Fragrance escrita por Usagi


Capítulo 1
As memórias que estavam se desvanecendo no vento.


Notas iniciais do capítulo

Olá! Pois bem, eu estava no tédio essa madrugada, já que minha companhia não estava passando bem e então, resolvi escrever essa fic. Será curta, já vou avisando, mas será muito especial para mim. Espero que gostem e boa leitura.



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Corria pela larga avenida segurando o fichário em meio aos braços apertando-o contra o peito. A alça da bolsa insistia em pender para o lado e o menino ia levantando-a até chegar ao seu destino. Nenhum aluno gostava da escola com aquela idade, mas Kaya era a exceção.

Não pelo aprendizado, pelas excursões ou pelo lanche da cantina, mas por uma única pessoa que prendia sua atenção durante todo o período. O loirinho tinha a pele clara e estatura mediana sempre se vestindo de forma feminina marcando seu rosto por uma camada fina de maquiagem composta por uma sombra clara e um batom puxado para o rosa.

Já havia perdido a conta de quantas vezes fora xavecado, mas sabia que os outros garotos apenas não sabiam o que tinha abaixo de sua saia.

Naquela manhã, o pequeno havia perdido a hora por ter passado boa parte de sua madrugada estudando para a tal prova de matemática que o aguardava. Acabou dormindo sobre os livros quando as equações já se resumiam em apenas letras e sinais no meio destas. Levantou com sua mãe batendo e berrando na porta de seu quarto dizendo que tinha apenas vinte minutos até a aula começar.

Com certeza passou por sua cabeça faltar, já que levava muito mais tempo do que isso para se arrumar, mas teria de pagar para fazer a prova em outro dia e com certeza seus pais não aprovariam a ideia.

Vestiu-se como pode ainda mantendo sua beleza intacta. Prendeu o cabelo em um quase coque e seguiu. Seu melhor amigo já não o esperava mais no banco da praça perto da casa de ambos. Hizaki o mataria.

Passou pelos altos portões de ferro pintados em um tom de azul claro e conseguiu passar pelo segurança antes que este impedisse sua entrada por ter passado do horário.

Estava ofegante passando como uma rajada de vento pelos corredores chegando até o seu armário. Abriu o mesmo quase que automaticamente girando as tantas vezes para a direita e outras para a esquerda destrancando com sua senha. Pegou os livros necessários e lembrou-se de deixar um sorriso enorme para a foto pendurada na parte de dentro da porta: Mana, em seu uniforme de basquete comemorando a última vitoria do time da escola.

Passou pela mente de Kaya que muitas outras garotas teriam a mesma foto em seus armários e os mesmo suspiros fossem livrados de seus lábios da mesma forma que ele fazia inúmeras vezes por dia.

Balançou a cabeça em negativa continuando seu caminho e se irritando cada vez mais com o corredor tão vazio. Olhou para o relógio no pulso e passou a correr vendo faltar um minuto para que o professor iniciasse as atividades e ainda faltavam dois lances de escadas.

Passou pela diretoria, pela sala dos professores e pela cantina subindo a escada lateral. Estava tão desesperado que pisou em falso e um gemido baixo escapou de seus lábios como replexo para o que viria a acontecer.

Vendo o degrau muito próximo de seu rosto, levantou com a ajuda de mãos fortes que o seguraram pela cintura até que tomasse a postura novamente e suas costas ficassem encostadas no peitoral de alguém.

Virou-se assustado e depois, esqueceu-se de seu objetivo. Esqueceu-se até mesmo como se fazia para respirar. Esqueceu-se de segurar o fichário em mãos deixando este escorregar e abrir espalhando algumas folhas.

Estava de frente a ele. O moreno de olho tão penetrantes. Seus cabelos balançavam com a ajuda do vento e sua boca marcada por um batom escuro o deixava com aquele semblante misterioso e sério que tanto encantava o menor.

Mana era mais velho. Um veterano naquela escola e este era seu último ano ali e Kaya se encontrava ainda no começo do curso.

–Você está bem? –Pronunciou-se.

Kaya nunca havia ouvido a sua voz. Nunca havia estado tão próximo de seu rosto a ponto de tirar a coragem do fundo de sua alma e transportar para aquele selo longo que depositou nos lábios do outro sendo correspondido.

Os pés subiram um degrau para que ficasse um pouco mais na altura do outro. As mãos de Mana passaram a apertar levemente a cintura fina do loiro tirando deste um ofego em meio ao selo que não se intensificava e nem cessava.

Relutante, Mana se afastou encarando o outro com a mesma feição de sempre: vazia.

O menor estava corado e com as mãos trêmulas. O corpo iria explodir em milhões de pedaços em qualquer momento, mas foi abraçado pelo outro. Encheu o pulmão de ar e depois soltou lentamente passando a aproveitar aquela sensação deliciosa.

–Vamos sair daqui. –O moreno disse segurando na mão do menor largando as folhas no chão.

Kaya não se importou com a matéria que havia perdido e muito menos com a prova que não faria. Estava sendo guiado por ele, seu grande amor que parecia não ser mais tão platônico.

Hizaki levantou-se de sua carteira estranhando a falta cometida pelo amigo. Acreditava que algo muito sério teria acontecido para que este faltasse. O outro não era disso. Levava a escola realmente a sério e sabia que Kaya havia se dedicado muito estudando na madrugada.

Passou pela porta sorrindo de volta para um garoto encostado na parede que o observava com bastante atenção. Ai chegar ao inicio da escada, reconheceu logo a letra do amigo naqueles papéis deixados no chão que já estavam cheios de pequenos rasgos e marcas de sola de sapatos.

Enquanto isso, Kaya estava sentado em um banco de uma praça no centro da cidade ao lado de Mana. O moreno se deliciava com um sorvete de chocolate em uma casquinha que havia comprado e o outro somente o observava com atenção tendo recusado toda e qualquer coisa que o outro oferecia para comprar-lhe.

Mana esticou o braço a fim de fazer com que Kaya aceitasse um pouco de seu sorvete, mas este recusou em um aceno de cabeça. Não haviam trocado nenhuma palavra sobre o tal ocorrido anteriormente, mas sabiam que nunca estariam ali juntos se não fosse pelo beijo roubado.

O loiro sentiu algo gelado encostar na ponta de seus nariz e Mana sorriu brevemente. Era a primeira vez que via o outro fazer algo desse tipo. Estava acostumado a observá-lo em todos os momentos que podia e mesmo entre seus melhores amigos, o moreno era sério.

Sentiu-se um pouco especial, mas essa intensidade aumentou assim que os lábios de Mana deixaram um beijo calmo na ponta de seu nariz limpando o sorvete que tinha deixado ali como uma brincadeira infantil.

Estavam próximos o suficiente para ter um novo contato e Kaya desejava isso e de um forma mais profunda. Segurou os pulsos de Mana trazendo-o para mais perto. Esqueceram-se completamente das pessoas que os rodeavam focando-se apenas neles mesmos.

–Estamos namorando, Kaya? –Perguntou assim que o novo beijo fora cessado.

O menor já estava feliz o suficiente apenas em descobrir que o outro sabia seu nome. Poderia morrer naquele momento que sua vida já valeria à pena, mas estava tendo uma oportunidade ainda mais perfeita junto de quem desejou deste a primeira vez que pisou no colégio.

–Estamos, ManAmour.



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Notas finais do capítulo

Então? Mereço algo nesse capítulo?



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