Do not leave me here escrita por Hoppe, Mih Ward


Capítulo 1
Savin Me


Notas iniciais do capítulo

Hoppe: *-* oii gente, d novo. Estamos novamente com esses divos e esperamos que vcs gostem, eh uma fic final alternativo. A musica do cap eh essa: http://www.kboing.com.br/nickelback/1-41182/
Enjoy!
Milena: Heey, yeap, estamos mais uma vez postando uma fic Clato, mas a culpa não é nossa, é mais forte que a gente! Eles nos seduzem (principalmente o meu monstro). Esse capitulo tá super divo, foi feito pela minha marida linda *.*
Haha, espero que gostem!



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“she can’t be saved”

– Cato! – um grito ecoou e ele sentiu seu peito se contorcer enquanto aumentava cada vez mais a velocidade da corrida. Era o limite embora lhe parecesse que suas pernas ainda se moviam com lentidão. Estava longe demais, não daria tempo.

Ele fechou os olhos com força fazendo a ardência cessar por um instante e os abriu, respirou fundo embora aquilo piorasse a queimação em seu peito e aumentou a velocidade, o verde a sua volta passava como um borrão, o vento gélido batia contra o seu rosto mas ele continuou. Apertava cada vez mais a lança em suas mãos que as machucava, mas o desespero o entorpecia e ele não sentia nada além de mais desespero, da vontade de poder correr mais rápido e salvá-la.

Estava perto, mas sabia que não seria o bastante, não daria tempo.

– Cato! – ela gritou novamente. Ele sentiu como se pudesse explodir a qualquer momento, mas tinha de manter o controle. Por ela.

É inútil, Cato – uma voz lhe dizia e ele tentava com todas as forças ignorá-la e acreditar no contrário. No fundo, contudo, ele sabia que era verdade. Seria inútil correr, seria tarde demais.

É inútil.

– Cale a boca! – ele rosnou furioso, respirando outra lufada de ar concentrando-se no verde a sua frente – Vamos, Cato... Vamos...

Ele irrompeu as árvores que cercavam o centro da Cornucópia. Seus olhos varreram por todo o local e viu a sombra de Thresh correr para a outra direção, mas seus olhos pararam na figura inerte no chão há metros dali.

– CLOVE! – ele gritou com todas as forças que ainda lhe restavam, suas pernas ameaçaram falharem e levá-lo ao chão, mas ele recomeçou a corrida em direção á ela. Derrapou na grama úmida, caindo ao lado de seu corpo, largando a lança no chão. O canhão ainda não soara, ainda havia esperanças – Clove! Vamos! Olhe para mim! Fique!

Ela virou a cabeça em direção a ele, seus olhos verdes perdiam a cor e aos poucos, a vida deles também se ia, desvanecia lenta e tortuosamente destruindo-o a cada instante que continuava a encará-los.

– Por favor! – as lágrimas preencheram os olhos gélidos de Cato e ele forçou a não deixá-las cair, sabia que Clove não gostaria de vê-lo chorar.

– Não... – ela murmurou piscando os olhos com esforço, parecia que aquele simples movimento lhe causava mais dor, enquanto tentava formular algo coerente – Não...

– Fique... – ela tentou manter os olhos abertos para poder encará-lo naquela situação, suplicando á ela. Algo que nunca imaginou que o veria fazer.

Ela virou o rosto para o outro lado, mas Cato tocou sua bochecha forçando-a a continuar a encará-lo.

– Não feche os olhos – ele murmurou. Os olhos de Clove pesavam, era como se sentisse sono, mas sabia que se os fechasse e deixasse a inconsciência dominá-la, seria um sono eterno.

A dor era intensa, mas parecia se ir à medida que o sono aumentava. Ela sabia que a hora estava próxima, não havia muito tempo.

– Ainda há esperança... – ele murmurou, e a dor de Clove se acalmou no instante que a voz dele soara mais audível, mas o silêncio voltou trazendo de volta a dor.

– Não pare... – ela inspirou uma lufada de ar, mas seus pulmões pareciam se fecharem e aquele simples movimento também lhe causava dor.

– O quê? – ele perguntou piscando os olhos, chegando mais perto de seu rosto para ouvir cada palavra sua.

– Não pare de falar... – a voz de Clove falhou, ela piscou os olhos com mais força tentando mantê-los abertos.

