XXIX

Eu queria te fazer sorrir, mas você prefere se machucar nas coisas que te fazem chorar.’

   Via Tumblr:

http://um-menino-ciumento.tumblr.com/

                        ...

Ponto de Vista: Kuchiki Tsumugi.

- Andy, dá para me esperar? – perguntei apertando o passo para ficar do lado dele e ele parecia me ignorar. Na boa, se quer me irritar, me ignore. – Mas que porra, dá para me esperar ou está difícil? – gritei, dessa vez ele parou e praticamente me fuzilou com o olhar.

- Some da minha frente. – mandou Andy na esperança em que iria obedecer.

- Eu não vou sumir da sua frente enquanto você não me explicar o motivo do Zero ter quase te matado. – falei ficando na frente dele, ele pareceu estar bastante irritado.

Bem, vejamos o que estava acontecendo.

Eu praticamente me atirei na frente de uma bala só para proteger essa coisa idiota chamada Andy e ele agora tá todo revoltadinho comigo por causa disso.

Viu? É apenas isso que você ganha quando você tenta fazer uma coisa para alguém.

Desprezo.

Agora o motivo real de eu ter praticamente me atirado na frente da bala para proteger esse imbecil?

Fácil.

Eu simplesmente surtei com a possibilidade dele ser morto e eu nunca mais poder ver ele novamente, apenas isso.

Merda, por qual motivo eu pensei isso agora?

Calma Tsumugi, não vai entregar os pontos agora.

Lembre-se da sua promessa, nunca se apaixonar por algum cara e você não vai quebrar essa promessa com esse retardado.

- Porque novamente esse idiota aqui caiu na ilusão que a Yuuki sentia algo por mim, só isso. – falou Andy olhando para baixo. – Ela até sente algo por mim e isso se chama pena.

- Andy... – tentei falar, mas ele me impediu.

- Ela tem todos os motivos do mundo para me odiar e com razão, mas doí tanto acordar de manhã e ver que no meu celular não tem nenhuma mensagem de bom dia, que ninguém vai te receber sorrindo e dizendo “senti sua falta” ou simplesmente nunca mais poder ouvir um “eu te amo” da boca dela.

Pude ver lagrimas caindo dos olhos de Andy, ele realmente estava sofrendo com essa situação e o que mais me deixava irritada era que eu não podia fazer nada para melhorar.

Então fiz o que ele fez comigo naquela noite chuvosa.

Abracei-o com todas as minhas forças.

E inexplicavelmente senti meu coração palpitar de uma maneira jamais vista ao ver que ele retribuiu meu abraço.

- Eu vou ficar do seu lado, seu idiota. – o confortei dessa maneira estranha.

- Obrigado Tsumugi. – agradeceu ele ainda com a voz falha. – Sabe, fácil é cair como eu estou agora, o difícil é cair sem ter motivos para levantar.

Aquela frase ficou ecoando na minha cabeça por vários segundos.

Eu tinha que fazer alguma coisa para alegrar essa criatura.

Eu tinha a necessidade de ver aquele sorriso novamente.

Então foi o que eu fiz.

- Eu vou ser seu motivo para levantar, Andy. – falei com medo da reação dele. – Eu vou te fazer sorrir a partir de agora, mesmo que eu tenha que jogar meu celular na sua cara para fazer você sorrir novamente.

- Tsumugi se você jogar seu celular na minha cara, você não vai me fazer sorrir vai me fazer sentir uma puta de uma dor. – falou Andy, mentira que ele estava zombando a minha frase de caminhão?

- Você me entendeu. – por fim falei e pude escutar uma longa risada.

Ele saiu do meu abraço e pelo menos tentou sorrir alegremente.

Bem, já era um começo.

E eu estava muito feliz por isso.

- Então, você é minha convidada para ter a noite mais divertida da sua vida. – chamou ele sorrindo.

- O que está tentando fazer? – perguntei.

- Você falou que vai me fazer sorrir, só estou contribuindo para isso. – explicou ele. – Então, você vem ou não vem comigo?

Ok, por fora eu estava na maior cara de tacho.

Mas por fora, vocês não tem noção, eu estava praticamente explodindo de felicidade.

Mas eu não ia dar esse gostinho para ele de ver a minha felicidade em sair com ele, continuei na minha adorável Poker Face como se nada tivesse acontecido.

[...]

- Tem certeza que você quer fazer isso?

