Rachel P.O.V

Eu estava deitada com as pernas pra cima, lendo meu vigésimo livro. Eu estou no quarto mês de gestação, e depois de um sangramento mais forte duas semanas depois do primeiro, o médico achou melhor me deixar de repouso absoluto.

Isso quase causou uma mobilização geral, mas eu contornei a situação. Kurt estava ameaçando não ir pra NY, esperar o bebê nascer. Blaine, disse que entenderia e viria para cá todos os fins de semana e feriados, mas eu não deixei. Por fim ele foi para lá, mas volta a cada 15 dias para me ver.

Mas Quinn e Santana eu não consegui impedir. No dia seguinte estavam de mala e cuia na porta de casa. Meus pais nunca estão em casa por conta do trabalho, e o Jesse trabalha o dia todo, então Quinn conversou no trabalho e passou a ficar só meio período, pelo menos por alguns meses. A Santana conseguiu um emprego, meio período também.

A rotina de casa é: meu pai trabalha de noite e madrugada no hospital e fica comigo de tarde, quando as duas vão trabalhar. Jesse trabalha o dia todo e dá aula de música a noite, chegando bem tarde. Então de manhã Quinn e Santana ficam comigo e fazem o almoço, vão pro trabalho e eu passo a tarde com meu pai, às vezes minha mãe e quando não está viajando, meu outro pai.

À noite Quinn vai pra faculdade, Santana fica no quarto dela com o Dave ou na sala vendo filme comigo. As 23h a Quinn sai da faculdade, pega o Jesse e chega em casa com algum desejo meu que eles pegaram no mercado. Por fim caímos na cama, exaustos e recomeçamos no dia seguinte.

Pra se ter noção, hoje é sábado e ninguém tem o menor pique pra nada. Quer dizer, eu tenho, eles não.

_ Quinnie. – eu gritei e a esbaforida da minha amiga veio correndo e se atropelando – Vai sair? – indaguei vendo-a com os cabelos arrumados e maquiagem começada.

_ Nós vamos. Troque de roupa logo. – disse ela, saindo, mas voltou – Ah, e o que você queria?

_ Pedir pra gente sair. – eu ri e ela também – Vou me arrumar.

_ Ok. Tem um vestido novo pra você.

Eu abri o guarda roupa e tinha um vestido maravilhoso ali. Era branco, com uma fita logo abaixo do busto. A saia era reta, até os joelhos, toda bordada, assim como o busto.

Coloquei o vestido e o bolerinho de renda rosado que estava junto. Coloquei as sandálias prateadas que mais gostava, maquiagem e trancei os cabelos.

_ Rachel, vamos logo. – Santana e Quinn pararam na porta, ambas com vestidos lilases, quase idênticos – Vamos Berry, estamos atrasadas.

_ O que? Aonde vamos? – eu perguntei enquanto elas me puxavam escada abaixo. Saímos de casa e entramos no carro da Quinn. Eu fui o caminho todo perguntando e elas, quietas.

Alguns minutos depois, paramos o carro em frente a uma capela. Meus pais estavam na porta, ambos de smoking e minha mãe ao lado, com um vestido rosado lindo. Eu olhei as duas a minha frente que tinham lágrimas nos olhos e sorriam.

_ Chegamos Rach. – disse Quinn.

_ Aonde? – eu perguntei.

_ Ao nosso casamento. – disse Jesse, abrindo a porta do carro e me entregando um buque de flores – Só faltava a noiva.

Quinn P.O.V

Já disse como é legal organizar casamentos? Ainda mais escondidos da noiva? Pois é.

Jesse puxou a Rachel para fora do carro, enquanto eu e a Santana entravamos correndo na igreja, para mandar todos se sentarem. Os pais da Rachel entraram junto da mãe dela e ficaram de um lado do altar. Os pais do Jesse estavam do outro. Eu e Sant paramos ao lado do padre, enquanto Artie e Mike estavam do outro.

Além de nós só tinha as meninas e o sr. Schue, nosso antigo professor. E a pequena família da Rachel, que pegava seis bancos. Mas enfim.

Jesse entrou de mãos dadas com a noiva, enquanto eu e Santana arregaçávamos nossa garganta para conseguir cantar “We found love” em uma versão a capela e mais ajeitada para um casamento do que para uma balada.

O padre, juntamente ao rabino e ao juiz de paz começou a cerimônia, que foi simples e objetiva. Em poucos minutos, já estava na famosa pergunta:

_ Jesse St. James, você aceita Rachel Berry como sua legitima esposa e lhe promete ser fiel... – blá blá blá, ai como falam.

