Entre a Luz e a Escuridão escrita por zariesk


Capítulo 30
Capítulo 25 - Noite Vermelha


Notas iniciais do capítulo

a guerra está chegando ao climax e agora isawa entra na batalha, seu destino a está levando cada vez mais para a batalha final, ou será sua propria escolha?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/21264/chapter/30

A guerra finalmente começara e a destruição alcançara a grandiosa cidade do deserto, o pior pesadelo de Menefer tomou forma quando o grande cristal que iluminava a cidade durante a noite foi destruído pelo gigantesco dragão azul, como se isso por si só não fosse o bastante o cristal caiu sobre a sede da ordem de Azgher dizimando quase todos os clérigos que habitavam a cidade, o caos se instalou pela cidade e cidadãos desesperados procuravam abrigo, os soldados corriam em todas as direções procurando inimigos ou simplesmente sem saber o que fazer e enquanto tudo isso acontecia Menefer assistia totalmente paralisada.

 

- Acorde Menefer! – gritou Naziah sacolejando-a pelos ombros – nós temos que proteger nosso povo!

 

A princesa recuperou a consciência de repente e viu a cavalaria aérea voando em direção ao dragão azul, não era mais a hora de chorar, era hora de agir, e ela como princesa e nova general deveria estar preparada pra guiar seus súditos.

 

- Temos que trazer nossos cavaleiros de volta! – disse ela já indo em direção ao interior da pirâmide – mesmo uma centena deles não tem chance contra um dragão azul em pleno ar, ainda mais um daquele tamanho!

- Mas por que um dragão azul nos atacou? – questionou Naziah seguindo-a – nunca tivemos problemas com um deles antes.

- Não é obvio que isso está relacionado com a guerra? Não tem como isso ser uma mera coincidência!

 

Ela corria apressada pelos corredores da pirâmide, não fazia idéia de que Isawa estava tão perto e pronta pra começar uma grande batalha, mas ela não permitiria que sua nação fosse destruída, atacar sua cidade em sua opinião foi o maior erro que Isawa já cometeu.

Enquanto isso no céu Shinmon observava envaidecido a destruição que ele causou, possivelmente sozinho ele poderia destruir a cidade inteira, mas essa guerra não era dele e já pagara a divida para com Zariesk, agora cabia a Isawa levar adiante essa batalha, em suas patas estavam Kaliope e Karin desacordadas, elas gastaram todo o seu poder carregando com trevas o relâmpago dele.

 

- Podem descansar, vocês já fizeram a sua parte – disse ele observando as duas.

 

A cavalaria aérea estava se aproximando, guerreiros montados em grifos armados com lanças, pra ele isso seria um incomodo desnecessário por isso recuou atraindo a atenção deles.

 

- Podem me seguir miseráveis! – disse Shinmon satisfeito – vocês terão uma bela surpresa!

 

Os 100 cavaleiros seguiram o dragão azul para fora dos domínios da cidade, e quando menos esperavam vindo de cima das nuvens uma revoada de morcegos gigantes caíram sobre eles, os morcegos eram cavalgados por anões guerreiros equipados com machados e correntes, eles atacavam com golpes precisos graças a agilidade dos morcegos e quando podiam jogavam as correntes nas asas dos grifos derrubando-os do céu, totalmente em desvantagem os cavaleiros estavam sendo dizimados.

 

- A batalha no céu está dominada minha princesa – disse o elfo negro Berforan.

- Então vamos começar aqui embaixo também – disse ela – temos até o amanhecer pra dominar a cidade.

 

As tropas terrestres começaram a avançar, os guerreiros montados em lobos gigantes, os inúmeros monstros sob ordens de Isawa, os morto-vivos que marchavam devagar em direção a cidade e até os vermes gigantes que destruiriam as muralhas se aproximando por baixo da terra, se a 17 anos atrás Daí-Lung foi destruída por um ataque esmagador durante o dia agora era a hora do povo do deserto experimentar a agonia e a dor de ter seu lar destruído covardemente, em seu trono no céu a deusa Tenebra regozijava de prazer, no reino celeste de Solaris Azgher que fora informado por Khalmyr sobre o que acontecia em sua cidade protegida urrava em fúria por estar impotente diante da possível vitória da deusa negra.

