Entre a Luz e a Escuridão escrita por zariesk


Capítulo 3
Capítulo 3 - Despedida


Notas iniciais do capítulo

o momento decisivo na vida de isawa chegou, ela permanecerá na terra ou irá para o outro mundo(literalmente)?



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(3 meses atrás)

 

Isawa corria para encontrar a amiga no parque perto da escola, estava animada por que sua amiga lhe confidenciara que um rapaz a chamou pra sair, era só uma encontro pros dois se conhecerem melhor e Isawa fez Akiko prometer que a chamaria na hora que fossem sair, Isawa disse que ficaria de olho nos dois vigiando de longe e torcendo pra tudo dar certo.

 

- “Por que essa maluca não combinou de sair a noite?” – pensava Isawa enquanto corria – “qualquer um sabe que é muito mais romântico a noite!”

 

Com a correria Isawa chegou bem a tempo, foi entrando no parque devagar e viu Akiko encostada em uma árvore, ao lado dela um cara que ela lembrava de ter visto na escola uma vez ou outra.

 

- “Parece que a coisa ta animada” – Isawa se escondeu em um canto atrás de um arbusto, não queria atrapalhar o encontro da amiga.

 

Ela passou a observar escondida, notou que até agora eles só conversavam, em alguns momentos ele fazia um carinho no cabelo dela ou passava a mão no rosto dela, atrás da moita Isawa apenas ria.

Mas sua alegria acabou quando notou que Akiko parecia incomodada com ele, o rapaz tentava abraçá-la ou mesmo beijá-la, Akiko apenas o empurrava e ele voltava a tentar, Isawa já estava ficando nervosa e quando o rapaz deitou Akiko no chão e ficou sobre ela o sangue ferveu, sem pensar duas vezes saiu do esconderijo e avançou sobre o cara.

 

- Você vai gostar, pare de resistir – dizia o cara tentando forçar um beijo em Akiko.

- Me solte seu maníaco! Quem você pensa que eu sou? – Akiko se debatia tentando se soltar.

- Penso que você é a maior gostosa da escola!

 

O rapaz enfiou a mão por baixo da blusa dela e tapou a boca dela com a outra mão, não tinha ninguém por perto e ele se sentia livre pra fazer o que quisesse, ou pelo menos pensava assim, nenhum dos dois viu quando Isawa chegou perto, nenhum dos dois viu quando ela preparou seu golpe certeiro no alvo, e com certeza o rapaz não viu quando levou um tremendo chute circular bem na nuca que o jogou longe como se fosse um boneco de pano.

Um chute como aquele só se via em filmes, o cara vôo pelo menos 5 metros antes de parar com a cara no chão comendo grama.

 

- Tire as mãos imundas da minha amiga seu canalha!

- Sua louca! Quem você pensa que é pra chegar assim nos outros e se eu tivesse quebrado o pescoço?

- Estaria com sorte por que eu pretendo te esquartejar vivo!

 

Akiko se levantou, estava tremendo de tão nervosa, Isawa a aparou e a abraçou.

 

- Não pense que vai ficar assim sua cadela!

- Cadela? Boa idéia! Vou arrancar seu couro com os dentes.

 

O cara investiu contra ela, mas num movimento súbito Isawa segurou o braço dele e com um giro derrubou-o no chão, sentando sobre ele e torcendo o braço deixou o cara imobilizado.

 

- Peça desculpas pra Akiko ou vai voltar pra casa sem braço – ameaçou Isawa.

- Quem vai pedir desculpas pra essa vagabunda?

- Se prefere assim...

 

Isawa começou a torcer o braço dele ainda mais, o homem já estava quase chorando de dor.

 

- O que você acha que devemos fazer com ele? – Isawa perguntou para Akiko.

- Eu estou pensando, acho que quebrar o braço dele já ta de bom grado.

- Esperem, esperem! Tudo bem eu peço desculpas – o cara se desesperou.

- Estamos esperando.

- Me perdoe Akiko-chan, eu não devia ter feito isso, eu juro que jamais vou voltar a tocar em você.

- Está satisfeita Akiko-chan?

 

Akiko sorriu e depois pisou na cabeça dele com força.

 

- Agora estou – respondeu Akiko.

 

Isawa soltou o cara que ficou olhando pras duas como se estivesse pensando em revidar, mas um simples olhar das duas sobre ele o fez mudar de idéia, por fim ele correu.

