Os dias não se passaram tão rápido quanto eu queria, mas o importante é que logo Anthony vai voltar, para ser mais exato, o voo dele é amanhã. Eu me sentia cada vez mais enorme com aquela barriga de nove meses, era um pouco difícil fazer as coisas com ela, além de que minhas costas doíam. Podia nascer a qualquer momento, e essa ideia me assustava, eu até então só estava aproveitando a gravidez, mas agora comecei a pensar em como ia ser daqui pra frente. Até outro dia não tinha responsabilidade nem comigo, e agora eu teria um ser que dependeria de mim. Ainda bem que eu me acertei com o Anthony, por que sozinha ia ser difícil.
Ele tem show hoje, então só vou conseguir falar com ele mais a noite. E provavelmente essa noite Kate venha aqui em casa, e isso era ótimo, não estou a fim de ficar saindo de casa, e não queria ficar sozinha.
Eu não podia fazer esforço, mas é difícil ficar parada. Sei que se o Anth estivesse aqui, ele não me deixaria pegar um copo com água. Mas como não tinha ninguém para me impedir, fiz as coisas que eu deveria fazer em relação a organização da casa, era o único jeito do dia passar rápido, eu estava com saudades do Anthony, queria falar logo com ele.


Anthony’s POV
Pronto, finalmente já tinha passado todos aqueles show e entrevistas, não que eu não gostasse, eu realmente amo o que eu faço e sempre quero aproveitar cada minuto. Mas encerrar meus afazeres significava que agora eu podia voltar pra Londres. Eu já comprei a passagem e meu voo é amanhã de manhã, estou muito ansioso, só de pensar que quando eu voltar, Marisa vai vir junto e o bebe também, meu coração já dispara.
Eu tenho o Everly e me lembro da época da gravidez, mesmo assim, sempre é algo novo, é sempre diferente. Além de ansioso, eu estou preocupado, com a minha menina impaciente sozinha, sei que ela deve estar fazendo tudo o que sempre fez, andando de um lado pro outro sem se preocupar com nada. Por isso não vejo a hora de chegar em casa e falar com ela e vê se está tudo bem, por que depois que ela teve aquele alarme falso, eu nunca mais dormi direito.
Peguei Everly no colo, pois já estava praticamente dormindo, o coloquei no carro e fui pra casa. O caminho não era longe e eu não estava cansado, apenas ansioso como já disse.
Cheguei em casa e já o coloquei no quarto, depois que consegui colocar o pijama nele, o deitei e ele dormiu. Fui para o meu quarto, tomei um banho rápido e já peguei o telefone, discando um número tão conhecido que podia discar de olho fechado.
– Oi amor. – ela atendeu normalmente o que já tirava meio quilo da minha consciência.
– Oi, tudo bem?
– Uhum, tá tudo ótimo.
– Sentiu alguma coisa? Mal estar? Você está bem mesmo? O que está fazendo?
– Calma Anthony – risos – Está tudo muito bem, não senti nada, no momento estou deitada no sofá esperando a Kate.
– Ah ela vai ai hoje né. – isso era bom, assim ela não ficava só.
– Sim, daqui a pouco ela chega. Mas e você, me conte como foi o show.
– Foi tudo ótimo, a entrevista não foi aquelas coisas chatas, ao contrario, foi bem divertida. – eu ia contando e percebendo que ela não falava nada. – Marisa? Você ta ai?
– Estou sim, continue – eu percebi sua dificuldade ao falar mesmo ela tentando disfarçar.
– O que você está sentindo?
– São só algumas contrações – eu podia até sentir a dor do modo que ela falava, mas ela ainda tentava disfarçar a voz. – Me.. Me conte sobre o.. Everly .
– Ele está bem, pulou bastante e agora está dormindo. – Eu queria que ela falasse mais, assim esse silencio dela não iria me deixar tão tenso. – O que você fez durante o dia?
– Eu?... É.. ah, arrumei algumas coisas... vi uns dois filmes... e acho que... – ela falava com dificuldade extrema, e eu podia ouvir sua respiração forçada, fez se silencio o que me deixou com o coração na mão. – Anthony! – ela exclamou quando eu abria a boca para chama-la, estava claro que ela não estava bem, e isso me deixou praticamente desesperado.
– Marisa? Marisa você está bem?.... Marisa?! – eu a chamava inutilmente, ninguém respondia e eu não conseguia ouvir mais nada, nem ao menos sua respiração. Aquilo me deixou angustiado e desesperado, sem saber o que fazer.