Secret Love escrita por grazidiasss


Capítulo 8
STEFAN




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— Vamos? — Damon  me disse. Eu assenti com a cabeça, lavei as mãos na pia e deixei o enorme chapéu e o avental que Rebekah me jogara. Ele entregou-me 20 dólares, como Rebekah dissera e então fomos em silêncio, mas o calor do seu corpo dentro do meu na moto era só o necessário.  Damon me deixou em casa sem dizer uma palavra, entrou e foi para seu quarto eu supus, eu estava completamente acabada. Podia sentir o enorme calo em meus pés, a dor nas costas, os dedos franzidos de tanto lavar louça.

      Tomei um banho frio — apesar de não ser verão eu me sentia quente e com adrenalina fluindo por meu sangue. Coloquei uma roupa ás pressas e penteei os cabelos embaraçados, logo então desci para a cozinha, joguei um pedaço de bolo no prato e o coloquei no microondas.

      Na cadeira da cozinha — ali, sozinha, ouvindo apenas os pássaros na rua e o barulho atormentador de algo pipocando em minha consciência — não era o lugar mais confortável para se estar, mas o bolo descendo quente por meu estomago me fez relaxar. Engoli um copo de aguá gelado e subi para o quarto. Meus olhos estavam quase fechando quando lembrei... Oh Deus! O jantar. Apesar da dor nas costas e da terrível sensação de desconforto eu levantei da cama ás pressas.

     Recordei-me vagamente das palavras de Rebekah "Você se veste mal" e decidi pegar o vestido de seda claro que papai me dera no verão passado. Ele mal havia sido usado, eu não gostava de coisas tão delicadas assim, mas eu o vesti. Não quis colocar nenhum sapato — seria exagero demais, não seria? —, ah, eu não sabia, mas para minha sorte Caroline abriu a porta bem no momento que eu estava me achando patética demais.

     — Vai á algum lugar? — perguntou jogando um punhado de papeis sobre a cama. Assenti.

     — Stefan convidou-me para jantar. — eu lhe disse, tentando falar aquilo sem parecer ilusória demais. Era só um jantar!  Mas Caroline esboçou um enorme sorriso, daqueles que nunca vi  e me apertou contra ela.

    — Eu pensei que tivesse medo da Rebekah! Mas olhe para você... toda arrumada para o seu encontro.  — sorri, e novamente Caroline retribuiu. — Agora... Não pode ir com esse vestido, Stefan é alérgico a seda. — fiz carreta, quem era alérgico a seda?  — E depois... faz de você uma garotinha tentando ser delicada. Vamos colocar algo mais... ao altura dele. Com certeza ele irá leva-la á um daqueles restaurantes fora daqui. — ela me abandonou na cama e foi até seu guarda-roupa, voltou com um vestido vermelho, e um par de sapatos semelhantes. Mas quando eu o provei, ficou um pouco... sexy demais. Caroline me trouxe outro, em um tom azul marinho, eu o provei, ela me examinou um pouco e assentiu — agora sim. Mas falta... Ah... — ela tirou de sua caixinha de prata um brilhoso e delicado colar com pontinhas azul, e o pôs em mim. O sapato de salto fino estava apertado mais ainda assim eu suspirei e sorri.

     — Está tão ao estilo de Stefan que nem acredito que é você — pensei naquilo por um momento até ouvir o barulho de chaves. — deve ser ele, Elena. Vá. — Saí andando até o encontrar parado na porta, ele estava de calça, uma lisa, leve e perfeita calça preta que apertava seu corpo e o deixava ainda mais desejável. Stefan tinha o sorriso, ah, aquele sorrido de  incendiar a boca do estomago. Seus cabelos cor de mel, quase da cor de meus olhos, ficaram em um tom estranho de âmbar sobre a luz escurra do hall. Mas foi seu olhar, no entanto, que me prendeu a respiração. Era um olhar de admiração, de apego, de forte harmonia e contudo parecia um olhar de respeito.

     — Suponho que Caroline tenha chegado mais cedo. — ele me disse, e logo então ouvi o barrulho da TV, olhei para trás e de uma forma estranha, me senti aliviada por ser tia Isobel e não Damon. Ela levantou no mesmo instante que nos viu parado na porta.

     — Onde vão assim tão... garbosos? — tentei achar o significado daquela palavra no dicionario de minha mente.

     — Jantar... — disse Stefan enquanto eu corei levemente. Isobel fez cara feia.

