Blood And Fire escrita por chasseresse b


Capítulo 5
Capítulo III - parte final


Notas iniciais do capítulo

Oii, embora não tenha nenhum review pelo mini-capítulo, eu resolvi postar hoje, em homenagem a duas pessoas: Thânia e Larissa, que estão de aniversário hoje (T) e amanhã (L). Enfim, gatas, feliz aniversário, vamos nos internar no asilo que estamos ficando velhas, haha, ok parei. Amo vocês duas *-* E, vamos lá, espero que gostem do capítulo, e boa leitura.



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- Kaylah, você pode me ajudar? Quero tirar essa estante de dentro de casa. - Ouvi minha mãe dizer assim que entrei pela porta.

Fui até a cozinha, tirei o casaco de caça de meu pai, e comecei a ajudá-la a tirar as coisas da estante.

- Mãe, posso te fazer uma pergunta? - Murmurei.

- Da última vez que você falou assim, você pediu para ficar com aquele lobo. Lembra?

- É sobre isso mesmo, mãe.

- Pergunte. - Ela disse, retirando os pratos da prateleira mais alta.

- O que aconteceu com aquele lobo?

Ela suspirou. A estante já estava vazia.

- Me ajude a carregar isso lá para fora. Então, eu te conto. - Ela segurou a estante com força, e eu fiz o mesmo. A levantamos um pouco, e com dificuldade, a carregamos para fora. - Vamos deixá-la aqui. Amanhã, a levo lá para baixo. - Minha mãe disse, soltando a estante. Fiz o mesmo, e bati uma mão na outra.

- Mãe. - A chamei. Ela levantou o olhar. - O lobo.

- Ele morreu, filha. - Ela disse, com a voz tremendo um pouco.

- A verdade, mãe. Por favor.

Ela pegou o pano que estava em cima da estante e passou-o em suas mãos.

- Vamos conversar sobre isso lá dentro. Aqui não é o local apropriado.

Ela entrou rapidamente, e me chamou para dentro. Caminhei lentamente, e entrei em casa. Mamãe trancou a porta, e fechou a única janela da cozinha.

- Pegue seu jantar, querida. Está esfriando.

- Não estou com fome, obrigada. - Murmurei, mas peguei o prato que já estava feito em cima da mesa.

- Já percebeu como a noite está estrelada, Kaylah? - Ela disse, olhando pela janela.

- Sim, mãe. Eu estava na floresta. - Respondi, dando uma pequena mexida na comida. - Mas, por favor, mãe, o que aconteceu com aquele lobo?

Minha mãe suspirou, largando o pano de louça na pia.

- Ele fugiu. - Ela disse. - É tudo o que sei. - Ela voltou a olhar para o céu, e seus olhos se encheram de lágrimas. - É noite de lua cheia?

- Sim. - Respondi, levando meu prato a pia, e começando a lavá-lo.

- Ouviu algo na floresta?

- Encontrei Kaleb. - Sussurrei, secando o prato e os talheres.

- Quem?

- Você sabe. Kaleb Ludwig.

- Hamzah Ludwig? - Ela perguntou.

- Sim.

Minha mãe se firmou na pia.

- Mãe? Você está bem? - Peguei-a pelos braços e a sentei em uma cadeira. - O que aconteceu? Você está muito pálida.

- Estou bem, querida. Estou ótima. - Ela respondeu, se levantando e indo até a saleta em que meu pai costumava guardar seus objetos de caça. - Não acredito nisso. Depois de tantos anos... Eu havia pedido para eles nos deixarem em paz! - Ela murmurou, retirando alguns objetos de dentro da sala.

- Mãe... O que aconteceu? - Perguntei, me aproximando lentamente.

- Kaylah, pegue este arco. Acho que agora você já consegue manuseá-lo. - Ela me empurrou um arco e uma aljava de flechas.

- O que está acontecendo? - Perguntei novamente. - Por que a senhora está assim?

Ela parou o que estava fazendo e me encarou.

- Kaylah, você se lembra de Mark? - Ela perguntou. - O amigo de seu pai?

- Lembro. - Respondi; a raiva tomando conta de minha voz.

- Lembra-se do nome dele?

- Nunca me importei em saber o nome dele.

- Hamzah Ludwig, Kaylah. Mark Hamzah Ludwig. - Ela falou calmamente. - Você lembra-se das velhas histórias de seu pai?

Larguei o arco em cima da mesa, e fechei minhas mãos com força.

- Não me faça lembrar, mãe. - Falei.

- Lembre Kaylah. É importante.

- Eu não quero.

