Useless, you are mine! escrita por Izzy, Sofi


Capítulo 18
Capítulo 18 - "Compras tchu tchu..."




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Eu vestia uma regata preta, tamanho médio, que tapava o cós da minha calça de cor bege enquanto Annie procurava alguma coisa em meu guarda-roupas que coubesse em seu corpinho de modelo.

Eu sempre fui a mais "cheinha" da dupla, não que eu me importasse, mas… era triste ter que aceitar que as roupas lindas e de marcas famosas da minha melhor amiga nunca acentariam em meu "corpo de brasileira", como dizem meus amigos daqui.

Por fim, ela escolheu uma blusa de mangas branca, junto com um short vermelho, que por sinal não era "nada" chamativo. Ela calçou seu all star branco e eu minha sandália rasteira de cor marrom.

Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo. Annie secou seu cabelo e o deixou naturalmente solto.

Peguei o dinheiro e coloquei em minha bolsa, para não ter nenhum risco de esquecê-lo. Como sou uma pessoa muito atenta às coisas…

– Eu tô pronta! - comentei.

– Então, vamos. Mas, antes disso… como eu estou? - ela perguntou aflita.

– Mais linda que você, só essa sua espinha no queixo. - eu disse revidando a brincadeira anterior.

– O quê?? - ela disse correndo para o banheiro.

– Não, é brincadeira. Relaxa… - eu desmenti tudo gargalhando.

– Piranha…

– Annie Cruela McPhee! Faça o favor de me amar menos, queridinha.

– Vamos logo ou vamos nos atrasar.

Fomos correndo até a sala, onde meu pai continuava assistindo televisão e rindo de um programinha nada engraçado… ele percebeu nossa correria, nos inspecionou da cabeça aos pés e depois questionou:

– Já vão?

– Aham. - respondemos em coro.

– Se cuidem, então.

– Você também, Pedro. Nos vemos mais tarde. Beijinho. - eu disse caminhando até a porta.

– Nos vemos amanhã, Pedro! - Annie disse finalmente fechando a porta.

Estávamos na garagem, uma olhando pra cara da outra, pois não tinha carro nenhum lá, exceto o do meu pai.

– Mas que droga! Onde é que o Mason foi com o carro?

– Não sei, né!? - ela disse olhando pra minha cara como se aquilo fosse óbvio, e na verdade era. - Se a gente for andando agora, ainda conseguimos pegar o metrô.

– Mas ele sabia que nós íamos precisar do carro hoje!

– Reclamar agora não vai adiantar! - ela exclamou me puxando para fora da casa enquanto eu pensava em todas as coisas que eu diria para o Mason quando o encontrasse novamente.

– Mel, amiguinha! - ouvi Annie exclamar enquanto corríamos pela rua - Não é o seu… - ela já estava um pouco ofegante. Não nego que eu também. - "irmão" ali? - quando me alcançou, apontou para uma casa bem bonita. E lá realmente estavam Mason e alguém que eu não conheço, devia morar na tal casa bonita.

– É sim… vamos! - falei, olhando os dois lados da rua antes de atravessar. Só depois percebi que era mão única, mas vai que tem algum louco na contra-mão, não é? Quando alcançamos os garotos, dei dois cutucões de leve no ombro de Mason, que se virou no mesmo instante. - Oi, Mason Lindo! - dei um sorrisinho simpático.

– Oi, Melinazinha Fofinha! - respondeu com uma voz superficial, imitando o sorriso que logo se desfez. - O que você quer?

– O carro, por favor…

– Ah, nem rola, Melina e… - enquanto ele falava, fiz uma carinha de Gato de Botas e um beicinho, tentando ser fofa, mas não quer dizer que eu consegui… - AH, NÃO FAZ ESSA CARA!

– Por favorzinho, Mason… - eu fiz uma voz doce e comecei a balançar de um lado para o outro sobre meus pés, como uma criança que queria muito um brinquedo. - Por favor…

Annie se juntou a mim e repetiu meu ato. Mason bufou e me entregou a chave, mas não evitou um sorrisinho no canto da boca.

– Onde você vai estar? - perguntou quando me virei.

– No shopping.

– Com quem? Não é com o Zack, né?

– Não… - falei meio desconfiada. – Está com ciúmes?

– Não, como eu já disse… quando você e o Zack terminarem vai sobrar pra mim te suportar toda deprimida.

– Vamos logo, Melina!? - Annie me apressou. - Obrigada pelo carro, Mason.

– De nada, docinho. - ele disse acenando para minha amiguinha e se voltando para a o seu amigo bonito, dono da casa.

Entramos no carro e fomos quase correndo até o Starbucks, meu pai não pode saber disso, beleza? Hehe.

Chegando lá, encontramos Lucy com a cabeça apoiada na mão direita enquanto mexia em seu celular com a outra mão. Olhei no relógio de pulso da Ann e já eram 13h55m, estávamos muito atrasadas, até imagino como Lucy está se sentindo, eu estaria muito "puta" no lugar dela.

– Lucy, minha flor, minha diva, me perdoa! - gritei abraçando-a - É que a gente teve que vir correndo, porque o Mason pegou o carro e… - comecei a falar muito rápido quando ela tapou minha boca com a sua mão.