     — Me desculpe Elena, pela comida congelada, é que, mal tenho tempo de estar em casa. E quando estou, olhe a quantidade de trabalhos que tenho que corrigir. Seu tio Ric tem estado ocupado também, não temos tido tempo de cozinhar...

     — Oh... não. Quero dizer... não tem nada demais, eu sou, hmmm... completamente acostumada a comer comida congelada. Vivi todos esses anos sozinha com Jonh que é um completo desastre na cozinha... — Isobel riu.

     — Vamos? — disse Stefan. Eu assenti e dei tchau a Isobel, ela disse "Boa sorte" a porta e então sumiu do meu campo de visão. Stefan segurou meu pulso, eu o soltei, mas só para que pudéssemos segurar as mãos. Ele entrelaçou o dedo aos meus e  eu abominei o momento que tive que solta-lo, mas Stefan abriu a porta de seu BMW e eu entrei. Era lustroso lá dentro, como se ele limpasse todos os dias, tinha o perfume delicado que se encaixava perfeitamente á ele, Stefan jogou um cd qualquer no player.

     — Taylor Swift? — perguntei enquanto ele dava a partida.

     — Você não gosta? — tentei escutar melhor a melodia do som, a voz doce de Taylor era impossível de não gostar

     — Posso começar a amar. — aquilo saiu da minha boca sem que eu pudesse perceber, mas Stefan sorriu. E foi o sorriso de incendiar novamente. Mas eu me calei enquanto ele decidia para onde iamos, deixei que a voz de Taylor — eu com certeza lembraria daquela musica depois — nos guiasse. Era iressistivel sucumbir a melodia, a letra tão perfeita que vinha até meus ouvidos

  "Você será o príncipe e eu serei a princesa. Esta é uma história de amor, querido, apenas diga sim"

      Pensei se aquela letra poderia significar algo. No futuro, talvez. Vi a placa "Você está saindo de Mistyc Falls"

     — Fica muito longe?

     — Nem tanto, mas também não há na em Mistyc Falls que á mereça esta noite. — ele sorriu. Pensei no duplo sentido de sua frase.

     — Então você faz faculdade? — perguntei distraída quando o sinal fechou.

     — É só um curso profissionalizante... Faculdade vou fazer na Harvard.

     — Ah, Harvard. — Era um sonho grande, sem contar com o alto preço da Harvard, só pessoas com extrema qualidade conseguiria uma vaga lá. Eu olhei para Stefan, é claro que ele conseguiria.

     O Sinal abriu e demorou alguns minutos para que ele parasse em frente á um restaurante, em meio á um breu, mas que ainda assim parecia bem visitado. Agradeci Caroline mentalmente. Ele saiu primeiro, e novamente esperei que ele me abrisse a porta, como sempre fazia, e novamente fez. Mas teve algo diferente dessa vez, ele beijou o alto da minha testa e me segurou na cintura. Eu senti uma gota de saliva respingando por minha testa.

    O lugar era diferente de tudo que eu já havia visto. O carpete de madeira lustroso quase me fez escorregar, mas Stefan estava segurando tão firmemente em minha cintura que eu suspirei e segui em frente. Sentamos em uma mesa forrada com delicadas toalhas de mesa, e lembrei-me que Stefan era alérgico a seda. Ele espirou no mesmo instante que imaginei.

    — Seda? — perguntei, ele chamou o metre e pediu que trocasse as toalhas de mesa e então virou a atenção para mim.

     — Como sabe da minha alergia? — reprimi o que iria falar, porque seria completamente ridículo se ele descobrisse que andei fuxicando com Caroline.

     — Percebi — Stefan assentiu com aquele olhar que só ele sabia fazer.

     O metre trocou as toalhas da mesa e pediu perdão, mas Stefan simplesmente segurou os dois cardápios que ele entregou e me ofereceu um. Eu nunca havia comido nada daquele lugar, nem ao menos conhecia os nomes dos pratos. Mas escolhi algo com macarronada e picanha, ou foi ao menos o que vi. Stefan ergue a sobrancelha.

     — Eu vi você comendo verdura a semana toda, não imaginei que pediria algo tão gorduroso.

     — Ah, gorduroso. Você sabe... não tem uma irmã muito fácil. — Stefan gargalhou.

     — Caroline... ah... — ele suspirou como se lembra-se de algo — sempre foi assim com todas... as... oh — ele parou de falar no exato momento em que eu comecei a lhe dar mais atenção — me desculpe.

     — Não... quero dizer... continue... "as?"

