A Viagem Da Peregrina escrita por Kirios Alexias


Capítulo 3
Capítulo 3




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Capitulo Três.

Escola.

A Rua Bragança, não mudara nada durante todos esses quinze anos. Os Barrettos ainda não tinham realizado os seus sonhos de se mudarem para Copacabana. Tio Leonard andava pela casa resmungando como sempre fazia todas as segundas-feiras. Esse era o seu maravilhoso e adorado exercício fazer a vida de Elena um verdadeiro inferno.

– Onde está o meu sapato! – berrou tio Leonard, levantando de sua poltrona cor de carmim.

– eu não sei querido, pergunte a essa garota! – exclamou tia Regina, tacando um pano de prato bem sujo em cima de uma pequena menina com cabelos muito grande e com uma roupa muito rasgada, que estava agachada, perto da porta do banheiro.

– O que faz ai? – perguntou tio Leonard, emburrando a cara.

– Estou procurando o meu anel...

– Cala a boca! – interrompeu tio Leonard.

– Garota demoníaca, só a ranja confusão para as nossas vidas.

Como de costume Elena se levantou rapidamente e se dirigiu até a cozinha para tomar o seu café, antes de Ricky. A cozinha de tia Regina era bem grande, e justamente hoje estava muito pequena, com tantos presentes para Ricky que completa quinze anos.

– Tia onde vou colocar este livro sobre “Mágica fácil” que o Ricky ganhou de presente.

– Bem longe de seus dedos cheio de impurezas não quero que meu fofinho se contamine com os seus germes – disse tia Regina, arrancando o livro das mãos de Elena, que por sorte soltara antes de cair no chão.

– Cuidado Elena! – berrou Ricky, agarrando rapidamente Elena pelo braço.

– Não toque nela meu filho!

– Pare com isso mamãe, ela é a sua sobrinha quer a senhora queira ou não!

– Eu amaldiçoei o dia em que sua família morreu! – disse tia Regina, levantando as mãos para o céu. Normalmente Elena era proibida, de se aproxima de Ricky já que o fazia tremer de paixão. Durante todo o dia Elena era feita de escrava pela tia Regina que a mandava fazer as piores tarefas só para ver Elena chorar.

Mas na escola Estadual Roberto E. Lee. Elena tinha três melhores amigas, Meredith, Bonnyse e Peggy Bokulic. Meredith era uma menina bem bonita, seu cabelo era curto e batia em seu elegante ombro. Sua pele era macia e muito quente com o verdadeiro bronzeado carioca. Bonnyse era uma das, mas engraçadas do quarteto. Ela tinha um cabelo crespo e muito ruivo que mal chegava às orelhas, e por ser a mais baixa do grupo fazia varias caretas a cada piada que inventavam sobre as anãs. Já Peggy era a mais misteriosa e ao mesmo tempo sinistra do quarteto, não por ser gótica, mas por não dividir nada de suas fantásticas viagens para as sua colegas.

– Bonnyse o que você fez no cabelo? – perguntou Elena, estranhando aquele estranho penteado Afro.

– Você gostou? Eu acho que me deixa mais alta. – Bonnyse afofou os cabelos e sorriu os olhos castanhos cintilando de empolgação, a carinha de coração iluminada.

– Meredith? Você não mudou nada.

E abraçou a amiga, mas este abraço foi igualmente caloroso para ambas as partes. Ela sentiu falta de Meredith mais do que de qualquer outra pessoa, pensou Elena, olhando a menina alta.

– Bom, seu cabelo está dois tons mais claro! Por quê? – perguntou Meredith, passando a mão pelo cabelo de Elena.

– Foi a minha tia, ela me levou para Madame Sharlok.

– Aquela bruxa, seca! – debochou Peggy, fazendo uma engraçada careta.

– Com certeza! – brincou ela. – Ela tentou pintar o meu cabelo de preto azulado, mas algo deu errado e meu cabelo ficou um pouco mais claro.

– E o Ricky? – perguntou Meredith, encarando Elena profundamente.

– Vocês sabem que eu não gosto de falar dele!

– Mas ele te ama!

– Esquece isso e vamos para a aula de geografia! – optou Peggy, empurrando as três.

– Se aquele professor falar mais uma vez da vida dele, eu juro que me mato! – gritou Bonnyse, se virando para olhar Elena e Meredith nos olhos.

Elena fraquejou assim que viu a Sra. Clarke na sala.

– E que ela está fazendo aqui? – perguntou Elena, levando a mão aos olhos.

– Bom dia Srta. Martins! – cumprimento a elegante mulher, que se arrumava igual a uma dama inglesa.

– bom dia Sra. Clarke, como foi as suas férias? – perguntou Elena, tentando disfarça a roupa que estava vestindo.

– Vejo que sua tia não viu essa sua roupa!

– Não. Ela não conseguiu lavar!

– Detenção!

– Mas...

– Mas não é uma palavra, você sabia?

– Não, Sra. Clarke!

A aula de conhecimentos gerais e o resto do dia passaram num borrão. Elena esperava impacientemente pelo papel do castigo, já que suas três melhores amigas ganharam misteriosamente, por falar durante a aula.

Mas depois do sinal do almoço, veio à terrível noticia.

– A hora do castigo vai começar...

Gritou uma mulher bem gordinha, com os cabelos bem grisalhos.

Elena soltou um sufocado suspiro e entrou na sala, aonde se encontravam Meredith, Bonnyse e Peggy. As horas eram muito curtas, e não se podia falar; gritar, andar, perguntar, beijar ou ao menos pensar.

– Elena...

Elena encarou furiosa, para o rosto de Peggy que desenhara uma terrível caricatura da enigmática senhora. O sinal tocou, e assim Elena foi para a sua famosa prisão domiciliar. Na realidade. Tia Regina não ficava em casa, ela todo o dia aproveitava a sua fuga dos trabalhos domésticos e ia para academia.

– Tia a senhora está em casa! – gritou Elena, atirando a sua mochila no chão.

A casa estava deserta e um pequeno barulho assustou Elena – Será que é um animal? – pensou Elena.

A casa estava muito calma exceto pelo cãozinho de Ricky que latia sem parar. Elena deu uma leve passada de mão pelos cabelos e reparou em uma carta muito charmosa. A carta estava endereçada para ela.

Para Srta. Martins,

Rua Bragança nº 23

Tios insuportáveis.


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