Entre a Luz e a Escuridão escrita por zariesk


Capítulo 28
Capítulo 23 - Chama Ardente


Notas iniciais do capítulo

lá vou eu explicar mais uma vez o motivo da demora:
no dia 31 de outubro e 1 de novembro eu fui a um evento de RPG/games/animes/mangas e ai a fic ficou parada esses dois dias, tambem estou um pouco ruim do estomago (abusei demais da farra) e por isso estou mais lento que o normal.
mas finalmente terminei o cap e agora estou postando, a partir do proximo a guerra começará!!



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O treinamento de Isawa finalmente chegara ao fim com o louvor de seus mestres, suas habilidades de combate, seus poderes draconicos e suas magias chegaram ao melhor resultado possível, não havia mais o que ensinar a ela.

E agora faltando duas semanas para o inicio da guerra tudo o que faltava era planejar a batalha que tinha que ser decisiva e única, sua melhor chance era vencer numa única batalha.

Mas os planos de guerra teriam que esperar um pouco mais, nesse dia nenhum problema poderia abalar a festa de aniversario de Isawa completando 17 anos, sendo esse seu primeiro ano nessa nova vida de guerreira, princesa e dragão, uma vida que ela julgava completamente diferente do que ela considerava normal.

 

- Você deveria se animar mais minha princesa – pediu Daneth oferecendo uma garrafa de vinho – estamos na metade do dia e no inicio da festa!

 

Realmente desde o meio dia que todos comemoravam o aniversario da princesa, isso incluía os anões, os licantropos que seguiram Turok e as esposas de Shinmon e o próprio dragão azul que aproveitava a farra mais que os outros, os companheiros de Isawa ficavam ao seu lado todo o tempo se divertindo com ela, mas aparentemente ela não estava tão feliz quanto deveria estar.

 

- Algum problema a aflige minha princesa? – perguntou Turok preocupado.

- Esse é o primeiro aniversario da minha nova vida – comentou ela com as mãos apoiando o queixo – sinto como se eu tivesse nascido agora.

- Grandes mudanças devem ser comemoradas mesmo que nos tragam problemas no inicio – sugeriu Daneth.

- Também sinto falta dos meus avós – disse ela – mesmo sendo adotada eu os amava como avós de verdade, passar um ano longe deles é novidade pra mim.

- Poderá buscá-los quando tiver poder pra atravessar dimensões quando quiser – avisou Vulthar.

- Farei isso logo depois que essa guerra acabar! – disse ela sorrindo.

- Hei nee-san! Já preparamos o jogo do jeito que você falou! – gritou Karin animada – agora como jogamos isso?

 

Isawa tinha ensinado o jogo de prender o rabo no burro, ninguém entendeu o propósito do jogo mas agora que já tinham arranjado um boneco ficou mais fácil e estavam prontos pra jogar.

 

- Primeiro devemos tampar os olhos da criança – disse Isawa colocando a venda num menino – depois giramos e agora é só deixar correr solto! Você deve prender o rabo no boneco do burro, quem chegar mais perto ganha!

 

Isawa ensinou que as crianças deviam guiar aquela que estava vendada, a brincadeira atraiu não só as crianças como os adultos, e por incrível que pareça até algumas criaturas que estavam lá começaram a fazer apostas sobre qual criança conseguiriam chegar mais perto de colocar o rabo do burro no lugar certo.

 

- Quem olha pra essa brincadeira nem lembra que daqui a duas semanas vamos estar lutando – comentou Turok se aproximando de Isawa que assistia a brincadeira animada.

- Desculpe se estou relaxando demais numa hora como essa – disse ela sentida.

- Esqueça, não a estou criticando – adiantou-se ele – ficou satisfeito que esteja feliz, e feliz aniversario.

 

Ele entregou uma pequena caixa, Isawa ao receber o pacote sorriu, como era raro Turok se expressar de forma gentil ela estava realmente curiosa sobre o presente.

 

- Algo errado? – perguntou ele receoso.

- Normalmente os presentes devem ser entregues todos juntos no final da festa – explicou ela – ai eu abriria na frente de todos, a emoção é muito maior assim.

- Se você preferir eu...

