In Search Of The Old Neopia escrita por SoraHalloween


Capítulo 4
Capítulo III --- Bosques Assombrados




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Mesmo correndo sem parar, Aswyna desconfiava que os Bosques não fossem naquela direção. Quanto mais ela corria, mais longe parecia estar o local. Ela nem sequer conseguia vê-lo ainda.

Colle ia logo atrás, tentando correr na mesma velocidade que ela. Suas asas ainda não estavam recuperadas, e provavelmente não se recuperariam nem tão cedo. Não tinha descansado há bastante tempo.

A lua de Neopia, chamada de Kreludor, era a única iluminação presente. Era uma noite sem estrelas. Se não fosse Kreludor, Aswyna se sentiria muito sozinha, na corrida. Talvez por ser orgulhosa demais, ela ignorava Colle, como se ele tivesse feito algo de errado. Ou não. Nem ela sabia por que estava ignorando-o mais.

"Devo pedir desculpas, depois.", pensou ela, dando uma olhada para trás, onde o Aisha tentava acompanhá-la.

"Olhe, logo a nossa frente.", e apontou com o nariz, para frente. "Parece ser os Bosques Assombrados.”

E ele estava certo. Ainda estavam longe dos Bosques, mas dava para ver nitidamente, mesmo no escuro, que era os Bosques. De longe, ele não parecia tão assustador. Mas isso foi apenas uma questão de tempo, pois a cada passo, tudo ia ficando cada vez mais frio, a grama ia desaparecendo, ruídos estranhos iam surgindo... E tudo isso porque ainda não estavam tão perto assim.

"Você acha que é uma boa ideia visitar esse lugar?"

"Hm?", Colle não esperava ouvir a voz dela, então ficou surpreendido, e demorou a falar. "Eu não queria vim aqui, foi ideia sua, então minha opinião não vai ser importante.”

Aswyna suspirou. Então ele estava com raiva dela? Ou só estava sendo sincero?

Ela não teve muito tempo de pensar nessas coisas, pois os Bosques estavam bem a sua frente. Entrar ou não entrar? Se dependesse da aparência, ela passaria longe desse lugar. Tudo era tão escuro, ela só via um portão de pedra, com o nome de lá. E árvores. Muitas árvores.

Tomou coragem e entrou. Colle a seguiu.

Talvez por Colle estiver por perto, o percurso não foi tão assustador assim. A primeira coisa que percebeu foi uma enorme casa, que mais parecia um castelo. Todo construído em pedra, ele tinha telhados azul-claro, com detalhes em ouro. Ela reparou também que, em cima do telhado, um Korbat de ouro estava encaixado.

"Você vai entrar?", perguntou o Aisha. "Na casa.”

Ela não tinha pensado nisso ainda. O lugar parecia abandonado, mas mesmo assim ouvia sussurros, vindo das árvores. Será que faria mal dar uma olhadinha na casa?

"Lá dentro deve ser mais seguro que aqui.", e aproximou-se da porta, olhando pela janelinha, que estava perto. "E não tem ninguém, pelo que eu estou vendo.”
 “E você não está vendo nada, pois está tudo escuro.", e deu uma olhada ao redor. "Eu não tenho lanterna, e você?”

Aswyna fez que não com a cabeça, mas logo entrou na casa. Infelizmente, estava tudo tão escuro que ela não poderia fazer praticamente nada. E seu caminho foi bloqueado por vários móveis, que estavam destruídos, e tampavam a passagem.

"Então é isso, não vamos conseguir passar."

"Vamos voltar.”

Depois de pensar um pouco, Aswyna, sentada perto da porta da casa, decidiu que seria melhor procurar uma loja. Quem sabe achasse mantimentos? E melhor ainda, se achasse ferramentas?

"Existe alguma loja por aqui?", e completou, logo em seguida. "De alimentos ou de ferramentas.” ·.

Colle levou a pata ao queixo. Pensou bastante, pois nunca tinha visitado os Bosques antes. Todos lhe diziam que lá era um lugar macabro, e de lá poucos conseguiram voltar.

"Se não me engano, existe uma loja de Petpets."

"Mas isso não vai ajudar muito.”
 “Os Bosques Assombrados é um lugar imenso, e é dividido em várias locais, por isso o nome é no plural.", e apontou para trás da casa. "Naquela direção, fica o chamado Parque de Diversões Abandonado. Lá sim devem existir algumas lojas. Mas eu acho que valeria mais a pena visitar o Mercado. Mas eu não sei onde ele fica, e seria um absurdo sair explorando esse local, sem saber o que o espera na próxima rua."

"Então devemos ir para o Parque primeiro.", levantou-se, e colocou a bolsa nas costas. "Eu tenho apenas uma faca, de ferramenta. Para casos de urgência, se é que me entende."

Os dois tentaram passar pelos Bosques sem fazer barulho, mas era bem difícil. Cada passo que davam algo de estranho acontecia. Ruídos eram constantes. Seres parecidos com morcegos voavam o tempo todo, acima de suas cabeças. Vultos passavam o tempo todo por detrás das árvores. Finalmente, avistaram uma imensa tenda. Chegando mais perto, perceberam que não era só uma tenda, e sim o Parque de Diversões. O lugar não era tão grande assim, mas existiam várias tendas, e algumas barracas, provavelmente de jogos. O mais assustador era o castelo ao longe, absurdamente grande. À direita, havia uma espécie de caverna, decorada em forma de rosto, com um machado em sua cabeça. Nada convidativo devo dizer.

