Quinn acordou na manhã seguinte com uma dor terrível entre as têmporas. Lembranças de um sonho esquisito envolvendo casamento, fadas e um pênis invadia sua mente e piorava ainda mais seu estado já deplorável. Deus, nunca mais irei beber nessa vida. Então ela tentou levantar e a dor de cabeça só fez piorar.

– Deus, eu...

Espera um segundo. Ela realmente acabou de escutar a voz grossa de homem saindo da boca dela? Não, não mesmo. Ela ainda está sonhando ou havia algum tipo de droga muito forte na sua bebida.

Então ela começou a perceber seu corpo e... Meus seios! Onde estão os MEUS SEIOS! Ela se levantou de um salto e viu seu corpo num todo. O que DIABOS, está acontecendo??? Ela correu para o espelho mais próximo como louca e quando viu um garoto que poderia ser seu irmão a encarando com uma expressão de puro pavor, bem, ela nunca achou que poderia gritar tão alto.

– NÃO! NÃO PODE SER! EU SOU HOMEM! CO...COMO ISSO ACONTECEU?

Quinn começou a puxar os cabelos curtos que a faziam lembrar Sam de uma maneira perturbadora. AI. MEU. DEUS! Eu sou um homem! Um homem! Deus, como isso pode ser possível? Como no inferno... Espera, se ela era um homem então... Quinn apalpou aquela região e imediatamente desejou nunca ter apalpado.

– Santa mãe de Deus.

É isso. Ela tinha um pênis. Quinn Fabray agora era um maldito homem e tinha um pênis.

– Eu vou voltar pra cama! É isso! Só pode ser um maldito sonho maluco. Eu vou voltar pra cama, dormir e quando acordar eu serei eu de novo.

Quinn já tinha lágrimas aos olhos quando se deitou na cama. Não conseguia nem respirar direito quanto mais se acalmar o suficiente pra dormir. Então como se já não bastasse uma coisa estranha para começar o dia, uma Sugar muito alegre e afetada surge no meio do seu quarto. Quinn ficou em estado de choque.

– Bom dia Quinn! Como anda as coisas na sua primeira manhã como garoto? - Sugar pergunta com um sorriso de orelha a orelha.

A garganta de Quinn parece que deixou de existir e todo o resto de seus sentidos também. Ela não conseguia gritar, se mover ou fazer outra expressão além da pura incredulidade e choque. Mais então ela adquiriu um pouco de voz o suficiente para perguntar a Sugar com uma expressão de profunda descrença.

– Você... acabou... de... aparecer... no meio do meu... quarto?

– Claro bobinha! - Falou batendo palmas - Que graça teria em ser fada madrinha se não posso usar meus poderes?

– Fada... MADRINHA? - inferno esqueça tudo, ela não podia lidar com isso. Quinn então fechou os olhos quando tudo a sua volta se transformou em um borrão preto.

XxXxXxXxXxXxXxXxXxXxXxXxXxXxXXxXxXxXxXxXxXxXxXxXxXxXxXxXx

Quinn estava num sonho muito estranho envolvendo fadas, magia e ela presa num corpo de homem quando uma voz aguda e esganiçada começou a gritar o seu nome, Sugar então fica impaciente e joga um copo d'água na cara de Quinn de uma vez. Quinn pula assustada.

– Ai graças a Deus! Já estava achando que você tinha entrado numa espécie de coma ou algo assim! - fala Sugar exasperada. Quinn então olha desolada pra Sugar e põe a mão no rosto derrotada.

– Deus, não foi um sonho. Nada foi um sonho.

– Deus... Estou presa no corpo de um homem!

– Bem, como esse seria você se tivesse nascido homem é basicamente SEU corpo de homem. - Sugar fala com uma expressão do tipo "É bem obvio não acha?"

Quinn se levanta da cama com raiva.

– Afinal, como essa merda toda aconteceu? Você resolveu atormentar minha vida e me enfeitiçar com sua macumba ou o que?

Sugar então fica indignada. Como ela ousa chamar a magia dela de macumba?

