Como Thomas poderia ser seu irmão? Não, não poderia ser. Tentando não mostrar descrenças, o garoto seguiu com as perguntas, normalmente, afinal, a curiosidade era maior. Enquanto Thomas estivesse respondendo-o, seu cérebro teria tempo para processar tantas informações.

- E o que Magda tem a ver com essa história? – Greggory perguntou, descrente. Tiffany e Kimberly não eram suas irmãs, e sim, suas primas? Toda a sua vida fora uma farsa? Já que elas não gostavam dele, porque aceitaram ficar com ele?

- Eu matei Magda, porque ela já tinha descoberto sobre mim, e ia contar para os nossos pais. Eu fugi de casa, eles nem se importaram. Eles eram frios, Greggory. F-R-I-O-S. Não nos amavam.

- C-COMO VOCÊ PODE DIZER UMA COISA DESSAS? – berrou Greg.

- Porque é verdade, Greggory, meu caro irmãozinho.

Pani no avião. Thomas causara a Pani. O poder dele era relacionado à eletricidade. Thomas matara seus próprios pais. É por culpa dele que Greg é um órfão. Bem, mas tem suas irmãs... TINHA. Greggory está sozinho. Isto não pode ser verdade. Não pode.

- VOCÊ MATOU UM BANDO DE PESSOAS INOCENTES NAQUELE AVIÃO APENAS PARA MATAR MAGDA? E SE MAGDA ERA MÃE DE TIFFANY E KIMBERLY, PORQUE ELAS TOPARAM TE AJUDAR? ELAS NEM AO MENOS GOSTAM DE MIM! – Greg berrou.

- Elas não sabiam que eu tinha matado Magda. Só quando elas foram te avisar que eu estava “chegando” na cidade que eu contei a elas. Elas me ajudaram por quatorze anos sem saber de nada. Na verdade, eu as hipnotizei por um tempo. Mas, sabe, eu não reapareci do nada e nem por nada. Eu estava tentando atingir meu novo alvo. – Thomas disse, levantando-se da cama. – não diretamente, claro. Sou contra isso. A morte é muito pouco.

- V-V-ocê não está falando sobre...

- Estou, sim. Sra. Evans? Alvo muito fácil. Dylan, usando aquela garotinha? Esqueço sempre o nome dela, mas também fui eu. Todos que estão aqui estão hipnotizados. Grite a vontade. O medico me deu esse laudo, porque eu “pedi”. Vocês não iam acreditar em mim. Só no medico. Mas, eu não queria que você viesse com seus amigos, queria que viesse sozinho. Sra. Evans me avisou. As pessoas que eu hipnotizo tem uma ligação direta comigo. Mas, não posso hipnotizar pessoas com poderes da minha própria família. É contra as leis dos Super-Heróis. Odeio isso. Mas a sua professorinha de teatro me foi muito útil. Ela me avisou bem a tempo de que você iria vir acompanhado, e logo providenciei Darius. A ideia do isqueiro foi dele, e me saiu melhor que a encomenda. Quanto a Taylor e o Xerife, eu apenas os hipnotizei para saber a verdade. Saber por onde você passou. Sobre o “assalto” de Darius hoje, saiba que não tinha a menor intenção de fazer você pensar que ele era o homem do Fogo, mas, fala serio, ele foi genial. – disse Thomas, rindo. – já sei o que você deve estar pensando. Que um policial treinado como Taylor NUNCA abriria o arquivo para você, ainda mais em transe. Mas eu permiti. Acho que você tem todo o direito de saber a verdade. Sou justo ou não? – ele disse, com um sorriso de triunfo estampado no rosto.

ELE MATOU SUA TIA. THOMAS HIPNOTIZOU SRA. EVANS. FEZ MARY MACHUCAR DYLAN. MATOU SEUS PAIS. O FEZ TER IRMÃS FALSAS POR TODA A SUA VIDA.

- Você é um monstro! – disse Greggory, com nojo.

- É claro que sou. Sou o monstro do fogo! – Thomas retrucou.

MAS É CLARO! THOMAS ERA O HOMEM DO FOGO. THOMAS QUERIA ATINGIR GREG O TEMPO TODO. Mas se ele queria fazê-lo, porque ele não o atacou na A.A.H, ou na escola? Essa foi exatamente a pergunta que Greggory fez a seguir.

- Porque na A.A.H e no St. Burguins só pode entrar Heróis inscritos na A.A.H ou com matricula na escola. Eu castiguei suas irmãs por isso, mas elas não podiam impedir que você fosse aos dormitórios. Elas não tinham motivo para não deixá-lo ir. Mas, aos finais de semana, você sai. E olha, que dia o seu primo distante, Thomas, veio te visitar? Tenho de confessar, tive uma baita vontade de controlar seus amiguinhos, mas eles estavam grande parte do tempo na A.A.H, ou sobre a supervisão de alguém... Foi difícil, mas eu consegui.

Olha que sortudo Greg é por ter um irmão tão piedoso! Imagine se Greggory não tivesse sorte nenhuma...

- Mas, e Mary? Se você a hipnotizou, como ela entrou na A.A.H e na escola? – Greg perguntou, ouvindo o seu cérebro trabalhando.

