Além Da Humanidade escrita por MariSB


Capítulo 5
O desafio de Miguel - parte 5




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Ela caiu no chão chorando ao ver o que havia feito, o homem agarrou o corpo e sumiu, eu não podia mais ficar ali, arrumei uma mochila e sai, deixando minha irmã jogada no chão da sala, suja de sangue, chorando.

Fazem duas semanas desde que sai da casa de minha irmã, eu não a vi mais, hoje seria o primeiro dia de aula, fui para o colégio, as pessoas me encararam e eu continuei andando, uma das meninas me chamou atenção e de longe ouvi o que ela dizia com sua amiga:

- Quem é aquele garoto?

- É novo, Carla.

- Gostei dele.

- Ele é meio que hipnotizante.

- Ele é de mais.

- Ah não, Carla, não se apaixona de novo.

- Não posso evitar

Ele afastou elas do pensamento, a menina não podia se apaixonar por ele, não depois do que ele viu sua irmã descontrolada fazer, tinha medo de fazer o mesmo com alguém, ele entrou na aula e conheceu as meninas que falavam, Carla Lovato e Suzana Silva, grandes amigas, me sentei num canto e a menina chamada Carla me seguiu e sentou atrás de mim e Suzana ao seu lado, fiquei quieto iria assistir a aula e sair dali, eu sentia o sangue correndo nas veias e o coração batendo de cada pessoa daquela sala, e apesar de ter me alimentado, algo me incomodava a garganta.

Passamos mais uma semana assim, Carla puxava assunto e eu respondia com educação, saiamos cedo varias vezes por não termos professor de Biologia, estou assistindo uma palestra de noite, Carla estava sentada ao meu lado tentando conversar, assim que acabou eu sai e Carla parou na minha frente:

- Miguel? Preciso te falar uma coisa.

- Fale logo Carla.

- Eu gosto de você

Ele se aproximou dela e falou:

- Você não pode gostar de mim.

- Também não posso mandar no coração.

- Eu gosto de você, mais do que imagina, mas não posso deixar que você se aproxime de mim, me desculpe Carla.

Então dei as costas para ela, era difícil fazer isso com ela, eu estava gostando dela, mas não queria machuca-la, ela se manteve firme ali como sempre foi e saiu calmamente em direção ao estacionamento, onde ela não devia estar, todos já haviam ido embora, mas ela parou atrás de um poste ao ouvir vozes conversando, eu discutia com minha irmã, mas ela não sabia quem era, eu não poderia dedurá-la e Jaqueline falou:

- Deixe de ser idiota!

- Não me importa a morte

- Você está fraco demais meu irmão, eu tenho te observado e apesar de tudo o que aconteceu e você me detestar, você é o meu irmãozinho e eu não posso deixar você acabar desse jeito, é horrível e doloroso, então, por favor, venha comigo.

- Você está ficando louca.

- Só vamos conversar lá em casa, aqui é perigoso e... – eu percebi que ela havia percebido a presença de Carla – E tem mais alguém aqui e é a sua garota, então pegue meu carro e vá até a minha casa, eu vou apagar a memória dela e vou para lá.

Eu tinha medo que Jaqueline machucasse Carla, mas sabia que ela não o faria, sai com o carro e vi Carla correndo, me segurei para não ir ajuda-la, mas antes dela chegar no portão, Jaqueline segurou-a pelo braço a fazendo ficar meio hipnotizada, vi o rosto de Jaqueline que tinha lágrimas vermelhas manchadas, os olhos de Jaqueline ficaram vermelhos e ela fez Carla olhar neles e então eu a ouvi comandar:

- Esqueça o que ouviu e me esqueça.

Com isso Jaqueline sumiu e Carla pareceu confusa, fui para casa e me joguei no sofá, logo em seguida ouvi Jaqueline chegar em casa ofegante, ela estava fraca e eu sabia que a culpa em parte era minha, com sua mania de me proteger, ela entrou em casa e me viu deitado no sofá com uma foto minha na mão, era a foto que ela tinha de mim que ficava sempre em cima da estante da sala, eu virei para ela e vi as marcas do choro, as marcas avermelhadas no rosto da irmã, então fui até ela e a abracei e perguntei:

- Você se importa?

- Estou aqui apenas com a finalidade de te proteger, nem que para isso eu tenha que dar a minha vida.

- Você está fraca, você deve parar de chorar, o choro só te prejudica mais.

- Vem comigo.

Ela se soltou do meu abraço e cambaleou, eu dei apoio a ela e fomos para a cozinha, ela tirou duas garrafas da geladeira, e me entregou uma, então se sentou e falou:

- Tome primeiro.

Eu virei a garrafa e senti as presas aparecerem e meus olhos ficaram vermelhos, mas logo voltei ao normal, ela estava quase caindo, mas deu um sorriso fraco e empinou a garrafa, logo ficou furiosa e eu a segurei pelos ombros a acalmando:

- Você está em casa, eu estou aqui com você.

Os olhos dela voltaram ao normal e logo em seguida as presas e, ela me abraçou segurando o choro, e ela falou:

- Tenho vergonha do que sou e do que fiz, Leandro me hipnotizou e as cenas não saem da minha cabeça, você é forte, me prometa Miguel, que nunca mais vai ficar tanto tempo sem se alimentar, isso pode te matar e você nem tem ideia de como é, da dor que é.

- Aconteceu com você aquela vez.

- Sim.

- É tão ruim assim?

- Muito.

- Você devia descansar.

- Onde você está “dormindo”? – disse rindo

- Em lugar nenhum, eu não durmo.

- Fique aqui, por favor, cabemos muito bem nós dois nessa casa.

- Obrigada irmã.

Ela sorriu e pegou um livro na estante e foi para o quarto, já lá, ela falou:

- Fique a vontade.

Ele mesmo no outro cômodo ouviu e respondeu:

- Vou ficar, obrigado.


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Notas finais do capítulo

Desculpem a demora.
Espero que gostem.
Beijos MariSB



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