No meio da noite decidi descer para beber água, fui pé ante pé com medo de acordar alguém. Quando cheguei na cozinha e acendi a luz quase dei um grito, Harry estava sentado a mesa.

-Você é doido ou se finge? – perguntei rápido, ele me encarou.

-Por quê?

-Está sentado aqui sozinho no escuro, quem diabos faz isso?

-Eu. – ele falou sorrindo. Eu me dirigi até a geladeira.

-Imbecil.

Harry era exatamente a última pessoa que eu queria ver naquele minuto.

-Escutei sua conversa com o Malik no corredor. – ele falou de repente.

-Quem te deu o direito?

-Vocês estavam falando alto.

-Mentira. – falei firme. – pelo que te conheço Styles você estava com o ouvido grudado na porta. Não pense que engoli aquela historia de aríete.

Ele não respondeu.

-E por que diabos está me dizendo isso?

-Por nada. – ele foi sucinto. – eu só senti pena do cara, só isso.

-Pena, por quê? – do que ele estava falando?

-Por nada, só por ele ser apaixonado por uma louca. – ele falou dando de ombros. Eu podia matar ele agora?

-Por que está acordado? – falei para mudar de assunto.

-Não tive sono, acho que estou estranhando a casa. – ele falou e eu tive que sorrir.

-Pois é. Bem você trouxe a Carol, devia ter levado ela para o quarto, acho que dormindo abraçado nela não estranharia. – falei rápido. O que era aquilo? Hostilidade na minha voz?

-Não dormiria com a Carol.

-Não gosta dela?

-Gosto, mas não sei ela não é igual às outras.

Aquela frase fez meu estômago sofrer algum dano, porque eu senti como se tivesse sido mergulhada em água gelada?

-Como assim? Está apaixonado por ela? – por que minhas malditas pernas estavam tremendo?

-Não! – ele falou rápido como se tivesse que me dar uma satisfação. – não é isso, é que ela não é esse tipo de garota, só isso.

-Ah entendi. – falei com descaso.

-Não gostei do tom da sua voz.

-Tom? – perguntei fingindo que não estava me importando com nada do que ele estava dizendo.

-Sim, tom esse tomzinho de hostilidade.

-Não tem tomzinho de hostilidade nenhum na minha voz.

-Tem sim. – ele me encarou, ás vezes Harry era mais teimoso que uma mula. – vamos, desembucha! O que está pensando?

Eu respirei fundo.

-Bom eu só estava pensando que como ela não é igual às outras e você a trouxe aqui talvez queira namorar com ela.

-Não.

-Então não te entendo. Fica todo cheio de carinhos com ela e...

-Eu faço o mesmo com você e não namoramos, não é? – ele falou rápido.

Eu fiquei quieta.

-Está com ciúmes Liz?

-Não seja ridículo. – falei me virando para guardar a água na geladeira.

-Não estou sendo, é que meio que percebi.

-Não estou com ciúmes da sua relação com a priminha.

Ele sorriu.

-Sei que não, você tem o Zayn, não é? Ele que te daria o mundo se você pedisse.

Eu me virei e o encarei, Harry me olhava firme.

-Sim tenho o Zayn e você tenha uma boa noite Styles.

-Você também Liz.

Eu subi quase correndo as escadas, Harry ficou me olhando partir. Aquilo tinha sido mesmo ciúmes ou a cabeça dele estava projetando?

No dia seguinte nos aprontamos para ir para a escola, Carol não iria, portanto teve que ir para casa antes de pegarmos o ônibus.

-Nos vemos mais tarde. – Harry falou levando-a até a porta e dando um beijo nela, eu fiquei olhando a cena, a forma que a mão dele tocava o pescoço dela enquanto a beijava, a forma que os lábios dele se movimentavam...

-Lizzy? – me virei para dar de cara com o Zayn. – vamos?

-Claro. – falei despertando daquele devaneio maldito o que estava havendo com a minha cabeça?

-Ah não lá vem ela de novo. – Louis falou quando o ônibus parou na porta da escola.

-Ela quem? – Debby perguntou olhando ao redor.

-Aquela garota. – ele apontou com o queixo uma garota que caminhava na nossa direção com um sorriso. – ela deu para me perseguir agora! Me diz o que eu faço.

-Eu sei lá, é problema seu. – Debby falou dando de ombros.

-LIAM! – a voz nos fez virar de imediato, Aline arregalou os olhos ao ver quem vinha correndo, não podia ser.

-Oi Nathan, o que foi? – Liam o encarou preocupado.

-É que a gente vai sair mais tarde e bem eu vim deixar a chave de casa com você.

Aline ficou olhando-o enquanto Nathan falava, mas antes que ela pudesse falar com ele, Louis se aproximou, a puxou rápido e a beijou. Aline ficou sem reação, quando Louis a soltou Aline olhou dele para o Nathan.

-O que está fazendo? – ela encarou o Louis quando viu que Nathan baixou os olhos e voltou a olhar o irmão.

-Desculpe eu precisava.

-Por que diabos agora?

-E por que não? Desculpe, você pode me beijar quando bem quiser, mas eu não.

Aline ficou quieta, aquilo era verdade.

Quando ela se virou para olhar o Nathan mais uma vez ele já tinha ido embora.

-Merda!