Isawa que era acompanhada por seus amigos parecia não se importar com os conflitos divinos sobre ela, tudo o que lhe importava era vencer essa guerra e assegurar o futuro do seu povo.

 

 

*******************************************

 

Na pirâmide os soldados estavam em frangalhos, através de magia eles acompanhavam o avanço do exercito negro em direção as suas muralhas, dezenas de arqueiros se posicionavam para tentar deter o avanço deles, mas essa era a primeira vez que eles lutariam na escuridão, vislumbrar tantas criaturas terríveis marchando e ver sua cavalaria aérea ser devastada só aumentava o terror que sentiam.

 

- Fiquem firmes! – ordenou Menefer – esse é o derradeiro teste de nossa coragem e orgulho, mostraremos que mesmo na escuridão os guerreiros sagrados de Azgher permanecem firmes!

 

A presença da princesa melhorou um pouco os ânimos mas ainda não era suficiente, na verdade as forças da luz se consideravam já derrotados e portanto não havia mais um motivo para lutar, Menefer sabia o que eles pensavam e rezava para que estivessem errados.

 

- Nós estaremos com você princesa! – disse um soldado se apresentando – todos nós lutaremos até a vida deixar nossos corpos!

 

O soldado era um dos que acompanhavam Menefer durante sua campanha para angariar aliados pela nação, junto com ele outros 100 já estavam preparados com suas armaduras e armas em punho, no centro do salão o grande dragão de montaria dela aterrissava trazendo Dalap em sua cabeça.

 

- Você não está sozinha mestra, todos nós lutaremos! – gritou a fada flamejante.

 

Um pouco de incentivo era tudo o que os outros precisavam, sua princesa lutaria na linha de frente e eles não poderiam ficar atrás, e se isso não fosse o bastante com certeza ver seu faraó marchando com os generais ao seu lado seria mais que o bastante.

 

- Tenebra trouxe a guerra para nossa porta! – começou o faraó – ela acha que temos medo de sua escolhida, pois mostraremos a deusa negra que a luz de Azgher é forte mesmo nas trevas!

 

Os soldados urraram em bravura, sua coragem restaurada e o desejo de vitória ardendo, a escuridão que permeava seus corações foi totalmente dissipada.

 

- Cada general marchará pela cidade com 50 soldados, expulsem esses seres da nossa cidade e protejam o nosso povo!

 

Não foi preciso dizer mais nada, os soldados se organizaram em grupos e seguiram os generais em direção a cidade, a movimentação dos soldados deu esperança as pessoas que se refugiavam em casa ou nos postos de guarda pela cidade.

 

- Você aguarde aqui com sua guarda minha filha – pediu o faraó – se essa Isawa é tão ousada quanto parece certamente ela virá até aqui.

- E eu a matarei de uma vez por todas! – respondeu a princesa se curvando – farei com que pague por envolver meu povo nessa guerra e trazer sua destruição até nós!

- Quando o sol nascer e Azgher nos agraciar com sua presença nós teremos vencido essa guerra de uma vez por todas!

 

 

*************************************************

 

Os deuses tinham manias extravagantes para demonstrar seu poder, gostam de fazer coisas que sabem serem impossíveis para os mortais apenas como se zombassem deles com suas limitações.

Nesse momento Tenebra assistia as batalhas que ocorriam em um belo trono na superfície da lua tomando vinho e rindo confortavelmente do espetáculo que vislumbrava, para ela tudo estava correndo exatamente como o planejado.

 

- Então a batalha em Daí-Lung era só pra desviar a atenção? – questionou a deusa Valkaria se aproximando – uma isca para que as forças unidas do reino não percebessem a verdadeira batalha.

- Minha menina me impressionou! – respondeu Tenebra – não esperava um plano tão engenhoso vindo de uma garota sem qualquer experiência em batalhas, até mesmo Keen aprovou a idéia embora ele tivesse outros planos!

- Tenho certeza que os planos dele envolvia uma destruição em massa – comentou a outra – mas você deveria saber que Isawa herdou sua esperteza da mãe dela, Kyara foi um dos meus maiores orgulhos!