- Filha... - Ela depositou uma de suas mãos em meu ombro direito. Aquilo me trouxe uma sensação de déja vu, me fazendo correr até meu quarto, por instinto. Não me lembrava de um dia ter feito tanto barulho ao subir as escadas, mas cada passo ressoava em meu cérebro, e no momento em que bati a porta atrás de mim, vi a minha cama, sempre me oferecendo proteção, e meus joelhos falharam.

Estava chovendo. Meu quarto, cheio de goteiras. Mamãe havia saído para a cidade, e em casa estávamos papai e eu. Fazia frio, portanto, ele me tirou da cama, e me levou até a sala. Sentamos-nos diante da lareira – que já estava com fogo alto – e um pacote de marshmallows.

- Sei que combinamos de acampar hoje, mas duvido que a chuva passe. Então, pensei em fazermos nosso acampamento aqui na sala. O que acha? – Ele me perguntou, ajeitando o cobertor sobre meus ombros. Apenas assenti, sorrindo. – Então, o que você quer fazer?

- Me conte histórias, papai. – Pedi, pegando um pedaço de uma barra de chocolate que estava na minha frente.

- Que histórias, filha?

- Dos homens-lobos. – Respondi, me encostando no peito dele.

- Você gosta de lobos, não é, menina-lupina? – Ele bagunçou meus cabelos, e suspirou. – Você sabe que há anos, esta floresta atrás de nossa casa era chamada de Floresta dos Lobos.

- Isso eu já sei, papai. Eu gosto da parte dos lobisomens. – Reclamei.

- Nah, não existem lobisomens nessa história. 

- Então, o que são?

- Metamorfos. Lobisomens também são metamorfos, mas...

- Mas lobisomens não escolhem se transformar. Eu já sei papai. – Sorri, o obsevando rir para mim.

- Está bem, sabidinha. Agora, posso terminar a história? – Assenti, e ele colocou um marshmallow no garfo, e o colocou perto do fogo. – Como eu ia dizendo... A Floresta de Carvalhos, antes, era Floresta dos Lobos. Embora o ambiente não seja o mais apropriado para eles, de dentro da floresta sempre eram ouvidos uivos, como uivos de lobos. Mas nenhum lobo nunca fora encontrado, por nenhum caçador. Exceto um...

- Tio Mark. – Terminei a frase que tanto eu ouvia. – Eu já sei disso, papai.

- Eu sei que sabe meu anjo. Realmente, não havia lobos. Apenas metamorfos. Homens e mulheres que podem se transformar em animais conforme sua vontade.

- Papai... – O interrompi. – Como que eles podem se transformar?

- Eles sentem vontade, e se transformam.

- Então se eu quiser ser um lobo, eu posso ser?

- Não, filha. – Ele disse, rindo. – Um metamorfo já nasce assim. Ou é transformado.

- Mas por quê?

- Ninguém sabe filha. Ninguém sabe. – Ele me entregou o marshmallow. – Agora, eu posso continuar?

Assenti, fazendo um sanduiche com bolachas, chocolate e o marshmallow.

- Bom, onde eu estava? Ah, no seu tio. Enfim, conforme os antigos, o homem que tivesse coragem o suficiente para encontrar uma alcateia de metamorfos, e descobrisse a alcateia, deveria passar por um julgamento. Ser o mantenedor do segredo. Mas os homens que encontravam, não mantinham o segredo. Então, os metamorfos tomaram uma decisão.

- Transformar os humanos que descobriam a alcateia. Mas, papai, como se transforma um humano em metamorfo?

- Com uma mordida. Conforme seu tio. E, bem, há outra forma. Mas você ainda é jovem demais para saber dessas coisas, pequenininha.

- Que outra forma?

- Quando você tiver quinze anos, me pergunte, e eu te respondo. – Ele apertou a ponta do meu nariz. – Mas ainda falta uma pergunta...

- Por que o tio Mark estava na sua história, papai?

- Ele encontrou uma alcateia, querida.

- Ele foi transformado? – Perguntei.

- Sim, querida. Ele foi.

•••

- Kaylah? – Minha mãe bateu na porta de meu quarto, me fazendo acordar dos devaneios.

Levantei-me, abri a porta e a encarei.

- Lembrei-me da história. Mas não acredito nela. – Falei, voltando a fechar a porta, e me deitando na cama, tentando dormir um pouco.


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Notas finais do capítulo

Muito bem... Críticas, elogios, sugestões? Todas as três são bem-vindas *-* vou tentar postar até domingo que vem, talvez eu poste antes, mas não sei, depende da inspiração kk ok, calei. Tenham uma boa semana, até o próximo capítulo *-*



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