalhar para ela. - mamãe falou me olhando.

– Está bem, - revirei os olhos quando ela não estava olhando.

(...)

Os Masen eram a família mais rica de Chicago, mas todos estranhavam que seu filho Edward não estivesse noivo. Ele era meio excluído, não gostava das festas e de todo o glamour das famílias ricas.

Olhei Elizabeth ajeitar os últimos detalhes para o jantar, fui contratada há uma semana. Só para esse jantar, no meu primeiro dia conheci Edward Sênior, ele e Elizabeth são perfeitos um para o outro. Só hoje conheceria Edward, seu filho.

– Demetria leve esses copos para a sala de jantar. - Juliana falou me entregando uma bandeja com alguns copos.

Quem olhasse para Juliana não diria que ela era uma empregada, ele é um pouco mais velha do que eu, tem uns 18 anos, trabalha desde os 10 anos para diversas famílias. Seus cabelos loiros iam até a cintura, tinha os olhos azuis e era linda, mas seu vestido estava rasgado por tantas vezes que foi usado.

Peguei os copos e assenti, sou conhecida por ser tímida e calada. Levei os copos até a mesa, Elizabeth me viu e sorriu.

– Demi coloque os copos desse lado, Juliana traga o melhor vinho. - ela falou apontando e logo depois saindo atrás de Juliana.

Arrumei os copos em seus lugares e estava saindo da sala de jantar quando escuto alguém me chamar.

– Demi? Desculpa não sei se és a Demi ou a Daniele. - virei-me e vi um rapaz de 17 anos, cabelos cor de bronze, olhos verdes e um sorriso torto de deixar qualquer uma com falta de ar.

– Sou Demetria. - falei abaixando a cabeça.

– Eu sou Edward. - eu assenti.

– Desculpa-me, mas tenho que voltar para a cozinha. - ele sorriu.

Sai quase correndo para a cozinha e vi Juliana mexendo alguma coisa na panela.

– Respire! - Juliana falou rindo.

– Se acalme Demetria. - Daniele riu.

– Estou calma, só estou sem ar. - falei olhando Elizabeth e Edward conversando, elas viram para onde estava olhando e me encararam sérias.

– Sabes que não podes falar com ele. - fiz uma careta para Daniele.

– Sabes que não me interesso nisso. - ela riu.

– Veremos! - ela pegou o que já estava pronta para o jantar e levou para a mesa. Seria uma longa noite.

Depois de alguns minutos bateram na porta e fui atender, uma mulher de cabelos longos e ruivos entrou, ela estava com um vestido rosa bebê e sorria, com ela havia um homem mais velho, ele usava um terno que aparentava ser novo.

Fiquei de cabeça baixa, fechei a porta e voltei para a cozinha. Daniele estava me cuidando, mas eu sabia que uma hora ou outra Edward seria meu. Eu sorri e fui ajudar Juliana a guardar a louça limpa.

– Estamos muito felizes com esse noivado Dianna, vocês serão muito felizes. - ouvi Edward Sênior falar.

Segurei-me para não ir até lá, respirei fundo e terminei de arrumar as coisas.

– Eles querem mais vinho. - Daniele me olhou enquanto falava.

Peguei um dos vinhos e levei até a mesa.

– Demetria querida, poderia chamar Juliana? - Elizabeth perguntou, eu sorri e assenti.

Estava perto da porta da cozinha quando escutei.

– A menina é muda ou não tem modos? - a mulher falou debochada.

Entrei na cozinha e vi Daniela e Juliana me cuidando.

– Ele ainda será meu. - sussurrei.

– Sabes que não terás nada com ele. - Juliana falou indo para a sala de jantar.

– Você não sabe disso. - eu sorri e sai da cozinha.

1918

Meu relacionamento com Edward era de amizade, mas não desistiria de transformar isso em algo mais.

A noiva de Edward não havia mais aparecido, corriam boatos que ela estava internada no hospital por culpa de uma gripe, mas nada se provava real.

