Secret Love escrita por grazidiasss


Capítulo 24
TEMPOS DIFICEIS


Notas iniciais do capítulo

boa leitura...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/212677/chapter/24

Meus olhos abrem lentamente com o cheiro de ovos perambulando pela casa. Tento ignorar o fato de eu estar jogada no chão da cozinha, quase pelada, a não ser pelo lençol cobrindo metade do meu corpo. Droga! Isso não foi um sonho bobo, realmente aconteceu. Suspiro e vou correndo para o quarto.

     Olho ao redor, e minha mala já está feita em cima da minha cama, ele pensou em tudo, resmungo. Tomo um banho rápido, coloco uma calça jeans, meu allstar e uma blusa de mangas. Puxa vida. Fico vermelha ao ver Damon dá um sorrisinho de lado enquanto coloca comida no meu prato. Eu espero que ele não fale sobre...

     — Dormiu bem?

     Olho incrédula para ele, que então, revira os olhos e senta-se ao meu lado, ainda fingindo que nada aconteceu. Argh. E eu não consigo olhar pra ele sem sentir minhas pernas bambas. Sim, eu dormi com o irmão do cara que está preso por tentar me livrar da cadeia... falando sobre minha culpa.

    — Ah, verei Stefan hoje — resmungo, e a frase saí com tanto medo. Eu estou perdidamente entorpecida pela ansiedade de olhar em seus olhos verdes novamente. Aperta-lo contra mim e respirar o cheiro doce do suor que escorre por sua nuca sempre que me vê. E ele é tão lindo...

    — O voo saí ás 16:00 — diz Damon, monótono.

    — Puta merda, terei menos de uma hora para falar com ele?

    Damon faz um sinal de quem diz "que obvio" e então, do nada, me abraça. É um abraço rápido, mas eu posso sentir todas as suas emoções.  O desejo, o alivio por eu não ter me desvencilhado e apenas fugido. Haviam dois motivos óbvios do porque eu apenas deixei que ele continuasse encostando seu corpo no meu: Primeiro, eu gostava realmente do seu abraço. E segundo NOS TRANSAMOS! Fico vermelha só de pensar...

Damon foi um amor por todo tempo comigo. Quando chegamos onde Stefan estava  — sempre recusei e irei recusar a pensar no lugar e pensar em seu nome — ele me deu um beijinho no rosto e sorrio. Parecia radiante. Mas quando eu lhe dei as cotas, e encarei tão subitamente todo o torpor pela ansiedade de vê-lo, realmente parecia que eu sentia algo balanceado pelos dois... afasto a ideia da cabeça.

      E lá está ele, sorriso estampado de um canto á outro. Roupa de penitenciaria, cabelo desgrenhado e pele maltratada, seus lábios — antes lindos e carnudos — estavam secos e feridos, assim como a marca de machucado que descia de sua sobrancelha ao nariz. Ele estava horrível, realmente destruído. E isso só serviu para me deixar ainda mais triste, mas eu devia isso a ele: aguentei o nó que prendia na garganta e continuei firme.  As portas se abriram, e a sala reservada para visita tinha uma cama, copo com agua, uma mesa e duas cadeiras. Aquele lugar fedia. Ele veio correndo em minha direção, e foi o abraço mais delicioso e necessário de todos os tempos. Foi como um refugio, sentir o seu cheiro — por mais péssimo que estivesse, ainda era ele — e ver que ele estava realmente ali.

    — Eu trouxe algumas coisas, comida, livros e produtos de higiene —  sussurrei enquanto ele me abraçava. Stefan deu um pulo havido de felicidade e agarrou a sacola. Ele estava tão feliz que recusei a repuxar os lábios, ele sorriu quando viu a coleção de Paulo Coelho ali. Mas deixou os livros na mesa e voltou para mim. Beijou-me com a mesma doçura de sempre, mas dessa vez, havia mais necessidade, e supus que foi pelo tempo que passou sem mim. Eu necessitava dele também, então trabalhei bem vagamente por sua boca, deixando que cada parte deliciosa daquele beijo fosse fotografado dentro de mim. Grudado. Tatuado. Mas Stefan não parou, e suas mãos passearam por todo meu corpo, eu podia sentir sua ereção na minha perna. Mas estávamos naquela sala, supostamente sendo observados por câmeras, desvencilhei-me daquele momento de puro tesão e sentei na cadeira. Ele ficou fraco de repente — vi um horror em seus olhos. Tocou com a ponta do dedo delicado meu rosto.