 

- Acha que ele vai contar pra alguém que nos o agredimos?

- E ser motivo de piada da escola toda? Ele vai preferir dizer que apanhou de uma gangue – zombou Akiko.

 

As duas começaram a gargalhar como nunca, Isawa nunca imaginou que teria que resgatar sua amiga do primeiro encontro.

 

- Mas que homem você foi arranjar hein amiga? Logo no primeiro encontro e ele já queria lhe estuprar?

- E quem foi que me disse pelo telefone “vai fundo garota!”, tem noção de como isso vai me traumatizar de agora em diante?

- Sei, vai virar freira e se mudar pro convento, ai alguma freira safada vai dar em cima de você!

- Quer parar com isso? Hoje ta sendo o pior dia da minha vida!

- Quem manda ser essa gostosa? Vai ta assim de garoto dando em cima de você então se prepare.

 

Akiko cruzou os braços de raiva e ficou batendo o pé no chão como se esperasse algo da amiga, Isawa parou de rir imediatamente.

 

- Foi mal, mas tem que concordar que foi uma cena engraçada.

- Lá se vai todo o meu preparo, o que eu vou fazer agora?

- Que tal sairmos e quem sabe assistimos algum filme no cinema? Só pra não perder a viajem.

- Então o meu primeiro encontro vai ser com você no final das contas? – brincou Akiko.

- Olha que se você der mole te levo pra casa viu? – respondeu Isawa alisando o cabelo dela sensualmente.

- O QUE VOCE TA FAZENDO? – gritou Akiko assustada.

 

Isawa caiu na gargalhada, ela sabia que Akiko era do tipo que entende tudo literalmente, não vê malicia nos outros e é extremamente inocente, por isso adorava provocá-la de todas as maneiras.

 

- Vem boba, eu to só brincando, eu gosto é de homem mesmo – e seguindo ao lado de Akiko continuou – e por falar nisso tem um gatinho na sala que me devora com os olhos todos os dias, acho que vou dar uma chance pra ele.

- E ai vai repetir o dia de hoje? Já não está bom um tarado só?

- Relaxa, é pra isso que quero você por perto pra tomar conta de mim.

 

E assim prosseguia a amizade das duas, uma amizade pura e verdadeira que nada poderia destruir.

Até hoje pelo menos.

 

 

********************************************************

 

 

A alma de Isawa gelou com o que Vulthar lhe disse, segundo ele sua melhor amiga viria lhe matar. Alias a única amiga verdadeira que ela tinha, Isawa era conhecida na escola como uma menina sombria, uma jovem que gostava de coisas obscuras, tinha hobbies estranhos e vivia dormindo na sala, sempre evitada nos trabalhos em grupo ela se via sozinha o tempo todo, até conhecer Akiko.

Akiko se juntou a ela num trabalho escolar que deveria ser feito em dupla, ao que parecia ela não tinha receio nenhum de se aproximar dela, mesmo que as duas fossem tão diferentes em tudo elas se deram bem logo e isso se transformou numa grande amizade.

Até sua vida mudar completamente.

O espaço de tempo entre a ligação de Akiko e o som de porta se quebrando foi muito pequeno, sinal de que ela já estava por perto e só queria confirmar a presença de Isawa, e esta ao ouvir o grito da avó na sala correu imediatamente temendo que a verdade foi tão dolorosa.

 

- Vovó! O que acontec...

 

Não era necessário muitas explicações, na entrada da casa uma figura a esperava, uma pessoa de baixa estatura, usado roupas estranhas que Isawa lembrou de ter visto num documentário sobre beduínos do deserto, segurando uma arma que aparentava a mesma origem e uma máscara de pano.

A máscara lhe cobria todo o rosto, deixando apenas os olhos a mostra e foi só por isso que Isawa reconheceu Akiko com aquelas roupas.

 

- Akiko-chan, o que está fazendo?

- Não me chame assim sua aberração! Você não tem o direito de falar meu nome dessa forma!

 

Qual não foi o espanto de Isawa ao ouvir palavras tão agressivas pronunciadas por uma pessoa que ela prezava muito? Se não fossem as diferenças físicas tão marcantes uma da outra qualquer um poderia dizer que são irmãs de tão unidas que eram.

A tristeza tomou Isawa rapidamente, suas lágrimas começaram a cair sem controle, seus nervos não reagiam bem a nada, era como se seu mundo estivesse desmoronando.