- Não ligue pra detalhes Turok-san, eu aceito seu presente com muito carinho!

 

Isawa abriu a pequena caixa e olhou encantada um amuleto em forma de colar com uma jóia azul brilhante, a jóia tinha motivos tribais e filetes de prata cobriam pontos específicos da jóia, era algo muito bonito e com certeza feito a mão.

 

- Eu... nunca vi uma jóia mais bonita do que essa Turok-san – elogiou Isawa emocionada – agradeço de coração!

 

Ela ficou nas postas dos pés e beijou a bochecha de Turok que mesmo tendo pelos negros parecia ruborizado, Isawa colocou o amuleto no pescoço no mesmo instante e foi exibi-la pras esposas de Shinmon, Daneth se aproximou do licantropo e deu um tapinha no ombro dele.

 

- Você está parecendo um paizão orgulho sabia? – comentou o bardo rindo.

- E você seria aquele tio brincalhão que sempre aparece e brinca com a sobrinha? – rebateu ele.

- Quase isso, mas certamente eu a vejo como uma amiga ou parente querida, praticamente uma irmãzinha.

- Que bom que a vê como uma irmã, assim você desiste da idéia de conquistá-la.

- hei hei hei, eu desisti quando aquele Fou apareceu, alias onde está aquele dragãozinho esquentado?

- Saiu a 2 dias e não voltou, a princesa ficou muito decepcionada por ele não estar aqui.

- Realmente é decepcionante não ter o homem amado por perto – comentou o bardo rindo.

- Ele não vai mais decepciona-la – afirmou Turok – vou arrancar as escamas e as asas dele assim que pisar os pés aqui.

- Vem paizão, vamos tomar alguma bebida – sugeriu Daneth rindo muito dos cuidados que Turok tinha para com Isawa.

 

 

**************************************************

 

 

- Você não acha que é uma péssima idéia chefe? – perguntou um sujeito mal encarado para quem estava ao seu lado – dizem que todos que tentaram assaltar a mansão de Lauriena se ferraram.

- Se é ou não deixe que eu me preocupe com isso – respondeu Fou irritado – apenas certifique-se que vai estar tudo pronto na saída.

- Pode deixar chefe! Estarei esperando o senhor fora da cidade no lugar combinado!

 

O capanga saiu rapidamente do telhado onde ele e Fou espreitavam uma grande casa na saída de uma cidade, já fazia pelo menos duas horas que Fou montava tocaia naquele telhado observando o movimento do lugar, o homem que estava com ele era um dos seus velhos companheiros de crime que foi preso recentemente, em troca da fuga da prisão ele ajudaria com o plano, Fou em momento algum disse o que pretendia naquela casa, mas investigou profundamente o dono dela.

Pouco tempo depois seu alvo finalmente chegou: uma ricaça usando um casaco de peles de animais místicos, carregando jóias importadas de outros mundos e ostentando todo o poder que uma fortuna pode conceder com suas dúzias de servos, em outros tempos esse seria seu alvo mais cobiçado, mas hoje ele tem um interesse diferente, algo que ele precisava conseguir de qualquer jeito e que não iria embora até conseguir.

Retirando o manto que lhe cobria Fou abriu suas asas e vôo pelo céu até chegar ao teto da mansão, com o Maximo de cuidado ele pousou no telhado e procurou uma janela que estivesse aberta e entrou por ela, ao pisar os pés na tapeçaria sentiu-se ridicularizado.

 

- Diabo de mulher esnobe! Tapeçaria de pele de leão atroz! – ele olhava tudo ao redor – acho que aqui é a biblioteca.

 

Fou logo tratou de procurar qualquer indicio de algo escondido, seu objeto de interesse com certeza não estaria visível pra qualquer um, mas ao ouvir passos no corredor se escondeu atrás da porta.

 

- Quem foi o idiota que entrou aqui com os pés sujos? – perguntou-se o faxineiro ao olhar as pegadas na tapeçaria – a madame vai ficar puta com isso!

 

Ele se abaixou e reparou que as pegadas eram semelhantes a patas de alguma fera, intrigado com isso ele não ouviu Fou se aproximando e lhe agarrando por trás, só se deu conta tardiamente quando seu pescoço foi quebrado.

