Minha Doce Promessa escrita por Yuee-chan


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

É, tá, a Páscoa foi ontem, eu sei. Mas acontece que eu passei o feriado estudando violino - e no tumblr, diga-se de passagem- e eu ia postar ontem, mas eu passei a tarde comendo ovo e tal, e chegou de noite, quando eu ia acabar ela, e a energia caiu e não deu para postar nem nada... Então, espero que gostem ^^.



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Faltava apena uma semana para a Páscoa quando os dois amigo tiveram aquela conversa:

– Jimy. – O mais velho chamou fazendo o menor corar diante daquele apelido.

– Hm? – Murmurou.

– Na Páscoa vou te fazer uma surpresa. – Disse vendo os olhos do outro brilharem.

– Sério? O que é? – Perguntou animado.

– Se eu dissesse não seria surpresa. - Respondeu divertido.

– Ah. – Jim murmurou constrangido, fazendo o outro rir e abraçar o corpinho menor que o seu.

Sorriram, fazendo as pessoas que passavam pelo parque rirem, achando aquilo fofo.

Claro que como eles eram apenas crianças pequenas, os outro achavam que os abraços e beijos que os garotos trocavam eram apenas gestos amigáveis. Porém, algo que nenhum dos dois tinha corajem de admitir para ninguém, nem para eles mesmos, era que aquela amizade estava se transformando em algo mais forte.

– Hora de irmos. – A babá de Gary disse enquanto a do outro pegava o menor no colo.

~*~

–Boa noite meu bebê. – Disse sua mãe, saindo do quarto.

– Boa noite mamãe. – Jim sorriu.

Desceu da cama, arrastou um banquinho até sua janela e abriu-a. Decepcionou-se ao ver que seu amigo ainda não estava na janela, á centímetros da sua.

Moravam em um condomínio em que as casas eram muito próximas umas das outros, por isso toda noite conversavam até não aguentarem mais de sono, e Gary, que tinha oito anos, já tinha ido para seu quarto por meio delas.

O garoto já ia desistir de observar a janela do outro quando ouviu-a ser aberta. Abriu seu melhor sorriso, porém o mesmo morreu em seu rosto ao ver o estado em que seu melhor amigo estava. Os olhos inchados, o rosto vermelho e os rastros de lágrimas bem visíveis.

– D-Desculpa a demora Jim. – O menor ficou ainda mais preocupado ao ouvi-lo falar seu nome.

– O que aconteceu? – Perguntou.

– N-Nada. – Responde, mas mesmo assim, segundos depois, começou a soluçar baixinho. – N-Não... Não é n-nada... – Falava com o rosto entre as mãos.

O outro entrou em desespero, não queria vê-lo chorar, e, com um pouco de dificuldade conseguiu chegar ao quarto dele.

– J-Jim, o que você... – Calou-se quando o pequeno, com lágrimas nos olhos, abraçou-o.

~*~

– Por quê estava chorando? – O de cabelos claros perguntou. Os dois estavam deitados, um de frente para o outro na cama do maior enquanto o mesmo estava um pouco melhor.

Gary respirou fundo. Não sabia como o amigo reagiria mas tinha que contar.

– Eu vou me mudar. – Falou de uma vez.

–... – O pequeno Jimy arregalou os olhos, que começaram a se encher de lágrimas.

– N-Não chora. – Pediu, mas já era tarde demais, o garotinha se agarrava á ele e chorava intensamente.

– Eu não vou deixar! – Gritou.

– Shh... – Disse acariciando seus cabelos claros, tentado acalmá-lo, mas também deixava algumas lágrimas caírem. – Eu prometo... prometo que logo vou voltar, ok?

Fez que sim com a cabeça.

Dormiram daquele jeito, agarrado um no outro, com as lágrimas caindo sem parar.

“ Você disse isso, mas mesmo assim... ”

~*~

– Já vai, Jim? – O loiro lhe perguntou.

– Ah! Sim, sim Flynn. Vou ajudar meus pais a arrumarem a casa para a... A Páscoa.- Sorriu forçado.

– Já?! Ainda faltam três dias! – Um garoto ruivo, chamado Mike, exclamou.

– É muita coisa para arrumar...

– Ele faz isso todos os anos, parece que é para nos evitar... – O ruivo disse, fingindo estar magoado.

– Do jeito que você é chato Mike, eu não me surpreenderia. – Riram.

