Come Away To The Water escrita por KatnissePeeta


Capítulo 3
Capítulo Três




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        Estou pasma, branca como um fantasma. Cato se voluntariou. Quando eu fui escolhida, ele se voluntariou.

        Não há chances de matar Cato. Nunca vou conseguir superar sua força, sua habilidade com as espadas. Nunca vou conseguir matar ele. Porque ele é meu amigo.

        - Ora, mas que surpresa – diz Sash. – Um voluntário do distrito 2. Isso é coisa que nós nunca vemos – diz ela, fazendo todos rirem. – Muito bem, qual seu nome, queridinho?

        - Cato Harvey.

        - Ora Cato, que a sorte de você e Clove estejam sempre ao seu favor! Uma salva de palmas para os tributos do distrito 2, Clove Jones e Cato Harvey.

        Nisso todos os tributos começam a bater palmas e eu sou obrigada a dar a mão para Cato. Olho ele com seriedade, enquanto aperto sua mão.

        Alguns pacificadores nos levam até o Edifício da Justiça, aonde vou me despedir de familiares. Minha mãe chega, com os olhos vermelhos e dou meu melhor olhar de vencedora.

        - Mãe, não vai me acontecer nada. Eu vou voltar – e nisso abraço-a.

        - Filha, como você vai conseguir lutar com Cato?

        - Vou dar um jeito nisso. Eu prometo. – Mas na verdade, temo de que sejamos os últimos a sobrar.

        Ela me dá um ultimo beijo no rosto e me dá boa-sorte. O pacificador a retira e eu entro no trem. Não há outras pessoas com quem eu possa ver. Só Cato. Mas vou ter bastante tempo para ver ele.

        O trem é bastante chique. Os outros ganhadores falam que a Capital é muito exuberante, e extremamente exagerada. A sala principal só mostra algumas poltronas e uma mesa do centro. Mas sei que logo adiante, terá vários cômodos.

        Belenny nos senta em uma poltrona e começa a pensar em nossa estratégia. Eu seria a garota mortífera e Cato o não-olha-pra-mim-se-não-eu-te-mato.

        Depois que ela termina de falar, Cato e eu continuamos sentados, cada um em sua poltrona, se evitando um encarar o outro.

        - Clove, eu... – ele fala. Para um pouco e pensa.

        Viro para ele.

        - Por que Cato? Caramba!

        - Clove, por favor, me desculpa. Eu... Ah Clove. Vamos ser amigos novamente!

        - CATO! NÃO DÁ PARA SERMOS AMIGOS! Como eu vou ser sua amiga se eu vou ter que te matar?

        - A gente se vira. Por favor.

        Com um suspiro, desisto de discutir com Cato.

        - Ok, a gente tenta.

        Ele sorriu. Olhei de soslaio pra ele com um sorriso no canto dos lábios.

        - Vamos assistir a reprise da colheita. – e, pegando o controle, liga a tevê.

O Distrito 1 é por uma garota loira. Peguei Cato olhando atentamente para ela. O outro era Marvel, um garoto alto e magro. Eu e Cato, depois os outros distritos. Ri quando vi o garoto do 4 e a garota do 11. Pequenos demais, fácil de matar. Mas me assustei com o tributo do 11. Alto e forte, dava até certo receio.

        O tributo feminino do distrito 12 se ofereceu no lugar de uma menina loira.

        - Coitadinha – digo em deboche.

        - Vou adorar cortar aquela garganta – diz Cato.

        Rio com seu comentário.

        - Quem vai querer de aliado? – pergunto pra ele.

        - Os tributos do 1 e o do 11.

        - Aquela loirinha do 1? Fala sério Cato!

        - O que?

        - Ela parece ser patricinha demais!

        - Ela é do distrito 1, isso pode ser bom.

        - Essa patricinha só vai me atrapalhar. Quero ver a hora de você cortar aquela garganta.

        - Ai Clove, como você é estranha – diz ele rindo.

