Uma Vida, Por Outra Vida escrita por Niina Cullen


Capítulo 5
Capítulo 5




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Tudo estava lindo no quarto de nossa Isa. Isso mesmo, Isa.

Tínhamos sabido há uma semana que o bebê que se formava dentro de mim, era uma menina, e há seis meses a carregava dentro de mim. Seis exatos meses, de felicidade. Eu não sabia como era ser feliz, sem ter tudo o que eu já tinha e teria: não eram coisas materiais e nem fúteis, era o amor que se estendia por Edward a cada segundo, a cada toque dele; era a minha família, que estava sempre junto a mim, mas que não superava o pensamento de dor por saber que meus pais não estariam aqui comigo, compartilhando da minha gravidez, de cada “chute” que Isa dava.

–Você acha que falta mais alguma coisa, meu amor? – Edward perguntou me tirando dos meus pensamentos.

–Só a nossa Isa! – Falei rindo.

Edward estampou o meu sorriso favorito nos seus lindos lábios, e se postou a minha frente, se abaixou para ficar da altura de minha barriga, e começou a sussurrar:

–Isa! A mamãe está apressada para que você chegue logo...

Era sempre assim, desde que Edward desenvolveu o querer de falar com a nossa filha, e essa sempre o respondia com algum movimento, como agora mesmo.

–Viu, ela também está apressada para conhecer o papai e a mamãe. – Ele se levantou e me deu um beijo calmo nos lábios.

–E você não pode esquecer da titia aqui! – Alice disse, entrando no quarto de nossa filha.

Ela é que estava ajeitando tudo.

O quarto tinha uma parede lilás, e outra branca – respectivamente nos quatro lados do quarto – com um berço ao lado da parede janela, que tinha uma cortina linda com desenhos de ursinhos, da cor rosa. Tudo estava perfeito, desde a poltrona perto da estante cheia de pelúcias e alguns livrinhos, até o tapete cor de rosa no centro do quarto.

–Você não deixa a gente esquecer. – Edward disse rindo, e seu celular começou a tocar.

Ele atendeu, era do hospital...

–Amor, eu tenho que ir. Um paciente teve complicação em uma cirurgia, que está afetando o cérebro... – Ele disse, preocupado, o que era normal na profissão dele.

– Tudo bem! –Sussurrei, mas eu não queria que ele fosse.

– Alice, cuide dela. Qualquer coisa me liga! – Ele me deu um último beijo, e correu para as escadas.

Desde que Carlisle e Esme foram para a Grécia, Edward estava no comando de tudo, no setor de neurocirurgia, por isso ele tinha que ir urgente para o hospital, para organizar com a equipe o que deveria ser feito.

–Que bom que ele já foi. Assim eu posso te seqüestrar um pouco. – Alice disse rindo, logo depois que Edward tinha ido.

–Me seqüestrar? – Perguntei sem entender.

–É Bella... Eu quero muito ir ao shopping comprar uma roupinha para a Isa. – ela tentou argumentar.

Uma, era bondade dela. Ela provavelmente não iria só comprar essa roupinha linda que ela viu, ela iria comprar a loja inteira.

–Alice, eu não quero sair de casa! Falei, indo até o berço, e pegando um cobertor que já estava dobrado, para imaginar o aroma que teria nele, quando Isa nascesse.

–Bella, por favor! Ainda está cedo vai! – Ela sabia como me persuadir, mas eu não cairia nessa carinha de cachorro pidão que ela fazia agora.

–Não está não, já é quase 18horas.

–Bella... Eu não estou gostando nada desse seu conceito de horário, se é por causa da minha sobrinha, fique tranqüila, ela não vai se aborrecer em ir para o shopping.

– Eu só não quero ir Alice. – Ri da feição séria que ela fez. – E você já comprou todo o tipo de roupa preciso, e não preciso. Aposto que a minha filha não vai nem conseguir usar tudo, de tanta... – Parei de falar subitamente, com a dor aguda que veio da minha barriga. Não era um chute da Isa, era uma dor antes nunca sentida, que me fazia curvar.

– Bella. Tudo bem, nós não vamos, mas também não precisa fingir...

Ela parou de falar, quando percebeu que era sério, e veio me ajudar.

Eu não conseguia falar nada. Estava com medo de falar, e acabar gritando.

Alice me fez sentar na poltrona perto da estante, enquanto, eu sentia os espasmos de dor aumentar, e não conseguir mais respirar.

–Bella. Bella! – Alice me chamava, eu sabia que não podia desmaiar, pois Alice ligaria o quanto antes para o hospital, ou pior, para Edward.

A respiração voltou aos poucos, mas a dor continuava.

