O Templo Da Imortalidade escrita por Kbex


Capítulo 8
Capítulo 8: O amado e querido Pérola Negra


Notas iniciais do capítulo

booa taarde =)
bom primeiramente me desculpem, mais não deu tempo de terminar de escrever até ontem, iria terminar depois que chegasse em casa mais tinha Brasil X Polonia, jogo de volei, e nao perco um jogo dos meus meninos *o* e hoje tem Brasil X Canada hehe.
bom deu de enrolar, vamos ao capitulo, espero que gostem
até lá em baixo, quero fazer uma pergunta a vocês =)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/213897/chapter/8

O barulho da chuva era reconfortante, porem nem com toda essa calmaria eu conseguia mais dormir. Depois da conversa estranha que tive com o Will, dormir estava um pouco difícil, eu até consegui pregas os olhos por um tempo, mais a frase “Vou mostrar a você que pode confiar em mim”  não saia da minha mente.

Levantei da cama e resolvi sair da cabine, a chuva estava forte, mais não molhava na frente da minha cabine, percebi que a última vez que choveu Will estava preso na armadilha e eu dentro da cabine, ele encharcado e eu sequinha, ele, provavelmente, acordado e eu dormindo,  pela primeira vez me arrependi de tê-lo deixado lá. Isso tudo, essa parceria repentina, começava a não fazer muito sentido. Era estranho, era para ele ser meu inimigo. Não? Seria uma parceria prematura? Eu não tenho uma ideia formada sobre isso e aquela frase, há aquela frase, não ajudava muito. De uma duas, ou ele tem um coração muito bom e perdoa fácil, ou, o que acho que é mais provável, ele queria se beneficiar com isso. E não era o que eu queria também? Ah, eu não to mais nem me entendendo.

Um sentimento estranho, uma sensação a qual eu não tinha uma percepção formada, algo parecido com... raiva? Não, essa eu conhecia muito bem. Tristeza, não, não era bem isso. Era algo nesse meio termo. Pensar que Will só queria me beneficiar me fazia sentir assim, e eu não gostava desse sentimento, acho que aqui entra a raiva.

Bati a porta com força e me sentei do lado de fora da cabine, emburrada. Eu estou tão vulnerável nesses últimos dias, em um momento estou quase afundando o navio de tanta raiva, e em outros sorrindo de orelha a orelha.

Suspirei. Voltei olhar para a chuva, para o ritmo que os pingos caiam em sincronia no piso do barco. Eu preferia o sol, me deixa mais contente, tudo fica mais alegre quando o sol aparece, porem a chuva me trazia uma calma, que eu não tenho, e eu gostava de me sentir assim, era como se a chuva esfriasse a tocha humana de sentimentos que explodia dentro de mim, reconfortante.

Reconfortante também era ter a companhia de Annabel. Sorri e me lembrei de um dia no convento.

FLASHBACK ON

Mais um aniversário e minha mãe não veio. Eu gosto das freiras, uma em especial, Irmã Nina, ela era a preferida de minha mãe também.

Com seus olhos pretos e suas marcas de expressão quando sorria, Irmã Nina me encarava com um olhar caloroso.

- Porque essa carinha triste filha? É o seu aniversário.

- Eu sei. É que sinto falta dela – sussurrei.

Irmã Nina é a única que sabe que sou filha de Angélica, e o motivo de minha mãe ter ido embora. Para todos os outros, Angélica fugiu porque se apaixonou e eu era filha de uma mulher sem coração que me deixou na porta do convento.

- Annabel está esperando por você. Sorria um pouco e feliz aniversário – ela disse – ela virá. Angélica é uma mulher de palavra – ela completou e depositou um beijo em minha testa, eu a abracei.

Sai do meu quarto e fui em direção ao pátio.

- Parabéns Alice – ouvi Annabel falar sorrindo assim que entrei em seu campo de visão.

Annabel é minha melhor amiga, nós somos confidentes uma da outra. Ela esta aqui pois sua mãe foi considerada cúmplice de pirataria, quando Annabel ainda era um bebe, e seu pai é desconhecido por ela.

