Sec. XIX, Inglaterra.

Saí de casa bem cedinho deixando uma carta para meus pais e minhas irmãs na sala para que quando acordassem soubessem que eu estava em segurança a caminho da América.

Quando cheguei ao local que combinamos, Roy já esperava por mim com suas malas.

Ele pegou as minhas e perguntei:

“Alguém o seguiu?”

“Não.” Ele respondeu “E a você?”

“Ninguém.” Disse.

“Então está tudo pronto.” Ele disse “O navio sai daqui uma hora.”

“E o navio nos levará para a América?” Eu o perguntei.

“Exato.” Ele me respondeu.

“Que ótimo!” Disse “Não vejo a hora de chegar a nossa futura casa para que possamos criar a nossa própria família.”

“Eu também, Alice.” Ele disse “Mas agora vamos.”

Pegamos uma diligência e fomos para o porto.

“Vai demorar muito?” Eu o perguntei impaciente.

“Eles disseram que o navio vai se atrasar um pouco.” Roy me respondeu.

“Mas quanto mais tarde o navio chegar, mas cedo minha família perceberá nossa ausência.” Disse.

“Eu sei.” Roy disse.

“Então faça algo!” Eu estava nervosa.

“Eu adoraria.” Roy disse também nervoso “Mas só nos resta esperar.”

“Ai meu Deus.” Eu disse.

“Calma, eles não vão nos pegar.” Roy disse “E olha aí, o navio está vindo.”

“Eu acho que eles já nos acharam, Roy.” Disse apavorada vendo meu pai e dois guardas no porto, provavelmente nos procurando.

“Calma.” Roy disse tão apavorado quanto eu “Eles não vão nos achar se ficarmos aqui, e o navio também já parou. Agora é só esperar o sinal para entrarmos.”

Porém meu pai havia me visto.

“Não dá Roy.” Disse “Ele nos viu.”

Mas ao mesmo tempo deram o sinal permitindo a entrada no navio.

“Vamos!” Roy disse me puxando.

Nós corremos para o navio mostramos as passagens e Roy me levou para o dormitório que ficaríamos.

“Vamos ficar aqui e ninguém nos achará.” Ele disse, mas eu estava nervosa demais.

“Se eles nos acharem, eu estarei morta Roy.” Disse.

“Eles não vão nos achar.” Roy disse “Nós vamos fugir não importa o que.”

“Roy, se não fugirmos hoje me vida também acaba.” Disse.

“Por que fala isso?” Ele me perguntou preocupado.

“Porque espero uma criança sua.” Disse.

Roy parecia apavorado.

“Você tem certeza disso?” Ele me perguntou.

“Tenho.” Disse “Você sabe daquilo que as mulheres têm todo mês? Bom, nesse não tive.”

“Mais um motivo para fugirmos logo.” Roy disse tocando em meu rosto.

Mas de repente, os guardas batem no nosso quarto dizendo para abrirmos.

Entramos em pânico, então Roy teve a idéia de sairmos pela janela.

Pulei a janela e ele também pulou em seguida, mas de repente lá estava meu pai em nosso caminho.

“Parem!” Meu pai disse.

“Vem, Alice.” Roy disse pegando na minha mão para que corrêssemos para o lado oposto em que meu pai se encontrava.

Porém meu pai pega sua arma e atira.

Eu gritei ao ver Roy caindo no chão coberto de sangue.

“Nããooo!!!” Eu gritava chorando “Não, Roy...”

Meu pai me pegou pelo braço. Eu tentava lutar contra para ficar com Roy que estava ali coberto de sangue, mas era inútil meu pai me tirou dali.

E a partir daquele dia nunca mais voltei a ver Roy.