- Ah, não me vai dizer que está com medinho disso Tsumugi. – zombou Andy, mostrei minha língua e ele riu.

- Eu não estou com medo.

- Então vamos. – por fim falou ele me convencendo de seguir a ideia louca dele.

Aqui estava eu prestes a cometer uma das coisas que com certeza iria para minha lista de coisas loucas que fiz na vida.

Invadir uma festa em uma das mais luxuosas mansões dessa cidade e botar o terror trajando cabeças de animais.

É, aqui estava eu toda diva, mas com uma cabeça de elefante enquanto Andy estava com uma cabeça de alce.

Estávamos divando assim.

O mais importante já tínhamos conseguido que era entrar na festa – ok, eu tive que seduzir os seguranças, mas isso não vem ao caso agora – agora estávamos na biblioteca daquela enorme biblioteca esperando a hora certa para agir.

Ou seja, quando estiverem cantando parabéns, nós entramos e tocamos o terror.

Isso seria muito legal, na boa.

De repente, escutamos alguém aleatório gritar algo como “vamos cantar parabéns para a Ayu”

Era agora ou nunca.

- Vamos. – falei colocando minha adorável cabeça de elefante, Andy riu.

- Você está parecendo aquele elefante do clipe do Coldplay – zombou ele.- Para, para, Paradise. – cantou Andy imitando a dancinha do elefante do clipe, chutei a canela dele e ele xingou.

- Eu não pareço com aquele elefante idiota daquele clipe da banda Coldplay, merda. –resmunguei.

- Tem razão, você é mais fofa que ele.

Serio ainda bem que estava com essa cabeça de elefante, porque eu fiquei imensamente vermelha com essa frase.

Merda, porque Andy me deixava dessa forma?

- Er, larga de ser idiota Andy. – resmunguei ainda vermelha, pude ouvir ele rir.

- Vamos tocar o terror nessa merda aqui Tsumugi.

- Com toda certeza Andy. – falei pegando as tintas que havíamos encontrado ali.

Bem, quando a aniversariante ia soprar as adoráveis velinhas do seu enorme bolo cor de rosa, começamos a agir.

- Vamos animar essa porra aqui. – falou Andy de um megafone que ele com alguma magia negra.

Fui até a mesa do DJ (lê-se expulsou o coitado do garoto ameaçando fatiar a cabeça dele com uma lixa de unha) e coloquei uma das minhas musicas preferidas e quem também seria muito épica tocar ali.

Welcome to the Jungle, do Guns N’ Roses.

Nós fizemos daquela festa o verdadeiro pesadelo de qualquer aniversariante, lá de cima da enorme escada jogamos tintas fluorescentes em todos os convidados e principalmente na aniversariante, depois jogamos varias penas coloridas e a Ayu ficou parecendo uma galinha.

Depois começamos a pixar as paredes da mansão com tinta que brilhava no escuro, quebramos alguns moveis, amarramos o cadarço das pessoas que estavam sentadas e pedíamos para elas levantarem fazendo assim elas caírem no chão, jogamos algumas patricinhas mimadas na enorme piscina e fizemos a maior guerra de comida ali.

Na boa, se pegassem a gente, iremos estar muito fudidos.

Foi muito divertido, serio.

- Eu quero achar o responsável por essa baderna aqui. – mandou um cara barbudo e gordo com dois seguranças grandalhões atrás dele.

Olhei para Andy e ele fez o mesmo para mim.

Sorrateiramente, deixamos as cabeças de animais em um canto do jardim e saímos de fininho até o estacionamento.

Lá, pegamos a primeira coisa que podia nos tirar dali o mais rápido possível.

Andy pegou uma pequena bicicleta que estava encostada ali e não pensou duas vezes, me colocou no acento de trás e pedalou o mais rápido possível para sairmos dali.

Era a fuga perfeita, a não ser por um pequeno detalhe.

Uma das patricinhas que joguei na piscina viu a gente saindo na bicicleta e chamou os seguranças.

Resultado: agora estamos fugindo de seguranças armados até os dentes, com motos velozes e muito ódio no coração.

- Andy, pedala mais rápido, eles estão quase nos alcançando! – mandei entrando em completo desespero.

- Eu estou tentando! – gritou ele, realmente ele estava rápido, pois meus cabelos voavam loucamente sobre o ar e por onde passávamos pareciam vultos. – Eu tenho uma ideia.

- Qual?

- Pula na praia!

Bem, nem deu tempo de eu raciocinar direito.

