Jogos Vorazes - O Início escrita por Camila Fernandez


Capítulo 37
Capítulo 37


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, mas eu tava na Argentina viajando aí já viu né? kkk bjss



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Nossas mãos não ficaram juntas por mais de dez segundos. Foi algo mais diplomático mesmo. Ambos estávamos cansados e sem condição de nada. Caminhamos um longo caminho até não aguentar mais e cair de cansaço.

        _Acho que deveríamos dormir um pouco. -sugiro sentindo toda a água do meu corpo ir embora.

        _Acho, acho que seria uma boa ideia. Mas quem vai montar guarda?

        _Guarda? - rio da sugestão. -Você acha mesmo que alguém vai chegar até onde estamos com condição de nos matar?

        Jack ri em concordância. Não nos gostamos, mas após passar metade de um dia com ele consigo suporta-lo. Sei que ele tentou me matar, mas eu também tentei e vou tentar de novo.

        Dividimos os resto da minha garrafa de água e nos arrumamos para dormir. Pegar no sono não foi a coisa mais fácil do mundo. O calor era infernal e ainda não era noite de verdade. Já fazia um bom tempo que eu não via os tributos mortos eu mesma sempre estava morta demais para ver.

        Mais uma vez eu sonhei. No meu sonho eu e meu irmão éramos os últimos restantes na arena e um ia ter que matar o outro. Eu olhava em volta buscando uma maneira disso não ter que acontecer. O céu estava bem claro e a arena estava toda florida. Olhei para o céu por cerca de cinco minutos buscando por algum sinal e quando finalmente olhei meu irmão ele segurava minha espada no meu pescoço e lentamente começava a cortá-lo.

        Acordei em um susto. Claro que isso não aconteceria, mas eu precisava achá-lo e logo.

        Acordo Jack e o apresso. Não digo o verdadeiro motivo para eu querer ir, invés disso eu digo que é porque o tempo corre rápido o que não é uma mentira e talvez andar á noite seja melhor assim não temos o sol batendo constantemente em nossas cabeças.

        O caminho parecia interminável, em frente eu já não via nada por culpa do breu e do lado com a fraca luz da lua eu via o abismo.

        _Sabe se não fosse porque estamos aqui eu diria que você é gata. -Jack solta do nada.

        _E mesmo estando aqui eu digo que você é um babaca. -minhas costas doem de carregar a mochila, sacola ou sei lá o que. -Jack, eu cedi água, agora seja útil e leve minha mochila por um tempo.

        Eu passo minha mochila para ele. É um belo de um alívio. Eu continuo morrendo de calor, mas por mais que eu queira sair daqui eu abomino esse momento. Eu temo esse menino, não sei se eu teria chance contra ele.

        O dia começa a amanhecer quando eu vislumbro o final desse desfiladeiro. Antes que Jack perceba peço minha mochila de volta. Preciso estar prevenida quando chegarmos ao final desse caminho e a verdadeira batalha começar.

        _Você já viu o final daqui não é?

        _Não sei do que você está falando. -digo dando de ombros.

        _Não se finja de Boba pequena Gemmy, sei que você sabe muito bem. -ele mexe no seu cabelo suado. -Acho que não precisamos sair nós dois.

        Não há um modo de interpretar essa fala de uma forma menos pior. Um de nós vai morrer agora, fato. Pego minha espada e me coloco em posição de luta. Logo ele pega seu machado e nos vemos um encarando o outro. O clima de cumplicidade se foi totalmente.

        _É a sua última chance hein? -ele ri de deboche.

        _Minha última chance de que?

        _De respirar, de ver a luz do dia e principalmente de me beijar.

        _Eca! -só o pensamento me dá enjoo, talvez isso seja inclusive uma tática de luta enjoe seu oponente antes. -Mas queridinho eu pretendo ver por muito tempo ainda.

        Sou a primeira a dar um lance e erro por muito. Minha espada passa há vários centímetros de sua cabeça. Sua atuação também não é boa, além de mal conseguir levantar seu machado ele abaixa longe de mim.

        Faço alguns golpes no ar tentando readquirir a técnica que eu tinha até algumas horas atrás, ou talvez dias, ou sei lá, estou com ódio de mim. Meu movimento seguinte é certeiro e teria matado-o caso ele não tivesse se esgueirado. Ao invés de matar eu consigo um belo corte em sua testa. Nada mal.

        Estou tão feliz de ter acertado o golpe que baixo minha guarda e sou acertada pelo machado na coxa. Dói, e muito, sou quase capaz de ver estrelas.

        _Maldito seja você seu traidor! -grito com raiva.

        _Acho que num caso como esse traidores não existem...

        Não sou capaz de contestar, aqui o mais forte e esperto vence, trair é só mais uma das coisas a ser feita a caminho da vitória.

        Sinto meu rosto ficando vermelho. Não quero ter um colapso agora e esquecer de tudo ou dar a louca. Tenho que me manter focada no aqui e agora.

        Vejo Jack se aproximando e lhe chuto. Consigo derruba-lo no chão. Com um golpe rápido o imobilizo.

        _Sabe de uma coisa? -digo segurando seus paços com os meus e suas pernas com as minhas. -Não gosto de lutas longas, prefiro matar rápido. Alguma última palavra?

        _Vadia.

        Uau, última palavra bem inesperada. Ele quase consegue se soltar nesse meu momento de confusão, mas eu sou mais rápida. Pego minha espada que está perto e com um movimento bem feito enfio em sua barriga.

        _Quem é a vadia agora hein? -me sinto soltando toda minha raiva. -Fala agora seu idiota. Quem é a vadia?

        _Você. -E assim que ele fala o canhão anuncia sua morte. 


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Notas finais do capítulo

Hoje eu quero que vocês inventem o que está acontecendo agora com o pai da Gemmy e do Lucky!