        - É sério Cato – não pude evitar que um pequeno sorriso saísse de meus lábios. – Ela nem vai ajudar. Disso eu tenho certeza.

        - Tudo bem, tudo bem. E o tributo feminino do 12?

        - Nah, muito fraca. Se vencer por sua irmã, quem diria. Além do mais, quando fizemos alguma aliança a um tributo inferior ao nosso?

        - Nunca, - zomba ele – estava pensando, qual seria sua habilidade?

        - Não cheguei a pensar nisso.

        - Na verdade, ela nem deve ter uma habilidade, ouvi dizer que os distritos que não são 1, 2 e 4 não treinam.

        - Bem, parece que esse garoto do 4 também não treinou.

        - Sim.

        Nós ficamos em silêncio vendo as reportagens da Capital enquanto comemos algo. Então, o trem começa a parar.

        - Chegamos? – sussurro.

        Cato vai direto a janela e eu o sigo. A imensidão de Panem é algo surreal. É maior que todos os distritos juntos (embora eu nunca tenha ido para qualquer distrito que não seja o meu).

        Olho para Cato surpresa. Belenny chega, e quando o trem para totalmente, abre a porta para os tributos do distrito 2. Todos gritam, querendo pegar um pedaço de cada tributo. Não consigo evitar um sorriso e caminho lentamente do lado de Cato para nosso dormitório.

        {...}

        Os quartos eram espaçosos e modernos. Havia roupas a minha disposição no guarda-roupa.

        Eu estava esperando minha equipe de preparação numa maca, completamente nua. Uma mulher com uma peruca arco-íris e com cílios gigantes andou na minha direção. Atrás dela vinham três pessoas, se é que eu posso chamar assim. Havia um homem grande e magro sem nenhum cabelo em seu coro cabeludo. Mas usava um pequeno bigode roxo-escuro e um terno rosa. A menina havia longos cabelos loiros encaracolados e cílios brancos, junto com um vestido cheio de pedras, todas pareciam muito pesadas. Havia uma sombra pequena, com cabelos brancos artificiais presos num coque alto.

        - Olá Clove, somos sua equipe de preparação. Sou sua estilista, Larsher, essa é Coraline, – disse a garota-arco-íris apontando para a pequena figura – esse é Torth e essa é Agatha.

        - Oi.

        - Clove, isso irá doer um pouco – diz Agatha, com algo em suas mãos.

        - O que é isso? – questiono pronta para recusar qualquer coisa que me dessem e sair daquela sala.

        - É cera. Serve para tirar todas essas coisas horríveis que você chama de pelo de sua perna. – Responde Agatha. – Agora quieta, senão irá doer mais ainda.

        Agatha passa um líquido pegajoso no papel em sua mão e aplica em minha perna. Ela retira com um puxão. Urro de dor. É como se pedaços de minha perna estivessem sido tirados um de cada vez, mas rapidamente, provocando muito mais do que uma simples dor.

        - Eu falei para não gritar! – Aghata esbraveja visivelmente brava. – Vamos, você tem que aguentar mais ainda.

        Depois de muita cera, muitos cremes hidratantes – que eu pensava que iriam acalmar o pinicamento, mas só persistiu – e uma grande quantidade de insultos ao meu corpo, de como estava mal cuidado e de que era para eu dar graças a deus por eles estarem ali, eles resolveram começar a maquiagem, me deixando nas mãos de Larsher.