Eu praticamente fui jogada da pequena bicicleta que bateu com tudo em uma parede de concreto de uma casa por ali.

Acho que os seguranças não perceberam que havíamos pulado, pois passaram reto e só pararam quando viu que a bicicleta havia batido na parede.

Andy parecia estar desacordado, pois estava de olhos fechados e não mexia.

AI MEU DEUS!

Só me faltava essa, ser fugitiva da policia e o Andy estar desacordado no meio de uma calçada.

Merda, eu sou uma fudida mesmo.

- Andy! – falei sacudindo ele pela camiseta, ele não respondeu nada. – Andy, fala comigo, por favor seu idiota! – mandei ainda sacudindo ele, não houve reação alguma então pensei o pior. – PORRA, você não pode morrer justo agora!

- Bu! – falou Andy abrindo os olhos de uma vez, levei um baita de um susto.

- Não me passe esse susto novamente, seu bastardo!

E eu fiquei praticamente espancando ele, enquanto o mesmo ria sem parar da minha reação.

Esse idiota, nunca mais me preocupo com ele.

Mentira, eu sei que vou surtar se algo acontecer com ele.

Serio a próxima vez que eu tiver esses pensamentos idiotas sobre o Andy eu juro que vou me matar...

[...]

Estávamos sentados na areia de uma praia deserta que ficava um pouco longe dali.

Fazia um pouco de frio, as ondas batiam fortes contra as rochas fazendo um barulho agradável e suave e o céu estava amarelado, acho que estava amanhecendo.

Olhei para Andy, ele parecia admirado com a beleza daquele lugar.

Sorri bobamente, como ele pode ser tão fofo assim?

- Você conseguiu Tsumugi. – falou Andy agora me olhando, fiquei sem graça por ele ter me olhado justo na hora em que estava parecendo uma idiota olhando para ele.

- Consegui o que?

- Você conseguiu me fazer sorrir novamente, obrigado por me fazer aprender como fazer isso novamente. – agradeceu ele sorrindo, retribui o sorriso toda sem graça.

- Não precisa agradecer Andy.

- Agora é oficial, a partir de hoje quando eu cair você vai ser meu motivo para levantar.

Vocês não tem a noção o quanto o meu sorriso ficou bobo ao ouvir isso.

E nem me importei em esconder a minha felicidade como naquela hora.

Ah Andy, pare de me fazer querer a minha promessa, que merda.

- Er, ok. – foi o que consegui falar.

- Tsumugi, eu posso tirar uma duvida que eu tenha sobre um assunto?

- Aproveite que hoje eu estou de bom humor e irei responder suas perguntas decentemente.

- Se você insiste tanto.

Andy sorriu de lado e selou seus lábios aos meus inesperadamente, retribui totalmente ao seu doce beijo.

WAAAAH, eu não queria admitir, mas eu não aguento mais ignorar esse fato totalmente claro para mim.

Eu havia quebrado a minha promessa.

Eu estava completamente apaixonada por esse idiota do Andy.

Ele me puxou cada vez mais para perto de si, talvez para aproveitar cada momento desse momento tão magico.

Logo depois, nos separamos por falta de ar e ficamos nos olhando demoradamente.

Andy estava completamente vermelho com tal ação e eu estava com o sorriso mais bobo do mundo.

Ele ficava tão, tão lindinho todo vermelho.

- È, acho que não tenho mais duvidas. – falou Andy acarinhando meu rosto corado. – Acho que estou gostando de você, ruivinha.

Ao ouvir isso, o abracei com todas as minhas forças.

Ele estava gostando de mim, ele estava gostando da minha pessoa do jeito que eu sou.

A Tsumugi real, não aquela que eu sempre uso para conseguir o que quero.

- Er, eu também acho que eu estou gostando de você Andy. – falei ficando vermelha, ele riu da minha ação.

- Isso é bom, eu acho.

- Eu já vou logo avisando, se você me magoar de alguma forma, eu juro cortar essa sua cab... – tentei ameaça-lo, mas fui interrompida novamente por um beijo de Andy.

Um tempo depois, fiquei com a cabeça no ombro de Andy enquanto ele afagava meus cabelos ruivos.

Só me lembro de fechar os olhos toda sonolenta e ouvir a frase que mais queria ouvir naquele momento.

- Durma bem, meu anjinho. – falou ele me dando um beijo na testa.

Serio, eu não queria mais nada dessa vida.