- Eu também adoro ela! Agora só preciso aguardar minha menina me entregar a vitória numa bandeja e minha conquista estará completa!

 

A deusa negra gargalhou e mesmo no vácuo do espaço sua risada ecôo até o mundo abaixo dela, Valkaria achava engraçada as reações da deusa negra, ela própria tinha grande interesse no desfecho dessa guerra e que tipo de futuro se abriria a partir dessa noite, com certeza o horizonte parecia muito mais atraente agora

E enquanto isso a segunda parte do plano estava em andamento.

 

*************************************************

 

No deserto a primeira linha de defesa da cidade eram as muralhas de rocha sólida, muralhas erguidas com o enorme esforço de gerações de escravos que serviam a nação do deserto, sobre os muros centenas de arqueiros aguardavam seus alvos ficarem ao alcance de suas flechas flamejantes para erradicar de uma vez a ameaça.

Cada soldado ali tinha uma casa e uma família para defender e nem mesmo os monstros mais bizarros os assustariam, quando a linha de frente do inimigo se mostrou aproximando a passos largos ele pegaram suas flecha e colocaram em seus arcos e bestas prontos para a primeira saraivada de flechas que com certeza iluminariam o céu.

 

- A primeira onda de ataques serão os morto-vivos – explicou o capitão dos arqueiros – queimem esses cadáveres ambulantes até que não sobre nem os ossos!

 

Como ele havia explicado o primeiro ataque era de zumbis, esqueletos e todos os tipos de criaturas mortas, mas essa não era a grande arma do exercito sombrio, a maior surpresa veio por baixo da areia na forma de vermes gigantes cobertos de placas ósseas, os vermes surgiram aos pés da muralha e com sua força e habilidade de escavar conseguiram por abaixo a grande muralha que protegia a cidade, a destruição impediu que os arqueiros reagisse adequadamente e estes ficaram em pânico quando os vermes iniciaram o ataque, os poucos que ainda podiam lutar não sabiam se atacavam os vermes ou se atacavam os mortos que se aproximavam, com toda essa confusão a primeira linha de defesa estava definitivamente arruinada.

 

- heheheh quando dizem que “o que vem de baixo não me atinge” com certeza nunca pensaram em rastejantes noturnos famintos! – zombou Vulthar olhando tudo dos céus.

- Você não toma jeito mesmo não é? – repreendeu Isawa segurando o riso.

- Temos que aproveitar, já que a merda já está feita vamos jogá-la no ventilador!

 

Isawa não agüentou segurar o riso e deu o braço a torcer concordando com Vulthar, lá de cima ela podia ver os morto-vivos entrando na cidade e começando a carnificina com os arqueiros sobreviventes, os vermes também lutavam aumentando o rombo na muralha e destruindo as armas de cerco que restaram.

 

- O que vamos fazer agora? – perguntou Vulthar sério.

- Direto pra aquela pirâmide – respondeu ela – eu tenho minha própria luta pra vencer.

- Sabe que eles estão esperando por isso não é? Se você cair a guerra acaba e nós perdemos.

- E se eles caírem nós vencemos, tudo depende de mim agora.

 

Seguindo o desejo de sua mestra a serpente alada vôo em direção a pirâmide, no solo a batalha finalmente chegava a cidade quando os monstros emprestados por Dislik invadiram as ruas, cumprindo o acordo os monstros ignoravam as residências, mas eles atacavam e matavam indiscriminadamente qualquer criatura que encontravam nas ruas, exceto seus aliados, a carnificina já era visível e as ruas pouco a pouco eram tingidas de vermelho.

 

 

*********************************************

 

Na direção oposta atrás da grande cidade ficava o vale onde eram erguidos monumentos em honra ao deus do sol, templos e grandes obras desse império do deserto, a atual obra em andamento era a grande esfinge que ainda estava na metade, seriam necessários mais 10 anos para a obra ficar completa.

Era nesse vale que ficavam os escravos conquistados no final da ultima guerra, todos os povos que se rebelaram contra Azgher, as varias raças que viviam em Houran e o povo licantropo que era maioria na capital conquistada, todos trabalhando sobre pesada vigilância e maus tratos.