Seus cabelos loiros presos em duas tranças, batiam em seu ombro enquanto ela corria.

- Obrigada – eu sorri e a abracei

- Então aniversariante? O que quer fazer hoje? – ela disse entusiasmada.

Annabel sempre foi assim, sempre de bom humor. Eu olhei nos seus olhos azuis brilhantes e sorri, um olhar de cumplicidade, ela, claro, logo entendeu.

- Mar.

Eu assenti.

Fomos até a praia, escondidas claro, não podíamos sair do convento se não fosse em horário adequado, porem nunca fazíamos nada de errado na praia, só ficávamos sentadas conversando e observando o mar, então não deve ser tão errado assim. A praia estava vazia, sentamos no tronco de arvore de sempre e observamos o sol bater na água do mar e lançar alguns arco-íris. Havia tanta vida fora do convento, é só olhar para essa multidão de água e ver quanta coisa poderia estar fazendo.

- Vou fugir daqui – disse decidida.

- Como?

- Quero encontra-la Annabel, e eu sinto que há tanta vida para mim fora daqui.

- Mas sozinha? Alice, é perigoso e... – Annabel disse com seus olhos arregalados e tensos, esse olhar dela sempre me dava medo.

- Preciso arriscar Bel, não posso viver esperando.

- Pretende começar por onde? – ela suspirou.

Comecei a falar para ela. Nós já tínhamos discutido sobre isso muitas vezes, de eu ir ao seu encontro, porem nunca havia encontrado forças como agora. Annabel é apaixonada, assim como eu em piratas, claro que só nós duas sabemos disso, íamos até a biblioteca muitas vezes ler alguns livros, ela me ajudou a descobrir sobre o meu colar.

- Piratas, você é doida mas, mas... Lice, eu vou sentir sua falta – Annabel disse com os olhos cheio de lágrimas.

- Aaaah Bel – eu a abracei – eu também. Eu prometo que volto tá? Nunca que você vai se livrar de mim. Porque você não vem junto comigo?

Annabel me encarou.

- Lice, eu gosto de aventuras, mais de ver, de ler, não sei se conseguiria viver uma aventura e eu gosto da minha vida aqui, teria que pensar um pouco.

Eu assenti, compreendia completamente sua posição.

- Entendo – levantei e engatei nossos mindinhos como sempre fazíamos para selar algum acordo – eu Alice Teach prometo voltar para visitar você e quem sabe levar-te comigo.

Nós duas sorrimos e voltamos a olhar o mar. Aproveitei meu ultimo dia com Annabel, eu iria sentir muita falta dela.

Mais tarde me despedi de Annabel, ela me ajudou com a fuga, como sempre uma acobertando a outra, deixei uma carta para Irmã Nina e sai do convento.

- Tchau Bel, eu volto – disse virando para trás quando estava na parte de fora convento – te amo irmã.

- Tchau Lice, sentirei sua falta – ela disse enxugando as lagrimas e abrindo um sorriso – te amo.

FLASHBACK OFF

            Me peguei chorando quando voltei de meus pensamentos, como eu sentia falta de Annabel. Eu voltara para lá algumas vezes. Annabel conseguiu uma família, que a adotou e a ama muito, passei alguns dias na sua casa nova, e eles eram legais, voltei a visita-la mais quando ela saiu do convento, não queria encarar Irmã Nina. Quando isso tudo acabar quero ir visita-la de volta, e levar minha mãe, ela ficaria muito feliz.

            A chuva tinha diminuído, apenas uma garoazinha molhava os marujos que tinham começado a sair de suas redes no porão e que subiam para limpar o barco.

            - Bom dia querida – minha mãe fala ao meu lado – o que faz aqui?

            - Perdi o sono.  – respondi – Bom dia.

            Minha mãe me encarou e arqueou uma sobrancelha.

- Quer conversar?

