Sec. XXI, Estados Unidos

Chegamos à festa e começava a sentir aquele frio na barriga. Ryan percebeu e tentou me confortar, e o engraçado é que ele conseguiu só em olhar firme nos meus olhos.

“O que foi?” Ele me perguntou.

“Só um pouco nervosa.” Eu disse.

“Não precisa ficar nervosa.” Ele disse olhando firme nos meus olhos “Tudo irá correr bem, afinal o que de mal poderia acontecer?”

Aquilo realmente me confortou, mas ainda tinha algo sussurrando dentro de mim que problemas estão por vir. Só que eu mal podia ouvir aquele sussurro, porque minha vontade de entrar de mãos dadas com meu amor, naquela festa, gritava dentro de mim.

“Tem razão.” Disse sorrindo “O que poderia dar errado, não é mesmo?”

Quando entramos pela porta do ginásio da escola, onde a festa acontecia, todos pararam tudo que estavam fazendo para nos olhar.

Podia ouvir comentários como: “Não acredito que Ryan trocou a gostosa da Rachel por isso aí.” ou “O que deu no McKnight pra ele vir pra cá com essa loirinha aguada?”

Isso me entristeceu um pouco, mas quando vi o sorriso que Ryan dava pra mim enquanto segurava minha mão, tive minhas forças de volta.

Vi Alex e disse a Ryan que iria cumprimentá-la.

“Eu não acredito que veio com ele pra cá.” Alex disse.

“Nem eu!!” Disse animada, mas Alex estava séria.

“Não você não me entendeu!” Alex disse “Você não sabe o que a aguardará quando Rachel a vir com o ex dela.”

“Como assim?” Eu a perguntei preocupada, mas Ryan veio me buscar pra dançar.

“Vamos dançar?” Ele me perguntou.

“Vamos.” Eu o respondi e disse a Alex em seguida “A gente se vê depois.”

“A gente se esbarra.” Ela disse e Ryan acenou com a cabeça pra ela.

Ele me levou para a pista de dança e começamos a dançar, mas como Alex havia me dito não seria por muito tempo. Rachel me fuzilava com seu olhar enquanto se dançava com outro cara.

De repente, eu a ouvi dizer “Já chega dessa palhaçada.”

Ela empurrou o cara e veio até nós.

“O que você pensa que está fazendo com o meu namorado, biscate?”

“Não sou mais o seu namorado.” Ryan disse se metendo na minha frente “Agora eu namoro a April.”

“April?” Ela repetiu cinicamente “E isso não seria o nome de um mês do ano?”

“Deixa de ser cínica, Rachel.” Ele disse.

“Cínica? E quanto a essa sirigaita com você?” Ela continuava a me ofender, não pude mais ficar parada.

“Só se a sirigaita for você.” Eu a disse saindo de trás de Ryan.

“O que foi que você disse?” Rachel me perguntou incrédula.

“Que a... Que a sirigaita aqui é você.” Eu repeti.

“Vamos ver quem é a sirigaita aqui, coisinha.” Ela disse partindo pra cima de mim.

Aquela louca me jogou no chão e começou a me bater e puxar meus cachos.

“Hoje você sai daqui sem um fio de cabelo sequer!!” Rachel disse.

Eu passei a me defender puxando os cabelos lisos dela também.

“Você não vai fazer nada?” Alex perguntou a Ryan enquanto todos assistiam a cena e acredite estavam se divertindo.

Ryan tirou Rachel de cima de mim, mas com ela ele levou um pedaço do meu vestido.

“Oops!” Rachel disse cinicamente “Rasgou.”

Não pude evitar as lágrimas saí correndo da festa. Ryan tentou vir atrás de mim, mas Alex o impediu.

“Dá um tempo pra ela.” Alex disse.

Ryan ouviu Alex e virou-se para Rache dizendo “Satisfeita?”

“Muitíssimo.” Ela disse sorrindo.

“Não sei como pude namorar alguém como você por tanto tempo.” Ele disse indo embora da festa também.

“Ryan!!” Ela o chamou, mas ele continuou seu caminho sem dizer mais nenhuma palavra.

“Perdeu, neném.” Alex disse à Rachel.

Rachel fuzilou Alex com seu olhar, mas Alex não tinha medo de Rachel. Pelo contrário ela parecia conhecer Rachel muito bem.

Sec. XIX, Inglaterra

Ele veio falar com meu pai sobre nosso casamento. Estava ansiosa na sala de estar enquanto eles conversavam no escritório de papai. O que estaria acontecendo?

“Ele veio pedir a sua mão?” Lea perguntou inconformada “Por que essas coisas não acontecem comigo?”

“Está com inveja de sua própria irmã, Lea?” Eliza perguntou “Francamente! Você não merece casar-se com um homem bom e rico.”

“Pior você que jamais arranjará um marido!” Lea disse, mas antes que Eliza pudesse continuar com a discussão as interrompi.

“Francamente eu digo! Vocês estão me deixando mais nervosa ainda com essa discussão tola.” Eu disse.

“Me desculpe, irmã.” Eliza disse “Mas você sabe o quanto Lea me tira do sério.”

“Tudo bem.” Eu disse, mas antes que qualquer um dissesse algo a porta do escritório foi aberta e de lá Roy saiu.

Ele parou quando me viu e disse “Me desculpe.” Curvou-se e se foi.

Fiquei sem entender nada até que minha mãe aparecera e disse que meu pai queria falar comigo.

Fui até seu escritório.

“Mamãe disse que queria falar comigo.” Eu o disse.

“Feche a porta, Alice.” Ele disse e eu o fiz, mas pelo seu tom de voz pude perceber que não era coisa boa o que ele queria comigo.

“O que tenho a dizê-la será breve.” Ele disse “Alice, estou muito decepcionado com você.”

“Decepcionado? Por quê?” Eu queria saber.

“Trazer-me aqui um americano?” Ele disse “O que passava pela sua mente a aceitá-lo como seu pretendente? Quer jogar o nome de sua família na lama?”

“Não.” Eu disse “Longe de mim querer fazer isso, mas não imaginei que poderia não gostar de um americano como meu marido, sendo que a Inglaterra e a América estão em paz e...”

“Chega Alice!” Ele disse “Não quero nem ouvir mais falar nesses americanos aqui dentro de casa, ouviu?”

“Então, o senhor não me deixará casar com o Sr. McKnight?” Eu o perguntei com os olhos cheios de lágrimas.

“O que eu acabei de dizer Alice?” Ele disse “Não quero nem ouvir no nome deles aqui dentro de casa! Quem dirá conceder minha filha em casamento a um deles!”

Comecei a chorar.

“E não adianta chorar. Sabe que isso não me comove.” Ele disse “E agora saia.”

Eu saí e quando cheguei na sala aos prantos, Lea começou a rir.

“Eu sabia que era impossível alguém nessa família casar antes de mim!” Ela disse se sentindo superior.

Eliza lançou um olhar de desprezo a Lea e veio até mim e me abraçou.

“Calma, Alice. Tudo vai terminar bem.” Ela disse “Você vai achar um noivo ainda melhor do que esse que veio hoje.”

“Mas eu queria ele, Eliza.” Eu a disse “Eu o amo tanto.”

“Calma, querida.” Ela dizia tentando me confortar, mas era inútil.

Eu estava completamente apaixonada por Roy McKnight e agora era capaz de tudo para ficar com meu amor.