Hypnotized escrita por Strayf


Capítulo 2
Capítulo I ~ É uma bela melodia!




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Capítulo I ~ É uma bela melodia!

Tsukiro. Aquele homem se chamava Tsukiro. Mas nem sempre ele teve a aparência que tinha. E muito menos os problemas que tinha. Não foi assim que a história começou. Tudo começou a 14 anos atrás, quando Tsukiro ainda tinha 7 anos. Ele vivia entre humanos normais, porém, havia sido adotado. Seus pais foram mortos em guerra, mas ele nunca entendeu o significado da mesma. Não era uma guerra comúm, os humanos não haviam participado dela.

"Os humanos não haviam participado dela", pensou ele. O que isso queria dizer? Um dia, ele tomou coragem. Estava de noite, seus pais já estavam em casa. Se aproximou de sua mãe, que lavava pratos, e resolveu perguntar.

-Uum...mamãe? - Perguntou o garoto, hesitante.
-Sim, Tsukiro? - Respondeu ela com um sorriso no rosto.
-É que...eu queria saber: vocês me contaram que os... - Hesitou - ...os humanos. Você me disse que eles não participaram na guerra. Huum, então... - Hesitou novamente - ...como os meus pais..? - O garoto não completou a frase, e nem precisava.

A mãe, chocada, deixou o prato que segurava cair no chão e se quebrar em 5 partes. Ela saiu correndo da cozinha, e o filho só conseguiu ouvir os gritos de sua mãe adotiva.

-Você contou a ele, não é?! - Gritou a mãe.
-O que houve agora? - Gritou seu pai em resposta.
-Você contou ao garoto sobre os pais dele! - Ela tentou dizer em tom mais baixo, mas ainda assim era possível de se ouvir da cozinha.
-É claro que contei! Ele precisa saber, não podemos esconder dele para sempre! - Já ele, não se preocupou em alterar o tom de voz.

Houve um breve silêncio, enquanto a conversa continuava, Tsukiro se aproximava do quarto dos pais. Ouviu então o som de um tapa, então depois, em um tom mais baixo, a mãe falou.

-Ele só tem sete anos...sete anos! O que a criança vai pensar agora? - A mãe já gritava novamente.

Tsukiro não aguentou, saiu correndo de casa no mesmo instante. Ouviu alguns gritos, "Tsukiro! Tsukiro, volte aqui". Ele não ouviu, seguiu em frente, correndo em direção à floresta.

Foi correndo, correndo como se estivesse fugindo. Na verdade, estava fugindo. Fugindo de seus pais, pois não queria que o encontrassem. Havia se arrependido profundamente de ter perguntado aquilo, e não agüentava mais ouvir os gritos dos pais. Saiu correndo até que tropeçou, e parou perto de um lago. O brilho que o lago tinha devido à Lua era incrível. Então, o garoto se olhou no lago.

Era loiro, mas seu cabelo era curto. Tinha olhos azuis, mas os olhos eram muito claros. Seu corpo parecia muito frágil, o garoto era fraco. Era baixinho também, não devia ter mais do que 1 metro de altura.

Ficou observando seu próprio reflexo na água, e então, sem pensar, começou a cantar. Ficou impressionado com a própria voz, que apesar de infantil, era doce, e soava bem. Mas não parou de cantar.

NOTA DO AUTOR: A música é Zelda's Lubally.
Link: http://br.youtube.com/watch?v=NqkVc2zh_Eg
É a música cantada na voz de uma criança, tentem imaginar.

Só parou de cantar quando ouviu alguém se aproximar, e se assustou. Porém, sua curiosidade foi maior, quando viu quem estava se aproximando. Parecia uma fada, tinha até mesmo asas finas nas costas, e levemente azuis. Sua pele também tinha um tom levemente azulado, mas seu rosto era adulto, e sua expressão era de raiva, por um motivo que a criança não entendia o que era, o que a assustou um pouco. Mas essa expressão se alterou de raiva, para surpresa.

-Uma...criança? - Perguntou ela, com a surpresa presente na voz.
-Quem é você? - Perguntou ele, ainda um pouco assustado.

Estava mais assustado, porque podia jurar ter visto a pequena mulher parecida com uma fada segurar uma espada. Conhecia-as muito bem, pois seu pai adotivo era um soldado. Mas quando olhou direito, viu que ela não tinha nada nas mãos, ou se tinha, havia escondido, e isso o assustava.