–Está tudo bem Alice! – Menti.

– Não, não está. Você voltou a sentir essa dor e essa falta de ar Bella... – Ela se ajoelhou ficando a minha frente. – Você já foi ver isso com a Dr. Laura?

– Sim. – Sussurrei, tentando fazer um esforço para não gritar.

Eu já tinha sentido isso, até mesmo a falta de ar, e Edward estava comigo. Resultado: me levou para o hospital, e a Dr. Laura pediu um bocado de exames, que ficariam prontos depois de amanhã.

–Eu vou ligar para o Edward... – Ela se levantou indo pegar seu celular na sua bolsa que estava perto do berço.

–Não Alice. – Pedi. – Escuta, não é nada de mais. Depois de amanhã ficará pronto os exames e pronto. Não precisa preocupar Edward. – Ao falar isso tentei sorrir, para que ele visse que não era nada sério, mas a dor não ajudava.

– Tá bem. Mas você vai deitar então, já que não podemos ir ao shopping. – Ele disse rindo, mas não conseguiu disfarçar a preocupação.

...

–Alice, pode ir. Eu vou ficar bem. – Garanti a ela, já deitada em minha cama.

–Não. Eu vou ficar aqui até o meu irmão chegar. – Ela disse, saindo do meu closet. – Bella... Você precisa urgente de novas roupas. Assim que a minha sobrinha-afilhada nascer, iremos rechear esse seu closet, que... Deixa pra lá.

–Ah, claro! – Ironizei seu comentário. Ela não iria esperar 3 meses para fazer isso.

A dor havia cessado, mas ela já havia cessado outras vezes, e voltado outras mais vezes.

A sonolência era tanta, que nem me despedi de Alice, só simplesmente me aconcheguei no travesseiro, e dormi.

Um sonho, era isso, só podia ser um sonho.

Não. Não. Não era um sonho, era um pesadelo, eu tentava gritar para mim mesma, mas parecia tão real, que cada palavra dele, doía como se fosse verdade.

–Você decidiu isso. VOCÊ! – Edward gritou a última palavra. Mas eu não sabia ao que ele se referia.

Eu decidi? Decidi o quê?

Eu estava chorando, e Edward estava se afastando, ou era o contrário?

Eu sentia algo me puxando, algo forte, e foi quando passeia a mão pela minha barriga, e a senti plana.

–Cadê o meu bebê? – Perguntei para mim mesma, mas eu tive resposta.

–Ela vai ficar bem Bella. Nós cuidaremos dela. – Era Esme que dizia isso, com um bebê no colo, que eu não conseguia ver o rosto. Ela dizia isso do outro lado, do lado oposto a Edward. E quem estava ao seu lado, eram Alice, Carlisle e Jasper, todos repetindo a mesma coisa que ela disse.

“Ela vai ficar bem, Bella. Nós cuidaremos dela”.

O que eles estavam dizendo?

Eu era a mãe, eu que cuidaria.

Percebi que Edward estava sozinho, e não encarava nossa filha, ele me encarava, com os olhos lacrimejantes.

–Você decidiu me deixar... – Ele agora repetia isso, enquanto eu era sugada por uma força desconhecida.

Tudo começou a ficar borrado, e as imagens desconexas, e eu enfim acordei...

Acordei gritando.

–Bella. Amor... – Senti os braços de Edward ao meu redor, me abraçando mais forte, numa tentativa vã de me acalmar.

Respirei fundo, como que procurando pelo ar, que eu não tinha naquele, pesadelo.

–Foi um pesadelo? – Ele perguntou, sendo atencioso.

Confirmei a pergunta dele, com um leve movimento, escondendo meu rosto na curvatura de seu pescoço, sentindo o seu aroma.

–Quer contar?

Como eu contaria? Como eu contaria que no pesadelo, o meu Edward, o meu amor, não era quem eu julgava conhecer? Pois aquele Edward, não era o meu Edward.

O abracei forte, como que tentando fazer com que ele não me deixasse, e comecei a chorar, notando que as lágrimas já estavam ali. Talvez já vindas do pesadelo.

–Meu amor. Não fique assim, por favor. – Ele pediu, mas como não ficar, sendo que o pesadelo dizia que eu iria perdê-lo?

Talvez eu estivesse interpretando o pesadelo de uma forma errônea, talvez tivesse algo a mais por trás. E eu tinha medo de descobrir esse algo a mais.

Sentir o aroma de Edward estava me acalmando.

Ele era a minha cura, o meu bem-estar, como não ter medo de que tudo um dia acabasse?

–Eu amo você! – Consegui enfim dizer, com tamanha intensidade que chegava a doer.

