“Eu teria que ter mais cuidado afinal, alguém notou algo suspeito em alguém...“

POV Rita

– Bruunaaaaaaa!!! – grito ao bater na porta.

– Caaalma menina tô abrindo... – fala ao abrir a porta, mas interrompo qualquer comentário vindo dela com um grande abraço de urso.

– Brunaaa preciso de você! – digo com a voz abafada pois estava com o rosto na curva do pescoço da minha amiga.

– Rita entra, senta e me conta o que houve. – fala sussurando.

Estranho ela não tá gritando por esse meu comportamento de criança mimada ou pelo fato de está quase estrangulando-a.

Soltei ela e fui caminhando lentamente até o sofá e lá deitei.

Me virei e lágrimas caem dos meus olhos.

Senti mãos me puxando e meus olhos embaçados pelas lágrimas veem um borrão familiar, um aperto no coração quando ele passa os dedos delicadamente no caminho das lágrimas.

Logo ele me puxa para seu peito e me envolve com seus braços me apertando.

– O que o Gabriel fez dessa vez? Me diz. – fala Theo sussurando no meu ouvido esquerdo.

– Ele não fez nada.

– Então porque você está chorando? – pergunta me apertando mais ainda nos seus braços.

– Aaaa... – não consigo falar nada, apenas sinto.

Sinto a maldita saudade, do cheiro, do toque... Dos beijos... PARA AGORA!!!!

Me debato querendo sair dos braços dele, mas não consigo.

Só um minto. – fala me apertando mais ainda, se isso é possível... – Quer que eu acredite que você está assim porque assistiu algum filme romanticozinho ou a saudade de mim bateu forte? – pergunta rindo de leve.

– Ah errou. – tento sair e nada. – Tá vou dizer, mas fica sabendo que foi você que pediu. – alerto. – Gabriel me pediu em namoro.

Theo fica paralisado em choque e aproveito isso para me soltar, afinal de contas quem foi embora aqui não foi eu.

Me levanto e subo as escadas a procura da Bruna e sinto Theo correr.

Bruna aparece saindo do quarto com a cara de espanto mais macabra que já vi na vida.

– Que porra foi essa hein? Acha que dizendo isso vai te ajudar em alguma coisa? Sou sua amiga, te amo e do mesmo modo que sinto esse afeto por você sinto pelo meu irmão, então não vem querer me enganar com esse papinho. – eu nunca tinha visto ela falar com tanta raiva antes.

– Não menti sobre isso. Desculpa se deixo alguma duvida do que sou para você. Desculpa mesmo. – falo triste.

Ouço um barulho ensurdecedor de árvores quebrando ao leste.

Olho para Bruna parada olhando para mim com uma mistura de raiva e preocupação.

Sei que tudo que consegui na vida foi arranjar problemas com as pessoas então fiz uma decisão importante e me virei e desci as escadas ouvindo Bruna gritar por mim e logo em seguida aparece um Jake da cozinha gritando também.

Olho para ele.

– Desculpa. – digo e saio sem deixar meu rasto.

Corro até o leste e encontro várias árvores quebradas ao meio, coisa mais horrível de se ver.

– Theo aparece, sei que você está aqui. – falo baixo.

– Você não devia está aqui. – ele diz ameaçadoramente.

– Então você não quer saber a minha resposta?

– Não interessa, do mesmo modo que não importa que você tenha me salvado.

– Incrível não? As coisas sempre complicam para gente, eu tento ser alguém melhor mais ainda não é o suficiente. – falei olhando um inseto brilhante e chamativo próximo ao meu pé.

Ver esse besouro? Parece você, linda por fora mais podre por dentro. – ele fala saindo da sombra do bosque.

Muito engraçado porém não ligo para o que um pouco de convivência tenha lhe mostrado, e não aceitei nada além de amizade com Gabs.

Esmaguei o besouro com minha bota e virei para o lado oposto que o Theo estava.

Então no final as coisas não são como eu imaginei.

Ele foi embora mais foi por uma decisão própria.

E o que houve entre a gente não foi nada mais nada menos que uma diversão.

Saber disso me magoou e me lembrou de todos os momentos que tive com ele, incluindo o quase atropelamento aos beijos...

– Porque está me dizendo isso? – diz e sinto ele se aproximar.

– Por nada. – começo a andar para o oeste.

– Não vai...

– Não há motivos para ficar. Foi legal enquanto durou. – disse e sumi sem deixar rastos.

POV Theo

Creio que sei o que ela sentiu quando soube que eu tinha ido embora, pois é esse sentimento que me domina agora.

Abandono, triste, saudades e mais saudades...

Acho que somos muito orgulhosos ninguém quer dar o braço a torcer, mas eu corri assim que ouvi ela falando com a Bruna na sala, corri para os braços dele e não de outra.

Fico parado olhando o caminho que ela tomou enquanto o vento traz o cheiro da natureza procuro pelo o dela ali.

Fecho os olhos e consigo senti-la nos meus braços como alguns minutos atrás...

Mesmo quando falou sobre o Gabriel ter pedido ela em namoro, eu queria beijá-la.

O que houve com você Theodore?

Você não pode se apaixonar porque quem odeia.

Não pode.

Volto para sombras e fico ali pensando no que irei fazer dali para frente, pois sei que a parte “Rita” quero evitar a todo custo.