-Me enganei? Criança, era você quem estava cantando? - Perguntou ela, curiosa.
-S-sim..! Era eu. - Disse com o pavor já presente na voz.
-Está com medo de mim? - Disse ela com um risinho.
-Eu...não! Não estou! - Disse o garoto ficando um pouco vermelho.
-Tudo bem, não precisa ter medo. Aqui, vou tocar uma música para você. -

A mulher colocou as mãos nas costas, e o garoto viu um pequeno brilho. Dali, ela tirou um violão, mostrando-o para o garoto. Ele logo reparou na semelhança com a espada, e foi se acalmando. "Talvez eu tenha me enganado", pensou ela.

-Já que gosta dessa música...vejamos...- Disse ela olhando para o violão, pensativa.

Então, ela começou a tocar a mesma música que o garoto cantava agora a pouco.

Tocava a música continuamente, e o garoto perdia o medo aos poucos. Mas ele viu algo que o incomodou um pouco, e perguntou.

-Huun...o que é esse fio? - Perguntou, com o rosto cheio de dúvida.
-Fio? Do que está falando? - Perguntou ela, com o rosto alterado novamente.
-Esse fio brilhante que sai do seu coração. O que é ele? - Ela tocou uma nota desafinada, e o garoto percebeu, e se assustou. Bem a tempo de ver o violão se transformando em uma espada, e pular para fugir do golpe.
-O que está fazendo?! Para! - Disse o garoto, em desespero.
-Você é um de nós...tenho que eliminar qualquer concorrente. Eu...eu serei a rainha! - Disse ela, apesar de que seu rosto mostrava um pouco de dor.
-Porque comigo? Porque está fazendo isso comigo..? - Perguntava ele, quase chorando.
-Você...é só uma criança e já...se eu te deixar viver, você vai ficar forte, e vou ter problemas. Eu...eu não posso! - Disse ela desferindo outro golpe, que o garoto teve sorte em desviar.
-Não! Mamãe! Papai! Onde vocês estão?! - Disse o garoto, já chorando. Ele saiu correndo, mas tropeçou e caiu no chão.

Ele se virou para ver os últimos momentos de sua vida. Ela se preparou para golpear a criança, e ela se lembrou de seu pai adotivo. Lembrou-se do que ele fazia com a espada, e se defendeu do mesmo modo. Mesmo que não tivesse mais esperanças.

Mas não foi isso o que aconteceu. A vida da criança não terminou ali. Talvez o choque tivesse sido muito forte, e a criança achou que tivesse morrido. Mas não foi assim. Tsukiro ainda estava vivo.

Ele viu uma lâmina quebrada voando até atingir uma árvore. Viu a expressão de raiva no rosto da mulher desconhecida, que logo foi substituida por uma de dor. Viu uma espada em suas próprias mãos, que doiam com o impacto.

-Para! Eu não quero te machucar! - Implorou o garoto.
-Agora é tarde...uhg...eu vou...te matar! - Disse ela com esforço.

Ela tentou atacar o garoto. Mas o movimento foi lento. Lento demais. E o garoto, por reflexo, tentou se defender. E em respostas, teve sangue em suas mãos, e um cadáver em cima dele. Ele havia perfurado o coração da mulher que tentou matá-lo. Desnecessário dizer que a criança estava apavorada. Ainda mais quando ouviu o barulho de alguém se aproximando, e duas pessoas gritando.

-Tsukiro? Onde você está? - Gritava uma voz feminina.
-Aparece Tsukiro! - Gritou outra, masculina.

Não tinha dúvidas, eram seus pais. Quando o avistaram, iam dizer seu nome, mas pararam em "Tsu". Os dois ficaram aterrorizados com a cena.

-Tsukiro..? O que é isso? O que você fez? - Disse sua mãe, com medo.
-Afaste-se, ele pode te atacar também! - Disse seu pai, se colocando a frente dela.
-Mamãe...papai... - Disse ele se aproximando lentamente.

Seus olhos estavam sem vida, e seu rosto sujo de sangue. Ele tentou se aproximar, mas seu pai jogou uma pedra que acertou sua testa. O garoto olhou incrédulo para os pais por um instante, e seus olhos se encheram de lágrimas.

-Vá embora! Deixe minha mulher em paz! - Gritou ele para a criança.

Ele deu alguns passos pra trás, com medo, então se virou e saiu correndo.

Fim do Capítulo I

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