 

- Akiko-chan, por que ta me tratando assim? O que eu fiz pra você?

 

Akiko foi tomada pela fúria e atacou imediatamente, sacando sua espada larga e curvada ela investiu contra a ex-amiga que quase não teve tempo de desviar, o golpe atingiu a parede e o rasgo que a arma fez na parede pegou fogo no mesmo instante, ela voltou sua atenção para Isawa que estava caída no chão assustada e tremendo.

 

- Você sabe o quanto eu sofri fingindo ser sua amiga? Sabe do que eu tive que abrir mão pra ficar um ano inteiro do seu lado te aturando, fingindo que estava tudo bem e que eu gostava de você? Sabe quantas vezes eu acordei de manhã chorando desejando que meu amado deus me desse à ordem de acabar com você de uma vez por todas?

Nenhum golpe de espada incendiara doeria mais que aquelas palavras, em nenhum momento Isawa se lembrava de ter feito algo para Akiko odiá-la, sempre fora gentil com ela, sempre ouvia seus desabafos sobre não gostar do jeito patético de muitos alunos da escola, foi para Isawa que Akiko contou sobre o garoto que dava em cima dela, quando foi o aniversario de Akiko Isawa fez questão de pedir a sua avó que fizesse o melhor bolo possível e levou pra escola para as duas comerem sozinhas no terraço, fato este que deu uma baita dor de barriga nas duas, por que Akiko agora falava como se Isawa tivesse cometido a pior das ofensas? Como se fosse a pessoa mais terrível do mundo?

 

- Vocês clérigos de Azgher são sempre assim não é? – disse Vulthar de forma sibilante – acham que sua causa ridícula justifica tudo que fazem, acham que aqueles que vivem nas sombras são sempre malignos, mas você não percebe o que está fazendo aqui não é?

 

Akiko observou a situação em que se encontrava, sua missão sagrada era mais importante que qualquer coisa que ela possa sentir, mais importante que sua própria vida, foi por seu deus que em plena escuridão da noite ela foi caçar a maior inimiga do seu deus, aquela que lhe considerava uma amiga de verdade.

 

- Hoje eu acabarei com o sofrimento de todos que temem Tenebra, hoje a deusa da escuridão verá que os servos de Azgher não temem suas aberrações!

 

Akiko mais uma vez atacou Isawa, mas dessa vez alguém se interpôs em seu caminho como um escudo humano protegendo sua neta querida.

 

- Saia da frente velha! Não ouse pensar que não acabarei com sua vida miserável!

- Eu não permitirei que faça mal a minha neta!

- Sua neta? Vocês nem mesmo tiveram filhos, a farsa que vocês sustentaram por todos esses anos devorou a sanidade de vocês? Ou foi a maldição de Tenebra que tornou vocês escravos dessa maldita?

- Vovó! Não me proteja, você vai se machucar!

- Não mais que você se machucou hoje minha querida – respondeu Kumiko chorando.

 

As lágrimas de Kumiko faziam Isawa chorar também, ela podia sentir todo o carinho e amor que sentiam por ela, isso nunca foi uma mentira, as lembranças de Isawa sobre seus avós sempre foram boas, mesmo que sempre a tratassem como neta eles a criaram como filha, jamais sentiu falta de seus pais e nunca acreditou que seus pais biológicos de outro mundo pudessem substituir isso.

 

- Você deve partir agora Isawa, volte pra seu mundo e cumpra seu destino, só assim você estará livre dessa perseguição.

- Eu não permitirei que você saia dessa casa com vida!

 

A arma de Akiko se inflamou novamente, ao que parecia quanto mais ódio ela sentia maiores as chamas ficavam, seu ataque teria atingido Kumiko se Ujima não tivesse aparecido do nada com uma espada curta japonesa e se jogado sobre Akiko que surpresa caiu no chão com Ujima sobre ela.

 

- Kumiko, tirem Isawa daqui rápido!

- Saia de cima de mim! – gritava Akiko se debatendo.

 

Ujima cravou a arma no ombro esquerdo da jovem e depois usou o próprio peso para mantê-la no chão, estava determinado a fazer qualquer coisa para proteger a família.

Akiko gritou de dor, na posição que estava e sem poder usar um dos braços ela não conseguia se livrar de Ujima

 

- Eu não vou deixar vocês aqui! Eu não vou abandoná-los! – Isawa chorava enquanto sua vó tentava tira-la dali a força.

