02

       Ouvi o canto dos pássaros e a luz daquele céu limpo. Peguei impulso e pulei para fora do poço. Suspirei ao ver aquela natureza esplêndida. Uma coisa que não vemos todos os dias na cidade.

Comecei a andar lentamente.

Não tinha pressa, pois eu sabia que tinham sentido o meu cheiro e minha energia. Pra que pressa aqui nessa época? Não preciso.

Depois que eu voltei não me senti mais confusa como me sentia antes. Agora eu sei o que eu quero. Quem eu quero. Qual era meu objetivo.

Sem toda aquela terapia eu estaria perguntado isso agora. Era como aquela voz feminina dissera: tudo nela é confuso. Depois que acordei, eu sabia o que fazer. Senti-me determina a fazer tudo, enfrentar os inimigos e ter coragem.

Dei um sorriso leve quando eu vi a entrada do vilarejo. Já conseguia avistar alguns moradores fazendo a colheita. Já podia sentir o cheiro de todos... Mas tinha um que estava próximo, que me deixava tensa, que me dava vontade de falar...

- Osuwari. – afirmei calmamente.

Inuyasha caiu da árvore. Olhei para ele e sua cara estava enterrada no chão.

- Quantas vezes vou dizer que odeio ser observada? – resmunguei.

Ele se recuperou, tirando toda a terra de seu quimono e quando ele botou os olhos em mim, ele me analisou e sorriu.

- Bem, você está elegante.

Levantei a sobrancelha e pisquei varias vezes.

- Do que está falando, Inuyasha? – perguntei um pouco nervosa.

- Bem, você sabe... Você está... Bonita. – respondeu, corado.

Corei e olhei para mim mesma.

Sim, eu estava na minha forma humana, mas eu ainda tinha as habilidades de quando era hanyou.

- Bem, Inuyasha... – comecei calmamente, mas alterei minha voz para dizer: - Osuwari!

Ele foi novamente para o chão e eu segui para a vila.

Pra quê agüentar uma coisa irritante?

Cheguei à vila levemente irritada. Todos os moradores me olhavam e davam um simples “Bem vinda, Azumi-sama”. Sorri para eles e dei um simples “olá”.

- AZUMI-CHAN! – algo pulou encima de mim e nos derrubou no chão. – Que bom que você está bem! – gritou.

- Monka-chan, sai de cima de mim. – eu disse pausadamente.

Ela ficou de quatro em cima de mim e me olhou nos olhos (não sei por que, mas eu estou tendo um deja vu).

- Ainda bem que você voltou. – disse ela se aproximando. Ela me deu um beijo na bochecha e depois voltou a me olhar nos olhos.

Corei fortemente.

Por que Monka-chan tem que ter esses momentos... Lésbicos?

- Por favor, sai de cima dela, Monka. – uma voz calma pareceu.

- Ah, Ikko! – disse ela irritada e saiu de cima de mim.

Ikko me ajudou e sorriu gentilmente.

- Finalmente, Azumi-sama. – disse.

- Sim.

- Como foram esses dias de recuperação? – perguntou ainda sorrindo.

Sorri e respondi gentilmente:

- Foram bons, até.

Ele sorriu mais uma vez e olhou para trás. Hino estava andando com uma das garotas do vilarejo... Andando não. Cantando-a.

Hino... Pensei irritada.

Ele ouviu meu pensamento e deixou seu poder oscilar, mas continuou a falar com a garota.

Suspirei com raiva e ignorei. Aliás, é melhor focar em coisas grandes a ficar em uma coisa pequena e insignificante.

Ikko botou a mão na boca para não rir. Eu sorri maliciosamente e virei de costa para aquela cena insignificante.

Vi Ichiu e Setsu vindo em minha direção.

- Azumi-sama! – gritou o mais novo.

- Ichiu! – abaixei-me e abracei aquela coisa fofa e pequena.

- Sentimos sua falta Azumi-sama. – disse ele no meu ouvido.

- Eu também senti sua falta. – respondi.

Ele parou de me abraçar e sorriu. Olhei para Setsu e ele parecia um pouco cansado.

- O que houve Setsu-kun? – perguntei preocupado.

Ele suspirou e olhou para trás.

- Um youkai inútil. – respondeu com bom humor.

Sorri e fiquei de pé.

- Aliás – começou Ikko –, Ichiu foi com ele, porque já sabe lutar.

Sorri e olhei para Ichiu que estava levemente corado.