    — Aconteceu alguma coisa? — perguntou, sentando á minha frente. O rosto gentilmente lívido, eu via seu esforço para tentar não se importar. Sim, está acontecendo tudo... e mais um pouco.

     — Essa pergunta é bem irônica, considerando tudo.

    Ele bocejou e vi que estava realmente relaxado. Sua confiança por mim foi como uma faca ultrapassando todos os limites de dor enquanto dilacerava meu coração em vários pedacinhos.

     — A Dr. Fell contou para você sobre como estamos pronto para tira-lo daqui?

     Stefan enrijeceu.

    — Elena...

   — Não! — gritei, irritada — Não me venha com esse papo de “salve-se”, não quero que se sacrifique por mim. Olhe para você, com todos os seus sonhos, faculdade que já trancou por minha causa, tudo. Stefan, eu desmoronei você. Não, isso não vai ficar assim, vamos encontrar...

    Ele põe os dedos nos meus lábios, e todo meu corpo se acende.

    — Esqueceu que... — Stefan falou em linguagens de sinais “estamos sendo monitorados”. E eu relaxei um pouco, levantei da cadeira e fui até ele. Os dedos coçando para roçar sobre seu cabelo macio e seu peito. Passei os dedos em vai e vem por seus cabelos e ele fechou os olhos, apreciando o momento. Parecia tão feliz e exageradamente nervoso que eu podia ouvir os batimentos de seu coração. Enquanto faço cafuné, Stefan diz:

     — Tem tido noticias do seu pai?

     Tento inspirar ar, não quero sofrer essa pressão e acabar chorando nos braços dele.

    — Ele está melhorando, eu preciso visita-lo. A Dra. Fell tem realmente nos ajudado. Ela tem sido como uma mãe, de verdade. Disse-me que é quase um milagre que esteja respondendo aos medicamentos e ao tratamento.  E eu estou muito esperançosa... — o celular tocava freneticamente na minha bolsa, nem tive tempo de pega-lo. Stefan se moveu minunciosamente e atendeu.

    — Olá — disse, cético. Independente do que a outra voz falou, Stefan estava rígido e nervoso. Eu podia sentir seus músculos se contraindo — Que intimidade! Mas hora... O que?... como se atreve?... Damon, eu pedi para cuidar dela não para rouba-la de mim... — seu dedo deslizou sobre o botão, e ele olhou para mim tão envergonhado que eu quase podia esquecer que ele estava invadindo minha privacidade.  Mas não.

    — Puta merda, Stefan! Odeio quando você faz isso.

    Ele ficou vermelho.

    — Desculpe... é que, vi a foto do Damon no seu celular. Quis atender.

     — Mas não devia, como disse: é meu celular!

    Ele levantou da cadeira e vez beicinho,  e então segurou-me entre os braços e me beijou vorazmente. Foi quente.

    — Não posso te beijar mais? — vi o lance de dor em seus olhos.

    — Stefan, ainda somos namorados — ele relaxou um pouco.

   — Porque está tão sensível ao meu toque? — brincou ele, apertando com força meus seios. — Conheço bem seu corpo, Elena. Você não é tão sensível assim...

    — Estou em situação difícil — a desculpa saiu embargada e rouca, mas acho que ele simplesmente preferiu confiar em mim. Like Always.

    — Como sempre, tão desafiante e intrigante.

    Tento dar um sorriso, mas o horrível sino que toca invade meus tímpanos em pompa. E Stefan me protege do horrível simples toque da campainha do tempo. Nosso tempo. Acabou.

Deixar Stefan ali, foi doloroso. Mas eu sai tão confiante de que iria vê-lo livre, que simplesmente fui correndo com Damon para o aeroporto. Ele queria muito carregar minhas malas, mas eu não deixei, mandei que ele fosse se ferrar e as seguirei. Ele riu. Não demoramos muito tempo no saguão, o voo foi logo chamado e por sorte — e talvez por sexo — Damon conseguiu a primeira classe.

    A moça bonita, de coque bonito, roupa bonita e lindos olhos azuis bonitos sorriu para agente. Damon pediu que ela trouxesse champanhe, e ela o fez. Depois ele pediu que ela trouxesse travesseiros confortáveis e ela trouxe para nos dois.