– Não sonhas em casar? - Edward perguntou quando saímos da casa em direção ao parque.

Elizabeth o fez me acompanhar enquanto eu iria pegar algumas maças.

– Sonho... Mas acho que ninguém irá se casar com uma empregada - murmurei largando a cesta no chão.

– Não gosto de casamento somente pelo dinheiro, por isso não quero me casar.

– Posso ver que você irá se casar somente se amá-la realmente - ele sorriu.

– Você me entende.

Ele me ajudou a pegar algumas maças e voltamos para a mansão.

Um mês depois

– Essa gripe está a matar muitas pessoas! - June minha irmã mais nova sussurrou.

– A família Masen foi internada essa semana. - Matt falou mais alto.

– Espero que eles fiquem bem. - falei de mal-humor.

Eles falavam sobre isso todo dia, mas eu sabia que Edward Sênior já havia morrido, logo Elizabeth e Edward morreriam, por isso quando ficava sozinha eu chorava. Eu havia me apaixonado por ele, mesmo sabendo que iria se casar com outra.

Naquela mesma semana recebemos a notícia da morte de Elizabeth e Edward, minha família ficou triste, mas logo me mandaram para trabalhar em outra família.

Três anos depois

– Edward morreu, esqueça-o.

Minha mãe falava isso todo dia desde que descobriu que eu era apaixonada por ele. Para ela eu só posso me casar quando ela me arrumar um marido rico, mas quem disse que eles querem uma filha de empregada?

Arrumei meu vestido e sai, tinha que ir ao mercado. O dia estava nublado, nem um raio de sol passava pelas nuvens. Ouvi um grito e me virei para olhar.

Era ele... Edward, seus olhos antes verdes agora eram vermelhos. Ele jogou longe o corpo da mulher sem vida, virou para mim e sorriu.

Eu me encolhi, ele me puxou, mordeu meu pescoço e eu gritei. Não enxergava mais nada, simplesmente fechei os olhos e o fogo tomou conta de mim.

Não sei quanto tempo senti o fogo passar por todas as partes do meu corpo. Acordei em uma floresta, não sabia em que parte da cidade estava, eu sabia no que havia me transformado, minha mãe contava histórias de terror quando eu era pequena. Todas tinham vampiros, todos tinham presas e eram rápidos.

Edward deveria ter morrido, mas pelo o que parece virou um vampiro, eu não iria descansar até achá-lo.

Muitos anos depois

Eu já havia passado por tantos lugares procurando por ele, mas nunca conseguia achá-lo. Dessa vez estava em Volterra, sabia dos vampiros que aqui moram. Não pretendo chegar perto deles, ainda mais quando eles se acham os “reis” dos vampiros.

Sabia que eles me procuravam, minha fama era grande, ainda mais por causa do meu dom. Eu não queria fazer parte da Guarda, por isso sempre fugia ou mexia no tempo, mas Aro não me esquece e me persegue em qualquer lugar que eu vou.

Eu havia encontrado alguns vampiros da guarda, eles sorriram a me ver, mas logo o sorriso sumiu ao verem uma vampira loira vindo atrás de nós.

– Quem é você? - ela perguntou sem nem ao menos olhar para mim.

– Demetria - respondi mexendo no meu cabelo.

– Me siga - percebi que os outros tinham medo dela, eu não via motivo para isso.

Eu os segui sem reclamar, preferia não arrumar problemas enquanto estivesse aqui, suspirei pesadamente ao passarmos por uma grande porta dourada... Sentados nós olhando estavam Aro, Caius e Marcus.

Aro sorriu... Ele ainda lembrava de mim, muito divertido.

– Demetria Devonne Lovato, onde você a achou Jane? - ele cantarolou meu nome.

Sorri escondendo a fúria que tomava conta de mim. Jane deu de ombros e se afastou de nós.

– Boa noite Aro - ele sorriu mais ainda.