        - Clove, como no seu distrito é Alvenaria, estava pensando em algo com que fizesse sua pele ficar mais desgastada, como as pedras de lá. – Ela para, para tentar ver minha reação, mas a verdade é que pouco me importa o que ela faça comigo, desde que me torne grande alvo de patrocinadores. – Mas isso ficaria ridículo. Então, praticamente obriguei Yuri, estilista de seu parceiro tributo a conseguir armaduras douradas, onde possam chamar a atenção de vocês. A intenção é usar um capacete com asas na ponta, símbolo do que os antigos acreditavam ser o deus dos viajantes, Hermes. Aplica-se perfeitamente com vocês, viajando para uma nova dimensão, os Jogos. A perfeita impressão é que com a armadura dourada, tenham o louvor de um antigo deus também, chamado Ares. O deus da guerra. – Ela faz uma pausa dramática, tentando ver se eu compreendi. Entretanto, a única coisa que eu falo é:

        - Desde quando os Jogos é uma nova dimensão?

        Ela revira os olhos, extremamente cansada de minha presença e toma um longo gole de uma bebida rosa pálido que está a sua direita.

        - Você vai colaborar? – Sem escolhas, faço que sim com a cabeça. – Então não pergunte nada e deixe tudo comigo. O problema vai ser ajustar o tom de sua pele, a cor escura de seu cabelo, seus olhos nessa mistura de cores com a armadura. – Ela apoia a mão embaixo de seu queixo. – E talvez a armadura fique um pouco grande em você, não pensei que seria tão pequena.

        Isso faz com que eu fique vermelha e me levante. Ela pede desculpas imediatamente e coloca da cadeira em frente a um longo espelho e muitas maquiagens. Ela começa com apenas retoques, mas logo enche meu rosto com pó e brilho.

        Ela pega algo em um gabinete alto e coloca na minha frente.

        - Isso é o traje feminino que antes eles chamavam de Gregos. Combina com a armadura e um vestido junto. E a melhor parte é que combinará muito com os tributos do distrito 2. Maravilhoso!

        - Eu não uso vestido. – Digo, simplesmente. – Não suporto mostrar minhas pernas, principalmente para o público da Capital. Eles não merecem.

        Ela parece ofendida com a acusação, mas me faz usar o vestido do mesmo jeito.

        Da cintura para cima, ele é do mesmo jeito que uma armadura seria. Dura mas confortável. O problema é da cintura para baixo. Uma longa saia dourada que vai até abaixo dos joelhos. Tento desesperadamente abaixar até que fique em minhas canelas, mas Larsher briga comigo e fala como boas maneiras devem ser postas a todo custo. E não interessa qual o tamanho do vestido, eu terei de usá-lo. Tá certo que na colheita usei um vestido. Mas ele era comprido e não chamava atenção. Certamente, essa roupa tem o objetivo de chamar a atenção.

        Larsher faz com que eu calce botas desconfortáveis de saltos muito altos, douradas igualmente. Ela fala que, para compensar meu tamanho, teria de usar o triplo do tamanho que os outros tributos teriam de usar, para ficar na altura mediana. Ela Me dá luvas grossas e chamativas, mas bem aquecidas. Um belo capacete, igualmente a qual ela descreveu está na minha cabeça, e Larsher fez com que meus cabelos lisos parecessem ondulados. O resultado é insatisfatório. Ao menos para mim, já que vejo que toda a Equipe de Preparação pula de alegria ao ver que eu fui “concertada”.

        Eles me encaminham para uma carruagem toda dourada, mas o cavalo faz a diferença. Quatro cavalos pretos nos aguardam. Cato já está em cima da carruajem, com um peitoral dourado e o mesmo capacee que o meu. Quando ele reparou em minha presença, tentou controlar desesperadamente um sorriso.

        - O que foi? – digo mal-humorada.

        - Nada. – Ele sorri.

        Rosno para la, que faz ele emitir uma longa gargalhada.

        - Ok pessoal. Quero vocês dois com a cabeça erguida e com um olhar de superioridade. Não se importem com a Capital, ela cairá nos braços de vocês. – Diz Belenny. – E só acenem se percebrem que a multidão está quase caindo de joelhos por vocês. Boa sorte.