Me beije Elena”  abro os olhos. Atordoada com o sonho estranho. A voz era rouca e suave, e parecia ser mais velha. Dizia sinuosamente para que o beijasse. E então eu acordei, Damon estava cochilando ao meu lado, a cabeça fugindo de sua cadeira e encostada ao meu ombro, estava me babando toda, então tentei ficar firme. E fechar os olhos novamente, não estávamos muito longe.

Foi uma viagem cansativa, por vários motivos. O primeiro dela foi que Damon, parecia estar um grude comigo e isso me deixou furiosa, por uns segundos. Quando ele segurou minha mão e caminhou comigo até o carro, eu não quis tira-lo dali. Deixei que ele me conduzisse.

    Estávamos em Mistyc Falls — de longe a cidade mais quente da virginia. Eu tentei conter a ânsia de vomito, mas quase desmaiei. Eu estava ali, na cidade onde eu havia tirado um filho de uma mãe e o levado comigo. Na cidade onde eu conquistara seu irmão mais velho também. Na cidade onde a suposta assassina de Katherine estava, mas algo me fez ficar feliz — Caroline.

    A imagem da lourinha e sorridente Caroline me deixou quase um tanto frenética. Eu ia poder desabafar e relaxar tanta coisa que estava entupida. Simplesmente fiquei feliz por estar ali. Por mais que não houvesse clima algum.

     O taxi nos deixou em frente á casa de Damon. E eu reconheci a falta de animação de uma casa de qualquer família normal. Percebi o breu e a coisa seca que rondava por ali — devastando e destruindo qualquer pequeno sinal de felicidade. Derrotando e monopolizando toda a luz da bonitinha casa de esquina.

     — Não vá estranhar se as coisas tiverem mudado um pouco — Damon sussurrou enquanto segurávamos nossas malas e encarávamos a casa á nossa frente. Linda e sem vida. Ah, claro que eu não estranharia. Só porque de repente, o filho mais novo de Izobel está atrás das grades por causa de mim, o clima nesta casa deveria estar simplesmente o mesmo.  Tento rir do pensamento irônico e idiota, mas só o que consigo é algo parecido com um sibilo morto.

Supondo que Damon não tenha contado á todos que eu estava vindo. Porque, assim que entro na casa, tia Izobel  joga o controle da TV no chão e fica nos encarando.

     Eu estava em choque. Ela estava me renegando, quase pedindo para que eu saísse de sua casa com os olhos famintos por sangue. Mas diferente do que diziam os seus olhos, ela simplesmente sorrio, de repente aparentando estar sendo sincera, despejou-se em lagrimas na minha frente e eu a abracei tentando reconforta-la.

    — Eu estive a culpando por tanto tempo — sussurrou afinal — mas não faz sentido. Você não tem culpa alguma.

    E eu sabia o quanto ela estava errada. Mas simplesmente deixei que relaxasse em meu ombro e me perguntasse como Stefan estava, como as coisas estavam seguindo. E eu tentei lhe tranquilizar, falar que tudo iria ficar melhor. Que tínhamos um ótimo advogado... E isso me lembrou a Dra. Fell, e também me lembrou meu pai. Eu precisava visita-lo, mas também precisava livrar Stefan dessa.

    Caroline apareceu depois, e como a mãe, ficou com os olhos repletos de lagrimas. Mas não chorou. Ela simplesmente me deu um abraço, e então, perguntou como eu me sentia. E eu tentei ao máximo transparecer confiante para ela, que levemente deu um sorriso, e estávamos de volta.

    — Damon me disse o motivo por estarem aqui, e teremos uma oportunidade de pegar Rebekah desprevenida hoje — ela disse, metodicamente, com cuidado para que Izobel não nos ouvisse.  E eu suspirei, estava cansada da viagem e lá fora a tarde ia se dissipando em um crepúsculo atormentador.

     Enquanto tomava banho, tentei pensar nas coisas de uma respectiva diferente. Em como Rebekah conseguiria entrar na minha casa e pegar minha jaqueta, e nada me veio á mente. Mas tentei não pensar mais nisso, e então sai do banho e deitei na cama de costume. Onde lembranças dos tempos bons vieram em pompa... e eu as deixei ficar, como alguém agonizando aceita a morte. Tão sorrateira e cruelmente. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Secret Love" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.