- É... – suspirei – Will veio com uma conversa estranha, para sermos parceiros e tudo mais e isso me fez repensar algumas coisas e a chuva, me fez lembrar de Annabel.

- Sua melhor amiga? – minha mãe falou. Eu tinha contado a ela vagamente sobre Annabel no primeiro dia que nos conhecemos.

- Sim ela mesma, sinto saudades dela, faz um tempo que não a vejo. Falando nisso mãe – eu parei de brincar com uma gotinha restante de água da chuva e olhei para ela – Annabel ficaria muito feliz se soubesse que te encontrei, queria apresentar você a ela.

Minha mãe sorriu.

- Claro que sim, ficaria muito feliz de conhecer mais da sua vida, porque o que você me contou no primeiro dia foi tão resumido. – ela sorriu

- Eu estava muito animada para lembrar o que eu fazia na vida mãe – nós duas gargalhamos.

- Ah qual é Angélica, me diz como tirar o Perola da garrafa, vai – Jack chegou interrompendo o momento mão e filha. Ele estava implorando para minha mãe, algo me diz que ele já estava cansado de pedir. – Poderíamos chegar mais rápido no templo com ele, assim Alice ficaria longe do perigo antes – ele disse, e eu sabia que ele não estava fazendo isso por eu estar em risco, mas sim porque ele queria seu amado Pérola de volta.

Minha mãe revirou os olhos, ela o conhecia bem e sabia o que ele queria. Ela pensou um pouco, ela parecia derrotada.

- Jack... Oras como você pôde não ter pensado nisso antes? Tirar o Pérola da garrafa é a coisa mais simples que existe! – ela revirou os olhos. – Quebre a maldita garrafa com a espada perto da água do mar e pronto, Pérola livre! – os olhos de meu pai brilharam - Agora é só pegar a espada de Barbossa.

- Achei que ela deveria ficar em família. – eu disse entregando a espada a ela.

- Como você pegou a espada de mim? Sua pilantra! – Jack disse totalmente espantado. Eu sorri.

- Vamos lá Angélica, me passe a espada.

- Não adianta Jack, a espada não tem poder algum longe do Vingança, eles se completam.

- Ah, droga. Vamos esperar Barbossa chegar, assim que ele estiver perto o suficiente quebramos a garrafa. – eu disse.

- Essa é minha filha. – Jack disse, e meu sorriso foi de orelha a orelha, ele me chamou de FILHA. Eu estava muito feliz, era capaz de correr e abraça-lo ali e agora, mais não queria forçar nada. Angélica também sorria

- Vocês dois não têm jeito mesmo não é? Vão enfrentar Barbossa de novo?

Nós dois assentimos e minha mãe revirou os olhos, saiu com a espada para sua cabine e Jack foi atrás.

- Como vai parceira? Bom dia.

“Doida. Você esta me deixando doida Turner” pensei.

- Cansada, andei pensando muito e você? Bom dia. – eu disse ao invés do que queria realmente falar.

- Eu vou bem obrigado. Tem alguma ideia de por onde poderíamos começar?

- Ah qual é? Acabei de falar que estou cansada, não estou pra ficar pensando em planos agora, até porque o que podemos fazer? Temos que esperar chegar no templo.

- É pode ser. Estou vendo que não esta muito pra conversa não é mesmo?

- Acertou – eu disse.

- Ok, então até nos esbarramos por ai de novo – ele disse. Seu sorriso e ele me deram as costas e eu me levantei.

Estava com aquele sentimento estranho de volta, ai que coisa.

Entrei na minha cabine, quem sabe se eu dormisse um pouco isso passasse.

 – Você acha que essa distância está boa, amor? – Despertei ouvindo Jack passar falando ao lado de fora da minha cabine.

- Acredito que sim Jack. Tente.

Sai da minha cabine, o sol informava que já era tarde, devo ter dormido umas oito horas. Minha mãe deu a ele a espada, ele pegou um saco e tirou um navio de lá. Olhei para trás e vi o Vingança.