– Aah, Flynn, eu sei que você me adora. – Disse mimado, abraçando o outro.

– Sai! Sai! Não quero pegar sua doença. – O ruivo fez biquinho.

– Pelo menos o Jim me ama. – Disse indo em direção ao mesmo.

– Ah não! – Agarrou a cintura do mais agitado do grupo. – Vai Jim! Corre!

Rindo, o menor obedeceu. Quando já estava longe ouviu os dois gritando.

– Ah! Eu sabia! Você me ama!

– Kaah!! Sai de mim!!

Riu. Tinha certeza que o ruivo sentia mesmo algo a mais pelo outro e torcia para que os dois se acertassem.

Suspirou quando viu a fachada de sua casa. Sempre passava os fins de semana da Páscoa trabalhando. Não que gostasse, só fazia aquilo para esquecer aquela promessa nunca cumprida feita por aquele que mais confiava e amava. Já tinham se passado dez anos desde aquela noite. E ele não havia voltado, Jim sentia um pouco de raiva, imaginava que o outro já tinha se esquecido dele.

– Mãe! Cheguei! – Gritou subindo as escadas.

– Ah, filho...! – Sua mãe ia falar algo mas tinha batido a porta do banheiro, tomaria um banho e depois veria o que ela queria.

Deixou a água morna escorrer pelo corpo, relaxando os músculos, passou as mãos pelos cabelos e logo começou a se ensaboar.

Saiu de baixo do chuveiro a contragosto e enrolou a toalha em sua cintura e foi para o quarto. Porém estancou na porta.

–Aaaaah!! – Gritou ao ver um garoto de cabelos escuros deitado em sua cama, lendo uma revista.

Sua mãe apareceu no corredor.

– O que houve?! – Perguntou enquanto o desconhecido levantava, rindo. Jim olhou-o atentamente. – Ah, Gary, o que aconteceu? – O menor gelou ao ouvir esse nome.

– Eu não sei. Ele começou a gritar do nada. – A voz forte preencheu-lhe os ouvidos.

Os dois começaram a rir fazendo-o corar, entrou no quarto rapidamente.

– Vou me vestir. – Disse esperando o outro sair, mas não foi isso que aconteceu.

– Ok. – Disse e voltou a deitar-se na cama.

– Depois venha me ajudar. – Sua mãe voltou á sua tarefa.

O de cabelos claros respirou fundo e fechou a porta. Logo sentiu o mais velho rodear-lhe com os braços e beijar seu pescoço, gemeu ao mesmo tempo que ficou ainda mais vermelho.

– Vou me vestir. – Disse novamente ao se recuperar.

– Eu estou com saudades. – Não respondeu. – Tá, seu chato. – Soltou-o e se sentou na cama.

Jim vestiu-se, corando sob o olhar do outro. – Vamos lá ajudar minha mãe. – Murmurou.

– Não ouviu ela? Vamos conversar. – Respondeu batendo no espaço ao seu lado, indicando que era para o de cabelos claros se sentar. Assim que o outro o fez, o maior pulou em coma dele, abraçando-o fortemente.

O garoto sentiu lágrimas caindo em si e o abraçou de volta. Que se dane a raiva. Choraram e dormiram juntos, assim como na ultima vez.

~*~

O menor acordou com o corpo de Gary de frente para seu e sorriu ao vê-lo abrir os olhos. Mas seu sorriso morreu ao lembrar-se que tinha que perguntar algo á ele.

– Por quê...

– Primoo! – Uma garotinha de cerca de cinco ano entrou no quarto e pulou em cima deles. – Oi Garry.

– Oi Liza. – Respondeu, enquanto os dois se sentavam.

– Vocês já se conhecem?

– Sim! – A menina respondeu. – A tia tá perguntando se vocês querem ir jantar com a gente.

– Jantar?! – Jim olhou para a janela e viu que estava escuro.

– Nós vamos ficar. – O mais velho respondeu. – Estou cansado da viajem e Jimy vai ficar aqui comigo. – Ah, há quanto tempo não ouvia esse apelido.

– Ok. – Liza pareceu desapontada.

– Hey, que tal numa próxima vez? – O de cabelos escuro perguntou acariciando sua cabeça.

– Sim, sim! – Sorriu e beijou a bochecha dos dois.

– O quê você ia dizer? – Perguntou ao outro quando a garotinha saiu.