 

- Isso foi por me chamar de idiota! – disse Fou para o cadáver.

 

Escondendo o cadáver atrás da porta ele olhou discretamente pelo corredor e reparou que não tinha ninguém, de forma rápida porém discreta ele atravessou o corredor e foi parar na sala seguinte, felizmente ela estava vazia, a sala parecia um deposito de troféus de algum caçado já que tinha varias cabeças empalhadas penduradas nas paredes, o que mais lhe chamou atenção foi a cabeça de um jovem dragão verde sobre a lareira.

 

- Mesmo que eu não goste de dragões eu acho isso uma afronta a minha espécie! – reclamou ele.

 

Com sua experiência como criminoso ele percebeu algo interessante na sala, algumas marcas e símbolos mágicos discretamente disfarçados pelas paredes, um pequeno circulo desenhado no tapete principal de modo a se disfarçar com os desenhos estampados só indicavam que aquela sala tinha alguma outra função, procurando atentamente ele encontrou um dispositivo mágico escondido dentro da mandíbula da cabeça de dragão.

 

- Amadores.... – debochou ele.

 

Mexendo no dispositivo uma passagem mágica se abriu sobre o circulo no tapete, dentro da passagem mágica dava pra ver uma escada espiral descendo sabe deus pra onde, com certeza aquela era a entrada pro local onde a perua guardava seus bens mais valiosos, sem hesitação ele desceu a escada mágica e se deparou com uma porta brilhante e de cor esmeralda.

 

- Agora vamos ver no que da!

 

Abrindo a porta mais um corredor largo, dessa vez um corredor branco e luxuoso tal como seria do feitio de Lauriena, no final do corredor tinha duas portas laterais e uma grande porta na parede mais afastada, antes de entrar na porta principal ele deu uma olhadinha nas outras duas, tudo o que viu foram seres de variadas espécies presas dentro dos quartos, na outra porta havia seres humanóides acorrentados e largados.

 

- Mas que porra é essa? – perguntou-se Fou irritado com a cena.

- São partes da minha coleção – disse Lauriena acompanhada de dois guardas que não pareciam nada humanos – eu tenho a coleção de seres mágicos mais encantadora do mundo!

 

Tão bela quanto revoltante era essa coleção, tinha uma ninfa, um sátiro, um grifo e até algumas fadas, uma verdadeira fauna de criaturas mágicas.

 

- Você coleciona seres vivos? Já vi gente doente nesse mundo mas você é a primeira desse tipo!

- Pois eu te acho uma criatura linda! – disse ela – deve ser um meio-dragão não é? Será mais um acréscimo em minha coleção!

 

Com um estalar de dedos os dois guardas que pareciam armaduras vivas se moveram em direção a Fou, um vindo pela esquerda e outro pela direita, Fou sacou sua espada flamejante da bainha em suas costas e se preparou pro combate.

Os dois guardas atacaram simultaneamente, eram bem rápidos considerando o tamanho deles, desviando por pouco das espadas que eles empunhavam Fou decidiu não prolongar a batalha e foi direto atacar Lauriena, só não contava com uma barreira mágica em volta dela que o repeliu assim que a tocou.

 

- Eu também coleciono objetos mágicos sabia? – perguntou ela irônica mostrando um anel mágico no dedo – conforme-se e seja minha mascote, quem sabe eu te deixe passear na coleira uma vez por semana.

 

Ela ria debochadamente enquanto o sangue de Fou fervia, as palavras dela lembraram seus tempos de escravo do seu próprio pai dragão que lhe usava como brinquedo, essa mulher era o pior lixo do mundo na opinião dele.

 

- Moça, cale a boca ou eu vou te esquartejar quando eu acabar com esses dois!

- Pois tente minha coisa fofa, quero ver o quanto você é valioso pra minha coleção.

 

Fou não iria ficar na defensiva pra sempre, quando um dos guardas atacou com a espada ele desviou do golpe e enfiou sua própria arma na fenda do elmo que ele usava, o som oco de metal sendo cortado revelou que aquela armadura era um objeto vivo.

 

- Então eram só golens? Que coisa mais besta!