– Como você ousa chamar minha mágica fabulosa de macumba? Escute aqui seu loiro de farmácia! Toda essa confusão começou por culpa sua!

Quinn a olha incrédula.

– Minha? Como raios isso pode ser culpa minha?

Sugar então se levanta da cama e caminha até ela. A raiva queimando em seus olhos.

– Você não lembra? Pois eu faço questão de lhe mostrar tin tin por tin tin! - Sugar termina a frase empurrando a mão na testa de Quinn.

Quinn então começa a ver tudo tonto e quando vê já está no chão de novo.

Quinn acabará de sair do bar afinal. Mau se sustentava em pé. Quase aceitou a carona de um tal de Bartie que queria lhe levar pra casa. Como ela não sabia se era a dela ou a dele ela decidiu caminhar até sua casa no fim das contas.

– Droga! Mil vezes droga! Ela nem se lembrava do por que praguejava, mas então ela viu um casal de mãos dadas e a diferença de altura do garoto para a garota fez Quinn lembrar imediatamente por que.

– Droga Rachel! Casar? Você quer casar com ele?

Quinn então sentou no meio fio mais próximo. Ela era mil vezes mais bonita, interessante e inteligente que aquele Hudson, Deus até mais homem ela era que aquele Hudson! Mais no fim de tudo ela não era. Ela jamais teria sua oportunidade com Rachel. Primeiro por ser uma idiota covarde e segundo e mais importante era que Rachel era uma adoradora de pinto e isso ela jamais teria. Droga de vida que no fim das contas lhe deu uma vagina, por mais bonita que fosse. E também por ser covarde ela jamais tentaria algo com Rachel e arriscar uma série de coisas na sua vida por menos que amor e ela não tinha certeza se o que sentia por Rachel era amor, afinal, existia todo tipo de paixões que se fixavam por um longo tempo, não era?

– Eu... eu só queria, só queria uma. Uma chance como homem pra conseguir minha oportunidade com Rachel. Umazinha!

Então do nada lhe surge uma Sugar no meio da calçada. Gente, ou eu estou MUITO bêbada ou bati a cabeça e não vi, Sugar realmente acabou de teletransportar na minha frente?. Quinn então começou a rir como louca

.- Fala sério! Sugar, você acabou de aparecer no meio da rua! Você é o Angel ou algo do tipo?

Sugar então ajeita sua saia e faz uma pequena reverência.

– Não, não sou o gostoso do Angel. Sou sua fada madrinha.

Sugar fala com um sorriso afetado. Quinn então olha pra ela com uma cara surpresa e engraçada.

– De jeito nenhum! - E começa a rir como louca outra vez.

– Sim, eu sou! E ouvi seu pedido. Estou aqui para lhe transformar em homem e lhe dar a tão sonhada oportunidade de tentar algo com a Berry.

Quinn para de rir e olha pra ela animada.

– Não brinca! Você pode mesmo fazer isso?

Sugar se endireita mais ainda e fala altivamente.

– Como diria o Obama, baby. Sim, eu posso.

Então Quinn começou a pular no lugar como se tivesse mola nos pés, mas aí começou a ficar com vontade de vomitar e parou.

– Você pode me transformar em um cara? - Quinn coloca a mão na barriga pra controlar o enjoou e falou baixinho olhando bem na cara de Sugar - Eu vou ter um pênis?

Sugar então solta uma risadinha.

– Se tudo ocorrer bem além de ter um você não vai poder reclamar do tamanho! - e começa a rir uma risada estranha e Quinn acaba acompanhando-a - Mais só se você quiser é claro.

Quinn então falou alta e em bêbada animação.

– Sim! Sim! Eu quero! Eu quero ser homem! Quero ter minha chance com Rachel! Me dê um pinto!

– Sendo assim feche os olhos e fique parada. Quinn fechou os olhos fortemente e prendeu uma risada.

– Já?

– Só um minutinho Fabray.

Quinn então ficou de olhos fechados. Ela então sentiu um arrepio e um formigamento atravessar seu corpo todo de cima a baixo.