- Jack – minha mãe deu uma risada e ele piscou para ela. Que legal, eu não entendi nada. – Você não muda mesmo, não é?

- Precisava me garantir amor – Jack disse quebrando a garrafa, e ao lado do nosso surgiu um navio, mas ele não era o Pérola.

- Ele não é o Pérola. – eu disse. Minha mãe olhou para mim, Jack estava concentrada observando o barco, Gibbs, Elizabeth e Will completavam a meia lua de curiosos.

Jack então pegou em seu casaco, com muito cuidado, uma garrafa, que alisou e fez o mesmo procedimento da outra. Um barco de velas negras surgiu ao nosso lado, Jack sorriu ao ver seu amado Pérola.

Todos os piratas pararam o que estavam fazendo olhando o lendário navio Pérola Negra, admirando-o.

- Me dê uma surra e me mande para a mamãe, é o Pérola! – Gibbs disse admirado.

Jack foi o primeiro a usar uma corda e ir para o Pérola. Subiu até o timão e o acariciou.

O macaco de Barbossa apareceu, assustando Jack.

- Ah macaco infeliz!

Todos riram, e eu juntamente com minha mãe e Gibbs pegamos uma corda para irmos ao Pérola, todos um a um fizeram a mesma coisa.

- Oh, maldición, Turner otra vez? – eu disse irritada, ele havia esbarrado em mim novamente.

- Desculpe-me Alice. – ele disse rindo e me ajudando a levantar.

- A gente se esbarra por ai né? – eu disse lembrando de sua frase de mais cedo, ele riu.

A essa altura o Vingança estava colado na gente.

- Veja se não é o Capitão Jack Sparrow com sua família no Pérola. – Barbossa disse.

Minha mãe colocou a espada atrás de seu corpo, afinal era isso que ele queria, mas se déssemos a espada a ele morreríamos.

- Me dê minha espada! – Barbossa bradou.

- Barbossa, a espada nem é sua. É de Angélica por direito, ela é filha de Barba Negra. – eu disse.

- Edward Teach morreu, então a espada é de quem a achar.

- Que bom então, porque eu a achei – Jack disse.

- Eu achei primeiro – Barbossa disse.

Isso estava começando a ficar ridículo.

- Preparar os canhões – Barbossa berrou.

- Preparar os canhões – Jack berrou também.

Era uma movimentação intensa nos dois navios. Elizabeth acenou um sinal positivo para Jack, que berrou FOGO, e uma luta entre navios começou.

Piratas do Vingança invadiram o Pérola, e vice e versa. Peguei minha espada e comecei a lutar também, vi que Elizabeth estava sem uma espada, enfiei minha espada nas costas do pirata que estava prestes a matar Elizabeth, ele caiu para frente soltando sua arma. Elizabeth arregalou os olhos e por um momento ficou parada, porem logo já pegou a espada do pirata me sussurrou um “muito obrigada” e entrou na luta. Um pirata do Vingança me pegou quando Jack me colocou atrás de seu corpo para me defender de um zumbi, acabando por me jogar para outra armadilha, ele acabou me levando para o outro navio. Barbossa me vendo lá, e achando, eu suponho, que a espada estivesse comigo, mandou a tripulação navegar a todo pano.

Percebendo o que ele estava fazendo, toda a sua tripulação pulou na água para voltar ao Vingança, alguns conseguiram, outros não. Eu precisaria sair dali.

Virei a espada que estava apontada para mim no braço do pirata que me segurava, perfurando seu braço, consegui escapar e pulei no mar. Me escondi atrás do nosso antigo navio e ouvi Barbossa berrar:

- Deixaram-na escapar suas baratas imundas?!

Eu sorri e fui até o outro lado do navio para pegar o bote, remei até chegar ao Pérola. Apesar de não passar das quatro da tarde, eu suponho, o céu estava totalmente escuro e a chuva estava forte. Vi uma corda e a amarrei na minha cintura. A tempestade estava ficando brava, ondas raivosas estavam se formando, tentei subir o mais rápido, mas a corda cedeu e eu escorreguei quando estava quase chegando. Consegui me segurar ainda, mas não tinha forças para subir mais. Eu escutava meu pai e minha mãe.

