Consegui convencer Alice – depois que saímos do restaurante – de que eu ficaria bem – mas nem eu mesma acreditava nisso –, que ela poderia ir para casa. Consegui a convencer disso.

Mas agora, aqui estou eu, em minha cama, sentada com a minha cabeça apoiada no meu joelho erguido. A dor era muito grande. Não estou falando da dor física, e sim da dor emocional, aquela que está acabando comigo ha cada segundo.

Várias perguntas surgiam em minha cabeça, mas nenhuma tinha resposta:

Como contar para Edward? Como fazê-lo entender que eu irei embora, mas que um fruto do nosso amor continuará?

Eu queria me colocar no lugar dele recebendo essa notícia, de que eu o perderia, mas não me imaginava, pois eu morreria também. Não queria que ele fizesse isso, mesmo quando juramos amor eterno, e que um não conseguiria viver sem o outro. Mas será que as lembranças de momentos bons não bastariam? Essa resposta, eu também não teria.

–Bella? – Ouvi a voz dele soar, abrindo a porta de nosso quarto.

Percebi que eu estava chorando, ainda na mesma posição.

Enxuguei rapidamente, numa tentava vã de que ele não percebesse.

–O que houve? – Ele se aproximou de mim, se sentando ao meu lado. – Carmem disse que você foi ao médico hoje, a consulta foi adiantada, certo?

Afirmei com a cabeça, sem querer encarar os lindos olhos dele.

–Eu tentei te ligar várias vezes, mas você não me atendia. – Ele sussurrou, colocando uma mexa solta do rabo de cavalo que fiz, e ao colocando atrás da minha orelha. – O que aconteceu? Por que está chorando?

Eu tinha que ser rápida em responder, pois se não ele notaria a hesitação e o tom de mentira na minha voz.

–Nada. Só estou sensível por causa da gravidez. Não devia estar surpreso... – Sussurrei tentando sorrir me lembrando das vezes que Edward me pegou chorado, mas agora era diferente, aquele sonho... Aquilo de se afastar será que se tornaria realidade? Pois saber que vou morrer, já era uma realidade.

Ele colocou as duas mãos no meu rosto, me fazendo olhá-lo. Tudo indicava que ele tinha acreditado no meu argumento, mas doía tanto mentir para ele...

Vi o amor espelhado em seu olhar, vi a preocupação, via tudo de bom em cada feição dele, só o que eu não conseguia ver – e nem queria – era o abandono dele.

–Logo, logo ela estará com a gente. – Edward disse, acariciando minha barrigada, por cima da blusinha fina.

Estará com você, pensei, sentindo a minha garganta arder, em sinal de que mais lágrimas viriam.

Aconcheguei-me em seu peito, sendo abraçada por Edward. O calor de seu corpo era tão tranqüilizante, mas ao mesmo tempo, me afligia, pois eu poderia não ter mais aquele contato.

–Te amo! – Sussurrei, sentindo a sonolência me arrastar para a escuridão, mas ainda consegui ouvi sua voz me respondendo, com amor palpável:

–Também amo você...

Dormi, sentindo a verdade daquelas palavras, e sabendo que nada, nos separaria, pois mesmo que eu não estivesse mais presente na vida dele, estaria em seus pensamentos, em seu coração...