–O QUE VOCÊ ESTA FAZENDO? NÃO TOQUE NELA!

Era Jun, ele entrou e deu um soco no meu pai! Acho que ele estava com tanta raiva que o soco saiu mais forte, e derrubou ele... Eu continuei deitada, estava totalmente despida, e com dores...Jun se ajoelhou do meu lado...

–Molly? MOLLY? VOCÊ ESTA BEM?

–Meio dolorida!

Dei um sorriso sarcástico, Jun tirou a camiseta dela e colocou em cima de mim...

–Vamos você não pode ficar aqui!

–HÁ... E...eu...vou para...onde? Mal. consigo....falar...quem dirá andar!

–Isso não é um problema!

Ele me pegou no colo, como na noite em que desmaiei na minha própria festa, eu me agarrei nele, sem força alguma pois sentia muita dor...

–Vou te levar para o hospital!

–Não! Eu to bem, só preciso descansar!

–Então vamos para a minha casa!

–Não!

–E aonde você quer dormir? Na casa do Kim, não iria conseguir dormir com aquele barulho todo!

–Cala a boca!

–Você vai para a minha casa!

Subi a rua no colo de Jun, parecia um sonho, ele não estava se sentindo nem um pouco cansado, era bom saber que eu não era tão pesada!

–Pode me colocar no chão, já estou melhor!

–NÃO!

Não demorou muito para chegarmos a

Naquela rua cinza, nunca tinha visto tão limpa, não havia cinza, apenas a escuridão, mas tinha algumas luzes...E lá estava ele, o poste,Jun seguiu até o poste subiu a calçada e virou onde o poste estava...

–Onde você esta indo?

–Para casa!

A casa dele ficava atrás do poste...Estranho porque eu passava por ali todos os dias e nunca tinha visto uma casa atrás do poste! Sabia que tinha algo ali, mas a neblina não me permitia ver...Sua casa era igual a minha, só que era mais sofisticada, e parecia nova,não muito grande nem muito pequena, uma casa de família...Ele abriu a porta com o pé e me carregando...

–Não vou atrapalhar? Seus pais não vão achar ruim?

–Não vai atrapalhar, eu moro sozinho!

–Entendo!

Subimos, e ele me levou ate um quarto,não tenho certeza se era dele, era grande e confortável , ele me deitou na cama e saiu...Fiquei deitada lá olhando para o teto, havia estrelas nele, estrelas pintadas a mão, ela lindo, parecia realmente o céu...Tentei dar um sorriso, mas o meu rosto doía demais...Acabei me lembrando que estava toda quebrada, e as dores voltaram, e ainda mais forte. Vi Jun entrando com vários sacos de gelo , e uma camiseta em seu ombro direito...

–Ainda está sentindo dor?

Afirmei com a cabeça...

–Onde dói?

Coloquei a mão no meu peito...Ele subiu na cama, ficou do meu lado e me deu um beijo na testa, pegou o gelo e colocou na minha cabeça, com um pano que também estava com ele, limpou o sangue que estava no meu nariz...Me senti segura naquele momento, eu estava com ele e nada mais importava...Ele colocou seu braço de baixo da minha cabeça,e me abraçou...

–Eu te amo!

Singelas para aquele momento, mas não eram certas para mim...Eu também queria dizer o mesmo, mas não pude...Não mostrar o quanto eu sentia por ele, afinal meu destino não é ficar com ele...Nunca foi. Segurei minhas lagrimas,aquilo doía demais, meu coração estava sendo forçado a suportar tudo aquilo, eu estava chorando por dentro...E também estava dizendo que o amava muito, por fora continuei abraçada com ele de olhos fechados...Acabei adormecendo em seus braços...Me lembrei de um poema que dizia...

O fim da tristeza está no sono leve

Lhe abraço,

Lhe aqueço e

Lhe ponho para dormir

Profundamente...