- Cadê a Alice, Jack? Vamos a todo pano atrás dela, por Deus, é sua filha também.

- Calma. – meu pai segurava seus braços, minha mãe estava histérica.

- Você a jogou nos braços do pirata e ainda me pede para ter calma? – ela berrava.

- Eu fui ajudá-la com um zumbi, não vi o pirata vindo.

- Mãe! – eu berrei entre os trovões e os berros deles. – MÃE! – eu berrei mais alto, eles nunca me escutariam – PAI! – tentei agora por ele. – PAI! – eu berrei de novo, o que eu queria? Ele nunca atenderia por pai. Eu estava cansando. – ANGÉLICA TEACH E JACK SPARROW, PELO AMOR D DEUS CALEM ESSA BOCA E ME AJUDEM! – eu berrei enfim chamando sua atenção.

Os dois olharam para mim sem fazer nada.

- Eu vou cair se vocês não me aju... – nessa hora uma onda bateu com tudo na lateral do navio, onde eu estava. Eu escorreguei.

Droga.

Caí no mar, estava perdida. Não estava conseguindo voltar para cima, estava desesperada. Até que vejo Jack vindo me buscar, eu tentei facilitar o trabalho dele, me projetando para cima, mas estava difícil.

Conseguimos finalmente chegar à superfície, Gibbs estava lá em cima puxando-nos por uma corda que estava amarada pela cintura de Jack. Conseguimos chegar ao navio.

- Meu Deus filha, você está bem? – minha mãe estava horrorizada.

- Sim – eu tossi – Estou bem – sorri um sorriso amarelo.

- Porque você demorou tanto para pegá-la, porque a deixou cair no mar? – ela berrava para meu pai, ela era meio histérica.

- Você fez o que? Ficou olhando para ela sem fazer nada também! – ele retrucou.

Eles começaram a discutir de novo, isso era ridículo.

- Por favor, parem os dois. Eu estou bem não é isso que conta? Vocês parecem duas crianças discutindo quem está errado ou não, já chega disso, porque vocês não podem discutir de forma civilizada? Como pessoas normais? – eu falei, mas não adiantou, eles nem me deram ouvidos – Ah claro porque vocês são piratas e piratas não são pessoas civilizadas. Mas podem uma vez na vida se comportarem como pai, e mãe? – eu olhei incrédula para eles, eles continuaram a brigar, nem se deram o trabalho de parar e me ouvir. – OK, DESISTO DE VOCÊS! – eu disse esperando chamar sua atenção, não funcionou.

Bufei. Virei e dei de cara com Will, nossos rostos estavam a centímetros de distância. Uma batida mais forte em meu coração se deu.

- Você está bem? – ele me perguntou.

- Estou sim, o que não parece importar para eles – revirei os olhos.

Will riu.

- Bom é melhor você sair dessa chuva. Pode ficar doente – ele me disse.

Eu não queria admitir, mas ter ele cuidando assim de mim me fazia ficar feliz. Deus, será que... Não, eu só estava sensibilizada por ter alguém cuidando de mim, só isso.

Eu assenti e fui para minha cabine. Tomei um banho e troquei de roupa, afinal aquelas estavam encharcadas.

A chuva forte tinha passado, mas o vento ainda era muito. Eu decidi ir lá fora, fui até o timão do navio, e por incrível que pareça minha mãe ainda estava lá berrando com meu pai.

- Amor, você gritou tanto comigo que nem se deu conta de que sua filha já foi para dentro.

Minha mãe olhou em volta. Sua filha, ele dissera, sua, não nossa, isso me magoou um pouco.

- Nossa filha Jack – minha mãe corrigiu.

- Então, nossa filha está a salvo, isso que importa, você tem que parar de ser tão histérica.

- Eu não sou histérica – minha mãe berrou de novo.