Por isso Isawa deu a tarefa mais importante a Turok, cabia a ele libertar os escravos e coloca-los em segurança, mesmo que sua vontade fosse lutar ao lado dela certamente essa era uma missão que ele cumpriria com orgulho e lutaria até a morte para resgatar seus compatriotas, junto com ele todos os seus leais amigos licantropos, um grande batalhão de elfos negros e mais alguns humanos que também tinham parentes a resgatar, todos aguardando o sinal de que a batalha havia começado para que a parte deles também começasse.

 

- Tem fumaça subindo aos céus de onde ficam as muralhas! – alertou um homem coruja para Turok – o ataque já começou!

- Então chegou a nossa vez! – disse ele erguendo o grande machado – pela nossa liberdade e pelo nosso povo!

 

Todos com ele urraram em resposta, o grande exército avançou direto para o vale e atacou com tudo, devido a crise na cidade nenhum reforço seria enviado e os próprios escravos percebendo esse ataque como sendo a oportunidade de suas vidas se rebelaram e iniciaram uma revolta por dentro que abalou completamente as defesas.

 

- LIBERDADE!!!! – gritaram os escravos revoltados.

- Não podemos detê-los! – gritou um soldado enquanto lutava contra um homem urso.

- Não podemos permitir que essas bestas escapem! – ordenou o capitão – a gloria do nosso povo deve ser preservada!

- Você fala de gloria quando na verdade usa escravos – disse Turok aproximando-se do capitão – não existe gloria em nada que não seja conquistado com seu próprio esforço!

- Eu me encarregarei de você sua besta selvagem!

 

O capitão era um homem grande e forte com uma lança proporcionalmente grande, sua armadura dourada era forte e ele não demonstrava medo ou piedade, por outro lado Turok também estava cheio de força e vontade e acreditava que sua causa era muito mais nobre e os deuses estariam do seu lado, urrando em fúria ele avançou sobre o capitão que o atacou com a lança, Turok esquivou-se do ataque e revidou, o homem abaixou-se para evitar o golpe que visava cortar sua cabeça fora.

 

- Você luta melhor do que eu esperava – elogiou o guerreiro – mas ainda é uma besta comparado a mim!

- Você zomba de mim achando que ser uma “besta” é algo indigno ou humilhante, mas eu digo que preferiria ser um animal ao invés de ser algo semelhante a você!

 

O ódio se apossou do capitão que em resposta girou sua lança sobre a cabeça e investiu contra Turok, este não saiu do lugar e recebeu o golpe que penetrou sua armadura e lhe furou o ombro esquerdo, mas antes que o homem pudesse fazer qualquer coisa Turok o golpeou com o machado na vertical cortando-lhe o pescoço e fazendo o sangue jorrar fartamente.

 

- Eu sou muito mais que uma besta – disse Turok enquanto retirava a lança do seu ombro.

 

A primeira missão dessa noite estava completa, ainda havia muito o que se fazer antes do sol nascer.

 

**********************************************

 

- Eu sempre me pergunto onde Megalokk arranja inspiração pra essas coisas – comentou Daneth enquanto observava um monstro que parecia a fusão de um lobo, polvo e morcego.

- E depois dizem que ele não entende nada de arte – respondeu Fou achando o comentário engraçado – tem que ter talento artístico pra fazer uma coisa dessas!

 

Os dois estavam sobre um prédio recém conquistado, eles já haviam eliminado os obstáculos e agora recuperavam o fôlego enquanto os monstros se encarregavam de limpar o lugar, mas quando os dois viram Isawa voando sobre Vulthar indo para a pirâmide ficaram sérios imediatamente.

 

- Lá vai ela fazer aquilo que esperou um ano inteiro – disse Daneth – ela está sofrendo mas tenta esconder isso fingindo não ligar para a destruição que ela mesma começou.

- Por que ela deveria sofrer por isso? – questionou Fou – ela só está dando o troco pelo que fizeram com ela! Ela não está fazendo nada injusto.