Acordei com alguém batendo na porta, Jun ainda estava ali ao meu lado quando acordei, ele olhava diretamente para mim...

–Você está melhor?

Afirmei com a cabeça... Engoli a seco, tentei me levantar mas minha cabeça ainda doía e meu nariz também...

–Pode ficar deitada, eu vou buscar um remédio!

Alguém ainda estava batendo na porta, essa pessoa era insistente, não tinha ideia de quem era até ouvir sua voz...

–Jun abre a porta sou eu!

Era ela, até sabia onde era a casa dele, eu precisava sair de lá...A dor era mais forte, Jun subiu com um remédio em mãos e um copo de água, ele entrou no quarto e fechou a porta, o barulho parou, não se ouvia mais nada...

–Tome! Vai se sentir bem melhor!

Olhei para ele desconfiada e logo em seguida olhei para a porta, tentando avisar que tinha alguém batendo na porta... Ele olhou de lado para a porta fingiu que não tinha nada e voltou a olhar para mim...Tomei aquele remédio e voltei a me deitar...Alguns minutos depois senti a dor se amenizar...

–Como esta?

–Bem!

–Quer comer alguma coisa?

–Não!Só quero ir embora!

Consegui finalmente me levantar sem sentir tanta dor, abri a porta do quarto e vi que ela ainda estava lá batendo na porta...

–Não ignore a pessoa que você ama, por minha causa!

Desci as escadas e tentei sair pela cozinha, a porta estava trancada, decidi esperar por ele, mas o que eu vi foi um garoto descendo as escadas e abrindo a porta para sua namorada...

–Até que em fim você abriu.

–Eu estava dormindo, já viu que horas são?

–São duas horas da tarde!

–Está cedo!

–HAHAHAHA...Tenho uma coisa para te contar...

–O que?

Percebi que ele virava a todo o momento para a cozinha, tentando me ver.Ele sabia que eu estava lá...

–Se lembra da festa que iria ter no campus?

–Sim!

–Eu descobri qual vai ser o tema!

–Qual?

–Mascaras!

Jane começou a pular feito louca, ela estava muito feliz com tudo aquilo...Eu apenas pensei...

–“Ótimo mais um baile chato!”

–E como o baile é semana que vem, eu vim te convidar para vir me ajudar a comprar um vestido!

Jun coçou a cabeça...

–Hoje?

–Isso! Vamos?

–Hoje não dá.

–Por que?

–Tenho que limpar minha casa, parece que a minha família vira me visitar!

–Quer ajuda?

–Não! Eu prefiro limpar sozinho!

–Mas eu sou sua namorada! Eu quero te ajudar.

–Jane...Jane...Jane! Amor, não precisa sua cabeça esta mais para o baile, tudo bem eu sei me virar sozinha!

–Ok! Eu vou chamar outra pessoa! Tchau.

Ela deu um beijo nele e foi embora, sem ao menos desconfiar dele!

–E você?

Sai da cozinha, e olhei para ele!

–E EU O QUE?

–Para onde vai?

–Primeiro eu vou sair daqui, segundo vou voltar para minha casa...

–VOCÊ TA LOUCA?

–Não, você esta! Você bateu no meu pai ontem e deixou ele inconsciente naquele chão , com a porta aberta!

–ESTAVA TENTANDO SALVAR SUA VIDA!

–OTIMO PREFERIRIA ESTAR MORTA!

–POR QUE DIZ ISSO?

–É BEM MAIS FACIL!

Fiquei na frente dele, estendi meu braço e peguei na maçaneta...

–Prefere morrer então!

–Sim!

–Então vai embora!

–To indo!

–TCHAU!

–Tchau!

Abri a porta com toda a minha força e sai...Achei meus óculos e os coloquei...

–Perai!

– O QUE?

–Fica!

–Não!

Sai batendo os pés pelo jardim ...

–Hurrf! Eu odeio ele!