     — Ela sempre foi apegada ás minhas... quero dizer... namoradas. Não que você... enfim... não tem como explicar. — eu não sabia, ah quero dizer, eu olhei para Stefan ali, todo enrolada e sexy para falar algo, quando ele quase assumiu que eramos namorados. Ah, não que importasse... Oh deus, quando as coisas chegaram a esse ponto?

    — Você já teve muitas namoradas? — perguntei enquanto Stefan colocava mais refrigerante em minha taça.

    — Na verdade, não. Só tive uma — vi em seus olhos que ele estava jogando limpo.

    — Fale-me sobre ela. — Ele ia abrir a boca, mas sentimos o cheiro quente da comida sendo posta a mesa e meu estomago revirou. Não tanto com a comida de Stefan, parecia algo melequento com cheiro de peixe cru e legumes, mas o meu tinha gordura e borbulhava junto a mini grelha que fora colocada a mesa, a picanha tinha um cheiro normal, que eu não havia sentido a tanto tempo. A macarronada era coberta de queijo, pedaços de cebola, e bastante oleosa, era estranho pois aquele lugar não me parecia onde serviria algo assim, mas notei que sim, eles enfiaram molho shoyo em cima da macarronada e a cobriram de tomate. Definitivamente eu não iria comer. Apenas parti a picanha em pedacinhos e petisquei enquanto Stefan parecia comer com vontade a meleca de peixe em seu prato.

     Tomei um enorme gole de refrigerante e percebi que nem ao menos Stefan pediu algum tipo de bebida.

     — Como se chama isso? — ele parou de comer no mesmo instante e chamou o metre, eles murmuravam algo muito baixo, e então Stefan olhou para a macarronete esquecida em meu prato.

     — Isso chama-se snopleck, ou quero dizer, eu que lhe dei esse nome.

     — Você? — eu sorri.

     — Fui a primeira pessoa aqui a comer molho de peixe frito com toda essa mistura que eles fazem.

     — Molho de peixe frito?

      Quando o mesmo metre veio com outro prato do estranho conteúdo eu percebi que Stefan havia pedido para mim, pois percebeu que eu não tinha comido nada.

      — Experimente — disse ele. Eu olhei para o prato, o cheiro de peixe quase me fez vomitar, mas eu engoli. E diferente do que imaginei, era bom. Tinha um leve gosto de peixe no começo, mas depois ficava amargo e aqueceu meu corpo, eu comi tudo tão rápido e só depois notei que Stefan me observava.

      — Ah meu Deus... Desculpe. — limpei a boca com o lenço da mesa.

      — Não tudo bem... dizem que os grandes amores começam com a verdadeira face. Eu deveria ter a levado em uma lanchonete, comeríamos hambúrguer, e churrasco. — eu sorri.

      — Posso pedir a conta? — assenti.

      Fiquei todo o tempo olhando para Stefan. STEFAN.

      Oh... Deus.

       Como alguém poderia ser tão perfeito? Ele tinha os olhos verdes mais delicados do mundo, e os cabelos brilhosos refletiam a luz do restaurante. Stefan conversava gentilmente com o gerente que veio lhe dizer tchau, parecia tão querido! Ele me chamou para irmos,  e então, segurou minhas mãos.

     Meu coração disparou.

     Mas foi em frente ao carro, quando Stefan me encostou na porta do BMW — estacionado em frente ao restaurante — e me beijou. Como fizera na garagem, só que com mais avidez, com mais necessidade. Como se o mundo não importasse. Ele me apertou com mais força, até que senti cada parte do seu corpo — sem exceção — grudado ao meu. As mãos de Stefan se encaixaram perfeitamente ás minhas cinturas, enquanto o calor tremendo que afogava todo meu corpo naquela chamava não parava de borbulhar eu senti o gemido saindo de sua boca até meus ouvidos, meu corpo todo se arrepiou, seus lábios estavam gelados, encostados ao meu pescoço disseram ao meu ouvido "Quer ir a outro lugar? Ou prefere ir para casa?" Nós nos separamos. Foi difícil ter seu corpo longe do meu, mesmo que por um segundo. Ao menos para me olhar, ele se afastou. Esperando por minha resposta.

    — Você tem outro lugar em mente? — perguntei. Stefan pensou, havia algo em seu olhar que me encheu de esperanças, mas logo então ele baixou a cabeça e disse:

    — Melhor irmos para casa, teremos muito tempo, Elena. — o fogo em meu corpo falava outra coisa. Como se tivéssemos apenas aquele momento.  Stefan abriu a porta para mim. Como sempre fazia. Meu coração certamente não aguentaria mais nada hoje.


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