- Sério Ichiu? – ele assentiu. – Bem, continue assim.

Ele me olhou com aqueles olhinhos azuis brilhantes e sorrindo.

- Obrigada, Azumi-sama! Quero me tornar um grande matador de youkais como meu pai! – disse ele alegre.

Sorri.

- Azumi-chan! – Kagome gritou.

Olhei para trás e vi Kaede-baba e Sayuri-sama correndo junto com ela até onde estávamos.

- Temos um problema! – Sayuri gritou.

Tombei com a cabeça para o lado. Logo quando eu volto... (chorei internamente)

- O que foi? – perguntei firmemente.

- Um youkai centopéia. – Kaede disse.

Assenti e senti o cheiro daquela coisa nojenta. Fui à direção do cheiro, mas... Senti outro cheiro. Um cheiro que fazia todo meu corpo tremer e querê-lo.

Cheguei lá e o vi lutando bravamente com o youkai centopéia. Ele não conseguia atingi-la com a Bakusaiga, pois a mesma fugia para debaixo da terra e o atacava.

Tirei a Tasseiga da bainha, jogando a bainha em um canto estratégico. Esperei para que Sesshoumaru atacasse-a, para ela ir para debaixo da terra e eu poder atacá-la.

Ele atacou-a, ela fugiu, reaparecendo atrás dele. Foi nessa hora que eu agi.

- Kaze no Kisu! – ataquei-a quando ela se preparava para atacá-lo.

Ela virou pó em questões de segundos. Pousei lentamente no chão ao lado de Sesshoumaru e o olhei vitoriosa.

- Se não quiser, não agradece. – eu disse friamente.

Ele fechou os olhos e virou-se, indo embora. Sem nenhum “oi”, ou “obrigado por salvar minha vida, do mesmo jeito”, ou até mesmo “é bom ver você”.

Suspirei irritada e caminhei até a bainha da minha katana, a abriguei dentro da bainha e segurei-a irritada.

Voltei para o vilarejo, irritada. Minha energia estava com raiva, dava para perceber na cara de Ikko.

- Conseguiu matar o youkai? – perguntou Kagome.

Olhei para ela com minha raiva e suspirei. Senti sua energia por perto – eu sabia que ele estava me escutando.

- Aham, eu consegui. Com muitos cálculos e precisões. E pessoas ainda nem me agradecem por salvar a vida delas. – falei grossamente.

- Nunca vi Azumi-sama irritada desse jeito. – comentou Sayuri para Inuyasha.

- E quem é a pessoa? – perguntou Setsu.

- Azumi-sama! – a voz de Jaken entregou toda a resposta.

Sim, o pobre coitado ia ser chutado e ele chegasse perto de mim.

- Azumi-sama! – ele chegou bem perto e nem dei chance de ele falar outra coisa, chutei-o para perto de seu mestre, mostrando toda minha raiva.

- Sesshoumaru-sama! – Rin gritou e correu até ele.

Não sei por que, mas quando ele olhou para ela e ele bagunçou de leve os cabelos dela, eu senti ciúmes.

Ah, quer dizer que a companheira dele pode receber carinho, mas a imoto dele que não leva?!

Ikko mais uma vez segurou o riso e olhou para mim. Revidei o olhar e ele deu uma leve risadinha.

- Ah, Azumi, para com isso. – Hino envolveu seus braços em meus ombros. – Tens algum problema? – ele disse olhando diretamente para mim.

Não revidei o olhar, pois eu queria ver a reação de Sesshoumaru. E ele demonstrou seu olhar de ódio para Hino foi a mais pura prova de que também estava com ciúmes... Ou rindo daquilo.

- A primeira opção. – Hino sussurrou em meu ouvido.

Continuei com a cara fechada para Sesshoumaru. Não liguei para Hino, pois eu sabia que ele estava falando asneiras.

- Aliás, nem falei “oi” pra você, né, Hino? – eu disse ainda olhando para Sesshoumaru.

- É verdade. – ele disse colocando o dedo no queixo.

- Então... – hesitei e olhei para ele, ele me olhou sorrindo. Sorri falsamente e completei: - HENTAI!

Ele foi para o chão com muita violência. Saí de perto dele e fui para perto de Sesshoumaru. Ele me olhou e disse a Rin:

- Melhor você voltar a brincar com Shippou.

Ela assentiu e correu para longe. Ele me olhou me analisou, fechou seus olhos e virou-se.

- Venha. – disse.

Suspirei irritada e o segui.

Continua...