To Love Is To Destroy escrita por Polly Lovegood


Capítulo 10
09


Notas iniciais do capítulo

Faz um tempinho sim, desculpem-me, mas tava difícil a inspiração vir para terminar o capítulo. Hoje tem música no começo de novo uhuuuuuu não que isso seja muita coisa, mas enfim. Espero que gostem chuchus, beijoooooo



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She said the devil will want you back

And you'll never find love in an open hand

Shut your eyes so you see I'm there

And know you'll always have this if you see this man

(Two Door Cinema Club - Handshake)

 

Depois do último período do dia, Rose estava indo para os jardins, aproveitar um pouco daquela luminosidade àquela hora enquanto não escurecia cedo demais. Alvo se juntou a ela no meio do caminho mais ou menos e os dois começaram a andar de braços dados pelo castelo.

—…a gente vai refazer seu feitiço auditivo - Alvo disse e ela gargalhou. Gostava de andar assim com Alvo, ela não precisava ficar se preocupando com o que ele achava dela e, melhor ainda, não precisava se controlar para não agarrar o garoto por causa da voz ridiculamente maravilhosa dele.

Ela soltou seu braço do dele para refazer o coque frouxo que ela tinha feito de manhã e estava caindo agora, mas antes mesmo que ela enrolasse o cabelo outra vez, foi puxada para dentro de uma sala.

Ela olhou para quem a havia puxado e viu os cabelos loiros de Scorpius Malfoy e seus olhos cinzentos. Só faltava ele começar a falar para ela entrar em crise.

— Eu te encontro lá embaixo, Alvo - ela gritou para a porta, antes que Malfoy a fechasse, e por algum motivo desconhecido, Alvo foi embora e não ficou a esperando como sempre acontecia.

Antes que Rose falasse qualquer coisa, Scorpius fechou a porta e se aproximou de Rose, imprensando-a contra a porta, uma mão de cada lado do seu rosto.

Foco, Rose, foco.

Ela procurava palavras para começar algo semelhante a uma conversa, mas até aquilo parecia difícil naquele momento. Que vergonha, Rose, sua mãe ficaria decepcionada.

— E aí, Rose? - ele perguntou despreocupado, como se não estivesse a, no máximo, cinco centímetros dela. - Tudo bem com o seu primo?

— Tudo - ela se forçou a não deixar sua voz transparecer o quanto ela estava nervosa, um esforço quase sobre-humano. - Ele está feliz que saiu da Ala Hospitalar.

— Até aí eu também estou - Scorpius disse e tirou uma das mãos do lado da cabeça de Rose, descendo-a até a cintura da ruiva, apertando de leve. - Menos tempo de “vamos cuidar do Alvo” e mais tempo de “vamos tentar resistir ao Scorpius”.

— Não sei se você percebeu - ela começou a falar ignorando a pressão maravilhosa que a mão dele fazia em sua cintura - mas isso aqui não é só uma tentativa, mas um sucesso - ela sussurrou se aproximando do ouvido dele.

— Eu não estou tentando de verdade - mentira, ele estava sim.

— Eu também não - outra mentira, mas o difícil era dizer qual era maior.

— Você quer mesmo jogar esse jogo? - ele perguntou num sussurro ao pé do ouvido dela, o que fez com que ela juntasse todo o seu autocontrole para dizer um simples “quero” sem tremer a voz, ou sair um som ligeiramente sexual.

Ele empurrou seu quadril contra o dela, realmente imprensando a ruiva contra a parede, levando sua mão que estava na cintura dela para cima e para baixo, roçando na pele dela uma vez ou outra.

Ela sentia sua pele arrepiando onde os dedos dele roçavam, mas não podia fazer nada contra isso. Seus olhos e os de Scorpius se encontraram mais uma vez. Ele levantou uma sobrancelha em tom de desafio e ela sorriu marotamente, mordendo o lábio inferior logo em seguida.

Foco, Scorpius, foco.

A tensão sexual entre os dois era quase palpável, mas nenhum deles iria tomar nenhuma iniciativa. Ele tinha se decidido de que o primeiro passo teria que vir dela (mesmo com os milhares de empurrõezinhos que ele dava), isso é, se algum dia fosse existir um primeiro passo.

Ela, por outro lado, lutava para não cair no jogo dele, onde ela obviamente era só mais uma garota que achava a voz dele a coisa mais sensual daquele castelo, só mais uma que queria puxar os cabelos dele até onde fosse aceitável num beijo e que queria se perder naquela infinidade acinzentada que ele chamava de olhos.

Ou talvez fossem só os hormônios falando mais alto e ela não queria nada disso.

Sem que ela percebesse, ele havia afundado o rosto na curva do seu pescoço, sem beijos ou mordidas ou chupões, mas só estando ali, ainda subindo e descendo a mão na cintura dela. Ele desceu essa mão até a coxa dela, puxando o joelho da ruiva para cima, abraçando a cintura dele, e passou a alisar também a coxa de Rose, que naquele exato momento se continha para não soltar um ridículo gemido a cada apertão que ele dava em sua cintura.

Quando ela se viu, estava arranhando de leve a nuca dele e puxando-o para mais perto com sua perna. Ok, hora de parar, Rose.

— Scorpius - ela disse numa voz firme e sentiu o corpo dele ficar estático contra o dela, todos os músculos retesados. - Eu tenho que ir - ela continuou falando, mas não conseguia juntar forças para tirar a perna da cintura dele ou afastá-lo do seu pescoço.

— Ir aonde? - ele perguntou amolecendo um pouco.

— Não sei se você percebeu, mas eu estava indo a um lugar quando você me puxou para cá - ela disse e, num surto de força de vontade, abaixou sua perna e empurrou o loiro para longe dela, longe suficiente para que ela conseguisse respirar normalmente, sem ter que se controlar para não enlouquecer com a proximidade.

