09

Tentei tirar aquele sorriso da cara quando cheguei ao vilarejo e comecei a pensar na raiva que eu estava sentindo por Sesshoumaru.

Meu semblante mudou de feliz e radiante, para um furioso e irritado. Sim, eu tinha que fazer isso, mentir para todos que eu ainda estava com ódio de Sesshoumaru. Mentir. Uma coisa que eu não gostava.

Suspirei e avistei Inuyasha em um dos galhos da árvore que fica perto do vilarejo. Ele me olhou e desceu da árvore.

– Você está bem? – perguntou. – Como foi? – questionou.

Não respondi, eu tinha que manter total sigilo. Não podia falar nada. NEM PENSAR! Apenas seguir em frente e...

– Não acredito no que você fez. – Sakura me surpreendeu, aparecendo de repente.

– Como assim? – não deixei minha voz falhar. Minha mentira já estava clara.

– Você é idiota ou o quê? – Sakura debochou.

– Sakura! – Inuyasha a censurou.

– Por que você acha isso de mim? – perguntei um pouco nervosa.

– Azumi, eu sei quando as pessoas estão mentindo. – jogou.

Não demonstrei nenhuma reação. Apenas fiquei com a cara fechada para ela.

– Ei, Flor de Cerejeira! – chamou Hino ao longe.

– Não me chame disso, moleque! – se irritou.

– Então não me chame de moleque! – retrucou.

– Vocês dois parem! – Monka se intrometeu.

– Não! – os dois gritaram em uníssono.

Monka olhou para mim impaciente. Eu entendi o que ela quis dizer, mas aqui era interessante. Apenas balancei a cabeça, negando seu pedido e continuei a ver aquela bela discussão.

– Seu moleque, quando vai aprender a me respeitar! – gritou Sakura.

– Nunca! Se você primeiro me respeitar, porque eu mando em mulheres como você! – Hino jogou sujo.

– Seu youkai vampiro de uma figa! Você nem merecia todo o poder de seu pai! – rebateu.

– E você nem merecia essa “pureza”! – disse fazendo aspas com a mão.

– Ah, e você que nem pureza mais tem! – tentou rebater.

– Sakura, cá pra nós, daiyoukais escolhem as mulheres aleatoriamente. Então como um poderoso youkai eu tenho as mulheres que quero e você tem que escolher um homem para se casar... – ele hesitou. – Aliás, ele já apareceu? Ou está esperando a Monka? – retrucou.

Monka e Sakura ficaram vermelhas e olham uma para outra.

– Vejo que eu ganhei mais uma vez no jogo. – disse Hino vitorioso.

Ele olhou para mim e piscou em agradecimento. Corei e olhei para o lado fingindo que não foi pra mim. Cocei a cabeça e senti uma presença forte e um cheiro estranho, parecido com o cheiro de rosas vermelhas.

As mulheres do vilarejo olharam para a entrada e correram até lá, desesperadas e apaixonadas. Kagome, Sango, Monka e Rin correram até lá também.

Ikko, Hino e Sakura balançaram a cabeça e disseram em uníssono:

– Teito.

Olhei para eles e eles devolveram o olhar.

– Por que as mulheres da vila estão assim? – perguntei, apontando.

Eles me olharam assustados e olharam para o tumulto e depois olharam para mim de novo e assim ficaram.

– Bem... – Sakura começou mais foi interrompida quando uma pétala de rosa passou por ela. Ela juntou as mãos e foi para onde estavam as mulheres da vila.

Fiquei piscando por vários minutos sem entender.

– Setsu-nii-chan, o que está acontecendo? – perguntou Ichiu.

– Teito. – disse Setsu olhando para o tumulto.

A energia chegou ao vilarejo e as mulheres gritaram desesperadas.

– O que é isso? Uma festa cheia de mulheres bonitas? – disse uma voz jovial e suave.

As mulheres gritaram abobadas e continuaram a tumultuar a entrada.

– Hino... Não vou agüentar... – disse Ikko suando frio.

– Não, Ikko! – gritou Hino dramaticamente.

Ikko olhou para o drama de Hino, olhou para mim e apontou para o ser que estava agarrando seu quimono.

– Ele não pode ler mentes com essa energia, por isso que ele não entendeu o que eu quis dizer. – disse.

– Ahn... – Hino se recuperou e pigarreou. – Como assim, Ikko-kun?

– Eu quero bater no Teito. – disse diretamente.

– Quem quer bater em meu belo rosto? – disse a voz jovial e suave.

As mulheres abriram espaço para que o dono da voz passasse. Um garoto de cabelos loiros com uma faixa branca em sua testa, pele branca e um quimono azul-bebê, passou lentamente, abrindo os olhos, mostrando os belos olhos violeta do ser. Ele era bonito, mas não tinha todo esse charme.

Ele parou no meio do caminho paralisado e depois caiu de joelhos com as mãos no peito.

– Como alguém diz que eu não tenho charme? – disse dramaticamente.

(*Aula de inimigos de Inuichi: Todos lêem mente e nem por isso se livraram de Inuichi pela primeira vez, porque eram burros. E nem ninguém descobriu os planos dela, como ela fazia isso?*)

Ele ler mentes... Pensei irritada.

– Como assim meu senhor? – perguntou Kagome indo para o lado dele.