- São mais eficientes que soldados vivos como você percebeu, acho que vou botar uns rubis na sua coleira, vai combinar com seu tom de pele!

 

Fou perdeu toda a paciência que tinha, pulando sobre uma das armaduras vivas ele começou a arrancar as placas de metal da armadura usando as próprias garras, quando a outra armadura o atacou ele se inclinou pra trás e fez a outra receber o golpe, pegando a espada do que foi derrotada ele cortou ao meio a armadura que restava.

 

- Agora só resta você vadia nojenta! – avisou Fou se dirigindo a ela.

 

Lauriena sacou uma varinha de baixo do seu manto, com ela disparou vários raios verdes que desintegravam o que tocavam, Fou apenas desviava deles saltando de uma lado pro outro.

 

- Desisti de ter você na minha coleção! – gritou ela enquanto disparava mais raios – não suporto quem me contraria!

 

Ela ainda disparou sem sucesso mais 5 raios, depois disso a varinha parou de funcionar.

 

- Nunca lhe disseram que varinhas mágicas descarregam se usadas demais? – perguntou Fou ainda sorrindo.

- Não importa, você não será capaz de me tocar enquanto eu tiver isto! – disse ela triunfante mostrando o anel anterior.

 

Fou saltou sobre ela que usou o anel pra repeli-lo novamente, mas enquanto ele estava sendo repelido Fou jogou sua espada na direção dela que amputou a mão que portava o anel, Lauriena caiu no chão segurando o braço com o sangue jorrando fartamente.

 

- Esse anel não pode repelir dois ataques seguidos num interva-lo menor que um minuto sua besta ridícula, agora fique ai sangrando até a morte que eu vou buscar o que eu queria.

 

Fou ainda perfurou a perna dela pra que Lauriena não tentasse fugir, e também por que estava bem irritado com as palavras dela, pegando as chaves no bolso dela Fou foi até a porta maior e a abriu, lá encontrou uma fortuna em jóias, sem resistir a tentação ele pegou uma bolsa de couro e encheu com tudo que podia, mas além disso ele estava atrás de algo em particular, ao avistar uma caixa púrpura tinha a certeza de ter encontrado seu objeto cobiçado, ao averiguar o conteúdo da caixa ele sorriu triunfante.

Quando já estava indo embora ele olhou pras outras salas, não tinha como ele abandonar aqueles seres aprisionados lá, destrancando as portas e jogando as chaves pros seres mágicos prisioneiros ele permitiu que todos se libertassem, provavelmente a melhor boa ação que já fez na vida.

 

- Agora vamos parar com a caridade e está na hora de voltar até ela! – disse Fou indo embora (não sem antes chutar Lauriena e ouvi-la gritar mais um pouquinho)

 

 

*****************************************************

 

 

A festa de aniversario já estava no auge da comemoração, os jogos alegravam a todos, os adultos bebiam e se divertiam e as crianças em uma parte separada eram entretidas por brincadeiras, tudo estava perfeito.

A aniversariante estava no templo principal acompanhada dos amigos mais próximos, era o momento de abrir os presentes e ver tudo o que lhe foi dado, nesse momento ela abria o presente dado por Karin.

 

- Que boneca encantadora! – disse Isawa abraçando a boneca de pano dada por Karin – bonecas de bruxinhas são as minhas favoritas, mas é a primeira vez que ganho uma de uma bruxinha de verdade!

- ehehehe como você mencionou que gostava disso eu fiz uma pra você nee-san! – disse Karin sorrindo.

- Foi você que fez?? Eu amei!! – Isawa abraçou a boneca com força.

- Tome cuidado, pode ser uma daquelas bonecas vodu – Vulthar não perdia a chance de importunar sua protegida.

- Se for vou pedir pra ela fazer um boneco seu também – respondeu Isawa com um olhar gélido.

- Bem, o nosso presente é em conjunto – disse Nadia, uma das esposas de Shinmon – como não sabíamos as suas preferências tão bem optamos por um presente só!

- Não se incomodem meninas, seja um só ou nenhum já fico feliz de tê-las como amigas!

 

As esposas de Shinmon entregaram um embrulho, ao abrir o embrulho Isawa retirou de dentro um belíssimo vestido estilo grego, só que ao invés de ser branco ele era todo negro com bordados em linhas púrpuras.