— Com o seu querido primo, estou certo? - ele perguntou irritado e ela, descaradamente, fez que sim com a cabeça enquanto ajeitava as roupas.

— Ele é meu melhor amigo, Malfoy - ela disse num tom cansado e girou a maçaneta da porta. - Eu já te disse que vocês não precisam ter ciúmes - ela disse com um sorriso no rosto e saiu andando a passos rápidos da sala.

— Ah, ele quer ser bem mais que melhor amigo, Rose - Scorpius murmurou para si mesmo. - É lógico que eu preciso ter ciúmes dessa coisa que você chama de primo.

Enquanto Scorpius estava na sala tentando se controlar para não ter uma crise de ciúmes só de pensar em Rose e Alvo rindo juntos, a ruiva estava quase entrando em desespero no banheiro. De onde ela tirava todo esse auto-controle para não agarrar o Malfoy de uma vez só? Pior, não era só “não agarrar”, também tinha a parte de provocar. Como ela fazia isso nem ela mesma entendia.

Ela começou a chorar, aparentemente sem motivo, mas ela não aguentava ser uma pessoa com Alvo, outra na frente de todas as pessoas e mais outra ainda quando estava a sós com o maldito Malfoy. Ela queria só poder ser como era com Malfoy o tempo todo, tendo controle sobre si mesma e até mesmo sobre os outros (mesmo que ela não soubesse).

Ela queria também poder se jogar nos braços de Malfoy sem ter medo de cair, mas ela com aquela mania ridícula de confiar demais em quem não merece tinha até medo de se deixar levar por ele, porque ele claramente não merecia um décimo da confiança que ela estava pronta para depositar nele.

Rose levantou do chão, secou suas lágrimas e pôs um sorriso no rosto, ou pelo menos o mais próximo de um sorriso que ela conseguiria àquela altura. Saiu do banheiro fingindo estar feliz, passou um tempo com Alvo, Lily, Hugo, Fred e Roxanne à beira do lago e então voltou à Torre da Grifinória, na esperança de encontrar um pouco de sossego. Acabou que encontrou Dominique e de certa forma, foi bem melhor ter alguém ali com ela para ouvir seu drama.

 

*******

 

Matthew Zabine já estava cansado daquela maldita aula de História da Magia. Ele não sabia porque raio de motivo ainda estava naquela aula. Talvez para ter uma hora de sono sem ser julgado, já que Binns realmente não se importava se dormiam ou não na sua cara.

Quando o sinal tocou trazendo o garoto de volta para a Terra e longe do mundo dos sonhos, ele logo se levantou juntando suas coisas e saiu da sala, indo aproveitar o maravilhoso horário vago na beira do lago.

Depois de alguns minutos andando, ele se jogou na grama que ainda estava verde à beira do Lago Negro e fechou os olhos. Naquele momento ele queria ter um daqueles aparelhos trouxas esquisitos que tocavam música por um fone, alguma coisa parecida com iPud ou iPod. De repente uma sombra cobriu o sol que brilhava fraco em seu rosto e ele franziu a testa, ainda de olhos fechados.

— Seja quem for, saia da frente do meu sol - ele disse sem se mover e ouviu em resposta a risada de Andrômeda, o que fez com que ele abrisse um olho. - Você matando aula?

— Horário vago - ela respondeu e se sentou ao lado dele. Fosse o que fosse, Andrômeda Malfoy não matava aula. - Parece que alguém jogou uma bomba de bosta na sala do Flitwick e ele não consegue dar aula porque tem bosta pra tudo quanto é lado.

— Quem foi essa pessoa maravilhosa? - Zabine perguntou se sentando de frente para Andrômeda e ela deu de ombros.

— Não falaram muita coisa, você sabe como ele é - ela disse se referindo ao professor.

A garota estava chocada com ela mesma, por ter tido a coragem de ir até lá conversar com Matt, mas agora ela simplesmente não fazia a menor ideia do que falar para ele. Geralmente não era ela quem precisava ir atrás dos garotos, e sim o contrário.

Como eles tinham paciência pra ir atrás dela? Ela em cinco minutos ao lado dele já estava frustrada por não ter o que falar.

Mas, bem, a frustração estava virando uma companheira fiel da nossa querida Andrômeda. Primeiro o maldito lufano que devia ter feito alguma macumba para não sair da cabeça dela durante a maldita semana que havia se passado desde o último encontro deles, agora estar completamente perdida em frente ao garoto por quem ela tinha mais que uma queda, praticamente um abismo.

Ela se deitou na grama e o garoto ficou olhando-a de cima. Ela até que era bonita pra uma garota do quinto ano. Os garotos do ano dela deviam ser insuportáveis, querendo provar a sua masculinidade indo atrás da Malfoy.

Ele se deitou também, lado a lado com a garota. Quando fechava seus olhos, pronto para relaxar outra vez, talvez dormir, aquela costumeira voz que lhe dava instruções nos sonhos, cuja dona frequentemente lhe mandava cartas para serem queimadas, gritou em sua mente. Não foi uma palavra específica, mas algo parecido com um animal feroz se preparando para atacar.

Ele sabia que isso viria, mas não queria que fosse ali. Não queria que fosse com ela, mas agora não teria jeito.

Agora era questão de tempo até que tudo estivesse feito e que ela estivesse em seu devido lugar.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e essas coisas de sempre. Desculpem-me se o final estiver meio confuso, mas eu juro que vai fazer sentido, mesmo que demore um pouco vai fazer sentido um dia hahaha Até os comentários (ou não, nunca se sabe hehe)!



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