– O que quer que eu diga? – ele passou as mãos pelos cabelos negros dela espalhados como um leque pela grama úmida.

– Qualquer... coisa – ela sussurrou.

Cato fechou os olhos por um instante tentando pensar em algo mas nada lhe viera á mente. Nada lhe fazia sentido, tudo estava confuso, ele sentia-se prestes a ter um colapso nervoso, mas tentou manter novamente o controle.

– Uma garotinha... – ele murmurou, sabia que o que estava prestes a falar era tão estúpido quanto idiota, mas era por ela – Eu lembro que conheci uma garotinha na primeira serie, que era tão boa em facas quanto eu era bom em espadas.

Ele viu um imperceptível sorriso se abrir no rosto de Clove em meio á dor e soube que ela estava ouvindo-o.

– Eu tinha medo dela... – confessou ele em um sussurro, sentia que as câmeras estavam sobre eles, naquele momento. Ela riu com esforço – E de alguma forma, a habilidade notável dela com as facas me intrigava. Então... Eu lembro de uma aposta – ele se permitiu rir com as lembranças. Rocky e Kirki apostando que ele não conseguiria falar com ela e voltar ileso, sem sequer um corte na garganta – Eu lembro de quando falei com aquela garotinha pela primeira vez, lembro do medo irracional que senti diante dela. Então... Eu a cumprimentei... E sabe o que ela disse?

– Sim... – Clove sussurrou lutando contra o peso de seus olhos, contra a letargia que percorria seu corpo, contra o sono que ameaçava ser eterno – Ela disse: É verdade que é o melhor em espadas aqui no Distrito 2?

Clove sorriu, e Cato se perdeu na inocência daquele sorriso, as palavras haviam fugido de sua mente. Ele apenas se concentrava nas lembranças, a visão daquele mesmo sorriso de Clove clareou em sua mente, um sorriso que fora perdido no instante em que ela se voluntariou na colheita. Mas ele estava de volta ali.

– Continue, Cato... – ele piscou os olhos atordoado, voltando á realidade.

– Viramos amigos depois disso. E eu lembro do dia em que ela me defendeu... – ele novamente sorriu com a outra lembrança - Ela ameaçou um dos valentões da escola com uma faca. Tínhamos 10 anos, éramos quase inexperientes ao lado deles. Mas não para ela...

Ele olhou para Clove, e sobressaltou-se ao ver que seus olhos haviam se fechado.

– Clove! – exclamou ele sacudindo-a – Não faça isso...

Ela manteve os olhos fechados, ele quase não pôde senti-la respirar, mas soube que ainda havia esperanças quando o canhão não soara.

– Eu estou tentando, Cato... – ela sussurrou – Continue...

– E então... Crescemos, tínhamos um sonho... – ele murmurou, nervoso, supervisionando cada reação dela, cada expressão, cada movimento que seus olhos faziam com grande esforço – Queríamos ser carreiristas, honrar nosso distrito. Crescemos juntos no Centro de treinamento, ela com as facas e eu com a espada. Uma grande dupla e... Clove? – ele aproximou seu rosto do dela e pôde sentir sua fraca respiração.

– Estou aqui... – ela levantou a mão direita com esforço e a pousou sobre a de Cato.

– Nós... – ele piscou rapidamente, sacudindo a cabeça – nos voluntariamos na colheita, sabíamos que era o nosso destino. Havíamos treinado a vida inteira para aquilo... Juntos nós eram invencíveis, afinal, o que melhor do que facas e uma espada, juntos?

Ela abriu a boca minimamente, mas tornou a fechá-la.

– E então, eu, sendo extremamente estúpido, a deixei por um instante, deixei a garotinha das facas desprotegida. Por que ela para mim, ainda era a inocente e indefesa garotinha das facas de há 6 anos atrás. E nesse momento, a mesma garotinha das facas está diante de mim, morrendo á cada instante em que continuo a narrar da forma mais ridícula e estúpida essa história. Essa garotinha vai morrer...

– Não... – ela falou com tanta veemência e vivacidade na voz, que o surpreendeu – Ela não vai morrer... Ela não vai deixar o garotinho da espada sozinho...

Ele riu, embora ainda se sentisse nervoso, com medo de qualquer reação inesperada dela que a levasse embora para sempre.

– Podemos ganhar isso ainda... – ela se sentia um pouco mais segura, a letargia diminuíra, ela sentia que a hora ainda não chegara, estava longe. Ela não deixaria o garotinho da espada sozinho. Fora um alarme falso, afinal?