 

- Eu... não sei o que dizer... é tão lindo! – disse ela colando o vestido junto ao corpo pra ver se ficava bem.

- Use no dia de sua coroação e já será recompensa o bastante para nós – brincou Mayra.

- Pode apostar que vou usar! – respondeu Isawa sorrindo de uma orelha a outra.

- Não vai dar nada pra ela Shinmon querido? – perguntou Kaliope com uma voz arrastada.

- Já fiz demais por ela treinando-a de graça! – respondeu ele sentado num canto como se não prestasse atenção em nada.

- Mesmo assim vou lhe dar uma fatia de torta – respondeu Isawa com um ar de superioridade.

 

Falando no bolo ele era possivelmente o maior bolo de aniversario já feito em qualquer mundo, parecia uma pequena torre, na verdade tal obra só foi possível graças a magias conjuradas durante sua criação, o bolo facilmente seria repartido entre todos os presentes e ainda podia sobrar pro dia seguinte.

A festa ainda continuou por horas, na verdade ela só foi acabar na madrugada quando ninguém mais agüentava em pé devido a bebedeira (cortesia dos anões com suas bebidas poderosíssimas), depois que Isawa deixou Karin devidamente segura em casa (ela também estava bêbada, cortesia de algum engraçadinho que colocou cerveja no suco) Isawa trocou de roupa vestindo uma bermuda jeans e uma camiseta preta ficou sobre o teto de sua casa olhando o horizonte estrelado, ainda demoraria um pouco pros primeiros raios de sol surgirem no céu.

 

- O que lhe atormenta? – perguntou Tenebra surgindo sorrateiramente como de costume.

- Nada que seja importante para uma deusa – respondeu Isawa tentando não prestar atenção na visita de Tenebra.

- Por que acha que não me interesso por você? – perguntou a deusa negra – você é mais do que uma arma pra mim, é uma mortal especial de quem eu tenho muito orgulho!

- Quando você me escolheu pra ser sua criança destinada em quê estava pensando?

- Eu não pensei em nada por que não te escolhi – respondeu ela – mesmo que uma parte de sua vida estivesse determinada nada poderia ser feito se você não quisesse, o destino não é uma estrada imutável.

- Eu gostaria de acreditar nisso – comentou Isawa meio triste.

 

De uma forma que Isawa não esperava Tenebra sentou-se ao seu lado, um instinto maternal parecia emanar dela como se estivesse cuidando de uma cria sua, com um sorriso doce que não era comum pra uma deusa sanguinária ela questionou sua protegida.

 

- Diga-me Isawa, o que você esperava de sua vida na terra? O que você esperava pro seu futuro?

- Eu não faço idéia, minha vida era ridícula na terra – respondeu ela – eu me sentia deslocada como se eu não fizesse parte daquele lugar, eu não tinha muitos amigos lá e com certeza só meus avós sentiriam minha falta.

 

Tenebra apenas sorriu com seus caninos afiados, usando seu poder fez uma pequena caixa preta aparecer nas mãos de Isawa que ficou surpresa com aquilo.

 

- O que é isso dentuça?

- No final das contas hoje é seu aniversario, considere esse o meu presente – respondeu Tenebra – você saberá como usa-lo, voltaremos a nos ver quando você for vitoriosa.

 

Tão repentinamente quanto apareceu ela sumiu na escuridão, embora Isawa já estivesse se acostumando ao jeito de sua “tutora” ela odiava essas aparições repentinas e as saídas oportunas, mas ao invés de quebrar a cabeça com isso ela estava mais interessada no presente dado por Tenebra, sua curiosidade já estava quase superando a prudência quando uma voz lhe chamou a atenção.

 

- Abrir o presente significa aceita-lo – disse Fou – vindo de Tenebra qualquer coisa é suspeita.

 

A voz de Fou a acertou em cheio já que ela estava de costas pra ele, por algum motivo ela hesitou em se virar para encará-lo, sentindo sua presença cada vez mais próxima ela sabia que ele estava só a um passo de distancia, e quando a cauda dele lhe envolveu pela cintura ela se arrepiou completamente.