- Você sabe que ela não é do nosso mundo – respondeu o bardo – no mundo dela coisas como essa são erradas, além disso ela tem um coração muito gentil apesar de ser durona.

- Gentil até demais, assim ela sempre vai se machucar – observou o outro.

- Agradeça a esse coração gentil, foi graças a isso que ela aceitou sua presença, e graças a isso você deixou de ser um criminoso.

 

Fou nada respondeu, desde que passara a amar Isawa ele ainda estava se descobrindo em relação ao que sentia e aprendia com ela, por isso vê-la voar pra lutar sozinha lhe causava agonia.

 

- Ela pediu pra deixá-la lutar sozinha – avisou Daneth sabendo o que o outro estava pensando.

- Vou ficar por perto para garantir que ela não precisará de nossa ajuda – respondeu Fou abrindo as asas.

 

O meio-dragão vermelho vôo atrás dela para protegê-la mesmo que fosse das sombras, ele não permitiria que nada acontecesse a ela e se fosse preciso passar por cima do orgulho dela ele faria isso.

 

 

************************************************

 

Isawa com certeza não esperava um tapete de boas vindas quando se aproximou da pirâmide, mas certamente ser recebida com uma chuva de rochas flamejantes não estava em sua lista de possibilidades, Vulthar agradecia por ser uma criatura tão flexível e assim poder desviar das magias lançadas contra ele.

 

- Eles realmente não gostam de você! – comentou Vulthar ao desviar de uma lança de fogo.

- Que nada, eles me adoram, não fariam tanto alvoroço por qualquer um! – respondeu ela rindo.

 

Isawa não permitiria que uma barricada de magias ofensivas a tirassem do seu caminho, transformando-se completamente ela pulou da cabeça de Vulthar e vôo por conta própria enquanto seu companheiro atraia a atenção dos maiores ataques para si mesmo, ao invés de tentar entrar por cima ela iria por baixo, nem que tivesse que enfrentar todo o exercito ela desistiria.

 

- Se você tem planos de ficar viva é melhor parar de agir dessa forma – repreendeu Fou ao se aproximar dela.

- Quem te chamou aqui? Disse pra ficar na cidade.

- Eu estou na cidade, caso não tenha percebido a pirâmide fica dentro dela – respondeu ele gargalhando.

- Espertinho, apenas me ajude a entrar e deixe o resto comigo – pediu ela.

 

Fou acenou com um mero olhar e os dois voaram em direção a entrada principal, dezenas de guarás e alguns magos esperavam por eles lá, desviando-se das flechas e magias lançadas eles invadiram a pirâmide e caindo sobre o primeiro esquadrão eles imediatamente sacaram suas armas e começaram a lutar.

Enfrentar aqueles dois era como enfrentar dois dragões ao mesmo tempo, um verdadeiro pesadelo, os soldados iam caindo pouco a pouco diante dos ataques ferozes de Fou e Isawa em suas verdadeiras formas, em alguns míseros minutos o chão estava repleto de cadáveres e muito sangue.

 

- Essas abominações mataram 30 de nós em apenas 5 minutos! – disse o general responsável pela guarda da entrada.

- O que devemos fazer general? Nossos reforços vão demorar a chegar! – gritou um soldado desesperado.

- Com ou sem reforços devemos detê-los aqui! Lutaremos até a morte!

- Engraçado você dizer isso – comentou Isawa enquanto limpava o sangue em suas garras – vocês vão continuar lutando mesmo depois da morte!

 

O hall de entrada escureceu e um vento gelado foi sentido, uma terrível aura negra deixou o corpo de Isawa e se infiltrou nos cadáveres dos soldados mortos, não demorou muito até eles se erguerem como zumbis ao comando dela, na forma dracônica seus poderes negros estavam no maximo.

 

- Ela é um demônio! – gritou um soldado aterrorizado – vamos fugir daqui!

 

Dos 20 soldados que ainda restava apenas 5 ficaram ao lado do general, os outros fugiram com medo do terrível destino de serem devorados vivos pelos seus antigos companheiros.

 

- Você sabe tocar um terror geral em querida? – comentou Fou rindo.

- Meu pai me deu umas dicas – respondeu ela rindo – e minha mãe adorava fazer isso!