– Que bom que sabe meu nome - Caius olhou para Aro sem entender nada, Marcus parecia entediado.

– Sei muito sobre vocês e gostaria de saber por que estou aqui - me aproximei de Aro e ouvi Jane rosnar. - A bruxa esta com raiva - eu ri.

Jane rosnou mais alto e sorriu para mim, vi que todos esperavam que algo acontecesse... Antes que eu pudesse perguntar o que estava acontecendo Aro riu.

– Você não sentiu nada? - ele perguntou.

Caius e Marcus se aproximaram de Aro e sorriram.

– O que eu deveria ter sentido? - perguntei sorrindo.

– Nada de mais, talvez saiba por que está aqui.

Revirei os olhos e olhei para um garoto de cabelos castanhos, ele segurava Jane e me olhava de um jeito diferente, senti um arrepio e me virei ara Aro novamente.

– Não irei fazer parte da sua guarda Aro, se era só isso... Irei embora, tenho amigos para visitar - ele riu.

– Um dia você fará parte da minha guarda - ouvi-o sussurrar.

– Nunca

Hoje

No pouco tempo que fiquei em Volterra descobri onde os Cullen estavam, mas não podia ir tão rápido para lá, ainda tive que fugira de Aro por algum tempo, isso estava começando a me irritar!

Graças aos vampiros da guarda descobri que era imune aos dons de todos os vampiros... Isso seria útil!

Eu sabia dos dons de Alice, Jasper, Edward e de Bella, Alec não me contou muito sobre os Cullen, só me falou que Bella foi a última a entrar para o clã e era muito útil por ter um escudo mental.

Não que isso fosse útil contra mim de qualquer jeito.

Alec havia virado meu aliado... Ele tinha interesses em acabar com a felicidade dos Cullen, principalmente de Isabella, nunca perguntei por que, não queria saber.

Resolvi que hoje iria atrás deles e faria de tudo para Edward ser meu, nada iria me impedir.

Era meia-noite quando sai para o aeroporto, estava com um vestido vermelho, um sapato de salto preto, os cabelos presos numa trança elegante e de óculos escuros.

Todos que passavam olhavam para mim, eu não prestava muita atenção neles, humanos idiotas, pensam que podem me ter, faz-me rir.

As horas no avião passaram rápidas enquanto eu brincava um pouco com um presente que Aro me mandou.

Um colar de diamantes, bonitinho, mas não iria conseguir me convencer. Sai do avião e peguei minhas malas, estava nublado em Port Angeles. Havia um táxi ali estacionado, fui até lá, coloquei minhas malas no porta-malas e dei o endereço perto da casa que Edward morava.

Ao chegar lá tirei minhas malas do porta-malas e esperei o táxi sumir. Corri para o meio da floresta e larguei as malas em um canto, teria que arrumar um lugar para guardar isso.

Senti um cheiro forte de vampiro, mas parecia que havia um humano junto.

– Pai para com isso - cheguei perto e vi uma garotinha de cabelos avermelhados jogando terra em Edward.

Eu sorri ao ver Edward, mas com ele havia uma vampira morena, de olhos dourados e uma criança, também morena e de olhos castanhos. A mulher deveria ser Isabella... Mas por que a criança chamava Edward de pai?

– Renesmee para! - ele riu e pegou a criança no colo.

Eu estava fazendo planos, eu não deixaria qualquer uma roubar Edward de mim. quando me virei para ir embora pisei em um galho e os três olharam para onde eu estava antes.

Sumi entre as arvores, teria que acabar com ela, teria que mudar o passado deles. sorri maliciosa, parei de correr e fechei os olhos.

– Espero que gostem de sofrer - eu ri.

Pequenas lembranças deles passavam por minha mente enquanto voltava no tempo, a lua de mel na ilha, o casamento, a batalha, a separação.

– Será como se eu nunca tivesse existido.

Essa era a frase perfeita.

Voltei até antes dela se mudar, esses dois não iriam se conhecer, ou não me chamo Demetria Devonne Lovato.