"Ir aos jogos vai ser um desperdício de tempo, lá não deve haver nada.", disse Colle, caminhando pelo local. "Vamos naquela caverna ali, o Arsenal Assombrado. Se não existir ferramentas lá, então não sei onde pode existir."

Aswyna foi a primeira a entrar na caverna, meio nervosa. Por dentro, o local era bastante grande. As aparências enganam, pois do lado de fora, parecia minúsculo.

Ambos ficaram realmente contentes, pois o lugar tinha de tudo. Sacolas que, quando abertas, soltavam fantasmas de mentira, caldeirões imensos, bastões com aparência macabra, arcos, facas...

"Eu sinto vergonha de dizer isso, mas não sei usar magias.", Colle pegou um arco, da prateleira. "Mas sei usar o arco, e muito bem, se me permite dizer."

Aswyna ficou boba com a quantidade de armas. O que ela pegaria? Uma faca? Uma espada? Um escuro? Ou usaria um bastão? Ou ainda, um Lançador de Abóboras?

"Wyna, eu acho que você deveria usar uma adaga.", Colle checava a seção de flechas. "Você é baixinha, então uma espada dificultaria seu movimento."

"Wyna?”
 “Desculpe, é que Aswyna é um nome muito difícil de pronunciar.”
 “Essa é a intenção", e tirou uma adaga da prateleira. "Ninguém ia precisar dizer meu nome, até pouco tempo atrás.” ··.

A adaga que a Kau escolhera tinha a lâmina com várias curvas. Ela era de prata, bastante confortável de segurar, pois o cabo era de uma madeira que não escorregava da pata. Entre o cabo e a lâmina, existia um rosto de fantasma, com uma expressão boba.

"Essa é a Adaga Lenço Fantasma.", o Aisha aproximou-se da arma. "Custa mais ou menos 16.800 NP."

"Será que tem algum problema se eu levar sem pagar?”
 “Você vai roubar.”
 “Mas eu vou só pegar emprestado, depois eu devolvo.”.

"Sendo assim, acho que não tem problema." e mostrou um belo arco. "Vou levar esse."

O arco era bastante impressionante. Tinha uma cor vermelha berrante, e era meio curvado, nas pontas. No meio, possuía uma espécie de "bracelete" de prata, com quatro espinhos. As flechas também tinham pontas, mas eram para ajudar a segurá-las.

"Eu não lembro muito sobre esse arco, mas ele se chama Arco Demoníaco.", e colocou as armas na bolsa da Aswyna. "Dizem que ele nunca falha."

Como já tinham pegado todas as armas que iam precisar, eles resolveram sair. Pena que lá não tinha lanterna.

"E agora, onde podemos pegar comida?"

"Eu não me lembro de uma loja de comida existente por aqui, mas eu sei que deve existir algum carrinho de comida por aqui.”

E Colle estava certo, logo à frente, um carrinho, meio destruído, estava esperando alguém ir lá e gastar suas moedas em comida. Assim que abriram para ver as opções, tiveram uma decepção terrível. Aswyna teve vontade de vomitar. A comida era bizarra. Tentáculos assados, olhos gelados, sanduíches de lodo, enrolados com ingredientes assustadores, entre outras bizarrices.

"Acho melhor não levar nada.", Aswyna deu uma olhada na sua bolsa. "Tem comida suficiente aqui para alguns dias. E qualquer coisa deve ser melhor do que isso aí.”
 “Agora eu sei por que todos diziam que quando alguém vem aqui, não volta mais.", e olhou para uma plaquinha, próxima as comidas. "Isso realmente vale o nome Comida Assombrada.” ·.

O resto do percurso não vale a pena contar, pois foi muito entediante. Não existia nada de bom ao redor, e como eles não sabiam onde estava o Mercado, resolveram procurar um local para dormir. Passaram por um acampamento, ou o que restou dele. Existia uma trilha, que levava a outra parte da cidade, que parecia mais abandonada que a anterior. Mas era mais normal. Vira uma barraca de Pesca de Maçãs, uma livraria, uma loja de bolos, que estava fechada, entre outras coisas.

"A livraria parece o local mais seguro, vamos descansar lá."

Não é preciso dizer que a livraria, também chamada Editora Neoviana, era o lugar mais tedioso do mundo. Até os sofás, onde Aswyna e Colle resolveram dormir, era tedioso. Os livros eram praticamente das mesmas cores, só salvando um ou outro, que tinha uma coloração mais clara do que os outros.

Em pouco tempo adormeceram. Aswyna sonhou que pedia desculpas ao Aisha Fada, mas ele recusava. Colle não sonhou, pois seu sono foi pesado.

Pena que eles não sabiam o perigo que estavam correndo, pois o perigo pode estar na próxima esquina. Ou na própria casa. E isso pode ser literal.


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