A Flor Misteriosa escrita por Maria e Hannah


Capítulo 7
Daniel Harris - Não acredito que ela descobriu




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VII

Daniel Harris

Não acredito que ela descobriu

 Eu e minha família nos mudamos para uma nova vizinhança. Tem muitos garotos da minha escola que moram por lá, mas na Brooklin eu só me dou bem com o Kane Carter.

No fim da rua da minha nova casa tem uma casa abandonada. Dizem que é lar de fantasmas. De fato, ontem eu conheci algumas pessoas mortas: um adolescente francês que não gosta de mim, uma criança magra do Brasil que acha que ainda está viva e rouba a comida de uma padaria da rua e uma moça bem legal de uns vinte, vinte e dois anos, com quem me dei bem.

Ela se apresentou como Rose Black. É um pouco pálida e os seus cabelos são pretos, mas estão cinzentos e quebradiços por causa do além (ela diz que no mundo dos mortos não existem cabeleireiros decentes, mas acho que ela estava só brincando). Ela tem olhos verdes que me lembram em formato os olhos da Safira.

Rose me contou que teve uma filha mais que teve de dar ela para uma outra família, porque não tinha condições de criá-la, além de que estava fraca e prestes a morrer. Ela disse que a filha dela estava viva e morava ali mesmo, naquela cidade. Mas eu não fiquei sabendo de mais coisas do que aquilo, já que Rose parou de falar, quem sabe por tristeza.


Na segunda-feira, na escola, eu estava tirando os meus livros do armário quando a Safira me barrou.

- E aí? – eu disse.

- Não vem com uma de e aí para mim – disse ela – Eu quero saber de uma coisa, Harris, e você vai me falar a verdade.

- Quem garante? – desafiei-a.

- Eu garanto – ela tirou um canivete do bolso. Ele estava com a ponta bem afiada.

- Agora sei por que você está nesta escola – comentei. Ela estreitou os olhos – Certo, eu falo a verdade – resmunguei.

- Kane lê mentes e Polly tem cabelos de fogo – disse ela.

Como ela descobriu tudo aquilo? Era verdade, cada um naquela escola tinha uma espécie de dom-maldição.  Há anos que eu sabia sobre Kane, porque ele descobriu que eu vejo fantasmas. Mas Polly era novidade.

- Como você sabe disso? – eu perguntei.

Ela brandiu o canivete.

- Eu faço as perguntas – sibilou – Cada um aqui tem um dom. Qual é o seu?

- Te irritar – respondi.

Ela cortou a minha bochecha, bem no lugar onde tinha me beijado. Garotas. Tão volúveis.

- Estou falando sério, Harris – disse ela – Não é brincadeira. Eu preciso saber: você vê gente morta, não é?

Arregalei os olhos, mas disse:

- Não é da sua conta.

- Cara, seja sincero – Tyson apareceu do meu lado.

- Cala a boca – murmurei.

- Eu não disse nada, seu idiota – disse Safira.

- Não, espera, não foi pra você!

- Só estamos nós aqui, Harris – ela estava começando a se irritar.

Como se ainda pudesse piorar, Thalia e Abílio apareceram.

- Posso cortá-la com o próprio canivete, se você quiser – sugeriu Thalia.

- Fique onde está! – exclamei.

- Não me movi – disse Safira penetrando minha mente com seus olhos azuis.

- Não se mova na frente de um animal feroz! – berrou Abílio.

- CALEM A BOCA, SEUS FANTASMAS IGNORANTES! – eu gritei e me arrependi de tê-lo feito.

Safira me olhou sorrindo.

- Tuchê – disse ela.


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