– Pronto! Eu sou mesmo maravilhosa! - e desatou a rir.- Posso abrir? - Quinn não percebeu que sua voz estava definitivamente mais grossa.

– Sim, pode abrir. Quando Quinn abriu percebeu que estava um pouco mais alta e as roupas definitivamente estavam apertadas, principalmente as de baixo.

– Deus! Eu sou um homem!

– Sim!

– Eu sou um homem! - e começou a pular no lugar, Sugar então se juntou a ela.

– Yeah! E um homem lindo de morrer.- Sugar olhou pra ela de cima a baixo.

– Espera... Quinn então pegou no seu mais novo órgão sexual. Puta merda! Eu tenho um pênis!

–Sim! - E Sugar já não se aguentava de tanto rir. Mais então parou e começou a correr atrás de Quinn que saiu correndo que nem uma maluca balançando o pênis pra todo mundo que estava na rua.

Quando Quinn voltou a si, estava sentada no chão perto da sua cama. Sugar estava sentada perto dela. Quinn estava com uma expressão cansada e agarrava seu travesseiro como se esse fosse entrar em sua pele.

– Eu, eu não posso acreditar...eu...você...tudo isto...é demais pra mim...eu. - Quinn fitou Sugar com o olhar. Existe alguma maneira de reverter isso? Você, não pode simplesmente fazer "alakazam" e tudo voltar a ser como era?

Sugar então olha pra Quinn como se fosse explicar uma coisa bem complicada.

– Olha Quinn, mesmo se eu quisesse, eu não posso transformar você em mulher de novo. Isso só vai acontecer se você conseguir aquilo que te motivou a tomar essa decisão.

Quinn então pensa um pouquinho e se recorda das suas palavras.

– Deus, eu vou ter que tentar conquistar a Berry? - Quinn fala quase a ponto de ter um ataque.

Sugar se ajeita numa posição de meditação.

– É, basicamente sim. - e sorri um sorriso de leve zombaria.

– Deus... por que raios você foi ouvir uma bêbada afinal? - fala Quinn, a raiva evidente na voz.

– Não é quando estamos bêbados que revelamos os desejos mais secretos do coração? E não importa mais. O que está feito está feito. Resta saber o que você vai fazer pra tentar ter com a Berry.

Quinn então pensou em todos. Como ela poderia voltar pra escola assim? Como poderia se apresentar aos seus pais, sua família, seus amigos, Rachel. Estou ferrada. Todos vão pensar que sou algum tipo de aberração ou algo assim. Quinn então decidiu por em cheque a questão pra Sugar.

– Sugar, mais e minha família? E meus amigos? Como posso aparecer pra todo mundo assim?

Sugar então lhe deu outro sorrisinho e falou.

– Não se preocupe. Eu tenho um plano brilhante, afinal à ajuda extra veio no pacote.

– O que você vai fazer? - Quinn perguntou com um pouco de medo da resposta.

– Você será o primo Fabray que acaba de chegar a cidade enquanto eu fingirei ser você! - Sugar falou batendo palmas, animada.

– Fingir ser eu? - Quinn a olhou incrédula - Como você vai fazer isso? Sugar então começa a rir.

– Ora, bobinha. Assim! - Então passa a mão pela cara e lá está o rosto sorridente de Quinn garota perfeitamente retratado onde antes estava o de Sugar.

Quinn a olhou por alguns segundos, depois fechou os olhos e respirou fundo.

– Jesus, pare de fazer isso na minha frente. - Falou apertando a ponte do nariz com o dedo indicador e polegar.

Quinn/Sugar começou a rir. Ela só sabe fazer isso? pensou Quinn.

– Certo, certo. Vou dar um jeito de amanhã mesmo você já estar matriculada como seu primo.

Ela então se levantou e voltou a ter o seu rosto novamente.

– Agora vamos! Temos muito o que fazer!

Sugar então puxou Quinn pelas mãos para a levantar.

– Como o que? - falou Quinn pensando no que mais ela teria que fazer.

– A parte divertida que prefiro fazer sem magia, claro - falou puxando um cartão American Express da bolsa. As compras!