Jack abriu um sorriso que, notavelmente, fez minha mãe derreter. Aquela cara de durona deu lugar a um rosto cansado, mas alegre.

Ele chegou mais perto dela, colocando as mãos em sua cintura. Minha mãe o encarava. Ele afastou alguns fios de cabelo que cobria seu rosto e a beijou, ela nem tentou se afastar, ela o amava, ele a amava, isso era tão óbvio quanto 2 e 2 são 4. Eu adorei ver os dois assim, juntos. Fiquei tão feliz que acabei, sem querer, tropeçando em uma corda, fazendo um barulho quando a garrafa de rum caía no chão, perto de meus pais.

- ¿Qué demonios fue eso? – minha mãe berrou.

- Perdón – eu disse envergonhada.

- O rum não... – Jack lamentou.

Não acredito, ele ainda se importava com o rum quebrado, mais do que eu ter flagrado os dois. Esse é Jack Sparrow afinal.

- Filha, você quase nos mata – minha mãe disse sorrindo para mim – Tenha mais cuidado, sim?

Eu assenti.

- Da próxima vez derrube outra coisa, não o rum – Jack disse, eu e minha mãe reviramos os olhos.

Desci até onde eles estavam e dei boa noite aos dois. Angélica me deu um abraço e beijou minha testa, ela empurrou Jack para que ele fizesse o mesmo, e ele foi, meio sem jeito, eu sorri e fui para a minha cabine. Fiquei em silêncio e o que eu pensava se confirmou, só escutei uma porta se abrir e fechar. Isso quer dizer que, poderia ter ocorrido um milagre e os dois abriram juntos e fecharam juntos a porta, numa sincronia perfeita, ou, o que eu realmente acho que aconteceu, minha mãe foi para a cabine de meu pai. Depois da briga a reconciliação é quente, é o que dizem por aí. Sorri. Sai da minha nova cabine, queria conhecer o Pérola.

O macaco de Barbossa não estava mais aqui, deve ter ido para o dono nessa confusão. Todos os marujos trabalhavam para ir a todo pano a algum lugar.

- Precisamos de água Sr. Gibbs – ouço um marujo falar.

- Vamos parar então na ilha mais próxima.

- Você não é o capitão – outro marujo falou

- Você não quer interromper o capitão, não mesmo, não agora – Gibbs disse e piscou para mim. Eu nem sabia que ele tinha me notado ali

- Ilha, oba nunca estive numa antes – Will falou atrás de mim, eu levei um susto. – Calma – ele riu.

- Como você é irônico Turner. Eu nunca estive numa ilha.

- Conheço muito sobre a vegetação de ilhas, podemos aproveitar essa parada e assim, se você estiver interessada claro, posso te mostrar algumas coisas. – eu franzi o cenho – o que foi?

“Não costumo confiar nas pessoas, principalmente aquelas que fizeram algo ruim pra mim, você esta mudando a minha própria maneira de viver WILLIAM TURNER” eu pensei

- Nada, só acho um pouco estranho isso – eu falei novamente omitindo boa parte do que eu queria dizer.

- As coisas sempre iguais, numa rotina cansam não acha? Estranho é bom as vezes.

- Pode ser.  É bom arriscar as vezes.

Ele assentiu.

- Poderia ter sido mais fácil se tivéssemos feito isso desde o começo.

- As coisas fáceis perdem a graça, um pouco de intriga é bom. – eu disse rindo.

- Pode ser. É bom arriscar as vezes – ele repetiu minha frase.

Nós dois rimos. Não essa não era a cena que eu esperava ver entre eu e o Will, quando pensava nele a palavra briga sempre vinha a minha mente, mais esse é o mundo, essa é a vida, sempre mudando e nos surpreendendo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

e então? espero meus reviews
e gente, me respondam uma pergunta.
muitas de vocês falam do momento que a Alice chamar o Jack de pai, um momento que ele escute pelo menos, alguem tem uma ideia de como quer isso?
queria muito sugestões de vocês é importante para mim saber o que vocês esperam da fic.
bom é isso.
Baci.