- Sua besta! Essa louca do deserto quer matar você, entenda que enquanto estiver aqui seus avós correm perigo! – Vulthar que permanecia quieto resolveu interferir.

 

A lógica falou mais alto que as emoções, mesmo que suas pernas rejeitassem a idéia de correr sua vó a empurrava pra fora, apanhando uma grande mochila que estava num canto as duas chegaram até o quintal da casa.

 

- Aqui tem um monte de coisas que você vai precisar se for a um lugar estranho – disse Kumiko mostrando a mochila.

 

A mochila era do tipo apropriado para acampamentos, estava estufada, provavelmente com roupas, equipamentos e outras coisas, também tinha uma katana amarrada na alça.

 

- Eu não quero ir, e quanto a vocês? O que farão com Akiko aqui?

- Vamos nos virar bem – e se aproximando da neta beijou-lhe a testa.

 

Vulthar que estava do lado foi envolto em uma aura negra, seu corpo começou a crescer e as asas surgiram, ele estava igual a quando lutou contra o Auram.

 

- Suba, sua adolescente problemática, vou te tirar daqui.

- Pelo menos leve meus avós até um lugar seguro!

- Eu já disse que vamos ficar bem, agora vá logo de uma vez antes que seu avô não consiga segurar aquela monstrinha.

- Esta se referindo a mim? – perguntou Akiko ao aparecer na porta.

 

Ela estava sem máscara e com o rosto todo roxo, como se alguém tivesse lhe espancado, e isso a deixava ainda mais terrível por que o ódio não combinava com o rosto angelical dela.

 

- O que você fez com meu avô? – perguntou Isawa temerosa.

- Aquele velho teve sorte, mas vai ficar um bom tempo sem andar, isso é muito melhor do que o que farei com você.

- Akiko-chan! Me diga por que está fazendo isso! Eu nunca te fiz mal, por que agora?

 

A mão de Akiko brilhou num tom dourado, faíscas começaram a pular de sua mão e ao apontar na direção de seu alvo ela recitou um encantamento.

 

- Brilho celeste, espada dos céus, atravesse os meus inimigos. Relâmpago de ouro!

 

Um raio dourado vôo das mãos dela como se fosse um relâmpago de verdade e rasgava o próprio ar em seu caminho, mais uma vez Kumiko usou o próprio corpo como escudo, mas antes que ela se ferisse Isawa fez algo inimaginável.

Empurrando sua avó pro lado ela estava disposta a receber o ataque, ela sentia que era hora de retribuir tudo o que os seus avós fizeram por ela, mas instintivamente ela colocou os braços pra frente em um gesto de defesa, atingida pelo relâmpago foi jogada pra trás e aparada pela asa de Vulthar.

 

- Você é uma retardada, mas uma retardada corajosa, isso eu tenho que admitir – zombou Vulthar diante do quase sacrifício que ela fez.

 

Isawa sabia que não era uma boa situação, mas riu assim mesmo, mas seu sorriso morreu quando ela reparou em seu braço, não ficou surpresa pelo ferimento que era pequeno se comparado ao tamanho do ataque, mas o que lhe assustou foi o fato do seu braços está recoberto de escamas pequenas e alinhadas igual ao braço (ou pata) de um lagarto, suas unhas se transformaram em garras afiadas, toda essa transformação ia da ponta dos dedos até o topo do ombro.

 

- O-oque é isso? O que está acontecendo comigo?

 

As escamas começaram a diminuir e as garras a desaparecer, o braço voltou ao normal exceto ao redor do ferimento, um formigamento foi o único traço restante.

 

- Você está mostrando sua verdadeira natureza demoníaca – disse Akiko se aproximando – está mostrando a criatura que você é por dentro, não importa o quanto tente negar ou esconder, você sempre foi e sempre será um monstro.

 

Isawa olhava a si mesma com medo, estaria ela realmente se transformando num monstro? Era esse o motivo de estar sendo caçada, ela não tinha culpa de nascer assim.

 

- Você também não é humana, você também é fruto de uma união entre seres diferentes – disse Vulthar.

 

Isawa nem estava prestando atenção, olhava atentamente o ferimento do braço que estava envolto em escamas negras, por algum motivo ela não tinha medo do que acontecia, mas sentia uma sensação inexplicável.