Na verdade não doía tanto quanto a ideia de perdê-lo.

–Eu também amo você. – Ele disse, e mesmo eu não encarando seu rosto, podia dizer que ele estava sorrindo, o meu sorriso preferido.

...

A minha barriga estava enorme, e eu sentia dificuldade de me mover, por isso Edward conseguiu me convencer de que eu não fosse trabalhar.

Ela já tinha ido, não sem antes me dar um beijo. Não um simples beijo...

Só foi um pesadelo, eu tentava dizer para mim mesma. Mas era como se a minha mente fosse surda, e não me obedecesse.

Eu nunca fui boa em desvendar os sonhos, mas esse, eu queria saber.

Queria saber o por que de Edward estar sozinho e dizendo que fui eu que decidi, decidi deixá-lo; o por que de eu não conseguir ver o rosto da minha filha, como se eu estivesse... Como se eu estivesse morrido, e não poder vê-la. Era isso. Era por isso que eu me afastava que uma força invisível me puxava para longe. Eu estava me afastando, não Edward ou a nossa família. Só eu. Eu que decidi. Eu decidi morrer?

Aquilo não estava fazendo sentido, nem o por que de Edward não estar junto de nossa família, junto de nossa pequena Isa.

–Bella? – Olga me chamou me tirando do meu estado absorto.

Eu estava na sacada, sentada na poltrona que ficava lá, aproveitando o pouco sol que fazia hoje em Nova York.

–Sim?

–Você não comeu direito no café da manhã. Você quer que eu prepare algo em especial para você?- Olga era sempre tão atenciosa.

–Não, obrigada. Sinto que se eu comer qualquer coisa, irei colocar tudo pra fora. – Falei sorrindo.

Olga veio se sentar na poltrona ao meu lado, e tocou em minha barriga, acariciando-a.

–Essa pequena não está colaborando com a mamãe é? – Olga perguntava olhado para a minha barriga, depois desviou o olhar e me encarou, como uma mãe preocupada. – Querida, você tem que comer algo, não pode ficar sem comer nada, e também será hoje a sua consulta, você acha que a doutora...

–A consulta será hoje? – Perguntei interrompendo-a.

Afinal de conta, a consulta seria amanhã.

–Sim. Acabei de atender ao telefone. Por isso vim aqui, além de dar o recado, perguntar se você queria alguma coisa.

–Mas a consulta seria amanhã...

–A recepcionista do hospital disse que uma paciente que a doutora Laura teria hoje, desmarcou, e como a doutora queria muito conversar com você, decidiu adiantá-la para hoje.

–Em que horário? – Perguntei.

–Uma e meia da tarde.

Edward não poderia ir comigo. Nesse horário ele estaria em reunião, como ele havia me dito hoje pela manhã. O que eu iria fazer?

Algo me dizia que o melhor a fazer, era ir. E depois contar tudo a Edward. Mas e esse tudo... O que esse tudo implicaria?

Apoiei-me no braço da poltrona, e com a ajuda de Olga me levantei.

...

Meio dia e vinte e oito, quando terminei de arrumar, e fui até a cozinha, como Olga pediu, para comer alguma coisa.

Foi um almoço leve, mas apetitoso. Afinal de conta, repeti duas vezes.

–É essa Bella que eu conheço. – Olga disse rindo.

–Ah Bella que ficará obesa quando a filha nascer. – Respondi ao comentário dela rindo também.

Depois de escovar meus dentes, fui até o sofá da sala, e peguei minha bolsa, só que faltava o essencial que eu não estava achando.

–Olga! Você viu onde eu deixei as chaves do meu carro? – Perguntei, olhando debaixo das almofadas do sofá.

–Bella... Você está de seis meses, é perigoso dirigir assim.

–Achei. – Disse olhando pela segunda vez em minha bolsa. – Eu vou com calma Olga, não se preocupe.

–Tudo bem!

Fui até ela, e dei um beijo em seu rosto, e saí.















































































































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Notas finais do capítulo

Gente...
Estou sem ideias provisoriamente, não sei como prosseguir para o próximo capítulo, que será o veredito da Dra. Laura ):
Se vocês puderem me ajudar, eu agradeço.
E é claro, colocarei o nominho de cada um que estiver me ajudando, pois não vai ser um plágio, e sim uma ajuda de ideias a uma escritora que está sem no momento.
Obg, e agradeço a quinta leitora, que eu não sei quem é, mas tudo bem. Estou muito feliz por ter mais alguém acompanhado a minha história.
E... Ana (minha miga (:), obg por ter lido... Na verdade eu acho que você não chegou até esse capítulo, mas quando chegar... Obg, Te Amo!
By: Josi Monteiro