– Não com você sangrando – ele riu cansadamente rasgando um pedaço de sua camiseta e colocando sobre o filete de sangue que se abrira na testa de Clove. Ela gemeu, se encolhendo e segurando o braço de Cato. Seus movimentos e sentidos voltavam aos poucos, mas ela ainda se sentia atordoada e confusa.

– Você sabe... que não foi sua culpa, não sabe? – ele piscou os olhos, fitando-a em confusão – Você não foi extremamente estúpido em ter me deixado...

– Claro que fui... Eu a deixei ir sozinha para matar a Distrito 12 – ele tentou manter a concentração em limpar o filete de sangue sem perder o pouco do controle que ainda lhe restava.

– Por que eu quis – a voz de Clove se elevou e ela se encolheu, certamente, aquele simples movimento lhe causara dor também.

– E eu a deixei ir – ele suspirou prendendo o tecido contra a cabeça dela e levantando-a em seus braços.

– Aonde está me levando? – ela perguntou em desespero quando sentiu ser levantada do chão. Seu estômago girou juntamente de sua cabeça, a dor excruciante ameaçava voltar e sua visão escureceu ligeiramente. Mas em meio á toda a batalha que ocorria de dentro de si, ela tentou manter a consciência.

– Hey, calma – ele riu fitando-a se prender contra o seu casaco e fechando os olhos – Está chovendo, vou levá-la para algum lugar seguro...

E apenas depois de suas palavras, ela se dera conta dos respingos de água contra a sua pele, se dera conta que a fina garoa aos poucos se transformava em, certamente, uma tempestade.

– Tudo bem... – ela arfou tentando recuperar mais oxigênio, seus pulmões ainda pareciam estar fechados – Mas... Ande devagar...

– Temos que ser rápidos, Clove – ele murmurou e suspirou – Tudo bem, se segure firme.

Ela se agarrou mais ao seu peito e tornou a fechar os olhos. O vento gélido batia contra a sua pele. Á medida que adentravam a floresta, ela sentia tudo girar mais incessante e rapidamente, queria voltar para a Cornucópia e se deitar novamente no chão, esperar tudo aquilo passar. Ela ansiava pela morte naquela hora, mas ao se apertar novamente contra o peito de Cato, Clove se lembrou de que ele estava ali, ela não estava sozinha.

E então, os movimentos bruscos cessaram igualmente ao vento gélido que soprava contra si.

– Você está bem? – a voz de Cato soou abafada, mas o som dela acalmara tudo.

– Sim... – ela arfou ainda de olhos fechados.

A corrida recomeçou, ela tentava se concentrar na voz dele que ainda ecoava por sua mente para se manter calma, tinha de se manter consciente.

Clove tornou a abrir os olhos lentamente quando a sensação dos respingos de água em sua pele acabara. Encontrava-se em um local escuro mas estranhamente, seco.

Cato agachou-se fazendo a menção de deitá-la no chão, mas ela se agarrou mais contra o seu corpo.

– Não... – ela choramingou – Não me solte...

– Clove... – ele murmurou incerto, sentia que poderia machucá-la se ela continuasse em seus braços.

– Não me solte – ela repetiu.

Ele se sentou no chão, encostando-se na parede detrás de si aninhando-a cuidadosamente em seus braços. Seus olhos observavam todas as expressões de Clove, temia alguma reação inesperada, tinha medo de que ela se fosse e o deixasse sozinho. Ele não teria chances. Ela era sua ultima esperança.

– Não vá embora... – sussurrou ele fazendo-a abrir os olhos.

– Eu não vou, garotinho da espada – ela sussurrou em resposta, um silvo quase inaudível mas que o fez sorrir – Eu estarei aqui... E iremos ganhar.

Ele se sentiu, de certa forma, melhor ao ouvir suas palavras, sua confiança, sua determinação, ao ver que nem mesmo a dor a faria desistir.

O silêncio voltou, e ela se apertou mais contra o corpo dele.

– Diga algo... – sussurrou ela em súplica.

– A garotinha das facas está à salva – ele sorriu.

“she is now safe and sound”


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Notas finais do capítulo

Hoppee: devemos continuar? Reviews? *-* suhaus obrigada desde já!
Milena: Então? Reviews fazem bem para nossos corações sabe? ^.^
Kisses, Mih