_ Aceito.

_ E você Rachel Berry, aceita Jesse St. James como... – sério, quando eu casar não quero esse falatório todo não. Pelamor.

_ Aceito.

_ Só um momento Padre. – pediu Jesse - Falta perguntar a alguém. – Ele se ajoelhou e colocou a mão direita sobre a barriga da Rachel.

_ Oi bebê. Eu sei que você não fala ainda, afinal você ainda não nasceu. – ele riu e eu fiquei tipo “que é que esse louco tá fazendo?” Rachel parecia pensar a mesma coisa – Mas eu sei que você entende, então eu vou falar. Eu quero saber se você deixa eu me unir a essa pessoa maravilhosa que é a sua mãe. E se você deixar, eu prometo que vou fazer tudo que estiver ao meu alcance para fazer você e ela feliz. Porque eu amo vocês, mais do que qualquer outra coisa na vida.

Ai, essa pegou fundo. Chorei como um bebê, em dueto com a Santana e todas as mulheres no casamento, especialmente a noiva, que parecia a ponto de desmaiar.

_ Eu acho que esse chute foi um sim. – disse ele, beijando a barriga dela. Ela o puxou para cima e tascou um puta de um beijo, que arrancou aplausos até do rabino.

_ Bom, as alianças agora. – disse o padre, quando eles afinal se largaram.

_ Quinn, as alianças. – pediu Jesse.

Ai, fodeu. Cadê essas alianças?

Santana P.O.V

A Quinn é tão retardada que conseguiu perder as alianças. Como consegue?

_ Fabray, onde infernos tá a aliança? – disse Jesse entre dentes, enquanto Rachel ria.

_ Uuuhhhh, lembrei! – gritou ela. Ela correu até o banco e pegou sua bolsa, de onde tirou umas quatro embalagens de chocolate vazias. A caixinha de veludo estava suja de chocolate, por dentro e por fora, assim como as alianças.

_ Da próxima, deixem a aliança comigo! – eu gritei e Quinn me mandou a língua.

Os noivos trocaram as alianças (depois de lambê-las e tirar o chocolate derretido) e assinaram os documentos do civil.

_ Bom, pelos poderes investidos a nós três, nós agora os declaramos marido e mulher. Pode beijar a noiva St. James.

Jesse se abaixou e beijou novamente a barriga de Rachel, antes de se levantar e beijá-la. Fizemos um pequeno escarcéu e jogamos 4 kg (literalmente) de arroz neles.

_ AGORA VAMOS COMER QUE EU TO COM FOME! – berrou Quinn.

_ Até parece que é você que tá grávida Q. – disse Rachel gargalhando.

_ Do divino Espírito Santo só se for gata. – disse Q – O que faz de mim uma Santa.

_ Vamos comer logo antes que saia mais besteira. – disse Sugar e todos concordamos.

Rachel P.O.V

Não tive condição de narrar o casamento, era emoção demais pra pouca eu. Por fim teve uma festinha pequena e simples na casa dos pais do Jesse e logo depois da 00h00 todos estavam cansados, então encerramos a festa.

Meus pais saíram em viagem, uma convenção sobre homossexualismo no norte da Califórnia. Santana disse que precisava dar um pouco de açúcar (e outras coisas) para seu ‘baby’ Dave e Q foi ficar na casa dela, deixar os pais dela matarem a saudade.

Mas baseada na piscadela nada discreta que elas deram pro Jesse, creio que na verdade estavam liberando a casa pra nossa noite de nupcias.

Nós entramos de mãos dadas e a casa estava inteira enfeitada. Quando o olhei indagando, ele apenas riu.

_ Você não notou suas babás sumindo? – perguntou.

_ Então era aqui que elas estavam? – eu ri, colocando meus braços envolta de seu pescoço. Ele me beijou e com um movimento rapido me pegou nos braços. Subimos as escadas ainda nos beijando e chegamos ao nosso quarto. Eu parei em choque pela beleza que as petalas de rosas e velas causavam.

_ Se você estiver cansada ou se sentindo mal, não precisamos fazer nada Rach. – disse ele, depois de me colocar de pé. Eu fui até ele e tirei sua gravata, jogando longe.

_ Você não vai escapar de mim hoje não garotão. – eu murmurei em seu ouvido e ele riu. O resto vocês não precisam saber né?