 

- Hora de partir Isawa – avisou Vulthar usando a asa para jogá-la em suas costas.

- Eu já disse que você não sairá daqui com vida não é? – gritou Akiko pegando a espada.

- Você sabe que horas são mocinha? – perguntou Vulthar para Akiko – você não deve ter percebido, mas já é meia noite.

 

A revelação deixou Akiko atônita, tinha perdido completamente a noção do tempo e agora era tarde demais.

 

- O que acontece a meia noite? – perguntou Isawa notando a expressão de Akiko.

- Meia noite é a hora em que os poderes dos clérigos de Azgher ficam mais fracos e os nossos ficam mais forte – respondeu Vulthar – além disso chegou a hora que eu estava esperando.

 

Vulthar voltou sua atenção para o céu que até há pouco tempo estava encoberto pelas nuvens, a lua cheia brilhava com seu esplendor no meio do céu.

Mas o brilho deu lugar a uma cor vermelha crescente que ia tomando a lua como um eclipse macabro, as pessoas na cidade se apavoraram por que já era a segunda coisa absurda que acontecia ali, e ainda ia piorar por que das nuvens negras que se formaram uma horda de esqueletos com asas de morcegos voavam pelo céu trazendo terror e pânico, eles nadam faziam como se estivessem apenas saudando a cidade.

 

- Hora de ir, aperte os cintos que vamos subir bem alto!

 

Dizendo isso Vulthar levantou vôo, Isawa se agarrou a umas protuberâncias que lembravam pequenos chifres e olhando pra baixo ela viu sua vó sorrindo.

 

- Eu juro que vou voltar vovó! Não importa como, mas eu vou voltar pra casa! – gritou ela a plenos pulmões.

 

Vulthar já tinha ganhado altitude e se dirigia para o centro da cidade, mas ao que parecia Akiko não desistiria.

 

- Não ligo se já é meia noite, não ligo se a horda do inferno está aqui, eu juro que vou matá-la de qualquer jeito!

 

Um par de asas douradas surgiu nas costas de Akiko, uma visão bela que inspiraria artistas pelo resto da vida, como um anjo ela alçou vôo atrás de sua presa.

 

- Filha da puta insistente! – reclamou Vulthar – mas ela vai tomar o dela agora!

 

A serpente alada começou a manobrar entre os prédios atraindo os olhares da cidade inteira, fora o caos que já tinha pela aparição dos esqueletos alados agora mais uma coisa faria dessa cidade um cenário de filme de ficção.

 

- O que você vai fazer? Pra onde estamos indo? – perguntou Isawa lutando contra o vento.

- Vou deixar a vagabunda solar se divertir com nossos amigos, eu to com muita pressa pra lidar com ela agora.

 

Ao dizer isso uma revoada demoníaca vôo na direção contraria a que eles vinham passando por eles rapidamente, Isawa fechou os olhos temendo que as criaturas notassem ela ali e decidissem derrubá-la mas o alvo dos monstros era Akiko.

Akiko passou a lutar contra a horda noturna, com seu poder reduzido e a grande quantidade que a cercava ela não podia simplesmente ignorar e continuar sua perseguição.

 

- O que vai acontecer com ela?

- A desgraçada é forte, com certeza isso não acabará com ela, mas certamente vai segurá-la tempo suficiente.

- Tempo pra que? – perguntou Isawa temendo a resposta.

- Pra isso – respondeu Vulthar dando um mergulho.

 

Vulthar mergulhou rapidamente para desespero de Isawa, esta se agarrou mais firmemente a cabeça da serpente e nem notou quando suas mãos se transformaram e garras cresceram.

O mergulho na verdade era só um meio de pegar impulso para subir rapidamente, antes de tocar o chão a serpente manobrou e subiu, agora ela se dirigia para o céu e num instante chegou a ultrapassar as nuvens.

 

- Aproveita a vista Isawa, não é todo mundo que chega aqui.

 

Só na cabeça de Vulthar que Isawa teria tempo de apreciar a vista, o ar rarefeito, o frio e o medo tornavam impossível prestar atenção em volta, mas essa condição não durou muito já que agora eles eram banhados pela luz escarlate que saia da lua.

E como se a luz os engolissem eles desapareceram em pleno ar, nenhum rastro sobrou do ser alado e da sua acompanhante.

 

 

Continua.


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Notas finais do capítulo

gostaram? querem mais? espero que sim, já to escrevendo o proximo cap^^