 

- vo-vo-voce está atrasadíssimo!! – gritou Isawa tentando não se deixar abalar pelo toque dele – a festa já acabou!

- Se eu lhe der uma boa explicação você me perdoará? – perguntou ele.

- E por que preciso lhe perdoar? Não temos nada entre nós!

 

Isso era uma meia verdade, desde aquela vez que se agarraram antes dela partir pra treinar no continente eles não tiveram mais nenhum momento igual, era como se eles estivessem mantendo distancia um do outro, até mesmo Fou se perguntava por que esse comportamento de se manter distante dela, e agora ele a procurava como se ansiasse por recuperar o tempo perdido.

 

- Eu estava procurando um presente a sua altura – disse ele – algo que você com certeza desejaria.

- Acha que eu ligo pra essas besteiras? – perguntou ela revoltada – quando eu estava partindo você praticamente me atacou e me fez sentir coisas que não achei que sentiria vindo de você, mas nesses últimos dois meses você mal falou comigo!

- Na verdade eu estava com medo – confessou ele – não estava acostumado a sentir nada por ninguém quando nunca alguém sentiu algo por mim, estava apenas confirmando se não era só uma atração sexual que tinha por você.

- É mesmo? E a qual conclusão chegou? – perguntou ela irônica.

- Conclui que preciso de mais daquela noite pra me acalmar – respondeu ele puxando-a pra um abraço apertado – e também que nunca me importei tanto com uma pessoa como você, ficar longe todo esse tempo foi mais difícil do que pensei!

 

Ele tomou os lábios de Isawa para um beijo voraz que foi correspondido por ela, as mãos de Fou passeavam pelas costas dela enquanto a sua língua percorria todo o interior da boca dela, sua cauda se envolvia na coxa dela lhe arrancando um suspiros e um gemido, recuperando um pouco do controle ela o afastou com um empurrão.

 

- Não pense que te perdoei ou algo assim! – esbravejou ela – você me deixou na mão no meu aniversario, que tipo de namorado você seria se já começasse se esquecendo de coisas assim?

- Então agora eu sou seu namorado? – perguntou ele se divertindo com a confusão que ela passava.

- EU NÃO AFIRMEI NADA!!! – gritou ela.

- E se eu lhe der seu presente agora? – perguntou ele mostrando uma caixa de pequeno porte.

- Agora ta tentando me comprar com um presentinho? Ta parecendo mesmo um daqueles namorados desligados, se casássemos aposto que não lembraria a data do casamento!

- Abra logo de uma vez! – gritou ele entregando a caixa nas mãos dela.

 

Isawa não teve escolha além de abrir a caixa, dentro dela estava uma coroa de jade com pedras de ébano incrustadas nela, uma verdadeira jóia digna de uma rainha.

 

- É bem bonitinha – disse Isawa pegando a peça nas mãos – tenho a impressão de já tê-la visto em algum lugar.

- Talvez tenha sido naquela pintura que existe no saguão de entrada do castelo de Daí-Lung – respondeu Fou rindo – essa é a coroa que sua mãe usava.

- A coroa... da minha.... mãe? – perguntou ela incrédula.

 

Fou apenas balançou a cabeça positivamente sorrindo, Isawa começou a tremer e chorar, um choro profundo e com soluços que deixaram Fou angustiado.

 

- Hei garota o que foi? – perguntou ele preocupado.

 

Isawa apenas abraçou a coroa com toda força contra o peito e depois abraçou Fou ainda chorando.

 

- Eu não sei como lhe agradecer – sussurrou ela em seu ouvido – você não sabe o valor que essa coroa tem pra mim!

- Eu imaginei, ouvir boatos de que uma rica esnobe tinha comprado essa coroa de uns traficantes e resolvi busca-la pra você, demorei um bocado pra chegar aqui mesmo usando um grifo como montaria.

 

Realmente Fou moveu montanhas pra conseguir esse presente pra Isawa, pensou em cada detalhe possível e até arranjou um grifo como montaria que segundo se diz seria o animal voador mais rápido do mundo, tudo para chegar a tempo pra festa.

 

- Me responda uma coisa – disse ela limpando as lagrimas e o encarando – por que se empenhou tanto por isso?