– Tá bom, tá bom, eu perdoo vocês. - deu uma risadinha. - Vamos logo.

– Compras! Tchu tchu! Compras! Tcha tchua! - Annie falava e dançava, ela fazia uma dancinha muito estranha enquanto andava. Lucy e eu ficamos para trás, vermelhas de tanto rir. - Me deixem, antes que eu as acuse de bullying!

– Somos badgirls. - Lucy disse, cruzando os braços e fazendo uma duckface. - Muahahaha.

Annie fingiu um choro enquanto Lucy fingia chutá-la. Eu não conseguia fazer nada a não ser rir.

– Ai caralho, minha barriga tá doendo até, chega! - exclamei secando uma lágrima que saia pelo canto do meu olho. - Vamos, suas... suas pombagiras, antes que eu vá embora sem vocês! Já tô ficando envergonhada…

– VÁ! NINGUÉM TE QUER AQUI! - Ann gritou entre risos. Ela apoiava a mão no ombro de Lucy, que também ria. A primeira até se curvava para a frente de tanto rir, já Lucy ia ter que arrumar os cabelos ruivos, que nesse ponto já estavam desalinhados.

Quando conseguimos nos controlar, fomos andando até a loja mais próxima para comprar nossos vestidos para o baile.

Comprei um vestido não tão curto, na altura do joelho, da cor champagne e com detalhes de renda preto na parte de cima do mesmo. Achei que combinaria bem com o meu vans preto então… peguei uma bolsa de mão neutra e um enfeite de flor branco para o cabelo.

Lucy comprou um vestido rodado, na altura do joelho, da cor preta e gola v. Ela pegou um loaf cor bege e com spikes dourados em volta, uma bolsa pequena da cor preta com detalhes dourados e um brinco em formato de coração um tanto fofo.

Annie pegou um vestido preto na altura do joelhos, um salto alto vermelho, uma bolsinha pequena da cor preta e com detalhes dourados, junto com um anel de dois dedos da cor prata e em formato de cruz.

Pagamos tudo e fomos saindo em direção à praça de refeição. Fomos andando descontraídas, rindo feito idiotas e passando vergonha, porque as pessoas estavam olhando meio assustados com o nosso retardo mental. Me arrependo profundamente de ter vindo ao shopping porque encontrei as pessoas mais ridículas do mundo nesse dia.

Rachel, a melhor amiga andrógena da Katrina, acompanhada da amiga, passaram pela gente rindo. Mas Rachel não perdeu a chance me encher, foi logo se esbarrando em mim. "Paciência, Melina… não perca seu tempo com essa garota" eu repetia de dois em dois segundos à mim mesma, mas não consegui me controlar…

Espera, Ann! Aquilo ali é um homem ou uma mulher? - eu disse apontando para Rachel.

Annie apenas riu, provavelmente pensando no quanto eu era idiota por dar moral para a pessoa mais irritante da escola.

– Melina, por favor... aqui não. - Lucy disse me cutucando.

– O que você tá olhando, princesa!? - ela disse se aproximando de mim.

– Ah, eu? Agora tô olhando para uma garota estranha, louca e desengonçada! Não… espera! Menina ou menino? - perguntei ironicamente.

– Acho melhor você ficar quietinha, Melina!

– Então quer dizer que a Maria-João tá estressadinha!? - falei quase gritando.

– Cala a boca, guria! - ela me deu um tapa na cara. Sorri e devolvi em forma de soco. Rachel grudou em meus cabelos, porra ela parece um menino mas luta que nem uma vadia. Lucy ficou desorientada e ajudou Annie a me separar de Rachel.

Os seguranças do shopping não demoraram a chegar, colocando a gente pra fora do mesmo. Caralho, que vergonha! Duro vai ser explicar isso pro meu pai depois.

– Agora tudo ficou pessoal, brasileira! - Katrina disse caminhando até o estacionamento.

– Hmm... legal. Bem interessante, "amiguinha". - eu disse pra ela dando tchauzinho.

– Mas isso tudo já não era pessoal!? - Annie soltou a pergunta, mas foi ignorada. - Duvido você dormir hoje à noite… "brasileira"…. - Ela disse sarcasticamente.

Fomos embora dali. Tive que deixar Lucy e Annie em suas casas e ir embora. De jeito nenhum que eu vou contar para o meu pai sobre o acontecido…

Cheguei em casa e já eram umas 17h. Fui caminhando direto ao meu quarto, para guardar o vestido e trocar de roupa. Guardei tudo e vesti um short de poliéster preto acompanhado de uma regata cinza e um chinelo velho de desenhos infantis. É...

Depois disso, desci até a cozinha e peguei um saco de salgadinho no armário de condimentos.

– Então, quer dizer que além de chata é brigona!? - Mason comentou chegando perto de mim, cruzando os braços.

– Como ficou sabendo assim tão rápido? - perguntei abrindo o salgadinho.

– Tá maluca? Tá todo mundo sabendo. Acho bom você ter uma boa explicação para o seu paizinho.

– Aah, Mason. Vá se foder! - exclamei subindo as escadas, degrau por degrau, correndo.


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