- Eu não tenho medo do seu poder profano cria das trevas! – disse o general erguendo sua espada – eu os enfrentarei e os libertarei dessa maldição! Eu a matarei e protegerei nosso povo!

 

As palavras do general deixaram Isawa bem irritada, eles falavam de uma maneira bonita mas nem lembravam que a 17 anos quando atacaram Daí-Lung eles matavam os inocentes indiscriminadamente alegando lutarem por justiça, pra ela esse era o verdadeiro ato abominável que superava a crueldade de matar por vingança.

Os zumbis animados por Isawa avançaram sobre os últimos sobreviventes do portão de entrada, os soldados que restaram lutaram bravamente mas a desvantagem se abateu sobre eles e todos tombaram diante dos mortos famintos, apenas o general restou, este Isawa queria enfrentar pessoalmente.

 

- Eu vou lhe dar uma chance de provar que está certo – disse ela se preparando pra lutar – se você acha mesmo que o que fazem é justiça então me derrote!

 

Ele não esperou outro convite pra atacar, Isawa bloqueou facilmente o primeiro ataque dele e suas laminas se cruzaram, o general de armadura dourada encarava o rosto negro de Isawa bem de perto.

 

- Uma abominação de Tenebra que acha que tem o direito de julgar a justiça de Azgher? Você é muito arrogante criatura!

- Pelo menos eu não finjo ser o que não sou! – respondeu ela empurrando-o pra trás.

 

O general viu que sua lamina estava com marcas semelhantes a ferrugem, provavelmente a corrosão causada pela lamina acida de Isawa afetava até outras armas mágicas embora fosse mais devagar que na carne.

Agora era ela que partia pro ataque, golpeando freneticamente ela o empurrava pra trás tamanha era sua força e ira, por outro lado ela estava longe de perder o controle pois aprendera a canalizar sua raiva para aumentar seu poder, hoje ao invés de fúria lhe dominar ela se aproveitava dela pra vencer.

 

- Força das trevas que habita meu coração, transforme-se e devore meu inimigo! – ela recitou uma das magias que aprendeu nos últimos meses.

 

Uma nova aura negra tomou forma e se concentrou em sua mão, a aura parecia uma chama negra pulsando e crescendo, até mesmo Fou recuou devido ao calafrio que sentiu.

O general estava encurralado contra uma parede, não dava pra fugir ou esquivar, sabendo que não tinha alternativas e que seu fim estava próximo ele atacou de frente esperando ao menos causar algum dano a ela, mas Isawa arremessou a chama negra contra ele que o consumiu antes mesmo que pudesse gritar de dor ou tocar nela, apenas cinzas e ossos carbonizados tocaram o chão.

 

- Isso foi assustador sabia? – comentou Fou.

- Assustador é saber que fazer isso aliviou a dor que eu sentia aqui dentro – respondeu ela com a mão sobre o peito – essa guerra está me transformando num monstro de verdade!

 

Fou caminhou até ela e segurou a mão que ela tinha sobre o peito, depois com a outra mão segurou o queixo dela e lhe deu um beijo suave, eles se beijaram por mais um pouco antes de se separarem.

 

- Você não parece um monstro pra mim – disse ele.

- E romantismo não combina com você – respondeu ela – eu gostaria de discutimos isso mas eu tenho algo a fazer.

- Eu e seus novos amiginhos vamos ficar aqui – disse Fou – vá e faça o que tem que fazer.

 

Isawa sorriu e lhe deu um outro beijo de despedida, depois de voltar a sua forma humana ela avançou pelos corredores enquanto Fou e os zumbis montavam guarda na entrada, um pequeno grupo de elfos negros montados em lobos gigantes juntaram-se a ele para impedir que mais alguém entrasse na pirâmide, enquanto Fou via uma parte da cidade em chamas e muitas pessoas tentando fugir em desespero ele percebia que a lua adquiria uma tonalidade vermelha igual a sangue.

 

- Tenebra deve está gozando de alegria lá em cima – comentou ele antes de se preparar pra lutar novamente.

 

 

Continua.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

a partir do proximo capitulo a batalha alcança seu auge, não percam!!