- Por que eu não sabia dizer com palavras que eu te amava – respondeu ele encabulado e tentando desviar o olhar – achei que se eu provasse com algo que demonstrasse o quanto me importo eu estaria dizendo a mesma coisa.

 

Isawa abaixou o rosto por alguns segundo e quando voltou a fita-lo ela estava sorrindo, aproximou o rosto e beijou-lhe os lábios bem devagar, era a primeira vez que ela tomava a iniciativa, pegou a coroa e colocou dentro da caixa.

 

- Venha comigo – pediu ela – vamos guardar o seu presente e o de Tenebra e depois vamos a outro lugar.

 

Fou não entendeu o que ela queria mas foi com ela assim mesmo, depois de deixar os presentes em sua casa ela o levou pra um lago próximo, lá ficara sobre uma grande arvore bem escondida da vista de todos, ela o fez se sentar encostado a arvore e depois se sentou ao lado dele apoiando a cabeça em seu peito, como a pele de Fou já era naturalmente vermelha rubra não dava pra ver que ele estava sem jeito pra isso.

 

- Então você teve todo esse trabalho pra dizer que me ama sem ser com palavras – perguntou ela rindo – não teria sido mais fácil se declarar de uma vez?

- Alguém como eu? Sempre que eu queria uma garota eu a tomava a força, acha que sei como tratar uma garota sem ser com tapas?

- Vamos acertar uma coisa a partir de agora – disse ela o encarando e segurando seu rosto – a partir de agora eu não quero mais saber do seu passado, ele está morto para mim, mas em troca eu quero que você diga o que realmente sente por mim.

- Eu.. nunca senti por outra garota o que senti por você – respondeu ele pausadamente – você foi a única pessoa que me tratou como gente ao invés de um animal, a única que viu em mim algo mais que um criminoso, por isso eu desejei acompanha-lha pra retribuir sua consideração.

- Ainda está faltando algo – provocou ela.

- Eu fui me apaixonando por você aos poucos, mas não entendia como era esse sentimento, então quis ter certeza antes de qualquer coisa, mas agora posso dizer com certeza que eu te amo.

 

As palavras “eu te amo” ressoaram fundo na mente de Isawa, ela já estava preparada pra ouvir mas mesmo assim o impacto foi maior, ela o abraçou com força e depois começou a beija-lo como antes, o beijo foi se aprofundando aos pouco e logo Fou já estava deitado no chão com ela deitada em cima dele suas asas lhe envolvendo como uma capa e seus braços passeando por dentro da camiseta arranhando levemente as costas dela, mas Isawa separou o beijo de repente.

 

- Eu quero isso, mas não admito que me trate como qualquer uma entendeu? – perguntou ela com a respiração pesada.

- Jamais lhe trataria como qualquer outra – respondeu ele antes de voltar a beijá-la.

 

As posições se inverteram e agora Fou estava sobre ela, beijando-a intensamente e acariciando todo o corpo dela, Isawa estava tentando manter o controle mas desejava se entregar a ele, sentindo as mãos dele passeando por todo o seu corpo como daquela vez e sem nenhum impedimento, as mãos dela pressionavam o peito forte dele e suas pernas enlaçavam sua cintura.

Fou desejava Isawa mais que qualquer coisa, jamais cobiçou tanto uma mulher como a desejava agora, ele a queria só pra si e desejava que ela também assim o quisesse, enfiando a mão por baixo da camiseta dela ele tocou o seio esquerdo levemente, ela gemeu mesmo em meio ao beijo onde sua língua brincava com a dele, fou sentindo que ela gostou do toque apertou com um pouco mais de força e passou a beijar o pescoço dela, Isawa gemia e o apertava contra o próprio corpo a cada toque.

 

- Isso... é tão bom.... – sussurrou ela sentindo os toques dele.

- Eu quero mais de você – disse ele dando uma leve mordidinha na orelha dela.

- Pegue o quanto quiser – respondeu ela depois de um gemido gostoso.

 

Fou se sentou e a colocou sentada sobre seu colo, com um pouco de impaciência ele retirou a camiseta dela deixando seus seios a mostra, ele ficou admirando aqui com um sorriso malicioso.

