A Flor Misteriosa escrita por Maria e Hannah


Capítulo 6
Safira Wood - Acho que estou pirando




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VI

Safira Wood

Acho que estou pirando

Ontem eu descobri quem pegou meu colar e adivinha quem foi?

O idiota do Harris.

E quando ele me devolveu eu dei um beijo na bochecha dele.

Confesso que queria dar aquele beijo faz um tempinho...  Espera... Safira Wood você realmente gosta de Daniel Harris? Acho que eu só dei aquele beijo por que eu sabia que ele tinha pegado o colar e ainda assim devolveu. Ou talvez tenha sido apenas um momento de completa insanidade. Ai meu Deus, que confusão.

Queria que minha verdadeira mãe estivesse aqui (minha outra mãe disse que ela era uma ótima conselheira) ai sim eu saberia oque fazer...

O que EU poderia fazer?

* Arrumar uma desculpa para dar outro beijo nele

* Dizer que eu amo ele

* Me atirar pela janela de tão confusa que estou

* Fingir que nada aconteceu.

E agora? Alguém por favor poderia me ajudar? Alguém? Eu acho que vou morrer...

Resolvi pedir ajuda para minha mãe. Então disse para ela:

- Mãe, tem um garoto na escola...

Ela me olhou curiosa:

- Garoto? – eu vi que ela estava sorrindo. Grande mãe – Que garoto?

- Um menino da escola – resolvi não revelar o nome. Da última vez que Daniel tinha ido para a minha casa, o relatório do meu pai acabou em pequenos pedaços de papel levados pela chuva.

- E você gosta dele?

- Esse é o problema...

- O problema é que você gosta dele?

- Não... – respondi. Como as mães podiam ser tão ignorantes certas vezes? – O problema é que eu não sei se gosto dele.

- Como assim querida? – ela me olhou confusa.

- Ontem eu dei um beijo nele – soltei.

- Um beijo? Como assim um beijo?

-É que eu tinha perdido meu colar e ele me devolveu – eu deixei as palavras irem jorrando. Eu não era boa com elas. As palavras quero dizer.

- E o que você sentiu quando beijou-o?

-Eu me senti ótima...

- Então você o ama – falou ela.

- Mas confusa – completei.

- Ah, querida... – disse a minha mãe.

Eu me sentei ao lado dela no sofá e a mirei.

- Mãe, a gente vive implicando um com o outro – choraminguei – Eu não sei o que eu sinto por ele. E nós somos completamente diferentes.

- Filha, você já ouviu aquele frase, “os opostos se atraem?” – disse minha mãe – Não existe nenhum casal no mundo que seja perfeito um para o outro. Mas você só tem doze anos. Ainda é cedo para saber de verdade o que é amar. Agora vai dormir, querida. Boa noite.

E eu fui dormir, ou melhor, tentar dormir, porque não consegui parar de pensar no que minha mãe me disse.

Será que eu amo mesmo o Daniel? Ou será que é só uma impressão?

Quando eu finalmente adormeci, eu previ, como sempre.

Eu vi o Daniel. Ele estava conversando com alguém. Ou sozinho. Eu não sei, porque para onde ele olhava não tinha nada. O cômodo onde eles estavam era velho e a madeira das paredes estava apodrecida. O dossel da cama onde Daniel estava sentado estava rasgado. Daniel disse:

- Sra Black, qual é o nome de sua filha?

O dossel da cama farfalhou, como se alguém tivesse se mexido, embora Daniel continuasse sentado. Ao lado da cama, a gaveta da mesa de canto abriu sozinha. Um colar flutuou e caiu nas mãos de Daniel. O pingente era uma pedra preciosa.

Uma safira.


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