- Ela já estudava no St. Burguins. Ela, inclusive é minha prima, bem, de verdade. Nossa, prima. Mary Lauren Grace. Essa sim é a verdadeira filha da Magda. A que foi dada para adoção. No temperamento dela eu a não mudei muito, ela é explosiva assim mesmo, mas eu lhe dei poderes. Transferi de um cara que eu matei. Quando você mata um Herói, pode ter os poderes dele. Não para você, mas para outra pessoa. Isso nunca funcionou para mim, já que eu trabalho sozinho, é claro.

- Mas se Mary é – Greggory hesitou – nossa prima, como você conseguiu hipnotizá-la?

- Mary era humana. Eu posso hipnotizar humanos da mesma família. Humanos para Heróis não são nada. Queria poder extingui-los da Terra. Bem, sozinho, por mais poderoso que eu seja, eu não consigo. Você é o único Herói de confiança que tenho. Podemos matar outros Heróis e passar poder um para o outro. Podemos criar um mundo só nosso, com quem nós quisermos. Una-se a mim, irmão – disse Thomas, num discurso muito bem ensaiado – e vamos dominar esse planeta abominável.

A primeira reação do garoto foi confusão. Thomas não queria matá-lo, afinal? Agora quer um aliado? A segunda foi rir. Greg riu. Riu muito da cara de Thomas. Gargalhou, caiu no chão. Estava quase sem ar.

- Certo. Já estou tendo uma previa de sua resposta. Já que não quer, Sofra as consequências. – e um raio de energia elétrica brotou do nada nas mãos de Thomas, que mirou em Greggory, que estava deitado no chão, e desviou.

- Bom reflexo, maninho.

E de repente, o cérebro de Greg parecia um arquivo:

Nome: Thomas Field

Poderes: Energia (eletricidade); Controlar pessoas/ fazê-las esquecer – desse poder, eu estou imune.

Status: Irmão. Capacidade de assassinato: Não constatada.

Ponto fraco – Borracha (não conduz eletricidade) / água qualquer estado (“O ponto fraco de uma família inteira pode ser o mesmo”).

Tática: Me acertar de algum como com seu raio.

Minha tática: Desviar. Posso prever seus ataques. Eu posso ler mentes. Concentração. Lembre-se do que a Malina lhe ensinou: Calma. Paciência. Foco.

Também posso atear fogo em Thomas. Pelo menos por um tempo, até eu pedir ajuda.

Enquanto pensava, um raio atingiu metade de sua perna, que ficou paralisada na mesma hora. Greggory correu, mancando, pelos corredores.

Vamos. Leia a mente dele. Calma. Paciência. Foco. Preciso ler a mente de Thomas, preciso ler a mente de Thomas, preciso...

“Vamos, seu tolo, corra até a cantina. Seu poder é fogo, não é? Seu ponto fraco é água. Deixe-me molhar você.”

Greg corria sem direção, mas agora, já sabia da tática de Thomas. Usar o ponto fraco de Greggory a seu favor. Greg entrou numa sala escura e fechou a porta. A sala continha várias maquinas, MOVIDAS A ELETRICIDADE. Ótimo, Greggory providenciou sua própria morte. Segundos depois, Thomas entrou. Ouvindo a respiração afetada e asmática de Greg, Thomas disse:

- Eu sei que você está ai. Saia. – CABUM. Ele estava explodindo todas as maquinas, uma a uma. Tinham 10 ao total. Greggory estava agachado atrás da nona. Sua perna direita provocava uma dor excruciante, e poderia ceder a qualquer momento.

- Certo... Fique ai como um covarde. Não sabe encarar cara a cara. MANO A MANO. LITERALMENTE. – POW. Ele explodiu a décima. Thomas não estava explodindo-as na ordem.

Fogo. Vamos. Eu quero que esta sala toda pegue fogo. FOGO!

Uma ligeira fumaça preta começou a surgir na nona maquina. Greg estava diante dela. Isto ia o entregar. Ele fez a primeira, a quarta, e a sexta pegarem fogo. Enquanto Thomas estava distraído, tentando descobrir em qual maquina Greggory se localizava, ele saia da Sala.

CABUM!

A sala toda explodiu. Será que Thomas ficou por lá?

“Ai vai mais um raio para o fugidinho!”

Greg abaixou instantaneamente. Parece que não. O raio quase atingiu seu cabelo. Greggory finalmente bolara um plano. Corria o mais rápido que podia com a perna direita paralisada, mas Thomas ela muito rápido. Greg tinha a vantagem de poder prever os ataques, mas o máximo que podia fazer era desviá-los.

Correu para o armário de limpeza e calçou as luvas de borracha dos faxineiros. Quando Thomas veio, Greggory instintivamente colocou as mãos no rosto do irmão, que urrou de dor.

- Inteligente, mas não o bastante! EU PEGO VOCE, FIELD! – Agora, Thomas estava criando uma espécie de campo elétrico.

Greg fechou os olhos e canalizou toda sua raiva de Thomas.

Seus pais; Seus amigos; Sra. Evans; Tia Magda...

Ele tinha criado uma grande bola de fogo, que estranhamente não queimava as luvas. Thomas e Greggory lançaram suas “armas” ao mesmo tempo, fazendo fogo e eletricidade se chocarem, causando um grande impacto, lançando os dois para trás.

Greg não conseguia mais ler a mente de Thomas. Estava cansado e fraco demais para reagir. Sua perna latejava e doía. Ele estava no chão, deitado. Sabia que dessa vez não iria mais levantar. As coisas começaram a ficar escuras. Greggory ouviu passos, um barulho agudo. Em seguida, tudo escureceu.