 

- Não me olhe tanto! – pediu ela constrangida.

- Quem disse que vou ficar só olhando?

 

Ele deu uma lambida no seio dela, Isawa sentiu um arrepio passar por todo o seu corpo e logo em seguida ele começou a beijar e chupar os seios dela, Isawa jamais tinha sentido algo assim antes e apenas segurava a cabeça dele pra que não parasse de jeito nenhum, apertava os cabelos dele e segurava os chifres dele guiando o ritmo em que ele deveria lhe dar prazer.

Ele queria provar mais dela a cada instante, sua língua foi descendo dos seios e passando pela barriga de Isawa, esta se arrepiava a cada movimento, quando foi deitada no chão Fou começou a desabotoar o botão da bermuda dela revelando a calcinha branca, enquanto ele retirava a bermuda Isawa se remexia tanto de prazer quanto ansiedade.

Mesmo com todos os receios ela desejava isso, Fou também a desejava mais que qualquer coisa e agora podia tê-la, deixando um pouco de lado seus desejos ele voltou a subir até seu rosto colar com o dela em mais um beijo ardente, ambos os corpos pulsando de desejos.

 

- Eu posso? – perguntou ele – sei que é sua primeira vez e talvez....

 

Ela não respondeu com palavras e sim com um beijo calando ele, ela própria começou a tirar a calça que Fou usava como se tivesse a mesma vontade que ele, ele a ajudava com essa tarefa e logo ele estava nu diante da jovem vestindo apenas a calcinha.

Puxando-a para si Fou novamente a deitou no chão ficando sobre ela, pouco a pouco ele foi se ajeitando e bem devagar a penetrou, Isawa sentiu aquela dorzinha em seu interior e tremeu um pouco.

 

- Você está bem? – perguntou Fou preocupado.

- Eu sou forte, esqueceu? – respondeu ela sorrindo.

 

Certo de que isso era uma permissão pra continuar Fou foi aos poucos penetrando mais e depois tirando devagar, logo o ritmo aumentava a medida que Isawa dava sinais de que se acostumara a sensação que substituía a dor, a expressão dela agora era de prazer.

Agora os dois estavam em pleno gozo do prazer, Isawa se entregara completamente a Fou que lhe penetrava com força e sem parar, ela gemia e arfava de prazer enquanto ele mantinha o movimento de vai e vem com um urro abafado.

Um turbilhão de prazer misturado a sensações que ela nunca experimentou na vida fizeram-na perder parcialmente o controle sobre si mesma, pouco a pouco seu corpo se transformava na forma intermediaria e ela agora é quem mais desejava isso, arranhando as costas de Fou ela inverteu a posição ficando sobre ele.

Totalmente dominada pelo prazer Isawa se movia subindo e descendo sobre Fou, ele próprio a segurava pela cintura como se quisesse evitar separar os corpos, e quando finalmente ambos alcançaram o clímax ela se deitou sobre ele exausta.

 

- Você realmente aproveitou não é? – perguntou Fou rindo dela.

- Me deixa em paz, eu apenas me descontrolei um pouco – respondeu ela notando que estava parcialmente transformada.

- Podemos praticar mais seu auto-controle – sugeriu ele enquanto a envolvia com sua asas.

- Tenho certeza que você gostaria, mas já está amanhecendo e não quero que aquele desgraçado do Azgher me veja assim.

 

Ela levantou pra se vestir, enquanto se vestia sentiu que Fou lhe abraçava por trás, um abraço aconchegante onde ela pode relaxar e suspirar aliviada.

 

- Estarei sempre ao seu lado, lutarei por você e lhe protegerei de qualquer mal, até mesmo esse deus!

- Agora eu acredito em você.

 

Ela se virou e o beijo carinhosamente, não existia diferença alguma entre eles, eram apenas dois seres que se amavam.

 

 

Continua.


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Notas finais do capítulo

finalmente Fou e Isawa deram um passo (maior que a perna) nessa relação, embora algumas pessoas não possam gostar (por favor, não me mate persefone querida!!!)
a partir do proximo cap a guerra começará e finalmente estaremos proximos do fim da fic (ou não)