– Hã...? – O outro que ainda olhava a janela voltou á realidade. – Ah... Sua feição tornou-se triste. – Você nunca... nunca mandou noticias... nem “voltou logo” como tinha prometido. – Disse virando o rosto. As lágrimas caindo. – Por quê voltou agora?

Gary abraçou-o. - Me desculpa. – Sussurrou. Desculpa... meus pais, eles não me deixavam eu te ligar... eu até tentei, mas eles disseram que estavam me protegendo... – Riu. – Lembra dos abraços e dos beijos? – Perguntou e depois sussurrou. – Eles devem ter descoberto o nosso amor. – O outro corou. – E agora que sou maior de idade, pude vir aqui. – Terminou abraçando o baixinho.

Jim estava espantado, tanto por descobrir que os pais do outro eram tão preconceituosos quanto pela confissão que o maior tinha feito.

– Você... me ama? – Perguntou baixinho.

Gary segurou seu rosto e grudou seus lábios. No primeiro momento Jimy ficou surpreso, mas logo acompanhou o outro, deixando o beijo mais quente.

Minutos depois se separaram ofegantes, com uma tênue linha de saliva os ligando.

– Isso responde sua pergunta? – Fez que sim com a cabeça. – E você? Me ama? – Sussurrou.

Logo estavam jogados na cama se beijando necessitadamente.

– Hmn. – Jim gemeu quando o outro apertou suas nádegas.

Gary se separou um pouco, apenas para retirar a roupa dos dois e voltaram a se beijarem.

E naquela cama se amaram pela primeira vez, com a janela aberta, com a casa decorada para a Páscoa, com a família do menor jantando em algum restaurante qualquer, com a pequena Liza rindo de suas próprias piada enquanto comia e com os sentimentos mais puros que os dois tinham.

~*~

O almoço de Páscoa havia ocorrido bem, muitas risadas, gritaria, piadas e histórias de família.

– Quero meu ovo de chocolate! – Elizabeth, mais conhecida como Liza exigiu para o primo enquanto estavam na sala.

– Ok. – Jim riu enquanto entregava o ovo da Hello Kit para a pequena, que sentou- se no sofá animada.

– Voltei! – Gary gritou entrando no cômodo, tentado falar mais alto do que as vozes vindas do jardim. O garoto tinha saído havia alguns minutos, dizendo que tinha esquecido algo no quarto.

– O que foi pegar? – O outro perguntou, levantando uma sobrancelha.

– Você tem que me ensinar a fazer isso. – Falou recebendo um sorriso. – Ah só fui pegar isso aqui. – Respondeu mostrando, em uma mão uma pequena caixinha de Kinder Ovon e na outra um grande ovo do mesmo.

– Uou! – Liza exclamou.

– Esse é para você. – O mais velho disse entregando o grande.

– Aah, não vale! – Jimy disse, vendo a outra mostrar-lhe a língua.

– Esse é seu. – O de cabelos claros fez biquinho. – Abre logo.

– Tá. – Pegou o seu, vendo Liza tentando desfazer o nó do ovo. Comeu-o em segundos enquanto a outra ainda se deliciava com o chocolate. – Isso não é justo. – Murmurou abrindo o potinho em que ficava o brinquedo, seus olhos se arregalaram quando viu o que tinha dentro. Um anel de ouro branco, com uma pequena pedra de um verde claro.

– Eu trabalhei bastante para isso, então é melhor você aceitar ser meu namorado oficial. – O maior sorriu

Lágrimas se formaram nos olhos do outro, quando ouviram uma exclamação da pequena.

– Troca comigo? – Perguntou estendendo o pote com o grande brinquedo.

Riram.

Gary puxou o seu Jimy para o andar de cima.

– Lembra da surpresa que eu disse que te faria naquele ano? – Perguntou ao chegarem no quarto.

– Sim. – Sussurrou. – Lembro.

– Então... era essa, claro que eu ia te dar um anel de plástico... – Riu. – Mas... você aceita? – Perguntou. – Aceita ser meu amante, meu namorado, meu noivo?

Chorando, o outro fez que “sim” várias e várias vezes com a cabeça. E, enquanto o maior colocava o anel em seu dedo, teve a certeza de que, mesmo com várias dificuldades, um seria do outro para sempre.

– Feliz Páscoa. – Sussurraram juntos.



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Notas finais do capítulo

É, sem lemon para vocês hoje seus pervertidos e pervertidas de plantão /não me apedrejem!
Se tiver algum erro me avisem e Feliz Páscoa atrasado XD.



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