Inuyasha ficou levemente com ciúmes. (tan dan)

– Como alguém pode dizer isso do meu senhor? – Sango ficou perto dele segurando seu ombro.

Miroku ficou levemente com ciúmes. (tan dan, dan)

– O meu senhor é o mais charmoso de todos os tempos. – disse Rin com aquele olhar inocente.

Setsu ficou levemente com ciúmes. (tan dan, dan, dan)

– O meu senhor é o ser mais lindo e charmoso que eu já amei. – Monka o iludiu ainda mais.

Sakura ficou incrivelmente com ciúmes, assim fazendo-a acordar. (tan dan, dan, dan, dan!)

– É por isso que eu não gosto dele. – Ikko disse irritado.

Hino assentiu.

– Por que ele é tão dramático? – perguntou Inuyasha.

Hino olhou para ele e deu uma risadinha.

– Nenhuma mulher o rejeita... Exceto...

– Sayuri-sama – Ikko completou – e agora Azumi-sama.

– Hai, hai. – concordou Setsu.

Olhei para o ser que estava de joelhos e tendo um colapso nervoso.

– Você, garoto – disse ele se referindo a mim.

Garoto... Pensei com raiva.

– Como você se atreve a dizer isso? Só porque é um menino! – disse furioso.

Hino olhou para o garoto de olhos violeta, questionando:

– Que menino?

– Esse que está ao seu lado, Hino! – gritou apontado para mim.

Agora eu sou um menino... Pensei irritada.

– Ahn... Teito-kun – Ikko começou e olhou gentilmente (falsamente) para o garoto de cabelos loiro.

Depois de alguns minutos...

– O QUÊ?!?! – gritou Teito.

Ele se aproximou de mim e me analisou da cabeça aos pés. Depois de me analisar, ele começou a piscar compulsivamente e caiu de joelhos de novo.

– O que foi Teito-san? – perguntou Monka preocupada.

– Esse menino é uma menina. – disse baixinho e triste. – Uma menina que não sofre efeito da minha fragrância.

Todos ficaram surpresos. Comecei a encarar os fatos... Quer dizer que é uma fragrância?

– E por que isso não aconteceu? – perguntou Kagome.

– Por que... – ele hesitou – por que... Ela já... Está...

– Já estou? – forcei.

– Porque você... – ele olhou para mim – você tem problemas?

Toda essa hesitação para nada!

Fechei o punho e lhe dei um soco na cabeça. Fiquei realmente irritada. Como alguém se atreve a dizer isso a mim?!

– Como eu posso ter problemas?! – perguntei com raiva.

Ele se levantou e me olhou.

– Você é a única mulher que não se apaixonou por mim por causa da fragrância. Isso é verdadeiramente... – ele olhou para mim com um olhar pervertido -... Excitante.

Hino corou de raiva, as mulheres me olharam com raiva e lá estava uma Azumi verdadeiramente irritada.

– O quê?! – Inuyasha gritou irritado.

– Eu gostei dela. Nunca uma mulher rejeitou minha fragrância, mas esta... – ele se aproximou, tocou em meu queixo, olhando-me nos olhos -... Esta mulher realmente me atraiu. – sua voz não passava de um murmúrio.

Corei. Nunca ninguém dissera tal coisa a mim. Isso é... Isso é... Isso é...

– Irritante. – murmurei.

Seu poder falhou e mais uma vez fez sua ceninha.

– Além de dizer que eu não tenho charme, ainda diz que eu sou irritante! – ele hesitou. – Isso é... VERDADEIRAMENTE KAWAII! – disse animado.

– Nani?! – todos indagaram.

– Azumi, certo? – disse se recompondo, pegou minha mão e me olhou nos olhos, de novo. – Azumi, eu te amo.

Corei e depois me lembrei de Sesshoumaru. Enrubesci mais ainda ao lembrar daquilo.

– Entendo... Você é daquele Cara de Cachorro idiota e de Hino-kun. – disse olhando sombriamente para Hino. – Estou com ciúmes e raiva. – falou jogando os cabelos.

Aquele desgraçado, irritante, compulsivo e BAKA! Ele não desiste, não? Por que eu? Por que justamente EU?

Ele segurou de novo meu queixo e aproximou seu rosto do meu. Corei e meu coração começou a acelerar.

– Vou fazer-te minha – sua voz era baixa, seu hálito batia em meu rosto, seus olhos se prenderam aos meus. – Azumi-sama, eu realmente me atrai por você, vou lutar com todos esses dois idiotas e ter você só para mim. Eu te amo. – disse romanticamente.

Todas as mulheres suspiraram apaixonadamente com aquela declaração.

– Teito-san é tão romântico. – gritaram.

– Ah, sim! – disse procurando algo pelo quimono. – Isso é seu. – sorriu e me estendeu uma pérola pura.

– Amizade. – sussurrei.

– Hai, hai! – sorriu ainda mais.

– Arigatou! – peguei a pérola e a uni com as outras.

Olhei para Teito e dei o sorriso mais amável do mundo. Seu poder falhou, abri meus olhos e o vi corado,

– AZUMI-SAMA É TÃO KAWAII! – gritou apaixonadamente.

Eu sabia que teria problemas com ele... E muitos, mas... Eu sabia que eu tinha ganhado mais um novo amigo.

Continua...