Abri os olhos e estava ainda naquela floresta, corri até a casa e percebi que só havia sete vampiros ali.

Sim, havia funcionado.

Bella POV

Acordei com uma forte dor de cabeça, fiquei olhando para o teto tentando acalmar meu coração. Ele batia tão rápido que me assustou.

Algo como um sonho tentava voltar para a superfície, mas não conseguia, batia numa parede e voltava e isso me deixava com mais dor.

Ignorei isso e levantei, o sol brilhava em mais um dia lindo em Phoenix... Na verdade meu último dia nessa cidade, ir para Forks passar um tempo com meu pai era a última coisa que eu queria.

Ouvi minha mãe correndo de um lado para outro na casa, mas seu grito me assustou, sai correndo do meu quarto e a achei tentando arrastar uma caixa de roupas velhas.

– Mãe? - ela me olhou por alguns segundos.

– Me ajuda a jogar isso fora - eu ri e empurrei a casa até a porta.

– Por que resolveu jogar tudo isso fora? - ela deu de ombros e Phil pegou a caixa levando para a frente da casa.

– Só fiz uma limpa no meu guarda roupa.

Balancei a cabeça negativamente e voltei para o meu quarto e suspirei indo me arrumar, daqui a pouco teria que estar dentro de um avião para Port Angeles.

(...)

Meu primeiro dia de aula estava sendo até então normal... Mesmo com tantas pessoas me olhando.

Estava quase no final da aula de espanhol quando senti como se alguém me olhasse, ignorei isso e continuei prestando atenção na aula.

Demi POV

Eu sabia dos dons de Alice e Edward e acabei descobrindo que sou imune a eles, graças ao meu dom, pelo menos assim ele não descobriria sobre aquela garota irritante.

Eu havia comprado lentes douradas, iria fingir ter o mesmo tipo de alimentação que eles, mas tinha que descobrir mais sobre essa família.

Eu estava na sala e vi aquele piano no canto, resolvi tocar um pouco.

– É como se não houvesse nascer do sol / Como o gosto do seu sorriso / Sinto falta do jeito que respiramos / Mas eu nunca te disse / O que eu deveria ter dito / Não, eu nunca te disse / Eu me segurei... / E agora / Eu sinto saudade de tudo em você / Não acredito que eu ainda te quero / depois de tudo que nós passamos / Sinto falta de tudo em você / Sem você... / Eu vejo seus olhos azuis / Toda vez que eu fecho os meus / Você torna isso difícil de ver / Onde eu pertenço / Quando não estou à sua volta / É como se eu estivesse sozinha comigo / Mas eu nunca te disse / O que eu deveria ter dito / Não, eu nunca te disse / Eu me segurei... / E agora / Eu sinto saudade de tudo em você / Não acredito que eu ainda te quero / depois de tudo que nós passamos / Sinto falta de tudo em você / Sem você / Mas eu nunca te disse / O que eu deveria ter dito / Não, eu nunca te disse / Eu me segurei... / E agora / Eu sinto saudade de tudo em você / Não acredito que eu ainda te quero / depois de tudo que nós passamos / Sinto falta de tudo em você / Sem você.

Eu me lembrei dessa música, não sei por que, era só uma música que tinha ouvido enquanto procurava Edward.

Quando parei de tocar vi Edward parado atrás de mim.

– Como não vi você aqui? - perguntei colocando o cabelo atrás da orelha.

– Estava bastante concentrada - ele sorriu.

– Temos aula hoje? - perguntei levantando.

– Temos sim - ele me puxou para perto dele.

– Edward eu não sei se deveria ir para a aula, ainda não estou totalmente acostumada com essa dieta - ele fez uma careta.

– Tudo bem, nós iremos e você fica, quando se sentir pronta é só falar - ele beijou o topo da minha cabeça e saiu.

Eu sabia que tinha que conquistar Edward, ele não se lembrava de mim, mas pelo o que parecia gostava de mim como amiga.