        Eu subo na carruajem e espero ela andar. Percebo que Cato está olhando para a garota do 1. Se não me engano, seu nome é Glimmer. Temo adimitir, mas ela está mesmo fantástica. Perfeita em seu vestido prateado e longo, com a aparência brilhando e os longos ccachos loiros soltos e a franja presa de lado. Dou um cutucão em Cato com o cotuvelo.

        - Cato!

        - Que foi? – Pergunta ele, indiguinado saindo de seu transe.

        - Pare de olhar para ela! Daqui a pouco você está babando!

- Qual o problema Clove? Está com ciúmes por acaso?

        - Cato! Não estou com ciúmes! Mas não pode ser um pouco discreto? Pelo amor de deus! Toda Panem vai saber que você tem uma quedinha por essa garota.

        - Eu não tenho uma quedinha por ela – diz Cato, furioso.

        Nesse instante, a carruajem parece se mover. A minha raiva toma lugar ao desespero. Automaticamente,  tento parecer mais apresentável e meu olhar duro reaparece. Quando passamos pela porque que nos leva ao Círculo da Cidade, a multidão enlouquece. Muitos chegam a mandar flores, mas meu olhar está duro, e um pequeno sorriso mortífero brinca em meus lábios. Todos querem estar ao meu lado. É claro, eu sou uma Carreirista. Há um momento em que o grito da multidão se torna um só, como se estivessem a ponto de ter um ataque de pânico. Provavelmente, está na hora acenar. Todos me querem, sou a melhor. Quando começo a acenar, percebo que os gritos histéricos não são para mim ou para Cato, nem mesmo para Glimmer. São para os tributos do doze. Aquela garota que havia se voluntariado na Colheita. E eles estavam em chamas. Literalmente.

        Usavam roupas pretas, mas adornados de fogo, ela, se não me engano, Katniss e o garoto, seu parceiro que não dei a mínima. Ela sorria, mandava as flores de volta que jogavam para ela e tinha um carisma especial. O mais tocante, além do fogo, foi ver suas mãos. Atadas, surpreendentementes juntas. Tributos juntos. Amigos, talvez? Mas a realidade já tinha tomado conta de meu ser. Era um plano. Não era nenhuma boboca da Capital, percebi que aquilo é falso.

        O garoto agora estava extremamente belo naquele traje de fogo.nunca me peguei olhando para garotos. Mas ele, quer dizer, ele estava em chamas!

        Ouço um gemido de frustração ao meu lado e vejo Cato, vermelho de raiva. Forço-me a estufar o peito e olhar para frente, até que a carruajem pare e eu desçaa brava. Larsher e Yuri aparecem, igualmente bravos.

        - Que droga! – Urra Cato.

        - Vão para o Centro de Treinamento, um carro espera vocês lá. Vão dormir, amanhã terão de treinar.

        Um Cato irritante e eu andamos sem trocar uma palavra até a rua.

{...}

        O quarto, atualmente desconfortável, consistia em um guarda-roupa com qualquer vestiário que eu quiser usar. Uma suíte, suponho assim ser o nome. Ligo o chuveiro e um jato quente de água sai dele. Depois um sabonete com cheiro de lavanda. Saio estupefata do banheiro, tentando decifrar o que aconteceu, quando um jato quente seca meu corpo intantaneamente e joga um robe na pia do banheiro. Coloco logo um pijama e caio na cama, tentando decifrar oque teria acontecido hoje. A Colheita, Belenny, minha roupa do desfile, os tributos do doze, Cato irritado. Quando caio no sono, ainda estou tentando decifrar o porquê de Cato ter se voluntáriado.

(...)

N/A: Sérinho, mil perdões, eu demorei, eu voltei ontem meio-dia, mas eu estava enrolada com coisas do tumblr e tals. Espero que vocês, meus amores, compreendam isso, hum?

Nah, é claro que vocês não vão compreender u_u

MAS ENFIM! Eu voltei! Não esperem que eu poste todos os dias, mas vou tentar! É realmente praseroso escrever essa fic, fato! Espero que tenham gostado e deixem um review, please *--*


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